Título: EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NO COMER INTUITIVO SOBRE AS RESPOSTAS COMPORTAMENTAIS E METABÓLICAS EM ADULTOS COM SOBREPESO E OBESIDADE: UM ESTUDO PILOTO DE ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO
Autor: Dalcia Klimaczewski
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: O sobrepeso e a obesidade são problemas de saúde em todo o mundo, e o tratamento convencional baseado em dietas restritivas tem sido ineficaz a longo prazo. Estratégias que utilizam a avaliação das sensações de fome e saciedade para guiar a alimentação têm sido eficazes para promover a saúde. O objetivo da pesquisa foi avaliar os efeitos de uma intervenção baseada no comer intuitivo associado ao aconselhamento nutricional sobre as respostas comportamentais, físicas e metabólicas em adultos com sobrepeso e obesidade. Foi realizado um estudo piloto de um ensaio clínico randomizado com pré (T0) e pós-teste (T1). A amostra foi formada por 18 mulheres e 3 homens com IMC >25 Kg/m2 , entre 24 e 55 anos, randomizados em dois grupos: controle (n=11; aconselhamento nutricional) e comer intuitivo (n=10; aconselhamento nutricional + comer intuitivo) – seguiu-se o formato de grupo fechado. A amostra foi homogênea para a idade, IMC e características sociodemográficas. Foram aplicados o Questionário Holandês do Comportamento Alimentar (DEBQ), a Escala de Comer Intuitivo (IES-2), Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21), Escala de Satisfação com a Vida (ESV) e o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) e o diário alimentar de 3 dias. Foram realizados avaliação antropométrica e laboratorial para análise do perfil antropométrico e metabólico antes e após a intervenção. A intervenção consistiu em 8 sessões semanais no formato remoto e síncrono, com duração de no máximo 1 hora e meia. Foram 9 semanas de intervenção e 3 semanas de acompanhamento, totalizando 14 semanas. Não houve diferenças significativas intergrupos nos estilos alimentares, nas subescalas e no escore total do comer intuitivo. As variações intragrupos foram similares, com redução dos estilos alimentares emocional (controle=19,5 %; comer intuitivo=10,9 %) e externo (controle=17,7 %; comer intuitivo=12 %). O grupo controle aumentou a frequência de comportamento alimentar restritivo em 27 % e reduziu a pontuação na subescala “permissão incondicional para comer” em 9,4 %. No entanto, ambos os grupos apresentaram aumento no nível de comer intuitivo, mostrando que as intervenções tiveram efeitos semelhantes sobre o comportamento alimentar. Foram observadas associações inversas e significativas entre o estilo emocional e a subescala “comer por razões físicas e não emocionais”, e entre esses e as variáveis psicológicas, evidenciando a relação com o comer emocional. Pela avaliação dietética foi verificada redução de 10 % no consumo de alimentos ultraprocessados em ambos os grupos. Não houve efeito significativo das intervenções sobre as medidas de peso, IMC, perímetros da cintura e do quadril (entre 0,5 % e 1,9 %), e nível de atividade física, sendo as diferenças modestas e similares entre os grupos. Contudo, houve efeito significativo sobre a redução da glicemia (P=0,004) através de ambas as intervenções. Proteína C reativa não teve redução significativa e foi similar entre os grupos (~35 %). Ambos apresentaram redução modesta no HDL. O grupo comer intuitivo teve redução concomitante dos triglicerídeos e VLDL, enquanto o grupo controle aumentou em 17,7 % os valores de VLDL. Conclui-se que ambas as intervenções apresentaram benefícios aos participantes com sobrepeso ou obesidade nas respostas comportamentais, antropométricas e metabólicas. Devido à complexidade e multifatorialidade da obesidade, são necessárias mais pesquisas para a esclarecer a eficácia do comer intuitivo no tratamento da obesidade e suas possíveis associações com outras variáveis comportamentais e metabólicas.
Palavras-chave: Comer Intuitivo; Obesidade; Sobrepeso; Respostas Comportamentais; Respostas Metabólicas
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE MASSA MUSCULAR ESQUELÉTICA, MARCADORES INFLAMATÓRIOS E TAMANHO TUMORAL: PREDIÇÃO DE SOBREVIDA GLOBAL DE PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL
Autor: Gabrielle da Silva Vargas Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: O câncer é reconhecido como um problema de saúde pública global. A massa muscular esquelética (MME), a inflamação sistêmica e o tamanho do tumor são fatores importantes, cujas alterações podem levar a ocorrência de desfechos desfavoráveis em pacientes com câncer colorretal (CCR). Portanto, o objetivo da presente dissertação foi avaliar a associação entre a MME, inflamação sistêmica e o tamanho tumoral na predição da sobrevida global (SG) de pacientes com CCR. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva, onde foram incluídos todos os pacientes diagnosticados com CCR, com estadiamento de I a III, submetidos à ressecção cirúrgica, com imagens de tomografia computadorizada (TC) ao nível da terceira vértebra lombar disponíveis referentes ao período de até 90 dias antes da cirurgia, matriculados no Instituto Nacional de Câncer entre janeiro de 2007 até dezembro de 2015. As imagens de TC foram usadas para a avaliação do índice do músculo esquelético (IME). Os pacientes foram categorizados segundo os tercis fornecidos pela análise amostral, a menor MME foi definida de acordo com o primeiro tercil do IME (<46,39 cm²/m² para homens e <37 cm²/m² para mulheres). A inflamação sistêmica foi definida pela razão neutrófilo-linfócito (RNL), razão plaquetalinfócito (RPL), razão linfócito-monócito (RLM) e índice de resposta inflamatória sistêmica (IRIS). O tamanho do tumor, foi analisado pelo maior diâmetro horizontal, registrado no laudo patológico. A associação entre as variáveis e as classificações de MME foram exploradas por meio da realização de regressões logísticas múltiplas, com ajustes para idade e sexo, tendo como medidas de efeito o odds radio (OR) com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). O tempo entre a data do diagnóstico histopatológico e a data do óbito por qualquer causa foi utilizado para definir a SG. O modelo de riscos proporcionais de Cox ajustado para variáveis para as quais p<0,250 nas análises univariadas, foram controlados no modelo multivariado para verificar as razões de risco (HRs) com IC 95% das variáveis que foram capazes de predizer a mortalidade em 5 anos. Os resultados mostram que a menor MME foi significativamente associado à presença de inflamação sistêmica, avaliada por RNL (OR, 2.09; 95% CI, 1.09-4.06) e IRIS (OR, 2.09; 95% CI, 1.08-4.04). Além disso, a MME não pode predizer adequadamente a sobrevida dos pacientes avaliados (HR, 1.11; 95% CI, 0.71-1.75), porém a MME foi capaz de alterar a capacidade preditiva dos marcadores inflamatórios RNL (HR, 3.87; 95% CI, 1.29- 11.55) e IRIS (HR, 4.74; 95% CI, 1.69-13.25) e do tamanho do tumor (HR, 3.06; 95% CI, 1.36- 6.88) em pacientes com CCR. Em conclusão, os achados sugerem uma associação independente entre menor MME com níveis mais altos de RNL e SIRI. Além disso, a combinação dos níveis de MME com RNL, SIRI e tamanho do tumor podem ajustar a estimativa de mortalidade em 5 anos para pacientes com CCR.
Palavras-chave: neoplasias colorretais; músculo esquelético; inflamação; carga tumoral; sobrevida
Título: PREVALÊNCIA DA MÁ NUTRIÇÃO EM CRIANÇAS DE 6 A 23 MESES ACOMPANHADAS NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE E SUA ASSOCIAÇÃO COM O CONSUMO ALIMENTAR: DADOS DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL
Autor: Giovana Nigri Cursino
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: Introdução: A prevalência das formas de má nutrição vem aumentando ao longo do tempo, assim como a dupla carga de má nutrição. Estudos sugerem que a alimentação inadequada em quantidade e qualidade tem sido associada as diferentes formas de má nutrição, porém são escassas as informações acerca da dupla carga de má nutrição e o consumo alimentar em crianças brasileiras. Objetivos: Analisar as frequências das formas de má nutrição e a prevalência da dupla carga de má nutrição em crianças brasileiras de 6 a 23 meses e avaliar a associação entre os indicadores da alimentação complementar e o estado nutricional antropométrico. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, que utilizou dados secundários do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) de crianças de 6 a 23 meses no ano de 2019 referente as medidas antropométricas de peso e altura corporal, e as características sociodemográficas: macrorregião, participação no Programa Bolsa Família (PBF), idade e sexo. A partir do peso corporal e comprimento foi calculado o escore-Z segundo a OMS, e classificado o estado nutricional de baixa altura para idade pelo índice Altura para idade, e magreza, eutrofia, risco de sobrepeso, sobrepeso e obesidade pelo IMC para idade. A variável dupla carga de má nutrição foi definida com a presença de baixa altura para idade e excesso de peso (sobrepeso + obesidade) em uma mesma criança. Os indicadores da alimentação complementar de aleitamento materno continuado, alimentos fonte de ferro, de vitamina A, alimentos não saudáveis, bebidas adoçadas, diversidade alimentar mínima, zero hortaliças e frutas e introdução de sólidos e semissólidos foram calculados a partir das perguntas do formulário de marcadores de consumo alimentar do SISVAN (Anexo A). As análises estatísticas incluíram o cálculo de frequência absoluta (n) e relativa (%) com estimativas do Intervalos de Confiança de 95% (IC 95%). Além disso, foi realizada regressão logística ajustada para macrorregião, sexo, participação no Programa Bolsa Família (PBF) e idade para baixa altura para idade e dupla carga de má nutrição, e regressão multinomial ajustada para macrorregião, sexo, participação no PBF e idade para o IMC para idade. Resultados: A prevalência de dupla carga de má nutrição foi de 3,9%. A prevalência da baixa altura foi de 13,3%, 15,0% de excesso de peso e 3,4% de magreza. Os modelos ajustados observaram uma associação direta entre o consumo de alimentos fonte de ferro, vitamina A, diversidade alimentar mínima, consumo de alimentos não saudáveis, bebidas adoçadas e zero hortaliças e frutas e a dupla carga de má nutrição. Conclusão: As formas de má nutrição, incluindo a dupla carga de má nutrição, associamse diretamente com os indicadores da alimentação complementar, além de possuírem uma determinação social. Portanto, percebe-se que estudos que abordem a relação entre as formas de má nutrição e a alimentação complementar são importantes, visto que, é uma fase de formação de hábitos alimentares saudáveis e que impactam diretamente na saúde das crianças.
Palavras-chave: Má nutrição; Dupla carga de má nutrição; Estado Nutricional; Consumo alimentar; Alimentação Complementar; Criança; Vigilância Nutricional
Título: PERCEPÇÕES CORPORAIS E COMENSALIDADE NOS MEMES DA PANDEMIA
Autor: Lorena Silva Ribeiro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: O início da pandemia da Covid-19 em 2019 acarretou modificações abruptas no cotidiano das pessoas em todo o planeta. As adaptações necessárias às novas medidas de prevenção, principalmente o distanciamento social, provocaram mudanças de rotina, que, somadas ao estresse, também fruto da pandemia, acentuaram preocupações generalizadas sobre vulnerabilidade a excessos alimentares e a ganho de peso. Esses temores, foram refletidos em uma explosão de memes sobre o corpo e o comer. Os memes, no ambiente digital brasileiro, atuam não apenas como expressões, mas também como instrumentos de interpretação do entorno. De forma que ao observarmos seu consumo podemos compreender como a sociedade brasileira encarou o período da pandemia. Para isso, analisamos memes compartilhados em redes sociais durante o início da pandemia de Covid-19, com o objetivo de compreender de que maneira os memes se prestaram à expressão de negociações relacionadas ao corpo e à alimentação durante o período. O estudo se apoia em uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e interpretativo, amparado pelos pressupostos teóricos das Ciências Sociais e Humanas. O embasamento teórico desta pesquisa se fundamenta: na teoria da memética, explorando o fenômeno do consumo de memes no espaço digital e sua influência como prática social no contexto brasileiro; na emergência de uma positividade tóxica, conforme descrito por Han, dentro da realidade das sociedades pós-modernas; nas teorias do Riso e do Risível; e nos pressupostos subjacentes à construção da percepção do corpo sensível nesse contexto. Optamos pela metodologia da Análise de Discurso, como forma de discutir os sentidos e significados dos memes a partir da interface com as teorias do riso. Nosso intuito foi compreender as manifestações da linguagem presentes nos memes, considerando que ela é um jogo simbólico que vai além de uma leitura ingênua sobre a comicidade. Foram analisados e discutidos um total de 100 memes, ordenados e agrupados em 5 Núcleos de Sentido: Comida como marcador de rotina, Consumo de bebidas alcoólicas, Ganho de Peso, Projeto Fitness e Novos hábitos alimentares. Percebemos que os memes indicavam a internalização de um discurso moral pautado em um padrão cultural de magreza. Entretanto, observamos que a pandemia parece ter aberto um espaço para renegociações dos discursos da alimentação saudável. A valorização do corpo ativo e das práticas alimentares do universo fitness foram incorporadas à defesa da alimentação saudável como protetora da imunidade. A comida foi relatada como fonte de prazer, sendo um ponto alto na rotina monótona experimentada; o ganho de peso foi tratado como uma questão coletiva de maneira que, apesar de ainda visto como erro, era inevitável, o que o tornava aceitável, e, portanto, risível. Além disso, os memes indicaram mudança nos discursos de autorresponsabilização dos indivíduos em relação à manutenção de um corpo ativo, dando lugar ao relaxamento de tensões, com adequação de expectativas para a realidade possível dentro da pandemia.
