Mestrado

Produção Acadêmica

Título: ASSOCIAÇÃO DA CAUSA DE MORTE COM INADEQUAÇÃO DA RESERVA HEPÁTICA DE RETINOL EM CRIANÇAS MENORES DE 59 MESES
Autor: Andressa de Sousa dos Santos Soares
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: A taxa de mortalidade em menores de cinco anos reflete a saúde de uma população. Apesar dos esforços globais, esse indicador tem diminuído lentamente, especialmente nos países em desenvolvimento. A deficiência de vitamina A (VA) é um problema de saúde pública mundial, associado a desfechos que podem levar à morbimortalidade infantil. Nesse contexto, objetivouse avaliar o estado nutricional da VA, mediante a quantificação da reserva hepática de retinol, e sua relação com a mortalidade de crianças em diferentes estágios de desenvolvimento infantil. Trata-se de um estudo analítico do tipo transversal, no qual foram obtidas amostras de fígado de crianças com idade ≤ 59 meses, necropsiadas no Instituto Médico Legal do município do Rio de Janeiro. Foram coletados dados relacionados à causa de morte, sexo, idade, peso corporal e hepático durante a necropsia. O retinol hepático, foi quantificado por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detector ultravioleta, utilizando como ponto de corte para inadequação < 20µg de retinol/g de tecido (OLSON, 1979). As crianças foram agrupadas em três faixas etárias de morte (mortalidade neonatal, mortalidade pós-neonatal e mortalidade infantil) e em quatro categorias de causa de morte (septicemia não especificada, doenças do aparelho respiratório, doenças do aparelho digestório e doenças meningoencefálicas). A normalidade das variáveis foi verificada pelo teste de Kolmogorov-Smirnov. Foram realizadas análises descritivas e comparações pelo teste de Kruskal-Wallis e associações categóricas pelo Teste X². As análises foram feitas no SPSS 21.0, com significância de 5% (p<0,05). Das 50 amostras analisadas, 86% apresentou inadequação de retinol hepático. A prevalência de crianças falecidas nos períodos neonatal, pós-neonatal e infantil foi de 26%, 60% e 14%. Dentre as causas de morte, as prevalências de septicemia, doenças respiratórias, doenças digestivas e doenças meningoencefálicas corresponderam a 16%, 44%, 8% e 32%. Todos os grupos de causa de morte mostraram concentrações inadequadas de retinol hepático (respectivamente 6,96 µg/g, 9,45 µg/g, 12,27 µg/g e 13,15 µg/g). O grupo de mortalidade infantil apresentou concentrações de retinol hepático maiores (27,20 µg/g) comparado aos demais grupos etários (9,50 µg/g para mortalidade neonatal e 10,25 µg/g para mortalidade pós-neonatal). Crianças falecidas por septicemia tiveram menores valores de retinol hepático (6,96 µg/g), peso corporal (2.150 g), peso do fígado (108 g) e idade (30 dias). Crianças falecidas por doenças do aparelho digestório tiveram maiores valores para peso corporal (8.250 g), peso do fígado (282 g) e idade (150 dias). A análise de Spearman revelou correlações moderadamente positivas e significativas entre retinol hepático e peso do fígado (r=0,511; p=<0,001), e entre peso corporal e peso do fígado (r=0,554; p=<0,001), independentemente do grupo etário ou causa de morte. Em todas as causas de morte, a correlação positiva e significativa entre retinol hepático e idade foi forte (r=0,750; p=<0,001, r=0,767; p=<0,001, r=0,765; p=<0,001 e r=0,748; p=<0,001 respectivamente). Os resultados deste estudo enfatizam a importância da VA na saúde infantil, especialmente em contextos de saúde precária, destacando a influência de cada fase da vida e dos diferentes perfis de doenças na promoção de ações relacionadas à VA e à mortalidade infantil.
Palavras-chave: Mortalidade infantil. Retinol hepático. Deficiência de vitamina A. Saúde infantil.