Palavras-chave: Consumo de Alimentos. Mídias Sociais. Percepção Corporal
Título: MARCADORES DO CONSUMO ALIMENTAR E TRAJETÓRIAS DE CRESCIMENTO DURANTE OS PRIMEIROS ANOS DE VIDA: DADOS INDIVIDUAIS DO SISTEMA DE VIGILÂNCIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SISVAN)
Autor: Nathália Teixeira de Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: Introdução: O aleitamento materno (AM) é recomendado de forma exclusiva até o sexto mês de vida e após esse período deve ser complementado com alimentos saudáveis até pelo menos 2 anos. A interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo (AME), assim como a introdução da alimentação complementar com alimentos não saudáveis e/ou baixa diversidade podem acarretar alteração do estado nutricional ao longo do tempo. Métodos: Trata-se de análise longitudinal, com os microdados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) 2015-2019. A amostra foi composta por duas populações de pesquisa. Foram incluídas na população 1, crianças brasileiras que tinham informação de consumo alimentar entre 4-5 meses e que tinham pelo menos uma medida de peso e comprimento entre 6 e 23 meses. A 2 foi formada por crianças brasileiras que tinham informação de consumo alimentar entre 10-11 messes e que tinham pelo menos uma medida de peso e comprimento entre 12 e 23 meses. O consumo alimentar no dia anterior foi avaliado por meio de marcadores de consumo alimentar e as práticas de AM foram classificadas, como: AME, AM predominante, AM misto, AM complementado e ausência de AM. Os indicadores de consumo utilizados para avaliar a faixa etária de 10-11 meses foram: diversidade alimentar mínima, número de grupos de/alimentos ultraprocessados e bebidas adoçadas. Os índices de massa corporal para idade (IMC/I), comprimento para idade (C/I), e peso para idade (P/I) foram calculados em escores z de acordo com o padrão de crescimento da Organização Mundial da Saúde e classificado segundo recomendação do Ministério da Saúde. Foram utilizados modelos de regressão longitudinal com efeitos mistos ajustados por idade em meses, macrorregiões e participação no Programa Bolsa Família, reportando o coeficiente da regressão (β) e intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Resultados: Na população de pesquisa 1 a maioria das crianças entre 4 e 5 meses não estavam em AME (66,4%). No final do segundo ano de vida (13 a 23 meses) 2,1 % das crianças foram classificadas com baixo peso para idade, 33,18% com excesso de peso e 10,7% com baixo comprimento para idade. Crianças que estavam classificadas em AM misto (βinteração AM#idade =0,19; p<0,001), complementado (βinteração AM#idade = 0,09; p<0,001) e em 16 ausência de AM (βinteração AM#idade = 0,21; p<0,001) apresentaram trajetórias de IMC/I entre 6 e 23 meses com maior incremento de escore z por idade, quando comparadas a crianças em AME. Foi observada associação semelhante em relação ao C/I, as crianças classificadas em AM misto (βinteração AM#idade = 0,12; p<0,001), complementado (βinteração AM#idade = 0,03; p<0,020) e em ausência de AM (βinteração AM#idade = 0,10; p<0,001) apresentaram maior incremento no escore z de C/I entre 6 e 23 meses, quando comparadas as crianças em AME. Quanto ao P/I, também foram observadas trajetórias diferentes para crianças classificadas em AM misto (βinteração AM#idade = 0,22; p<0,001), complementado (βinteração AM#idade = 0,08; p<0,001) e em ausência de AM (βinteração AM#idade = 0,22; p<0,001), quando comparadas àquelas em AME. Entre as crianças na população de pesquisa 2, entre 10 e 11 meses foi observado que 45,1% (IC95%= 44,9;45,3) das crianças consumiram algum alimento/ grupo de alimento ultraprocessado no dia anterior. Aquelas que estavam em DAM apresentaram em média menores valores de escore z de IMC/I (βinteração DAM#idade=0,06; p= 0,002) e C/I (βinteração DAM#idade=0,82; p<0,001) ao longo do tempo. Crianças que consumiram 3 ou 4 grupos de ultraprocessados, apresentaram em média maiores valores de IMC/I (IC95%= 0,64;1,28; p <0,001 e C/I (IC95%= -1,05; -0,36; p <0,001) ao longo do tempo. Conclusão: Os resultados do presente estudo reforçam a importância do aleitamento materno exclusivo e da introdução da alimentação complementar diversa e adequada para o crescimento infantil adequado.
Palavras-chave: Aleitamento materno, crescimento corporal, alimentação complementar
Título: INVESTIGAÇÃO DOS LOCAIS DE AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS SEGUNDO A SEGURANÇA ALIMENTAR E NÍVEIS DE INSEGURANÇA ALIMENTAR NO BRASIL E REGIÕES
Autor: Roberta Teixeira de Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2023
Resumo: Introdução: A garantia de acesso igualitário e justo aos locais onde se adquirem alimentos desempenha um papel essencial na segurança alimentar e nutricional. Um comércio de alimentos bem desenvolvido tende a oferecer maior diversidade de alimentos saudáveis, contribuindo para reduzir a insegurança alimentar (IA). Por outro lado, em regiões com acesso limitado a estabelecimentos adequados e infraestrutura precária, a IA pode ser mais prevalente. Objetivo: Avaliar os locais de aquisição de alimentos de acordo com a segurança alimentar e níveis de IA em famílias brasileiras. Métodos: Utilizou-se microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018, analisando amostra representativa de 55.920 domicílios. A aquisição de alimentos foi coletada por registros da caderneta de aquisição coletiva do domicílio no período de sete dias. Os locais de aquisição de alimentos foram agrupados de acordo com suas características em (supermercados, pequenos mercados e feiras/hortifrutis). A segurança alimentar (SA) e os níveis de insegurança alimentar (IA) foram analisados por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Estimou-se as prevalências segundo os locais de aquisição de acordo com a segurança alimentar (SA) e níveis de IA do domicílio no país e regiões. Resultados: As feiras/hortifrutis apresentaram prevalências semelhantes entre domicílios em segurança alimentar e níveis de IA. Em relação às macrorregiões, famílias de domicílios em SA, localizados na região Nordeste, realizaram preferencialmente suas aquisições nos pequenos mercados (43,2%), enquanto nas regiões Sul (54,9%), Sudeste (53,6%) e Centro Oeste (52%), a aquisição foi significativamente maior nos supermercados (p-valor<0,001). Nas regiões Norte e Nordeste, os pequenos mercados foram os locais de maior aquisição de alimentos entre famílias com IA leve (48,3% e 49,5%, respectivamente; p-valor<0,001), enquanto que nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste os supermercados foram os locais de maior aquisição de alimentos entre famílias na mesma condição de IA (51%, 51,4%, 47,5% respectivamente; p-valor<0,001). Em todas as macrorregiões, nas famílias com as formas severas de IA, os pequenos mercados foram os principais locais de aquisição, sendo significativo nas regiões Norte e Nordeste (p-valor<0,001). Conclusão: Esses resultados ressaltam a importância de considerar a disponibilidade e acessibilidade dos diferentes locais de aquisição de alimentos ao analisar o acesso à alimentação adequada captada pelo indicador de IA. Além disso, enfatizam a necessidade de políticas e programas que visem melhorar o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade, especialmente para as famílias em situação de IA moderada ou grave, que tendem a depender mais dos pequenos mercados.
Palavras-chave: abastecimento alimentar, insegurança alimentar, ambientes alimentares, fatores socioeconômicos, pesquisa de orçamentos familiares.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS, ASPECTOS SOCIODEMOGRÁFICOS E EXCESSO DE PESO EM ESCOLARES RESIDENTES NO BIOMA DA MATA ATLÂNTICA DO MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRAS, RJ
Autor: Alessandra Alegre de Matos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: O aumento do consumo de alimentos ultraprocessados (AUP), acontece paralelamente, ao aumento da prevalência do excesso de peso e obesidade. Além disso, a desigualdade social presente no Brasil, tem impactado a situação nutricional da infância. Objetivo: Identificar o consumo de AUP e sua associação com determinantes sociodemográficos e o excesso de peso em escolares da rede municipal de ensino localizadas no entorno e abastecidas pelas microbacias dos rios Jundiá e das Ostras no bioma da Mata Atlântica do município de Rio das Ostras, RJ. Métodos: Estudo observacional de caráter transversal composto por 420 escolares de 6 a 10 anos. Dados do consumo alimentar foram coletados por meio do Questionário Alimentar do Dia Anterior; dados antropométricos através do peso, estatura; e dados sociodemográficos, através de questionário autopreenchido pelo responsável. Para análise do consumo alimentar foi utilizado a classificação NOVA e o estado nutricional foi classificado, segundo o IMC/idade-OMS, e analisadas a escolaridade materna, renda familiar, benefício bolsa família e cor da pele. Resultados: Observou-se que o consumo de AUP pelos escolares na dieta do dia anterior foi de 98,2% e os alimentos mais citados foram o grupo da bolacha e pão, refrigerantes e sucos artificiais e achocolatado com leite. Quanto aos dados sociodemográficos, 67,3% da escolaridade materna foi > de 8 anos de estudo; 43,3% dos pais ou responsáveis recebiam mais de 1 a 2 salários mínimos; 48,1% eram beneficiários do bolsa família e 73,7% autorreferiam-se pardos e pretos. Apresentaram excesso de peso e obesidade 30,1% e 14,8% dos escolares, respectivamente. Houve uma associação entre o maior índice de massa corporal e um menor consumo de iogurte (p<0,009). O grupo não beneficiário do bolsa família apresentou um consumo de 60,8% de achocolatado com leite comparado aos 43,2% do grupo beneficiário (p<0,045). Os escolares pardos e pretos apresentaram um consumo de 81,7% de bolacha e pão comparados aos 62,2% dos brancos (p<0,025). Conclusão: O consumo de alimentos ultraprocessados foi elevado entre os escolares. Considerando as variáveis do estudo, não ser beneficiário do programa bolsa família e ser pardo e preto foram determinantes para o consumo de ultraprocessados, enquanto que o excesso de peso não foi associado a este grupo de alimentos. Sugere-se políticas públicas voltadas ao ambiente escolar para os escolares residentes no bioma da Mata Atlântica, com atividades educativas de alimentação e nutrição com as crianças e seus responsáveis.