Ver trabalho

Título: ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS E A SAÚDE INFANTIL: ESTUDO SOBRE EXCESSO DE PESO E DISLIPIDEMIA EM ESCOLARES
Autor: Cynthia Gonçalves Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: O aumento substancial na disponibilidade de alimentos ultraprocessados (AUPs) e as mudanças nos padrões de vida, que incluem altos índices de consumo de AUPs e falta de atividade física (AF) entre os escolares, ocorrem simultaneamente com o surgimento de complicações metabólicas, como obesidade e dislipidemias em crianças. Objetivo: Avaliar a associação entre o consumo de AUPs com o excesso de peso e dislipidemia em escolares. Métodos: Trata –se de um estudo transversal no qual, foram avaliados 420 escolares de 6 a 10 anos de escolas públicas do município de Rio das Ostras, Brasil. A avaliação do consumo alimentar foi feita por meio do Questionário de Consumo Alimentar do Dia Anterior (QUADA -3) e a AF foi avaliada com a aplicação do Questionário de Atividade Física e Alimentação do Dia Anterior (QUAFDA). Categorizamos todos os alimentos e grupo de AUPs de acordo com a classificação NOVA. O consumo de AUPs foi expresso como escore e classificado em tercis. Avaliou–se também os indicadores: peso corporal, altura, índice de massa muscular (IMC), perímetro da cintura (PC), relação da cintura estatura (RCEST); as concentrações séricas de triglicerídeos (TG), colesterol total (CT), LDL-colesterol (LDL-c), HDL-colesterol (HDL-c) e não-HDL-colesterol. O estado nutricional foi classificado, segundo o IMC/idade (OMS,2007) e o perfil lipídico foi avaliado segundo pontos de corte da Sociedade Brasileira de Pediatria (2020). Para análises estatísticas foram testados modelos de regressão logística binária e estimadas as Odds Ratio (OR) com intervalos de confiança (IC 95%) brutos e ajustados para AF. Todas as análises foram conduzidas no software R versão 4.3.0 e consideraram um nível de significância (α) de 5%. Resultados: Dentre os escolares, 98,2% relataram consumir AUPs no dia anterior. Os escolares do tercil do “alto de consumo”, evidenciaram maior consumo de bebidas açucaradas (BA), pão e bolachas salgadas e batata frita. O consumo de batata frita foi maior pelos escolares do “alto consumo” em comparação aqueles que estavam nos tercis inferiores (p<0,001). O grupo do pão e bolacha salgada e o iogurte, foram mais consumidos pelos que estavam nos tercis “moderado e alto consumo” em comparação aos do “baixo consumo” (p<0,001). Os escolares que estavam no tercil de alto consumo foram mais ativos (43,75% x 20,14%, p<0,001), enquanto aqueles que estavam no tercil de baixo consumo foram menos ativos (44,72% x 21,14%, p<0,001). Foi observada elevada prevalência de dislipidemia (82,92%), de excesso de peso (30,08%), obesidade abdominal (OA) (18,3%) e a ausência de associação direta entre o consumo de AUPs e excesso de peso e dislipidemia mesmo após ajuste para AF (p>0,05). Conclusões: Foram observadas altas prevalências de excesso de peso e dislipidemia entre os escolares, elevado consumo de AUPs e baixos níveis de AF. A dislipidemia e o excesso de peso não foram associados ao consumo de AUPs. Reforça -se a necessidade de mais pesquisas para compreender os mecanismos relacionados ao consumo de AUPs e a saúde de crianças em idade escolar. Enfatiza-se a importância de intervenções precoces no manejo das dislipidemias e do excesso de peso entre os escolares, além da implementação de políticas públicas e programas educativos de alimentação, com o objetivo de reduzir o consumo de AUPs por essa faixa etária, mas também na promoção de um estilo de vida ativo e saudável.
Palavras-chave: Alimentos ultraprocessados; dislipidemia; obesidade; escolares.

Ver trabalho

Título: A ATUALIDADE NA OBRA DE JOSUÉ DE CASTRO: DA GEOGRAFIA DA FOME À INSEGURANÇA ALIMENTAR
Autor: Dayanne das Neves Pereira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: A fome é, entre os males que acometem a humanidade, um dos mais impactantes. A fome e a miséria, principais temáticas deste estudo, motivam o resgate da produção bibliográfica de Josué de Castro, considerando que o pensamento desse autor continua muito presente na realidade brasileira, em tempos de altos índices de insegurança alimentar. Objetivo: Analisar mudanças e continuidades nas condições socioambientais e políticas que produzem insegurança alimentar na atualidade, a partir da obra Geografia da Fome. Metodologia: Trata-se de estudo com metodologia de cunho qualitativo, em uma abordagem de análise documental. Para tal análise foi escolhido o livro Geografia da Fome por ser uma das obras mais disseminadas de Josué de Castro no campo da Alimentação e Nutrição, representando um marco histórico no processo de construção do direito à alimentação no Brasil. A edição analisada foi a sexta, publicada em 1965, dezenove anos após a primeira edição da obra. Foram construídas cinco categorias de análise documental de modo coerentemente integrado, orientadas pelos aspectos globais do livro, a saber: primeira categoria de análise foi a relação de abastecimento local de alimentos nas regiões com aspectos sociológicos; a segunda, exploração campesina: latifúndios e monocultura açucareira; a terceira, desproteção do mercado interno de alimentos e acirramento de “commodities”; a quarta, concentração de renda, industrialização e imigração urbana e a quinta categoria cultura alimentar regional. Os critérios utilizados no processo de categorização do material foram plausibilidade, representatividade e relevância. Resultados e discussão: A análise circunscreveu questões ecológicas e culturais de produção de alimentos e condições de vida em causas estruturais, com base na teoria social de Josué de Castro sobre a situação alimentar brasileira numa perspectiva de mudanças sociais. A discussão problematizou pontos de convergência da obra com as condições socioambientais de hoje, segundo as categorias de análise estabelecidas: males sociológicos na expressão biológica da fome no abastecimento de alimentos; relevância da política pública para mobilizar recursos a favor dos que têm fome, deslocadas do setor de produção de alimentos, crítica aos indicadores quantitativos de desenvolvimento que não consideram o sofrimento da população e a invisibilidade da diversidade da cultura alimentar. Ressaltamos a invisibilidade das culturas locais diante dos interesses econômicos e sua ação predatória sobre o meio ambiente,entendendo que as formas de sobrevivência e as tecnologias utilizadas pelas comunidades excluídas e “escravizadas”, são competentes para o combate à fome numa estrutura que lhes seja favorável. Considerações finais: O estudo mostrou a importância do enfrentamento de questões mais estruturais do que produtivistas para as transformações sociais necessárias capazes de combater a fome no país, como Josué de Castro em sua época já apontava, apesar das quase oito décadas que nos separam da publicação de sua mais célebre obra, merecedora de reconhecimento nacional e internacional na denúncia e combate ao que o autor nominava como o maior flagelo da humanidade.
Palavras-chave: insegurança alimentar e nutricional; Josué de Castro; fome; Geografia da Fome.