Palavras-chave: dieta, alimentação e nutrição, consumo alimentar, sobrepeso, obesidade, escolares
Título: EVOLUÇÃO DE FATORES DE RISCO CARDIOVASCULAR RELACIONADOS AO ESTADO NUTRICIONAL E CONTROLE METABÓLICO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES TIPO 1 NO PERÍODO DA PANDEMIA POR COVID-19
Autor: Daniella Rodriguez Curval
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Objetivo: Avaliar a evolução dos fatores de risco cardiovascular relacionados ao IMC e ao controle metabólico de crianças e adolescentes com Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) no primeiro ano da pandemia por COVID-19. Métodos: Estudo de coorte, retrospectivo, por meio da análise de prontuários de pacientes atendidos no Rio de Janeiro com idade entre 2 e 16 anos e diagnóstico há pelo menos 1 ano no início da pesquisa. Foram coletados dados da trajetória de IMC para idade (IMC/I) e estatura para idade (E/I), perfil lipídico e controle glicêmico. A análise estatística incluiu modelos de regressão linear longitudinal brutos e ajustados de efeitos mistos e o critério de determinação de significância foi o nível de 5%. Resultados: Participaram 136 pacientes, 74,3% com idade ≥10 anos e 66,2% com tempo de diagnóstico ≥ 5 anos. No baseline houve predominância das prevalências de estatura adequada para a idade (97,8%) e de eutrofia (66,2%). 68,2% dos pacientes apresentaram valor de hemoglobina glicada maior que a meta, 24% triglicerídeos (TG) alto, 40,4% colesterol total (CT) alto, 22,1% lipoproteína de baixa densidade (LDL-c) alto, 19% de não-HDL-c alto e 14,4% baixos níveis de lipoproteína de alta densidade (HDL-c). Ao longo do seguimento houve aumento do IMC/I; TG, CT e não-HDL-c. Conclusão: Durante a pandemia houve aumento no IMC/I e piora no perfil lipídico de crianças e adolescentes com DM1, o que pode contribuir para o aparecimento precoce de complicações relacionadas a doença, destacando a importância de ações de saúde voltadas para esse público.
Palavras-chave: Risco cardiovascular; Diabetes Mellitus; Controle glicêmico, Dislipidemia; Obesidade; Pandemia COVID-19.
Título: A RELAÇÃO ENTRE DESIGUALDADES SOCIAIS E INSEGURANÇA ALIMENTAR EM DOMICÍLIOS CHEFIADOS POR PESSOAS IDOSAS DO BRASIL
Autor: Eloah Costa de Sant Anna Ribeiro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: O envelhecimento populacional do Brasil não está associado à equidade. Esses fatores alocam o idoso para uma situação de fragilidade e vulnerabilidade, sendo inerente a presença da desigualdade social. Diante do contexto econômico-social, o acesso à alimentação em quantidade adequada e suficiente pode ter repercussões em possíveis níveis de insegurança alimentar (IA). Objetivo: Analisar as desigualdades sociais em idosos e em domicílios chefiados por idosos e a sua influência sobre níveis de IA. Métodos: Estudo transversal, descritivo e analítico com a amostra de idosos e domicílios com responsáveis de família idosos, a partir dos microdados da Pesquisa de Orçamentos Familiares, executada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no biênio de 2017-2018. Foram realizadas investigações sobre as características socioeconômicas e demográficas dos idosos, e também a IA, aferida por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar. Analisou-se, considerando os respectivos pesos amostrais, a média, erro padrão e o teste t-student, assim como os percentuais, intervalos de confiança e análises de regressão, sendo multinomial (artigo 1) e logística (artigo 2). Resultados: Foram identificados 26.199 indivíduos idosos e, destes, 16.314 foram considerados chefes de domicílio. Identificaram-se regiões com melhores condições de vida, como Sudeste e Sul, e maiores proporções de idosos residiam nessas regiões. A região Sul incluiu maior proporção de pessoas autodeclaradas brancas; a região Sudeste maior escolaridade; as regiões Norte e Nordeste apresentaram-se associados aos piores indicadores sociais. A menor escolaridade e renda apresentaramse como norteadores do maior nível de IA em domicílios chefiados por idosos, e ainda, podem estar associados a outras características como o gênero, raça e local de moradia do domicílio da família. Compreendeu-se que a situação de IA apresentou-se além da renda, mas correlacionando-se ao local de moradia na região Norte e Nordeste; o sexo feminino; a raça/cor autodeclarada preto, amarelo e indígena; baixa escolaridade; e a não garantia do recebimento de benefícios sociais ou a aposentadoria e pensão. Conclusão: Foram evidenciados fatores sociais e econômicos que impactam na qualidade de vida de idosos, podendo ser associado à situação de IA. Os dados intensificam a necessidade de um olhar diferenciado para a população idosa brasileira.
Palavras-chave: Idoso; Desigualdades sociais; Segurança Alimentar e Nutricional; e Insegurança Alimentar.
Título: HÁBITOS DE REALIZAÇÃO DE DESJEJUM, ALMOÇO E JANTAR EM ADOLESCENTES BRASILEIROS
Autor: Geisa Gabriela Barbosa Rodrigues
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Os hábitos de realização de refeições são importantes pelo seu possível impacto na saúde e na nutrição e por estarem relacionados à qualidade da dieta. O objetivo do estudo foi avaliar os hábitos de realização de refeições e sua associação com características sociodemográficas, de estilo de vida e indicadores antropométricos em adolescentes brasileiros. Foram analisados dados de 71.740 adolescentes de 12 a 17 anos de idade matriculados nos três últimos anos do Ensino Fundamental e no Ensino Médio, em escolas públicas e privadas participantes do ERICA (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), realizado em 2013-14, estudo transversal, multicêntrico, de base escolar e de representatividade nacional. O consumo alimentar foi avaliado por recordatório de 24h, incluiu o relato dos alimentos e bebidas consumidos no dia anterior à entrevista, quantidades, forma de preparação, local e horário de consumo. As informações sobre o horário de consumo foram utilizadas para identificar as ocasiões de consumo. Para designar as refeições, o método utilizado foi o estabelecimento inicial de uma faixa de horário para cada refeição principal segundo alimentos marcadores, e posteriormente o primeiro evento alimentar durante o período de tempo estimado para avaliação da composição nutricional das refeições. As variáveis explanatórias exploradas quanto a associação com os hábitos de realização de refeições foram: características sociodemográficas (sexo, faixa etária, cor da pele, tipo de escola, turno de estudo e região geográfica), estilo de vida (duração de sono, prática de atividade física e tempo de tela) e indicadores antropométricos (condição de peso, e perímetro da cintura). Para tanto foram utilizados modelos de regressão logística binária. As análises estatísticas foram realizadas no software SAS® (Statistical Analysis System) On demand for Academics considerando os pesos amostrais e o efeito do desenho amostral. A proporção dos adolescentes que realizaram o desjejum, o almoço e jantar, foram de 77%, 96% e 95%, respectivamente. Observou-se maior chance de omissão do desjejum entre meninas (OR: 1,3); estudantes de escola pública (OR: 1,5) e do turno da tarde (OR: 1,5); residentes das regiões sudeste (OR: 1,5) e sul (OR: 2,2); os que tinham duração de sono não apropriada (OR: 1,4); sedentários (OR: 1,3) e os que relataram tempo de tela elevado (OR: 1,3) A omissão do almoço foi associada a estudar no período da tarde (OR: 2,6), a residir na região Sudeste (OR: 1,8) e a ter excesso de peso (OR: 1,4). A omissão do jantar foi associada ao sexo feminino (OR: 1,4) e a residir na região norte (OR: 1,5). Estudar no período da tarde associou-se à menor omissão do jantar (OR: 0,6). Os grupos de alimentos mais consumidos nessas refeições incluíram alimentos típicos e tradicionais da dieta brasileira, como café, leite, arroz e feijão, e alimentos não saudáveis como refrigerantes, pizzas, salgados fritos e assados e guloseimas. A realização do almoço e do jantar era quase universal no grupo investigado, contudo, o desjejum foi omitido por uma parcela significativa desses adolescentes. Ser do sexo feminino e estudar no turno da tarde foram as condições com maior chance de omissão de refeições. Os hábitos de realização de refeições devem ser alvo de estratégias de promoção da alimentação saudável.
Palavras-chave: Adolescente. Brasil. Consumo de Alimentos. Hábitos de Refeição.
Título: EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D E CÁLCIO SOBRE A RESISTÊNCIA À INSULINA EM GESTANTES COM PERIODONTITE ATENDIDAS NA ATENÇÃO BÁSICA
Autor: Hellen Cristine de Souza Ataliba
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: A resistência à insulina (RI) durante a gestação é considerada uma condição metabólica fisiológica. Entretanto, patologias inflamatórias como a doença periodontal (DP) podem aumentar RI durante o período gestacional, contribuindo para desfechos indesejáveis como o diabetes mellitus gestacional (DMG). Estudos sobre a suplementação de vitamina D e cálcio em gestantes apresentam resultados favoráveis no controle da RI e prevenção do DMG. Objetivo: Analisar o efeito da suplementação de vitamina D e cálcio sobre a variação dos índices de resistência e sensibilidade à insulina em gestantes com periodontite atendidas na Atenção Básica. Metodologia: Ensaio clínico randomizado de viabilidade com 69 gestantes realizado no Rio de Janeiro, Brasil. As mulheres foram agrupadas em dois grupos: Grupo intervenção (GI), que receberam sachês fortificados com 1000 UI de vitamina D e 500 mg de cálcio, e Grupo controle (GC), que receberam sachês com placebo. As participantes foram orientadas a consumir os sachês com leite em pó semidesnatado 2 vezes/dia durante toda a gestação e as avaliações ocorreram em dois momentos: no segundo trimestre (linha de base) e no terceiro trimestre gestacional. Foram incluídas gestantes de 18 a 45 anos, com idade gestacional (IG) ≤ 20 semanas e diagnóstico de DP. Foram excluídas as gestantes com diagnóstico de HIV/ AIDS, sífilis, diabetes mellitus tipo I e II, DMG, hipertensão arterial sistêmica, doença hipertensiva específica da gravidez (DHEG), doenças da tireoide, hiperparatiroidismo, história pregressa ou história familiar de cálculo renal, intolerância à lactose ou alergia ao leite, cavidade dental extensa ou cárie dental severa. Na linha de base foram coletadas informações sociodemográficas, antropometria, índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional e parâmetros periodontais das participantes. Nos dois momentos do estudo foram coletados dados de consumo alimentar e parâmetros bioquímicos como glicemia, insulina e triglicerídeos em jejum, vitamina D sérica e cálcio sérico. A RI foi avaliada através do índice triglicerídeos-glicose (TyG), do modelo de avaliação da homeostase de resistência à insulina (HOMA-IR), e do índice quantitativo de verificação de sensibilidade à insulina (QUICKI). As análises estatísticas incluíram: teste qui-quadrado ou teste exato de Fisher, teste t de Student, teste Wilcoxon-Mann-Whitney, e modelos lineares de efeito misto. Resultados: Os maiores valores do índice TyG associaram-se positivamente com o aumento da IG ao longo do tempo no modelo sem ajuste (ß=0,01; DP=0,003; p-valor0,05). Conclusão: Não houve efeito da suplementação de vitamina D e cálcio sobre a RI nas gestantes com DP.
Palavras-chave: gestante, periodontite, resistência à insulina, suplementação de vitamina D e cálcio.