Ver trabalho

Título: AVALIAÇÃO DOS BIOMARCADORES INFLAMATÓRIOS, IMUNOLÓGICOS E NUTRICIONAIS COMO PREDITORES DE RESPOSTA AO TRATAMENTO…
Autor: Emilene Maciel e Maciel
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: O câncer colorretal (CCR) é uma neoplasia de alta prevalência e mortalidade, cujo diagnóstico precoce reduz a morbidade. Biomarcadores inflamatórios e imunológicos, como a razão neutrófilo-linfócito (RNL), a razão plaqueta-linfócito (RPL), a razão linfócito-monócito (RLM) e o índice de resposta inflamatória sistêmica (IRIS), além de biomarcadores nutricionais, como o Índice de Prognóstico Nutricional (IPN), estão associados à progressão tumoral, à resposta ao tratamento e demonstraram prever a sobrevida global (SG) no câncer. Linfócitos, monócitos e neutrófilos são fundamentais para o sistema imunológico e as respostas inflamatórias. Avaliados por índices como RNL e RLM, esses biomarcadores refletem o equilíbrio entre a inflamação pró-tumoral, promovida por neutrófilos e monócitos e a resposta antitumoral mediada pelos linfócitos. Outro biomarcador tumoral, o antígeno carcinoembrionário (CEA), destaca-se por sua aplicabilidade no prognóstico e no monitoramento clínico da doença. O estudo desses biomarcadores é crucial para a estratificação de risco, ajustando o tratamento adjuvante e promovendo um manejo clínico mais personalizado e eficaz. Esta pesquisa de coorte observacional, longitudinal e retrospectivo incluiu adultos e idosos submetidos à cirurgia e ao tratamento adjuvante em um instituto público nacional de referência em oncologia entre janeiro de 2007 e dezembro de 2017. As variáveis IPN, RNL, RPL, RLM, IRIS e CEA foram estratificados em tercis equivalentes. Foi utilizado as curvas de Kaplan-Meier para estimar a sobrevida, a regressão logística para associações entre as variáveis por meio do Odds Ratio (OR), intervalos de confiança (IC) de 95% e o modelo de Cox para avaliar o valor preditivo das variáveis mediante a razão de risco (HR) de IC 95%. Um total de 157 pacientes atenderam aos critérios de elegibilidade. Na análise de sobrevida global (SG) pelo método de Kaplan-Meier, o CEA obteve diferenças estatísticas em todos os tercis, enquanto o IRIS apresentou diferenças significativas entre o primeiro tercil e os demais. Na sobrevida livre de doença (SLD), o CEA manteve a diferença em todos os tercis, e o RLM mostrou diferença ao comparar o primeiro tercil com os outros dois. Na regressão logística multivariada, pacientes com RLM no primeiro tercil (0-2,55) apresentaram maior probabilidade de recidiva ou metástase (OR:5; IC: 1,35–18,51; p=0,016), e níveis de CEA ≥ 6,19 aumentou significativamente o risco (OR: 17,41; IC: 3,84–78,90; p<0,001). Na análise de Cox, indivíduos com RLM no primeiro tercil apresentaram maior risco de mortalidade (HR: 1,94; IC: 1,06–3,56; p=0,030), enquanto níveis de CEA no terceiro tercil (≥6,19) indicaram maior risco de recidiva ou metástase (HR: 4,05; IC: 1,09–15,01; p=0,036). Os demais biomarcadores não revelaram diferenças estatísticas. Conclui-se que o RLM e o CEA são preditores efetivos de mortalidade e sobrevida em pacientes com CCR tratados com terapia adjuvante.
Palavras-chave: neoplasias colorretais; biomarcadores; inflamação; tratamento adjuvante, sobrevida.

Ver trabalho

Título: RELAÇÃO ENTRE A INGESTÃO HABITUAL E A EXCREÇÃO URINÁRIA DE COMPOSTOS FENÓLICOS EM INDIVÍDUOS COM EUTROFIA E OBESIDADE
Autor: Fernanda Silveira Predes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Os compostos fenólicos são o maior grupo de compostos bioativos do reino vegetal. Sua ingestão está diretamente relacionada ao consumo de alimentos, que por sua vez, sofre influência de fatores ambientais, econômicos, culturais e fisiológicos, como o estado nutricional. A análise da excreção urinária de compostos fenólicos é uma das formas de avaliar sua ingestão e possíveis benefícios à saúde. Diversos estudos já avaliaram a ingestão desses compostos em várias populações pelo mundo, no entanto, estudos que avaliaram a ingestão de compostos fenólicos em concomitância com sua excreção urinária em indivíduos adultos com eutrofia e obesidade são escassos. Desta forma, o estudo teve como objetivo investigar a relação entre a ingestão habitual de compostos fenólicos e sua excreção urinária em indivíduos com eutrofia e obesidade. As informações sobre o consumo alimentar foram coletadas dos participantes (n =18) utilizando três registros alimentares (2 dias típicos e 1 dia atípico). A ingestão diária de macronutrientes, micronutrientes, fibras alimentares e energia foi calculada com uso do software DietPro Professional. O teor de compostos fenólicos nos alimentos foi estimado primeiramente através do teor de flavonoides presentes na Tabela Brasileira de Composição de Alimentos, dados sobre os demais compostos foram extraídos do site PhenolExplorer (versão 3.6) e para os alimentos ausentes em ambas as bases de dados foi realizada busca na literatura. A ingestão de compostos fenólicos totais, suas principais classes e subclasses foram ajustadas pelo consumo energético. Os alimentos que mais contribuíram para a ingestão de fenólicos foram estimados e comparados entre os grupos estudados. Para a análise da excreção urinária de compostos fenólicos totais foram coletadas amostras de urina nos intervalos de 0-12 h, 12-24 h, 24-36 h e 36-48 h iniciado no dia do registro alimentar as quais foram avaliadas através do método Fast Blue BB. A ingestão habitual média de compostos fenólicos foi significativamente maior para o grupo obesidade (1.431,1 mg/1000 kcal) quando comparado ao grupo eutrofia (731,3 mg/1000 kcal). A classe de compostos fenólicos mais consumida foi a dos ácidos fenólicos, que representou 56,5% do total ingerido, especificamente a subclasse dos ácidos hidroxicinâmicos, seguido pelos flavonoides (41%) e a subclasse dos flavonóis. O alimento que mais contribuiu para a ingestão de compostos fenólicos foi o café, seguido do chocolate ao leite, proveniente de alimentos ultraprocessados como biscoitos e bombons. Assim, os resultados desse estudo indicam que a ingestão de compostos fenólicos ajustada pelo consumo energético é maior em indivíduos com obesidade e que o café e alimentos marcadores de alimentação não saudável como doces a base de chocolate são os principais contribuintes para essa ingestão. Além disso, de acordo com os dados de excreção urinária, o estado nutricional parece influenciar de forma significativa a excreção desses compostos na urina.
Palavras-chave: ingestão de compostos fenólicos; Phenol-Explorer; obesidade; excreção urinária; Fast Blue BB