Título: AVALIAÇÃO DE INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS E METABÓLICOS DE INDIVÍDUOS COM OBESIDADE, SUBMETIDOS AO BYPASS GÁSTRICO EM Y-DE- ROUX E SLEEVE EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NO RIO DE JANEIRO: UM ESTUDO LONGITUDINAL
Autor: Hilana Moreira Paiva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença crônica e multifatorial de difícil controle reconhecida, mundialmente, como um problema de saúde pública. Também é fator de risco para outras morbidades como hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, diabetes mellitus (DM), doenças hepáticas entre outras. A cirurgia bariátrica e metabólica (CBM) constitui um tratamento eficaz para a obesidade grave e suas comorbidades, sendo destacadas as técnicas Bypass gástrico em Y-de-Roux (BGYR) e Sleeve. No entanto, não está totalmente elucidado quais os efeitos dessas técnicas, anatomicamente distintas, nos indicadores antropométricos e bioquímicos dos pacientes. Objetivo: Avaliar indicadores bioquímicos, antropométricos e clínicos de indivíduos com obesidade submetidos à CBM pelas técnicas BGYR e Sleeve. Métodos: Estudo transversal, retrospectivo, com dados coletados a partir de prontuários médicos e registros da equipe de nutrição do Programa de Obesidade e Cirurgia Bariátrica (PROCIBA) no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos, adultos e idosos, diagnosticados com obesidade grave e distribuídos em dois grupos conforme a técnica cirúrgica a qual foram submetidos. Foram analisados dados antropométricos (peso corporal, estatura e perímetros de cintura (PC), abdômen (PA) e quadril (PQ)) e calculados o índice de massa corporal (IMC) e percentual de perda de excesso de peso (%PEP). Dados laboratoriais como lipidograma, hemograma, eletrólitos e marcadores de função renal e hepática também foram avaliados. Todas as variáveis foram analisadas nos períodos pré-operatório, 6 meses e 12 meses pós-operatórios (PO). Para a análise estatística foi utilizado o Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) versão 22.0, considerando p<0,05. Resultados: Foram incluídos 91 indivíduos (BGYR = 45; Sleeve = 46). No PO de 6 meses, o grupo Sleeve apresentou obesidade grau I e o grupo BGYR, grau II. Após 12 meses, os grupos apresentaram obesidade grau I. Em ambas as técnicas, houve redução significativa em todos os indicadores antropométricos do período basal para 12 meses e do 6º para o 12º mês PO. Entretanto, foi observada maior redução de peso corporal e PC entre 6 e 12 meses PO no BGYR. O IMC apresentou maior redução neste grupo, tanto na comparação do período basal para 12 meses quanto de 6 para 12 meses PO. Porém, o %PEP não foi diferente entre as técnicas. Considerando o perfil glicídico, ambas as técnicas promoveram redução da glicemia comparando o período basal com 6 e com 12 meses PO, porém, o grupo BGYR reduziu mais a glicemia que o Sleeve em 12 meses. Além disso, somente o BGYR promoveu redução da hemoglobina glicada comparando o basal com 6 e 12 meses. Para perfil lipídico, as técnicas obtiveram resultados semelhantes, com aumento de HDL-c em todo o período avaliado, aumento de colesterol total (CT), particularmente nos primeiros 6 meses PO, redução de LDL-c, de 6 meses para 12 meses de PO, redução de VLDL-c, triglicerídeos e lipídios totais (LT) do basal para 6 e para 12 meses PO. Porém, os LT aumentaram de 6 para 12 meses no Sleeve. Considerando o hemograma, também ambas as técnicas promoveram redução de hemácias na comparação basal até os 12 meses PO. Analisando a variação do hematócrito, houve redução do basal para 12 meses em ambas as técnicas. Em relação aos indicadores hepáticos, o Sleeve promoveu redução da transaminase oxalacética (TGO) do basal até 12 e de 6 para 12 meses PO. A transaminase glutâmico pirúvica (TGP) reduziu em ambas as técnicas do basal para 6 e 12 meses PO. Avaliando os demais marcadores hepáticos, observa-se que os valores de gama-glutamil transferase reduziram do basal para 6 e 12 meses em ambos os grupos. No BGYR, a bilirrubina total aumentou do basal para 6 e reduziu de 6 para 12 meses PO, já no Sleeve aumentou do basal para 6 e 12 meses PO. A bilirrubina direta reduziu somente no BGYR do basal para 12 meses PO. Quanto aos marcadores renais, observou-se variação dos valores de ureia, com redução do basal para 12 meses no BGYR, mesmo observando que esse indicador aumentou de 6 para 12 meses PO. A creatinina reduziu no Sleeve. Quanto as proteínas plasmáticas, o BGYR promoveu redução da proteína total (PT) do basal para 12 e de 6 para 12 meses PO, enquanto no Sleeve a PT aumentou no mesmo período. A albumina aumentou do basal para 12 meses PO somente no Sleeve. O eletrólito sódio aumentou no Sleeve e no BGYR, do basal para 6 e 12 meses PO. Somente no Sleeve houve aumento na variação de potássio do basal para 12 meses. Na comparação entre grupos de cirurgia, o BGYR se manteve mais efetivo na melhora do perfil glicídico e o Sleeve mostrou maior redução de TGP em 6 e 12 meses PO. Conclusão: As técnicas cirúrgicas se mostraram efetivas na perda de peso, sem diferenças entre grupos, porém o BGYR resultou em maior variação destes indicadores antropométricos. O BGYR se mostrou mais efetivo na melhora do perfil glicídico. Ambas as técnicas foram semelhantes na melhora do perfil lipídico e na redução dos marcadores do hemograma. Quanto aos marcadores hepáticos, o BGYR promoveu mais alterações positivas no conjunto dos indicadores, apesar do Sleeve ter se destacado na redução da TGP. Para marcadores renais, o Sleeve se destaca pela redução da creatinina, apesar do aumento dos eletrólitos avaliados. De forma geral, considera-se que as duas técnicas analisadas resultaram em melhora metabólica geral.
Palavras-chave:
Título: INFLUÊNCIA DA INGESTÃO DE BARRA DE CEREAL FORTIFICADA COM QUERCETINA SOBRE VARIÁVEIS CORPORAIS, BIOQUÍMICAS E DESEMPENHO FÍSICO DE MILITARES: ENSAIO CLÍNICO RANDOMIZADO CONTROLADO POR PLACEBO
Autor: Jaqueline Moreira Curtis Peixoto
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: O uso de compostos antioxidantes, como a quercetina, tem despertado interesse pela necessidade de amenizar o estresse oxidativo e a fadiga muscular associados ao treinamento militar, de modo a otimizar o desempenho físico. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da ingestão de uma barra de cereal fortificada com quercetina sobre variáveis corporais, bioquímicas e desempenho físico de fuzileiros navais da Marinha do Brasil. Em um ensaio clínico randomizado controlado por placebo, 18 militares foram distribuídos entre grupo quercetina (n=9) e placebo (n=9). Foram avaliados indicadores antropométricos e de composição corporal (densitometria óssea de dupla absorção de raio-x), perfil bioquímico (marcadores de perfil lipídico e dano celular) e desempenho físico (testes de corrida, preensão manual e salto em distância), na linha de base e após 58 dias de intervenção nutricional. Avaliou-se ainda o consumo alimentar (5 recordatórios de 24h ao longo do estudo). Após 58 dias de tratamento, o grupo quercetina apresentou redução de massa gorda, aumento de massa magra, redução do tempo de corrida e aumento da distância do salto após a corrida. Comparando os grupos estudados, o placebo apresentou melhor desempenho no teste de preensão manual (mão direita), após as corridas realizadas em T0 e em T58. Placebo e quercetina apresentaram aumento das concentrações séricas de colesterol total, porém, este aumento foi menor no grupo quercetina. Os resultados obtidos neste estudo sugerem que a quercetina foi capaz de otimizar a resposta ao treinamento físico, reforçando as evidências de seu potencial ergogênico. Contudo, mais pesquisas são necessárias a fim de confirmar os efeitos da quercetina e estabelecer doses específicas e tempo de administração, visando à melhora do desempenho físico.
Palavras-chave: treinamento militar; exercício de alta intensidade; quercetina; composição corporal; biomarcadores de dano celular; perfil lipídico.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE A ESCOLARIDADE MATERNA E O CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS EM CRIANÇAS BRASILEIRAS MENORES DE CINCO ANOS: RESULTADOS DO ESTUDO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INFANTIL (ENANI-2019)
Autor: Juliana Vieira de Castro Mello
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: O consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) vem aumentando em todo o mundo, inclusive entre as crianças. A escolaridade materna tem sido altamente associada ao consumo de AUP pelas crianças, mas não está claro se essa associação tem a mesma direção nas diferentes faixas etárias da criança. Objetivo: Estimar a associação entre escolaridade materna e grupo de consumo de AUP em crianças brasileiras menores de 5 anos, em diferentes faixas etárias. Métodos: Trata-se de um subprojeto derivado do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), um inquérito populacional de base domiciliar. Foram avaliadas 14.558 crianças menores de 5 anos residentes em 123 municípios brasileiros. Um questionário estruturado foi utilizado para definir o consumo de AUP, com 9 grupos de AUP (definidos de acordo com a classificação NOVA) no dia anterior à entrevista. A escolaridade materna foi categorizada em ≤7; 8-11 e ≥12 anos de escolaridade. Médias, desvio padrão e intervalo de confiança de 95% do consumo de AUP foram descritos. Foi realizado um modelo de regressão múltipla de Poisson, incluindo um termo de interação entre a escolaridade materna e a idade da criança. Os fatores de confusão foram selecionados usando um gráfico acíclico direcionado. (DAG – do inglês: Directed Acyclic Graph) Os valores previstos de consumo de AUP foram estimados a partir dessa interação. Resultados: A prevalência de consumo de pelo menos um grupo de AUP foi de 81% em crianças brasileiras. Os grupos de AUP mais consumidos foram os biscoitos/bolachas salgadas (51,0%), seguidos das bebidas açucaradas (37,5%). Crianças de 6−11 meses tiveram menor número médio de consumo de AUP quando a escolaridade materna era ≥12 anos (0,73[IC95%:0,48−0,98]) em comparação a ≤7 (1,55[IC95%:1,18−1,92]) e 8 -11 (1,40[IC95%:1,19−1,61]. No modelo de interação ajustado, as crianças filhas de mães negras tiveram maior consumo de grupos de AUP (β=0,10;p=0,006]) em comparação com as brancas. Houve uma diferença estatisticamente significativa interação entre escolaridade materna e idade da criança (p<0,001). Valores preditos revelaram que até 8 meses, crianças filhas de mães com maior escolaridade materna tiveram consumo estatisticamente significativamente menor de AUP. Conclusão: Conclui-se que a escolaridade materna ≥12 anos (em comparação com ≤7) foi associada com menor consumo de AUP até 8 meses.
Palavras-chave: Consumo alimentar; Alimentos ultraprocessados; Alimentação Infantil; Inquérito populacional; Crianças Pré-Escolares.
Título: ESTADO NUTRICIONAL DE VITAMINA B12 E FOLATO EM CRIANÇAS BRASILEIRAS DE 6 A 59 MESES: DADOS DO ESTUDO NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO INFANTIL (ENANI-2019)
Autor: Keronlainy Silva Salvatte Nunes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: A vitamina B12 e o folato são nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento infantil adequado, mas pouco se sabe sobre o estado dessas vitaminas em crianças brasileiras menores de 5 anos e são escassas informações sobre a relação entre as concentrações sérica de folato e a deficiência de vitamina B12 nesta faixa etária. Objetivo: Descrever o estado nutricional de vitamina B12 e folato, estimar a direção e a magnitude da associação entre altas concentrações de folato e deficiência de vitamina B12 em crianças brasileiras entre 6 e 59 meses de idade. Métodos: Foram utilizados dados da Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), inquérito populacional de base domiciliar realizado em 123 municípios brasileiros dos 26 Estados da Federação e no Distrito Federal, com crianças menores de 5 anos. A amostra do ENANI-2019 é representativa das macrorregiões brasileiras, de faixas etárias e sexo. Para o presente estudo foram analisados dados de 7.417 crianças de 6 a 59 meses que possuíam informações sobre vitamina B12 e concentrações séricas de folato. As crianças com concentrações séricas de vitamina B12 <150 pmol/L e folato <10 nmol/L foram classificadas com deficiência. Crianças com folato sérico >45,3nmol/L foram classificadas com altas concentrações de folato. A análise estatística incluiu modelos de regressão logística brutos e ajustados. Para definição do ajuste dos modelos foi construído diagrama acíclico não direcionado (DAG), que permitem a identificação do conjunto mínimo, mas suficiente de variáveis de ajuste (idade, escolaridade da mãe, consumo de alimentos fontes no dia anterior e consumo de alimentos ultraprocesados). Foram estimadas razões de chance (OR, do inglês odds ratio) e os intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Todas as análises consideraram o desenho amostral complexo. Resultados: No Brasil 14,1% (IC95%: 12,2; 16,1) das crianças de 6 a 59 meses tinham deficiência de vitamina B12, 1,1% (IC95%: 0,5; 1,6) tinham deficiência de folato e 36,9% (IC95%: 33,4; 40,3) apresentaram altas concentrações de folato. Foi observada maior prevalência de deficiência de vitamina B12 em crianças da região Norte do Brasil quando comparadas a crianças das demais macrorregiões. A prevalência também foi maior em crianças de 6 e 23 meses (quando comparadas àquelas maiores de 24 meses), que tinham mães com menor escolaridade (0-7 anos de estudo vs. 8 anos ou mais) e classificadas no menor tercil do Indicador Econômico Nacional (IEN) (quando comparadas àquelas classificadas no 3º tercil). Crianças com altas concentrações séricas de folato tiveram chance 59% menor (OR: 0,41; IC 95%: 0,30; 0,57) de apresentar deficiência de vitamina B12 em comparação com crianças sem altas concentrações. Conclusão: Mais de uma em cada dez crianças brasileiras tem deficiência de vitamina B12 no Brasil, a deficiência de folato (1,1%) não é um problema de saúde pública no Brasil e mais de 30% das crianças tem altas concentrações de folato. Crianças com altas concentrações séricas de folato tiveram menor chance de apresentar deficiência de vitamina B12.