Ver trabalho

Título: INTERSECCIONALIDADE ENTRE RAÇA/COR DA PELE E GÊNERO NO CENÁRIO DA INSEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL
Autor: Gleiciane Bueno da Silva Luiz
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: O Brasil tem um histórico profundo de desigualdades, em que o racismo e o sexismo corroboram para estruturar tais disparidades sociais. É nesta conjuntura que a pandemia de COVID-19 se estabelece, acentuando as assimetrias sociais pré-existentes, somadas à crise da fome, principalmente em lares comandados por mulheres negras. Objetivo: avaliar a influência da pandemia de COVID-19 na Insegurança Alimentar (IA) segundo a interseccionalidade de gênero e raça/cor no Brasil. Métodos: estudo transversal, utilizando os microdados do I e II Inquéritos Nacionais sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da COVID-19 (VIGISAN 2021 e 2022), realizados pela Rede PENSSAN. Foram mensuradas as proporções e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) para as análises descritivas das características sociodemográficas dos indivíduos e socioeconômicas dos domicílios. A Segurança Alimentar (SA) e os níveis de Insegurança Alimentar (IA) foram aferidos através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) de 8 itens. Os perfis de chefe de domicílio foram estratificados a partir do cruzamento da variável “sexo” (masculino e feminino) e “raça/cor” (branco, preto e pardo). A partir disso, as prevalências de SA/IA foram estimadas, assim como suas variações (C) entre o ano de 2021 e 2022, segundo os perfis criados. Para determinar as razões de chance (OddsRatio – OR), foram desenvolvidasregressões logísticas multinomiais, com a realização de ajustes para corrigir erros estatísticos causados pelas variáveis de confusão. Todas as análises foram feitas no software estatístico Stata versão 16 (StataCorpCollegeStation, Estados Unidos). Resultados: Foi identificado o aumento na proporção de chefes de famílias com ocupação informal e daqueles que tinham trabalho regular ou eram empreendedores individuais no segundo ano de inquérito. Além disso, a proporção de SA e IA leve diminuiu em 2022 e as formas mais graves de IA (moderada e grave) aumentaram. As variações entre as prevalências mostram que os domicílios onde a referência era de raça/cor negra permanecem diminuindo a prevalência de SA, o que não é observado nos lares onde a referência era branca. Em 2022, em domicílios com chefia feminina e negra, as chances de estarem em IA moderada/grave foi maior, quando comparadas aos domicílios chefiados por mulheres brancas. Conclusão: Foi evidenciado que, em situação de crise, como a pandemia de COVID-19, ser chefe de família com gênero feminino e a raça/cor negra (preta + parda) expõe de forma significativa o domicílio aos níveis mais graves de IA (moderada+grave). O resultado destaca a necessidade de um olhar interseccional ao analisar as vulnerabilidades existentes na sociedade brasileira.
Palavras-chave: Desigualdade de Gênero, Racismo, Insegurança Alimentar, COVID-19.

Ver trabalho

Título: PREDIÇÃO DO PERCENTUAL DE GORDURA CORPORAL EM INDIVÍDUOS COM OBESIDADE: NOVAS ABORDAGENS METODOLÓGICAS
Autor: Igor da Costa Salvador
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Mensurar de forma acurada a composição corporal e a distribuição dos diferentes tecidos corporais permite uma melhor classificação de riscos à saúde, tendo em vista que os desfechos negativos podem estar relacionados a gordura corporal elevada independentemente do índice de massa corporal (IMC). A predição da composição corporal conta com poucos protocolos específicos para a população com obesidade, utilizar equações desenvolvidas para outras populações aumenta a margem de erro das aferições em indivíduos com obesidade. O objetivo deste estudo foi investigar novas abordagens metodológicas para avaliação da gordura corporal em indivíduos adultos com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2 ), incluindo: desenvolver e validar equações específicas para avaliações por meio de impedância bioelétrica (BIA), estabelecer um protocolo para avaliação por ultrassografia modo A (US) e testar a aplicabilidade de um modelo de avaliação das circunferências corporais por inteligência artificial (IA) e visão computacional (VC) a partir de fotos de smartphone. Ao término de todas as etapas, foram avaliados, 394 indivíduos empregando os métodos BIA (TeraScience), US-A (BodyMetrix), foto 2D (Shaped), circunferências corporais (pescoço, braço relaxado, antebraço, cintura, abdômen, quadril, coxa medial e panturrilha) e a absorciometria de dupla emissão de raios-X (DXA). Foram geradas equações para a predição do percentual de gordura corporal a partir dos dados de BIA e a partir dos dados de imagens de US modo-A. As equações foram testadas pelas métricas de: R 2 , RMSE, MAPE e SEE. A concordância entre os valores obtidos e aqueles derivados da DXA foi obtida pela análise do coeficiente de correlação de concordância (Lin, 1989, 2001) e o viés e os limites de concordância avaliados pelo gráfico de Bland-Altman. As equações com dados brutos da impedância apresentaram erro significativamente menor do que a equação preditiva gerada pelo sistema Tera Science. A predição da composição corporal por imagens de US modo-A se contrapõe ao modelo tradicional de avaliação utilizado por este método e apresenta vantagens ao avaliar indivíduos com obesidade por não depender da identificação de pontos anatômicos e equações antropométricas inespecíficas para o método e a população alvo. O protocolo de avaliação apresentou boa acurácia com viés médio de 1% de erro. Em avaliações anteriores com as equações que se utilizavam da espessura por US os vieses percentuais entre –15% a –24%. A terceira proposta de trabalho consistiu em testar a aplicabilidade de um modelo de avaliação das circunferências corporais por inteligência artificial (IA) e visão computacional (VC) a partir de fotos de smartphone. O modelo proposto apresentou grande potencial de aplicabilidade, no entanto, ainda precisa de ajustes para a correta predição de medidas corporais em indivíduos com obesidade. Das seis medidas avaliadas três (braço, antebraço e cintura) apresentaram erro percentual médio maior que 2%. O desenvolvimento e validação de algoritmos com mais indivíduos com obesidade em sua base de dados poderá permitir resultados mais acurados do método. O presente estudo apresentou novas abordagens na avaliação da gordura corporal em indivíduos com obesidade, apresentando resultados com melhor acurácia frente aos métodos originais.
Palavras-chave: Obesidade; Composição Corporal; Equações Preditivas.