Palavras-chave: Deficiência de vitamina B12, Deficiência de folato, Altas concentrações de folato, Crianças.
Título: CONSUMO ALIMENTAR, CARGA GLICÊMICA E INDICADORES LABORATORIAIS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1 EM USO DO MÉTODO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS
Autor: Larissa Almenara Abreu Moreira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus tipo 1 (DM1) é caracterizado como uma doença autoimune cuja ocorrência crônica de hiperglicemia se deve pela interrupção da produção de insulina. Até o presente momento, não há cura para o DM1 e o tratamento envolve um tripé: utilização de terapia com insulina exógena para restabelecer as concentrações de glicose no sangue, terapia nutricional e prática de atividade física regular. As estratégias de contagem de carboidratos (CCHO) e cálculo da carga glicêmica (CG) da dieta impactam no controle da glicose sanguínea. Portanto, a avaliação da CG em pacientes com DM1 em uso da CCHO permitirá analisar o efeito do consumo alimentar em indicadores laboratoriais, antropométricos e na sintomatologia gastrointestinal. O presente estudo teve como objetivo comparar o consumo alimentar, CG da dieta, indicadores laboratoriais e sintomatologia gastrointestinal de indivíduos do grupo controle e com DM1 utilizando o método de CCHO e também de grupos entre pacientes com DM1 divididos pelo tipo de tratamento com insulina e método de CCHO. Casuística e métodos: Trata-se de um estudo observacional, coorte prospectiva, com 20 indivíduos com DM1 em uso da CCHO (GT) e 16 indivíduos saudáveis (GC), pareados em idade e IMC ao GT. Foram avaliadas variáveis antropométricas, laboratoriais (lipemia e glicemia), clênicas (escala de Bristol e sintomas gastrointestinais), de consumo alimentar e CG. Resultados: O indicadores antropométricos, de consumo alimentares e CG não diferiram entre grupos. Quanto aos indicadores laboratoriais, houve diferença significativa entre as variáveis glicemia (p = 0,00), hemoglobina glicada (p = 0,00), glicemia média estimada (p = 0,00) e frutosamina (p = 0,00), sendo os valores superiores para GT. Ao comparar ingestão dietética entre métodos de CCHO (avançado ou básico/intermediário), verificou-se maior ingestão calórica (p = 0,02), de lipídios (p = 0,01), ácidos graxos monoinsaturados(AGMI) (p = 0,00) e ácidos graxos polinsaturados (AGPI) (p = 0,02) e menor ingestão proteica (p = 0,01) nos pacientes em realização do método avançado. Ambos os grupos apresentavam baixo consumo de fibras, elevado de sacarose e moderada CG da dieta. Para os diferentes tipos de tratamentos com insulina foi visto que a glicemia de jejum (p = 0,04) foi superior para o indivíduos em tratamento de múltiplas doses de insulina (MDI), e àqueles em sistema de infusão contínuo de insulina (SICI) consumiram mais AGMI e menos CHO. Conclusão: O perfil glicêmico diferiu entre pessoas com e sem DM1. GT e GC apresentavam baixo consumo de fibras e elevado em sacarose, além de dieta de CG moderada. Foi possível identificar que o método avançado de CCHO favorece o consumo mais elevado de calorias e lipídios, com prioridade para AGMI. Quanto ao tipo de tratamento, a glicemia foi superior em quem realizava o tratamento de MDI. Indivíduos em SICI apresentaram um consumo mais elevado de AGMI e reduzido de carboidratos.
Palavras-chave: diabetes mellitus tipo 1, contagem de carboidratos, carga glicêmica, consumo alimentar, controle glicêmico.
Título: AVALIAÇÃO DE DIFERENTES ESTRATÉGIAS PARA MEDIDA DO GASTO ENERGÉTICO EM REPOUSO EM ADOLESCENTES ATLETAS
Autor: Victor Zaban Bittencourt
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2022
Resumo: Um dos principais componentes do gasto energético total é o gasto energético em repouso (GER), e sua mensuração apropriada é fundamental para uma prescrição nutricional adequada para atletas adolescentes. O principal método de mensuração de GER é calorimetria indireta (CI), entretanto, o seu acesso é complexo devido ao alto custo e com protocolos de avaliação extensos e desconfortáveis. Sem acesso ao equipamento, é recomendado a avaliação pelas equações de predição. Entretanto, as equações preditivas comumente usadas, muitas vezes não são adequadas para populações específicas tornando o valor final inapropriado. Sabendo que, a estimativa energética precisa é crucial para o desempenho físico ideal entre atletas e para o seu desenvolvimento na fase puberal, o objetivo principal foi propor equações de predição de GER para atletas adolescentes brasileiros, avaliando também, a possibilidade da criação de um novo método de mensuração por CI mais curto. Para o desenvolvimento das equações, 98 atletas (42 mulheres), de diversas modalidades, realizaram a mensuração de GER por CI e estimativa pelas equações de predição que mais se destacam na literatura para o público-alvo: Harris e Benedict (HB), Cunningham (CUN), Henry e Rees (HR), Kim (KIM), Reale (RAE) e FAO/WHO/UNU (FAO). A avaliação da concordância entre as equações e CI foi conduzida por meio dos gráficos de Bland-Altman e pelo coeficiente de correlação de Lin (CCC). As equações foram desenvolvidas pelo método de regressão linear forward stepwise. A comparação de GER obtida por CI diferiu estatisticamente de todas as equações avaliadas exceto a de CUN, considerando toda a amostra (p<0,05). A avaliação da concordância entre as equações identificou que nenhuma se mostrou eficaz, com a concordância moderada para a população. Três modelos de equação foram desenvolvidos, sendo uma específica para o sexo masculino, uma para o sexo feminino e uma sem estratificação, sendo as variáveis de massa gorda (MG) e massa livre de gordura (MLG) as únicas que foram incluídas nos três modelos. Foi observado que, a equação estratificada para o sexo masculino possuiu os melhores resultados de correlação (r=0,719) e explicativo médio (R2=0,517) frente a CI. O objetivo da proposta no desenvolvimento de protocolos mais curtos de mensuração de CI é reduzir o tempo de exame para trazer mais conforto ao avaliado. Em um exame de 30 minutos, comparando a influência de três diferentes métodos de avaliação: Filtros, Time-Intervals (TI) e Steady-State (SSt). Sessenta e seis indivíduos (30 mulheres) foram avaliados, e o método de 5 min SSt apresentou o menor valor estimado de GER (1454 kcal/dia), tendo diferença significativa entre os métodos (F=2,607, p=0,04) e com uma diferença absoluta de ~36kcal/dia. Doze minutos de avaliação foram suficientes para obter um valor de GER dentro dos padrões necessários. Sendo assim, um protocolo com aproximadamente 10 min após um período de descanso de 30 min antes do exame já seria suficiente para um obter um valor de GER confiável, independentemente, do método avaliação.
Palavras-chave: Gasto Energético em Repouso, Atletas adolescentes, Calorimetria Indireta, Equações Preditivas.
Título: Determinação dos teores de cafeína e ácidos clorogênicos em sementes, cascas de frutos e folhas de novos genótipos de Coffea canephora para seleção de cultivares com foco em saúde
Autor: Alessandro Maia Batista
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: Introdução: Coffea canephora (conhecida mundialmente como café robusta, canéfora, ou conilon quando de origem brasileira) é a segunda espécie de café mais comercializada no mundo, devido aos seus elevados teores de sólidos solúveis e compostos bioativos. O Brasil é o segundo maior produtor e exportador dessa espécie, com destaque para o estado do Espírito Santo. Durante o cultivo do cafeeiro, colheita dos frutos e beneficiamento das sementes, são obtidos também os subprodutos, como as cascas de frutos e folhas, que em sua grande maioria são descartadas, muitas vezes de forma indevida, mas sabe-se que contêm teores consideráveis de compostos bioativos e que podem ser aproveitados pela indústria farmacêutica e de alimentos. Objetivo geral: Avaliar os teores de cafeína e ácidos clorogênicos (CGA) em sementes, cascas de frutos e folhas de novos genótipos de C. canephora, provenientes de safras consecutivas, correlacionando-as, além de selecionar genótipos para estabelecimento de cultivares de interesse para a saúde. Materiais e métodos: Plantas promissoras de C. canephora (café conilon) (n = 42), incluindo sementes, cascas de frutos e folhas foram selecionadas, replicadas vegetativamente por estaquia (propagação clonal) e cultivadas em área experimental no Espírito Santo. Amostras foram colhidas em 2018, 2019 e 2020. Após secagem em estufa, foram moídas, peneiradas e o teor de umidade determinado. O teor de sólidos solúveis foi determinado a partir de extratos das sementes. Compostos bioativos foram extraídos, em triplicatas, utilizando metanol 40% e analisados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (HPLC), com detector de feixe de diodos (DAD), em sistema de fase reversa. Os resultados (base seca-bs) foram estatisticamente testados para diferenças e comparações utilizando análise de variância (ANOVA), seguida pelo pós-teste de Tukey. Correlações de Pearson’s também foram determinadas. Diferenças foram consideradas quando p < 0.05. Resultados: Considerando as três safras avaliadas, as sementes, cascas de frutos e folhas apresentaram teores de cafeína entre 1,21 e 2,55; 0,13 e 0,84 e 0,33 e 2,01 g/100g bs, respectivamente. Os teores de CGA totais variaram entre 3,71 e 9,71; 0,43 e 1,65 e 0,80 e 2,22 g/100g bs, respectivamente. Correlações positivas foram observadas entre os teores de sólidos solúveis e cafeína (r: 0.6354, p = 0.0299) e sólidos solúveis e CGA das sementes (r: 0.7780, p < 0.001). Foram observadas correlações positivas, xiv porém fracas, entre os teores de cafeína das folhas e das cascas de frutos (r: 0.4366, p = 0.0038) e entre os teores das cascas de frutos e das sementes (r: 0.4009, p = 0.085). Não foram observadas correlações entre os teores de CGA nas sementes, cascas de frutos e folhas de C. canephora. Conclusões: Entre as safras, os coeficientes de variação (CV) dos teores de cafeína e CGA variaram amplamente nas sementes (entre 1,99 e 11,70% e 1,08 e 28,70%), cascas de frutos (entre 3,61 e 25,54% e 1,23 e 39,15%) e folhas (entre 2,58 e 33,55 e 5,29 e 42,74%), de novos genótipos de C. canephora, respectivamente. Genótipos promissores se destacaram em relação aos elevados teores de sólidos solúveis, cafeína e CGA, sendo indicativo de registro de cultivares, com possibilidades para atender diferentes demandas de mercado, incluindo a utilização pelas indústrias de alimentos e farmacêutica. A utilização dos subprodutos como as folhas e cascas de frutos de novos genótipos de C. canephora, como ingrediente alimentar seguro e fonte de compostos bioativos, representa oportunidade de valorização dos subprodutos da indústria cafeeira, proporcionando benefícios econômicos e ambientais.