Ver trabalho

Título: RELAÇÃO DO POLIMORFISMO rs9939609 NO GENE FTO COM O CONSUMO ALIMENTAR DE GESTANTES COM DIABETES MELLITUS PRÉ-GESTACIONAL
Autor: Katherine Bittencourt Mendes Leitão de Jesus
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) em gestantes representa um risco elevado para complicações obstétricas e perinatais, sendo a adoção de uma dieta saudável crucial para minimizar esses riscos. O polimorfismo rs9939609 no gene FTO, amplamente associado à obesidade e ao comportamento alimentar, pode desempenhar um papel significativo na predisposição ao consumo de dietas hipercalóricas e alimentos processados (AP) e ultraprocessados (AUP), influenciando o controle glicêmico durante a gestação. Objetivo: Avaliar a relação entre os diferentes genótipos do polimorfismo rs9939609 e o consumo alimentar de gestantes com DM pré-gestacional. Participantes e métodos: Este estudo observacional transversal foi aninhado em um ensaio clínico maior, com gestantes com DM pré-gestacional atendidas em uma maternidade pública do Rio de Janeiro. As participantes tinham idade igual ou superior a 18 anos, gestação de feto único e idade gestacional inferior a 28 semanas no momento da admissão. Foi feita a genotipagem para o polimorfismo rs9939609 e o consumo alimentar foi avaliado por meio de um Questionário de Frequência Alimentar até 12 semanas antes do parto. As análises estatísticas incluíram o teste T de Student, ANOVA e Post Hoc de Tukey. Resultados: O estudo contou com 68 gestantes com DM prévio, com média de 31,57 (DP=6,06) anos. As gestantes com o genótipo AT consumiram em média 453,84 kcal a mais do que as gestantes com o genótipo AA (p=0,043). O consumo de carboidratos também foi superior entre as gestantes com o genótipo AT, com uma média de 259,59 kcal a mais do que as com genótipo AA (p=0,027). Além disso, as gestantes com o genótipo AT consumiram 75,42 kcal a mais de lipídios oriundos de AUP em comparação às do genótipo AA (p=0,029). As calorias totais provenientes de AUP foram significativamente maiores entre as gestantes com genótipo AT, com um consumo de 197,78 kcal a mais em comparação às com genótipo AA (p=0,009) e 119,87 kcal a mais em relação às com genótipo TT (p=0,029). Por outro lado, as gestantes com genótipo AA consumiram, em média, 97,81 kcal a mais provenientes de AP do que aquelas com genótipo TT (p=0,043). Conclusão: Os achados sugerem que o polimorfismo rs9939609 no gene FTO pode influenciar as escolhas alimentares de gestantes com DM, destacando a importância de estratégias nutricionais personalizadas para melhorar o controle glicêmico e reduzir complicações obstétricas.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Gravidez; Ingestão de Alimentos; Alimento Processado, rs9939609 polimorfismo.

Ver trabalho

Título: DETERMINANTES DA ANEMIA EM CRIANÇAS INDÍGENAS XAVANTE DA TERRA INDÍGENA DE PIMENTEL BARBOSA – MATO GROSSO (MT)
Autor: Larissa de Lima Alves Paresque
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: A anemia é considerada um problema de saúde pública a nível global de origem multifatorial. Os povos indígenas brasileiros, principalmente as crianças, possuem elevadas prevalências deste agravo, que frequentemente está associado às desigualdades sociais e étnico-raciais. O objetivo deste estudo consiste em avaliar as inter-relações entre a anemia e seus determinantes socioeconômicos, maternos e biológicos de crianças indígenas Xavante, no Mato Grosso – Brasil. Utilizou-se informações de um inquérito populacional realizado em 2011, na Terra Indígena Pimentel Barbosa, foram avaliadas crianças entre 6 meses e 59 meses acerca da presença de anemia, via níveis de hemoglobina, em relação a alguns aspectos biológicos e clínicos, bem como, maternos, socioeconômicos e demográficos. Foi identificada a prevalência de 62,6% de anemia nas crianças indígenas Xavante avaliadas. Foi elaborado um modelo teórico que postulou associações diretas e indiretas entre a anemia e seus determinantes, fomentado pela literatura e avaliado via análise de caminhos. O modelo final apresentou ajuste considerado adequado, e foram observadas associações diretas entre elevados níveis de hemoglobina e a idade da criança (β= 0,460), o número de moradores do domicílio (β= -0,143) e o grupo de aldeia (β= -0,346). Ademais, foram identificadas relações significativas indiretas ao desfecho, entre a renda per capita, o número de internações, o Índice de Massa Corporal (IMC) e a hemoglobina das mães, em relação ao grupo de aldeia. Bem como, associações entre a frequência de internação e a idade da criança, entre o IMC e a idade das mães, e entre a hemoglobina materna e a renda per capita. Sugere-se que a presença de anemia infantil no povo Xavante também possui como determinantes aspectos socioeconômicos e demográficos, além de biológicos. Deste modo, apontam a presença das iniquidades em saúde, vivenciadas por povos indígenas brasileiros em relação à população em geral.
Palavras-chave: Desigualdades Sociais; Saúde indígena; Anemia; Transtornos da Nutrição Infantil

Ver trabalho

Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE INSEGURANÇA ALIMENTAR, ANEMIA E DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM CRIANÇAS BRASILEIRAS ENTRE 6 E 59 MESES: RESULTADOS DO ESTUDO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INFANTIL (ENANI- 2019)
Autor: Letícia Ramos da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: A anemia e a deficiência de vitamina A (DVA) são agravos nutricionais considerados prioritários para agenda de saúde pública. Crianças menores de cinco anos necessitam de um aporte maior desses micronutrientes para crescimento e desenvolvimento adequados. Dessa forma, garantir acesso a alimentos em quantidade e qualidade suficientes é fundamental para assegurar o bem-estar infantil. Objetivo: Avaliar a associação entre a insegurança alimentar (IA) e a prevalência de anemia e de DVA em crianças brasileiras entre 6 e 59 meses de idade. Métodos: Foram obtidos dados para 14.558 crianças e 12.524 domicílios pesquisadas pelo Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), estudo transversal de base domiciliar que ocorreu entre fevereiro de 2019 e março de 2020. Essa dissertação usou dados de 6.020 crianças. A IA foi avaliada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e classificada em segurança alimentar e insegurança alimentar leve, moderada ou grave. Para diagnósticos de anemia e de DVA foram realizadas punção venosa e utilizados os pontos de corte da Organização Mundial de Saúde (OMS): Anemia [hemoglobina < 10,5 g/dL (6-23 meses) e hemoglobina < 11 g/dL (24-59 meses)]; DVA [retinol < 0,7 μmol/L] corrigida para inflamação, segundo metodologia BRINDA. Foram calculadas as prevalências e intervalos de confiança de 95% (IC95%) para anemia e DVA segundo níveis de IA seguido do p-tendência. Também foram realizadas análises de regressão de Quasi-Poisson com cálculo da razão de prevalência (RP) bruta e ajustada, os IC95% e os p-valores. Os fatores de confusão foram definidos segundo diagramas acíclicos direcionados. Resultados: A prevalência de segurança alimentar foi de 51,9% e a IA leve, moderada e grave foi 37,7%, 6,2% e 4,2%, respectivamente. O perfil socioeconômico revelou que a renda familiar per capita em 87% dos domicílios era de até um salário-mínimo e em 68,5% dos domicílios o responsável era pardo ou preto. A prevalência de anemia foi 7,1% e significativamente maior em crianças que estavam em IA grave (15,5%, IC95%: 8,1-22,9) quando comparadas com IA moderada (10,0%, IC95%: 5,4-14,6), IA leve (6,6%, IC95%: 4,9-8,3) e em segurança alimentar (6,4%; IC95%: 4,7-8,1) (p-tendência < 0,001). Já para a DVA foi observada prevalência de 3,0% (IC95%: 2,5-3,6) e prevalências de 2,9% (IC95%: 2,1-3,7), 2,8% (IC95%: 1,9-3,7), 5,8% (IC95%: 2,3-9,2) e 3,3% (IC95%: 0,0-6,7) para famílias em segurança alimentar, IA leve, moderada e grave, respectivamente (p-tendência < 0,001). Crianças em IA grave apresentaram 82% (IC95%: 1,06- 3,15) maior chance de ter anemia comparadas àquelas em segurança alimentar. Não foi encontrada associação entre nenhum nível de IA domiciliar e a DVA. Conclusão: Nossos resultados revelaram que anemia e a DVA ainda são problemas de saúde pública leve e que houve associação entre a IA grave e anemia. Não foi identificado maior risco de DVA para crianças vivendo em IA. Esses resultados sugerem a importância de ações direcionadas para o combate e prevenção de agravos nutricionais no país como a IA e a anemia, uma vez que esse cenário pode impactar na saúde na primeira infância.
Palavras-chave: insegurança alimentar; deficiência de vitamina A; anemia; hemoglobina; retinol sérico; pré-escolar; crianças.

Ver trabalho

Título: AVALIAÇÃO DA CARGA GLICÊMICA DA DIETA SOBRE O CONSUMO ALIMENTAR, PERFIL GLICÊMICO, LIPÍDICO E MICROBIOTA INTESTINAL DE MULHERES COM OBESIDADE
Autor: Matheus Maia Soares
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: A obesidade tem apresentado um aumento substancial ao longo dos anos, emergindo como uma preocupação de saúde pública global. Sua fisiopatologia é complexa e multifatorial, sendo a microbiota intestinal (MI) reconhecida por desempenhar um papel crucial no equilíbrio energético e estado inflamatório, fatores que podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Dentre os componentes nutricionais, os carboidratos (CHO) parecem desempenhar um papel essencial na modulação da MI, sendo importante considerar tanto a qualidade quanto a quantidade desse nutriente. Nesse contexto, a carga glicêmica (CG) da dieta que tem se destacado devido ao seu potencial impacto na regulação do peso corporal, também poderia ser um componente potencial interagindo com a MI. Objetivo: Avaliar a influência da CG da dieta no consumo alimentar, MI e perfis lipemico e glicemia de mulheres com obesidade. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, envolvendo 64 mulheres com índice de massa corporal (IMC) ≥ 35kg/m². As participantes foram divididas em três grupos, G1 (n=16) representando uma CG baixa, G2 (n=22) com CG moderada e o G3 (n=26) correspondendo a CG alta. Foram avaliadas variáveis da composição da MI, antropométricas, nível de atividade física, laboratoriais (lipemia e glicemia), clínicas (escala de Bristol e sintomas gastrointestinais) e de consumo alimentar. Resultados: Os indicadores de diversidade e riqueza da MI, antropométricos, sintomatologia gastrointestinal, atividade física e dos perfis lipídico e glicídico não diferiram entre os grupos. Quanto ao consumo alimentar, observou-se maior ingestão calórica e menor ingestão proteica nas participantes de CG alta. Todos os grupos apresentaram um consumo de fibras abaixo do recomendado. Em relação à razão Firmicutes/Bacteroidetes (F/B), o grupo com CG moderada apresentou uma média marginal significativamente superior em comparação ao grupo com CG baixa (p=0,048). Conclusão: A dieta com alta CG esteve associada a um maior consumo energético e menor ingestão de proteínas, aspectos que podem contribuir para o ganho de peso corporal. No entanto, a CG da dieta não apresentou associações com mudanças no perfil da MI, com exceção da razão F/B. Portanto, este estudo contribui para o entendimento das implicações da CG da dieta na MI e sugere a necessidade de investigações adicionais com amostras maiores para melhor compreensão dessas associações em indivíduos com obesidade.
Palavras-chave: obesidade, carga glicêmica, microbiota intestinal, carboidratos.