Palavras-chave:
Título: COMIDA E REFÚGIO: mudanças e permanências nas práticas alimentares de refugiados sírios
Autor: Amanda Cunha Nicolau
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: O conflito na Síria levou à migração forçada de milhares de pessoas. O Brasil é um dos poucos países que facilita a emissão de visto a esses indivíduos. Ao recomeçar a vida do zero, refugiados precisam enfrentar novos desafios e se acostumar com as mudanças impostas pelo novo contexto vivido, inclusive o alimentar. Esta dissertação teve como objeto as práticas alimentares de refugiados sírios, que vivem no Rio de Janeiro. O estudo, do tipo descritivo, foi desenvolvido por meio da abordagem qualitativa e teve como objetivos identificar mudanças e permanências relacionadas às práticas alimentares, bem como descrever barreiras e facilitadores que contribuem para a ruptura ou continuidade dessas práticas no período pós refúgio. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de questionário sociodemográfico, entrevistas semiestruturadas e observação simples. Para explorar as práticas alimentares dos participantes do estudo, as transcrições foram categorizadas e analisadas por meio da análise de conteúdo temática. As entrevistas com os refugiados expuseram pontos em comum que dificultavam, ou mesmo impediam, a permanência das práticas alimentares comuns à vida na Síria, no período pós refúgio. As barreiras para manutenção de suas práticas alimentares foram relacionadas à dificuldade de encontrar produtos característicos da cultura alimentar síria no comércio local; ao custo elevado desses produtos, quando encontrados; e à falta de habilidade e tempo para cozinhar. Quanto aos facilitadores, a disponibilidade de restaurantes e alimentos, foi valorizada pelos participantes, pois por algumas vezes, motivados pela memória afetiva e reafirmação da identidade síria, se permitem ao acesso, apesar do custo elevado. Manter as práticas alimentares, parece aproximar o indivíduo à terra natal, mesmo que de forma parcial. As mudanças se relacionam à necessidade de adaptação ao contexto que estão envolvidos e às novas condições de vida, por vezes ilustradas pela insatisfação quanto à monotonia do padrão de alimentação brasileira e por outras com apreço a alguns alimentos brasileiros. A adaptação também é percebida como uma forma de integração e pertencimento ao novo ambiente.
Palavras-chave: refugiados, comida, Síria, tradições alimentares e cultura.
Título: IMPACTO AMBIENTAL DO CONSUMO ALIMENTAR DE ATLETAS ADOLESCENTES
Autor: Christine Katharine Alves Zago Gonçalves Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: A consciência pública sobre as questões ambientais globais tem trazido um chamado para as práticas sustentáveis na produção de alimentos. Para estimar os impactos das pressões antrópicas sobre o meio ambiente, são empregados os indicadores de sustentabilidade, como a pegada de carbono (PC), pegada ecológica (PE) e pegada hídrica (PH). A conexão das escolhas alimentares com a adequação de nutrientes e proteção ambiental é crucial. No que tange a ingestão saudável, os atletas adolescentes constituem um grupo suscetível às inadequações nutricionais, que podem comprometer a saúde e o desempenho físico. Este estudo buscou analisar a contribuição da dieta de atletas adolescentes em termos de PC, PH e PE. Para isso, foi conduzido um estudo observacional transversal com 91 atletas adolescentes, de agremiações do Rio de Janeiro, que foram submetidos a avaliações antropométricas e de consumo alimentar. Foi utilizado o teste de Mann-Whitney e posteriormente o teste de kruskal-wallis com Pos-Hoc de Dunn para diferenças entre os grupos, utilizou-se o programa estatístico GraphPad PRISM® versão 8.0 para realização das análises. Ocorreram variações significativas no impacto ambiental da dieta por tipo de escola frequentada, modalidade esportiva e sexo. A PC, PH e PE associou-se diretamente com o consumo calórico total, ingestão proteica de origem animal, ingestão proteica total, grupo alimentar de carnes e ovos e o micronutrientes zinco, já o mineral fósforo foi associado apenas à PC e PE. O perfil do atleta com o maior impacto ambiental é: sexo masculino, de qualquer faixa etária e estudante de escola pública.
Palavras-chave: Consumo alimentar; Atleta adolescente; Impacto ambiental; sustentabilidade
Título: OMISSÃO E SUBSTITUIÇÃO DE REFEIÇÕES E IMC PARA IDADE DE ADOLESCENTES DE UMA ÁREA PROGRAMÁTICA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA NO RIO DE JANEIRO
Autor: Fernanda Bispo dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: Introdução: No Brasil, cerca de 25% dos adolescentes apresentam algum grau de excesso de peso. Embora existam estudos que estabeleçam a associação entre a elevada ingestão energética e consumo irregular de refeições com o excesso de peso corporal, há muitas lacunas sobre a relação desse desfecho com a omissão de refeições e com a substituição das refeições por lanches. Objetivo: Analisar a associação entre a omissão e a substituição de refeições por lanches e o excesso de peso em adolescentes. Métodos: Estudo transversal, realizado com 382 adolescentes matriculados entre o 5º e o 9º ano do ensino fundamental de escolas públicas da área programática da Clínica da Família Santa Marta (Rio de Janeiro, RJ). A avaliação nutricional e antropométrica foi realizada entre maio e julho de 2016. Foi aplicado um questionário simplificado com questões referentes às condições sociodemográficas, à alimentação e à frequência, omissão das refeições e a sua substituição por lanches. O excesso de peso foi definido como o índice de massa corporal para idade (IMC/I) acima de +1 escore-z do padrão recomendado pela Organização Mundial da Saúde. O teste qui-quadrado foi utilizado para testar a diferença entre as proporções das características sociodemográficas (%) entre as categorias do IMC/I (com ou sem excesso de peso) e valores de p < 0,05 foram considerados estatisticamente significativos. Posteriormente, adotou-se a regressão logística para analisar a associação entre a omissão e a substituição de refeições (sim ou não) e o excesso de peso (sim ou não) estratificadas por sexo. O modelo foi ajustado pelas covariáveis paridade materna e recebimento do benefício do Programa Bolsa Família. Resultados: A prevalência de excesso de peso para os adolescentes do sexo masculino e feminino foi, respectivamente, de 28,8% e 25,7%. A frequência da omissão do desjejum foi maior para as meninas com excesso de peso quando comparadas com as meninas sem excesso de peso (50% versus 31,6%, p=0,025 respectivamente), enquanto a frequência da omissão do almoço (13,8% versus 4,8%, p-valor=0,027) e do jantar (15,5% versus 5,5%, p-valor=0,020) foram maiores entre os meninos com excesso de peso em relação aos meninos sem excesso de peso. Não houve diferença para a proporção de substituição de refeições por lanches entre as meninas (57,1% versus 58,7%, p-valor=0,854) e os meninos (64,8% versus 70,7%, p-valor=0,424) com excesso de peso quando comparados aos adolescentes sem excesso de peso. As análises de regressão logística mostraram que a omissão do jantar aumentou 3,13 vezes (IC95%: 1,06-9,21) a chance de excesso de peso entre os adolescentes do sexo masculino, e a omissão do desjejum aumentou 2,20 vezes (IC95%: 1,10-4,41) a chance de excesso de peso no sexo feminino. Não houve associação (p-valor>0,05) entre a substituição de refeições por lanches e o excesso de peso em ambos os sexos dos adolescentes. Conclusão: A omissão das refeições desjejum e jantar foram associadas ao excesso de peso, respectivamente, em adolescentes do sexo masculino e feminino. No entanto, não foi observada associação da substituição de refeições por lanches com o excesso de peso.
Palavras-chave: Adolescente, Índice de Massa Corporal, Consumo de alimentos.
Título: CONSUMO ALIMENTAR E POLIMORFISMO DO GENE FADS2 EM PACIENTES COM DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL
Autor: Larissa Barros Pinto Franco
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: A doença inflamatória intestinal (DII) é uma enfermidade de caráter inflamatório sistêmico, que acomete preferencialmente o trato gastrointestinal, sendo suas principais patologias a doença de Crohn (DC) e a retocolite ulcerativa (RCU). É uma doença de caráter idiopático, entretanto, influenciada por diversos fatores como ambientais, genéticos, microbiota intestinal e resposta imunológica. Entre os ambientais, a dieta é capaz de melhorar ou agravar o quadro clínico, sendo recentemente investigada sua relação com susceptibilidade genética. OBJETIVO: Avaliar ingestão alimentar habitual de energia, macro e micronutrientes e a razão de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) n6/n3 dietética em indivíduos DC e RCU, em atividade e remissão, e comparar com grupo controle. Adicionalmente descrever a prevalência do polimorfismo (SNP) rs174575 no gene FADS2 nestes grupos, relacionando-a com variáveis antropométricas, clínicas e ingestão lipídica. MÉTODOS: Foram incluídos 141 participantes, sendo 50 com DC, 42 com RCU e 49 controles, com idade entre 20 e 65 anos, atendidos no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ. Foram obtidos dados clínicos, sociodemográficos, índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura, além da estimativa do consumo alimentar por meio de três recordatórios de 24 horas. A ingestão dietética foi analisada pelo programa Dietbox e estimada por meio do Multiple Source Method (MSM). Para avaliação genética foi coletada a saliva dos voluntários (DC, n = 50; RCU, n= 42; Controle, n=21), para posterior extração do DNA e genotipagem por meio da reação em cadeia da polimerase em tempo real com sondas TaqMan para identificação de polimorfismo no gene FADS2 SNP rs174575. As análises estatísticas foram realizadas no software STATA® versão 13.0, tendo sido empregados os testes T-Student, ANOVA OneWay, Kruskal Wallis para comparação das variáveis contínuas e Qui-quadrado para variáveis categóricas. No caso dos dados referentes ao SNP rs174575, foi utilizado o teste Hardy-Weinberg para verificação da homogeneidade da variabilidade genética. A comparação dos dados entre indivíduos com e sem polimorfismo ocorreu mediante o teste Mann Whitney. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. RESULTADOS: Observou-se maior frequência para o sexo feminino, com localização ileocolônica para DC e pancolite para RCU, com uso principalmente de terapia conjunta na DC e maior prevalência de excesso de peso nos grupos DII. Quanto à ingestão alimentar foram evidenciados valores mais elevados em relação ao consumo de açúcar, lipídios totais, ácidos graxos trans (AGT), monoinsaturados (AGMI), AGPI n3 e AGPI n6 no grupo DC remissão quando comparado ao DC atividade, além de diferença na ingestão dos micronutrientes como sódio, cálcio e fósforo. A razão AGPI n6/n3 foi mais elevada no grupo DC atividade frente aos grupos DC remissão e controle. No grupo RCU foi identificado maior consumo de açúcar e AGT quando comparados aos grupos controle e DC atividade, respectivamente, além de menor ingestão de vitamina A em ambos os grupos RCU na comparação com o controle. De modo geral, considerados os diferentes referenciais de ingestão de nutrientes, os pacientes com DII apresentaram estimativas de ingestão mais reduzidas para potássio, cálcio, magnésio e vitaminas A, C, E e B9, e mais elevado para sódio. Quanto à avaliação do SNP, observou-se que a presença do polimorfismo estudado (CG+GG) não diferiu na comparação do grupo controle com os grupos DC e RCU, tampouco divergiu o consumo lipídico entre indivíduos com DII sem e com o polimorfismo. CONCLUSÃO: A ingestão mais reduzida de micronutrientes somada a elevada razão AGPI n6/n3 pode contribuir negativamente para o estado nutricional e perfil inflamatório característico da doença, tornando-se necessária a adequação dietética para estabelecer condições mais favoráveis à melhora do quadro clínico dos pacientes com DII. Ademais, os dados deste estudo piloto sugerem que a variabilidade genética do gene FADS2, considerando o SNP rs174575, parece não suscetibilizar para DII.
Palavras-chave: Doenças inflamatórias intestinais, dieta, razão AGPI n6/n3, polimorfismo.
Título: ESTRATÉGIAS ALIMENTARES EM UM TERRITÓRIO DE POBREZA: O CASO DE JARDIM GRAMACHO
Autor: Letícia da Silva Coutinho
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: O Brasil é um país com profundas desigualdades, no qual a pobreza é parte de um processo histórico para além da renda e da perda de direitos, e a situação de Insegurança Alimentar e Nutricional afeta milhares de famílias. Para sobreviver, os sujeitos traçam diversas estratégias e constroem significados em torno da comida, o que tem sido considerado um elemento chave para entender as dinâmicas e práticas de sobrevivência em territórios de pobreza. Imerso nessa realidade, há o território próximo do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho no bairro Jardim Gramacho, Duque de Caxias-RJ. Nesse campo de pesquisa, nosso objetivo foi compreender os aspectos culturais e socioeconômicos associados às estratégias alimentares aplicadas nesse território. Este estudo se apoiou em uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e interpretativo, embasada em pressupostos teóricos das Ciências Sociais e Humanas. Incluímos para análise matérias jornalísticas, que nos forneceram dados para historicização, e um documentário, o qual nos alimentou de questões para problematização. Essas foram etapas complementares durante a análise das narrativas de agentes específicos no desenvolvimento das estratégias objeto desse estudo. Optamos por analisar as narrativas sobre a busca por comida em um cenário de tamanha hostilidade à luz da teoria praxiológica sobre forças no campo de lutas simbólicas de Pierre Bourdieu. Nesses materiais, percebemos um Estado omisso frente às problemáticas da fome e pobreza, de modo que os projetos sociais atuam no território como um terceiro setor na redução de danos. Com isso, a administração e captação de recursos cabe a agentes que denominamos transitantes, os quais atuam continuamente nesse espaço, apesar de não serem moradores. Autorizados no campo, estes se dedicam à distribuição da comida, à consolidação de regras e à periodicidade da dispensação de doações às famílias, ficando responsáveis por criar condições para novos acessos e estratégias em prol da alimentação local. As forças invisíveis desses agentes estão naturalizadas em seu papel de administradores das doações, posição na qual demonstram disposição para agir em prol do direito humano e segurança alimentar, de modo a serem reconhecidos como lideranças pela comunidade local. Percebemos vários tipos de adaptações, as quais, na urgência da necessidade, desdobram uma falta que seria impossível de administrar em alguns ganhos secundários, em prol da sobrevivência. Assim como as doações, estas se tornam centrais para a mediação entre a sociedade e a pobreza local, mobilizando o olhar de pessoas fora desse espaço. Entendemos que as estratégias precisam escapar do sistema assistencialista e avançar na garantia do direito à alimentação, e que a invisibilidade da pobreza como aspecto estruturante da sociedade impõe uma relação de violência simbólica com a comunidade local, gerando isolamento e exclusão social.
Palavras-chave: território; pobreza; estratégias alimentares.
Título: Avaliação da segurança microbiológica de bebidas de café obtidas por métodos de extração inovadores a frio (coldbrews)
Autor: Nathalia Fernandes Cerca
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: Coldbrews (CB) são bebidas de café extraídas a baixas temperaturas, por períodos variados de tempo, que vêm ganhando destaque e popularidade entre os consumidores. Contudo, poucos trabalhos analisaram, de forma sistemática, sua composição físico-química e segurança microbiológica. O objetivo deste trabalho foi avaliar a segurança microbiológica de CB preparados a partir de amostras de Coffea arabica (café arábica) e Coffea canephora (café conilon) torradas (torra média) e moídas, utilizando métodos de extração inovadores a frio. Os seguintes métodos foram avaliados frente a contaminações intencionaisda água (105 UFC/mL) com Escherichia coli ATCC 25922 e células vegetativas de Bacillus cereus F4433: imersão sem filtro (ISF), imersão com filtro de algodão (ICF), vácuo (Vac) e gotejamento (Got), com água à temperatura ambiente (TA) e refrigerada (TR), nas concentrações de 5%, 10% e 15%. Métodos por gotejamento a quente (tradicionais) com filtro de papel (FPP) e filtro de pano (FPN) também foram avaliados para comparação. Foram realizadas análises de pH, sólidos solúveis (SS), ácidos clorogênicos (CGA), cafeína (CAF), trigonelina (TG) e melanoidinas (MEL). Os resultados foram comparados por ANOVA, seguida dos pós testes de Tukey e Fisher e correlação de Pearson, com grau de significância de 95%. À medida que a concentração das bebidas aumentou, maiores foram os teores de SS, CGA, CAF, TG e MEL. O café conilon exibiu teores superiores de SS (4,90 ± 0,00 ºBrix), CGA (2,70 ± 0,34 g/100 g), CAF (2,17 ± 0,04mg/100g) e MEL (Kmix405nm de 1,690), em relação ao café arábica (4,50 ± 0,00 ºBrix, 1,94 ± 0,31 g/100 g de CGA, 1,06 ± 0,02 g/100 g de CAF, Kmix405nm de 1,446). Nas bebidas a quente de café arábica e conilon, não foi detectada E. coli e B. cereus logo após o preparo. Nas extrações a frio, a segurança microbiológica dos métodos aumentou com o teor de SS e de todos os compostos avaliados, com a concentração do pó, tempo de preparo, armazenamento até 22 24h e a temperatura da água (TA em relação a TR). Houve redução na população de E. coli, em log UFC/mL, de 0,97 ± 0,07 a 5,18 ± 0,09 pelo método ISF; 1,36 ± 0,02 a 5,13± 0,03 por ICF; 0,10 ± 0,01 a 5,04± 0,04 porVac; 0,86 ± 0,08 a 5,20± 0,07 por Got). Ao comparar o comportamento de E. coli e B. cereus, o segundo foi mais sensível à ação antimicrobiana da bebida, não sendo detectado após 24 horas de extração e/ou armazenamento nas bebidas obtidas pelos métodos ISF e Vac a 15% e ICF e Got de 5% a 15%. Conclui-se que na ausência de processamento térmico como nos métodos tradicionais, CB mais concentrados (15%) e produzidos a partir dos métodos de imersão e gotejamento em TA são preferíveis em virtude do elevado teor de sólidos solúveis e compostos bioativos do café que contribuem para a segurança microbiológica da bebida.
Palavras-chave: Café; coldbrew; extração a frio; segurança microbiológica; ácidos clorogênicos; cafeína; melanoidinas.
Título: IMPACTO DOS ÓLEOS DE DUAS VARIAÇÕES DE PALMA (E. guineensis E HÍBRIDA) E AZEITE DE OLIVA NO DESENVOLVIMENTO DE DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO-ALCOÓLICA EM CAMUNDONGOS ADULTOS
Autor: Rafael Carvalho Sales
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: Doença hepática gordurosa não-alcoólica (DHGNA) é altamente prevalente no mundo. Sua forma mais grave se manifesta como Esteatohepatite não-alcoólica (EHNA). Dentre os fatores de risco para desenvolvimento de DHGNA está o consumo excessivo de lipídios. Considerando que o óleo de palma africana (OPA) é o mais consumido no planeta, o objetivo deste estudo foi investigar os efeitos do consumo de dietas hiperlipídicas contendo OPA (GPA), óleo de palma híbrida (GPH) ou azeite de oliva (GAO) no tecido hepático. Camundongos C57Bl/6J machos foram alimentados com dietas hiperlipídicas (41% de gorduras) contendo OPA, OPH ou AO por 8 semanas e comparados ao grupo controle (GC), que consumiu ração isoenergética. Adiposidade foi mensurada por tomografia computadorizada. Massa corporal, do tecido adiposo e do fígado, assim como a concentração de gordura hepática (Bligh-Dyer), perfil lipídico, glicemia e enzimas hepáticas foram avaliados. Histologia hepática (HematoxilinaEosina) e transcriptômica (baseado em microarray) foram realizadas. Teste ANOVA com Newman-Keuls foi utilizado. Massa corporal estava aumentada em GPA (p<0.001) e adiposidade em GAO (GCvs.GAO p≤0.01, GPAvs.GAO p≤0.05, GPHvs.GAO p≤0.05). Todas as rações hiperlipídicas causaram alterações no perfil lipídico e na glicemia, especialmente GPH em VLDL, triglicerídeos e fosfatase alcalina (p≤0.001). GPH promoveu a maior concentração de gordura hepática (42,76±1,58), seguido de GPA (33,94±1.13). GAO demonstrou teor de gordura hepática comparável a GC (16,46±0,34 e 14,71±0,70, respectivamente). GPA e GPH induziram balonamento de hepatócitos. Alterações transcricionais em GAO estavam relacionadas ao metabolismo de aminoácidos e de ácidos graxos, enquanto de GPA envolveram homeostase de cálcio iônico e GPH localização de proteínas. GPA e GPH promoveram EHNA em camundongos via alterações de transcrição em hepatócitos. Estes resultados preocupam, visto que esses óleos estão amplamente presentes em alimentos industrializados.
Palavras-chave:
Título: EFEITO DO CONSUMO DE FÓRMULAS INFANTIS SUPLEMENTADAS COM PREBIÓTICOS NA MICROBIOTA GASTROINTESTINAL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE ENSAIOS CLÍNICOS RANDOMIZADOS
Autor: Tarsis Marine da Silva Ferreira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: O desenvolvimento da microbiota gastrointestinal nas primeiras fases da vida está relacionado com a saúde do indivíduo em longo prazo. O tipo de leite (leite materno ou fórmula infantil) recebido por recém-nascidos e lactentes pode influenciar a composição rda microbiota. Este estudo, por meio de revisão sistemática, tem por objetivo revisar sistematicamente a literatura para avaliar se o consumo de fórmulas infantis suplementadas com prebióticos é capaz de modular a composição da microbiota gastrointestinal infantil até pelo menos um ano de vida. O protocolo do estudo foi registrado no PROSPERO – International Prospective Register of Systematic Reviews. Utilizou-se sete bases de dados (Pubmed, Web of Science, Scopus, Embase, FSTA, CINAHAL e Open Grey) para buscar ensaios clínicos randomizados que atendessem a determinados critérios de inclusão e exclusão. O risco de viés foi avaliado com a ferramenta Risk of Bias 2 (RoB 2). Um total de 3164 resumos foram identificados e 14 estudos foram elegíveis e submetidos à extração de dados, por meio de um formulário específico para este estudo. As fórmulas suplementadas com galacto-oligossacarídeos (GOS) foram capazes de estimular a colonização do gênero Bifidobacterium. Para as fórmulas com fruto-oligossacarídeos (FOS) quatro ensaios observaram aumento do gênero e um não encontrou diferença entre os grupos avaliados. Os que analisaram suplementação de GOS/FOS, dois ensaios não observaram o aumento do gênero Bifidobacterium, enquanto três trabalhos encontraram diferenças. O uso de polidextrose e GOS, e oligofrutose e inulina também foram capazes de aumentar a colonização do gênero. Para o filo Bacteroidetes, apenas um ensaio com oligofrutose e inulina foi capaz de aumentar a colonização. Um único ensaio com GOS foi capaz de aumenar as contagens de Lactobacillus. Para o gênero Clostridium a redução de colonização foi observada nas fórmulas infantis com GOS (dois estudos), polidextrose e GOS e scGOS/lcFOS (um estudo). E para a família Enterobacteriaceae, um estudo com oligofrutose e inulina apresentou redução no grupo prebiótico. O efeito na microbiota depende do tipo de prebiótico utilizado, do tempo de intervenção e quantidade de prebiótico suplementado nas fórmulas. O método de análise também variou, o que pode ter interferido nos desfechos. Mais estudos clínicos randomizados com qualidade e sem patrocínio são importantes para definir os efeitos e a resposta do uso de fórmulas com prebióticos no desenvolvimento da microbiota de lactentes.
Palavras-chave: fórmula infantil; prebióticos; oligossacarídeo; fibra dietética; microbiota; composição da microbiota; Bifidobacterium; Lactobacillus.