Ver trabalho

Título: ANÁLISE FITOQUÍMICA E ESTUDO PRÉ-CLÍNICO DOS EXTRATOS DAS PLANTAS DA ORDEM MALPIGHIALES (Bonnetia Stricta (Ness) Ness & Mart e Clusia Lanceolata Cambes) EM LINHAGENS CELULARES DE CÂNCER DE MAMA
Autor: Nathalia Alexia Nascimento dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: O câncer de mama é o mais diagnosticado e mais incidente entre as mulheres mundialmente. Esta neoplasia possui tipos histológicos e moleculares distintos que somados às características individuais definirão o prognóstico e o tipo de tratamento empregado. Os quimioterápicos, embora eficazes, não são específicos para às células cancerígenas e também atuam nas células não tumorais o que gera os efeitos colaterais no organismo. As plantas são as fontes naturais utilizadas na medicina tradicional capazes de produzir metabólitos com propriedades farmacológicas distintas, incluindo a atividade anticâncer, e apresentam menores chances de toxicidade. Clusia lanceotata Cambess (Clusiaceae) e Bonnetia stricta (Ness) Ness & Mart (Bonnetiaceae) são plantas endêmicas no Brasil e potenciais fontes de compostos fenólicos, xantonas e antraquinonas. Logo, o objetivo deste estudo foi investigar o efeito do extrato hidroalcoólico dos frutos da Bonnetia stricta (EHFBs) e das folhas da Clusia lanceotata (EHFCl) linhagens celulares de câncer de mama MDA-MB-231 e MCF-7. Nossos resultados demonstraram que os extratos atuaram de forma citotóxica nas células de câncer de mama mais agressivas, MDA-MB-231, com IC50 de 168,2 e 76,96 µg/mL de EHFBs após 24 e 48h de tratamento, respectivamente e 62,66 µg/mL de EHFCl após 48 horas. Enquanto que, nas células MCF-7, foi visto um efeito citostático com IC50 de 106,9 e 171,4 µg/mL após 24 e 48 horas de tratamento com EHFBs, respectivamente, ao passo que o EHFCl exerceu efeito citotóxico mais significativo após 48 horas de tratamento com valor de IC50 de 74,72 µg/mL. Através da análise fitoquímica por UHPLC-MS/MS, propomos as seguintes substâncias anotadas: ácido quínico, orientina, quercetina 3-vicianosídeo, vitexina-2-O-ramnosídeo, isovitexina, homoorientina e ácido oleanólico, por meio do perfil de fragmentação e comparação com a literatura. Também demonstramos que o extrato gerou alterações na morfologia das células características de apoptose, suprimiu a migração celular em ambas as células, contudo na MDA-MB-231 foi através da regulação negativa de MMP-2. Além disso, o EHFBs desencadeou a parada do ciclo celular nas fases sub-G0/G1, G0-G1, S e G2/M, aumentou o número de células MCF-7 e MDA-MB-231 duplamente marcadas com AnexinaV e PI, característico de morte por apoptose tardia e diminuiu a produção de espécies reativas de oxigênio. Deste modo, observamos que a espécie Bonnetia stricta pode ser uma potencial candidata para isolar seus principais compostos químicos possivelmente pelos efeitos promissores in vitro que serão corroborados com as demais análises.
Palavras-chave:

Ver trabalho

Título: EFEITO DA HIDRÓLISE ÁCIDA SOBRE O METABOLISMO DE ELAGITANINOS DA CASCA E SEMENTE DE JABUTICABA (Myrciaria jaboticaba) EM INDIVÍDUOS EUTRÓFICOS
Autor: Rafael Bizarelo Ribeiro dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: O consumo de alimentos fonte de elagitaninos tem sido associado a diferentes benefícios para a saúde humana. No entanto, existe uma alta variabilidade interindividual na magnitude desses efeitos biológicos, o que pode ser atribuído principalmente à capacidade da microbiota de metabolizar os elagitaninos e seus derivados. Além disso, a forma como esses compostos estão ligados a matriz alimentar também pode influenciar a sua metabolização. Portanto, o objetivo desta dissertação foi investigar o impacto da hidrólise ácida no metabolismo dos elagitaninos da casca e semente da jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) em indivíduos eutróficos. Antes do início do estudo clínico foi realizada a investigação do efeito de condições de processamento (secagem e tempos de hidrólise ácida) na liberação de elagitaninos da matriz alimentar. O estudo clínico foi do tipo crossover randomizado cego, com a participação de 20 voluntários eutróficos (13 homens e 7 mulheres), que consumiram, em diferentes momentos, cápsulas contendo farinha de jabuticaba ou farinha de jabuticaba hidrolisada, com período de whashout de 14 dias. Amostras de urina foram coletadas nos seguintes intervalos após o consumo das cápsulas: 0-4 h, 4-8 h, 8-12 h, 12-24 h, 24-36 h, 36- 48 h e 48-72 h. Durante toda a coleta de urina e ao longo do estudo os voluntários restringiram completamente o consumo de fontes alimentares de elagitaninos. Os metabólitos urinários foram analisados por cromatografia líquida de alta eficiência. A melhor condição de processamento para aumentar o teor de ácido elágico solúvel foi obtida na casca e semente de jabuticaba desidratada em estufa (75 ºC por 22 h), hidrolisada com HCl 4 M a 90 ºC por 6 h, e posteriormente liofilizada (-50 ºC por 48 h). O teor de ácido elágico solúvel na farinha de jabuticaba hidrolisada foi 2,5 vezes superior comparado a farinha de jabuticaba. A análise dos metabotipos dos voluntários (n = 20) revelou que 45% foram classificados como metabotipo A, 40% como metabotipo B e 15% como metabotipo 0. O consumo da farinha de jabuticaba hidrolisada resultou em um aumento significativo na concentração urinária de urolitinas em comparação ao consumo da farinha de jabuticaba. Foi observada diferença na composição corporal e somatotipo entre os diferentes metabotipos, demonstrando que em indivíduos eutróficos a composição corporal e a forma corporal parecem estar relacionadas com a capacidade dos indivíduos em metabolizar os elagitaninos.
Palavras-chave: Jabuticaba, elagitaninos, ácido elágico, hidrólise ácida, metabotipos, urolitinas, composição corporal.

Ver trabalho

Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE O METABOLOMA NO TERCEIRO TRIMESTRE GESTACIONAL E O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL NO PRIMEIRO ANO DE VIDA
Autor: Samary da Silva Rosa Freire
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2024
Resumo: Introdução: Ainda é incerta a influência do metaboloma desfechos de seus filhos. Assim, o presente trabalho objetiva explorar a associação entre o metaboloma materno no terceiro trimestre gestacional e o crescimento e desenvolvimento infantil durante o primeiro ano de vida. Métodos: Coorte prospectiva de 98 pares de mães-filhos saudáveis foram acompanhados na linha de base (28-38 semanas gestacionais), ao nascimento, 1,6 e 12 meses pós-parto. A coleta do sangue materno foi realizada durante a linha de base, e posteriormente foi realizada a análise de metaboloma do tipo target utilizando a Cromatografia líquidaespectrofotometria de massa ou análise por injeção de fluxo-espectrofotometria de massa, onde foram determinados 132 metabólitos incluindo acilcarnitinas, lisofosfatidilcolinas (LPC), aminoácidos, aminas biogênicas, acil-aquil-fosfatidilcolinas (PC-O), diacilfosfatidicolinas (PC), esfingomielinas com (SM[OH]) e sem hidroxilas (SM) e hexoses. As informações de crescimento e desenvolvimento foram coletadas ao 1,6 e 12 meses após o nascimento, tendo adicionalmente informações de peso e comprimento ao nascimento. O escore-z do peso para idade, comprimento/estatura para a idade, peso para o comprimento/estatura, IMC para idade e perímetro cefálico para idade foram calculados com base nas curvas de crescimento da OMS. O desenvolvimento foi acessado a partir do ASQ-3 de acordo com os domínios: comunicação, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, resolução de problemas e pessoal/social. Modelos de regressão linear mista foram performados com a finalidade de testar associação entre o metaboloma materno e crescimento e desenvolvimento infantil. Todos os modelos foram ajustados para IMC pré-gestacional, 16 idade gestacional e peso ao nascer. Os valores de p-valor foram ajustados para correção de múltiplas comparações Benjamini-Hochberg. Resultados: Peso para idade, peso para comprimento e IMC para idade apresentaram associação positiva com o tempo, enquanto comprimento para idade e perímetro cefálico para idade não apresentaram. Além disso, os domínios de comunicação, resolução de problemas, habilidades motoras grossas e finas exibiram associações positivas com o tempo, enquanto as habilidades pessoais-sociais não apresentaram. Foi encontrada uma associação positiva entre espécies da classe LPC com o escore-z de peso para idade, e de algumas espécies da classe LPC e taurina com escore-z do peso para comprimento e algumas espécies da classe LPC e glicina com o IMC para idade. A leucina, metionina, triptofano e valina foram negativamente associadas com o domínio de habilidade de coordenação motora fina. Conclusão: Os resultados revelaram que diferenças no metaboloma ao final da gestação podem influenciar nos desfechos de crescimento e desenvolvimento de seus filhos.
Palavras-chave: crescimento infantil; desenvolvimento infantil; metaboloma; epidemiologia.

Ver trabalho

Instituto de Nutrição Josué de Castro – Nutrition Institute – UFRJ
Av. Carlos Chagas Filho, 373 – Bloco J 2° andar Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-902
Tel 55 21 3938 65 99

Secretaria de Pós-graduação – Academic Office
Av. Carlos Chagas Filho, 373 – Bloco J 2° andar, sala 09 Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-902
Tel 55 21 3938 6603

Pro-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa – Vice-Rector of Research and Pos-graduation
www.pr2.ufrj.br

Logomarca PPGN

Instituto de Nutrição Josué de Castro – Nutrition Institute – UFRJ

Av. Carlos Chagas Filho, 373 – Bloco J 2° andar Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-902

Tel 55 21 3938 65 99

Secretaria de Pós-graduação – Academic Office

Av. Carlos Chagas Filho, 373 – Bloco J 2° andar, sala 09 Cidade Universitária, Rio de Janeiro, RJ CEP 21941-902

Tel 55 21 3938 6603

Pro-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa – Vice-Rector of Research and Pos-graduation

www.pr2.ufrj.br