Título: RELAÇÃO ENTRE ESTADO NUTRICIONAL, MARCADORES INFLAMATÓRIOS, DESFECHOS CLÍNICOS E SOBREVIDA EM PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL
Autor: Thiago Huaytalla Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: O câncer colorretal (CCR) é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo, sendo a terceira mais prevalente em ambos os sexos e é responsável pela segunda causa de morte por câncer. Apesar dos imensos esforços no desenvolvimento de tratamentos avançados para esta doença, a sobrevida global (SG) do CCR ainda permanece baixa. O estado nutricional e a inflamação sistêmica são fatores de significativa relevância em pacientes com CCR, uma vez que podem levar a alterações fisiopatológicas que comprometem a ingestão, digestão e absorção de nutrientes, podendo comprometer o prognóstico da doença. Assim, os principais objetivos desta dissertação foram identificar os fatores associados ao encaminhamento de pacientes com CCR à Unidade de Cuidados Paliativos (UCP) e investigar os preditores de SG em diferentes ferramentas de avaliação nutricional em pacientes com CCR em fase pré-tratamento. Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva. Foram incluídos pacientes com diagnóstico de CCR confirmado pelo laudo histopatológico, em fase pré-tratamento, com idade a partir de 20 anos, de ambos os sexos, matriculados no Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva, entre janeiro de 2007 a junho de 2015, acompanhados por 5 anos. O Índice de Massa Corporal (IMC), Perda de Peso (PP), avaliação subjetiva global produzida pelo paciente e o sistema de grade de IMC ajustado pela PP (IMC/%PP), foram utilizadas para avaliar o estado nutricional. Foram coletados dados do hemograma e de inflamação sistêmica, que foram avaliados pela razão neutrófilo linfócito (RNL) e razão plaqueta linfócito, proteína C-reativa e albumina. Além disso, foram coletados dados sociodemográficos, estilo de vida e dados clínicos. Para as análises estatísticas foram realizadas curvas de característica de operação do receptor (ROC – do inglês Receiver Operating Characteristic) para determinar o ponto para predizer óbito. Foi realizada regressão logística multivariada para avaliar os fatores de risco para o encaminhamento dos pacientes com CCR à UCP, e cálculo do odds ratio (OR). A SG foi estimada pelo método Kaplan-Meier e o teste Log-rank que foi empregado para a comparação dos diferentes estratos de cada variável. O modelo multivariado de riscos proporcionais de Cox foi usado para identificar fatores prognósticos independentes para SG e as razões de risco (HRs) com intervalos de confiança de 95% (IC 95%). Além disso, a estatística de concordância de Harrell (c) foi realizada. Foram considerados estatisticamente significativos p3 (OR: 1,89; IC 95%: 1,12-3,17) foram fatores associados ao encaminhamento dos pacientes para a UCP. Outrossim, PP grave (HR: 2,42; p< 0,001; IC 95%: 1,50-3,89) e o IMC/%PP 3-4 (HR: 2,01; p= 0,001; IC 95%: 1,34-3,02) foram preditores independentes de pior SG. Ambos os modelos tiveram a mesma área sob a curva ROC (c: 0,7) com boa discriminação e valor preditivo. Em conclusão, o CCR em estágio avançado e a inflamação sistêmica exacerbada foram fatores independentes associados ao encaminhamento dos pacientes para à UCP, o que ocorreu tardiamente na trajetória da doença. Os piores estados nutricionais, de acordo com PP e IMC/%PP, foram preditores independentes de SG em fase pré-tratamento.
Palavras-chave: Neoplasia colorretal; Estado Nutricional; Inflamação; Prognóstico.
Título: DESENVOLVIMENTO E ANÁLISE SENSORIAL DE UM PRODUTO EM PÓ À BASE DE CERVEJAARTESANAL TIPO PALE ALE COM HIBISCUS SABDARIFFA
Autor: Victor Paulo Ferreira da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2021
Resumo: O objetivo da presente dissertação foi desenvolver e analisar as propriedades antioxidantes e sensoriais de um produto em pó à base de cerveja artesanal tipo Pale Ale com Hibiscus sabdariffa através do método spray drying. Para a produção da cerveja artesanal foram utilizados água mineral, malte pale ale Weyermann, lúpulo Hersbrucker, levedura Nottngham e infusão de hibisco durante a maturação. A cerveja foi submetida a secagem por spray dryer localizado na EMBRAPA, RJ. A atividade antioxidante foi determinada pelos ensaios espectrofotométricos de compostos fenólicos totais por Folin-Ciocalteu, FRAP e TEAC. A avaliação sensorial foi realizada de acordo com os padrões éticos da Resolução 466/2012 (CONEP), que contempla a Declaração de Helsinki, após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUCFF. Para o teste de aceitação e intenção de compra, 2 g das micropartículas foram diluídas em 30 mL de água mineral gaseificada e 30 mL de água mineral sem gás, distribuídas em temperatura de 8ºC, em copos descartáveis transparentes (50 mL), codificados com 3 dígitos aleatórios. Os dados obtidos foram avaliados por ANOVA seguido do teste de Tukey com 95% de confiança para comparação das médias através do software XLSTAT®. Os ensaios de Folin-Ciocalteu, FRAP e TEAC apresentaram respectivamente os valores de 136,7 mg EAG.g-1 , 5506,67 μmol Fe+2 .g-1 e 1840,33 μmol Trolox.g-1 . No presente estudo, 100 participantes realizaram o teste de aceitação com uso de escala hedônica de 9 pontos e o teste de intenção de compra. Não foram observadas diferenças significativas entre as notas obtidas por meio do teste de aceitação para os atributos: aparência geral (6,13 ± 1,8 e 6,01 ± 1,8), cor (6,09 ± 1,66 e 5,98 ± 1,66) e sabor (5,51 ± 2,05 e 4,98 ± 2,05) dos produtos reconstituídos em água mineral gaseificada e água mineral sem gás, respectivamente. Em referência ao teste de intenção de compra, a média das respostas para a amostra reconstituída em água gaseificada (4,46 ± 2,14) também não diferiu quando comparada a amostra sem gás (4,16 ± 2,14). Através dos resultados obtidos no presente estudo, foi possível concluir que as micropartículas desenvolvidas à base de cerveja artesanal tipo pale ale com Hibiscus sabdariffa apresentam valores elevados para compostos fenólicos totais e atividade antioxidante mensurada por FRAP e TEAC quando comparada a outros estudos na literatura. Além disso, a presença ou ausência de gaseificação nas bebidas não apresentaram diferenças estatísticas nos aspectos sensoriais observados e na intenção de compra, evidenciando sua versatilidade para consumo.
Palavras-chave: aceitação, atividade antioxidante, intenção de compra, análise sensorial, cerveja artesanal, hibisco
Título: INSEGURANÇA ALIMENTAR E ADEQUAÇÃO DO GANHO DE PESO EM GESTANTES DE RISCO ATENDIDAS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Autor: Aléxia Vieira de Abreu Rodrigues
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: Introdução: O Ganho de peso gestacional (GPG) é um importante indicador do estado nutricional durante a gestação. Quando inadequado, o GPG aumenta o risco de prejuizos a saúde materno-infantil. Como determinates desta condição, fatores sociodemográficas desfavoráveis como, menor escolaridade e renda, são descritos. Além desses, a insegurnça alimentar (IA) domiciliar pode ser particulamente importante durante a gestação, dado que a IA pode contribuir para desvios nutricionais, pela limitação ao acesso aos alimentos, em uma fase de maior demanda de nutrientes propicia o adequado desenvolvimento e crescimento fetal. Objetivo: Verificar a associação entre a IA domiciliar e características sociodemográficas e o GPG total de gestantes de risco. Método:Tratra-se de estudo realizado com 169 mulheres em hospital universitário (HU) na região metropolitana do Rio de Janeiro. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevista na 1º consulta pré- natal no HU e após o parto. Na 1ª consulta, foram avaliadas informações sociodemograficas, gestacionais e antropométricas (peso pré-gestacional e a estatura), registrados no cartão das gestantes. Nesta etapa também foi aplicada a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para medida de IA na gestação. Após o parto, foram coletados dos prontúarios das mulheres os registros da idade gestacional no parto, o número total de consultas pré-natal e o peso final da gestação. O GPG total foi verificado pela diferença entre o peso medido na última consulta pré-natal (peso final) e peso prégestacional. Para verificar a adequação do GPG foi considerada a recomendação do Instituto de Medicina (IOM). Regressão logistica multinomial hierarquizada foi ajustada para estimar o efeito da IA e demais covariáveis com o GPG, considerando 3 níveis.. Resultados: Quanto a inadequação do GPG, 27,8% (IC95%: 21,0-35,7) das mulheres tiveram ganho insuficiente e o ganho excessivo foi observado em 47,9% (IC95%: 39,8- 56,1) das gestantes. Em relação as caracteristicas sociodemográficas e gestacionais foi observada escolaridade elevada, 74,6% (IC95%: 67,3-80,6) das mulheres tinham entre 9 e 15 anos de estudo. Maior proporção de mulheres casadas (71,6%; IC95%: 64,2-78,0), com idade inferior a 35 anos (72,5%; IC95%: 65,1-79,4) e cerca de 51% (IC95%: 43,3-58,4) realizaram menos de seis consultas pré-natal. A exposição a IA leve durante a gestação foi verificada em 44,2% das mulheres (IC95%: 36,7-52,0). No modelo final ajustado apenas a escolaridade esteve associada positivamente ao menor risco de GPG insuficiente (pvalor<0,05). Conclusão: Desta forma, a escolaridade é um importante fator a ser considerando para prevenção do risco de ganhos inadequados de GPG, mediante à medidas de aconselhamento e orientação em saúde durante a atenção pré-natal.
Palavras-chave: Ganho de peso gestacional, Gravidez, Segurança alimentar e nutricional, Determinantes sociais de saúde.
Título: ALTERAÇÕES NA INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL E AUTOESTIMA, APÓS INTERVENÇÃO POR PARES PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ADOLENCENTES
Autor: Amanda Rodrigues de Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: Introdução: O processo de lidar com as transformações biológicas em paralelo com as alterações na personalidade que acontecem durante a adolescência, evidenciam maior vulnerabilidade durante esse período da vida para ocorrência de insatisfação com a imagem corporal e baixa autoestima. A vontade de fazer as próprias escolhas em meio à necessidade de ser aceito por seus pares, determina a importância da troca entre os adolescentes, e do protagonismo do jovens. A educação entre pares tem sido utilizada para assuntos comuns a essa faixa etária, pois demonstra uma forma de abordagem que contempla o universo, as dúvidas e inseguranças dos jovens. Objetivo: Avaliar se um programa de intervenção por pares entre adolescentes pode modificar a satisfação com a imagem corporal e a autoestima. Métodos: Trata-se de um estudo de intervenção, com amostra por conveniência, com estudantes de ambos os sexos, matriculados do 7º ao 9º ano do Ensino Fundamental, de duas escolas privadas do Rio de Janeiro, uma que compôs o grupo intervenção (GI) e, a outra, que compôs o grupo controle (GC). Foram realizadas 122 oficinas dentre as quais, treinamentos com multiplicadores e oficinas com seus pares, uma vez por semana, com duração de 60 a 120 minutos. A intervenção foi dividida em três módulos: mídia, lazer, família/escola. As oficinas foram planejadas pela equipe de pesquisadores, permitindo alterações a partir das sugestões dos adolescentes multiplicadores. Nas etapas pré e pós-intervenção foram aplicados questionários autopreenchidos, assim como a Escala de Silhuetas para avaliação da insatisfação com a imagem corporal e a Escala de Autoestima de Rosenberg (EAR) para avaliação de autoestima. Avaliação antropométrica (massa corporal e estatura) foi avaliada em ambos os momentos. A comparação das variáveis contínuas, antes e após a intervenção, em cada grupo foi feita pelo teste t de Student e qui-quadrado, os testes de McNemar e Wilcoxon foram utilizados para variáveis categóricas. Resultados: A insatisfação com a imagem corporal não apresentou mudança entre os períodos pré (75,7%) e pós a intervenção na escola do GI (75,7%). O desejo de obter silhuetas menores diminuiu significativamente, tanto no GI (57,4 -50,9%), quanto no GC (42,9% – 40,7%) após a intervenção. Entre as meninas do GI o desejo de obter silhuetas menores reduziu significativamente (63,6% – 58,6%), este desejo também diminuiu entre os participantes do GI com excesso de peso (84,9% – 80,2%). A autoestima não apresentou alterações significativas no GI e GC ao final do estudo. Conclusão: A intervenção favoreceu a redução do desejo de obter silhuetas menores no GI. O mesmo resultado foi encontrado no GI e GC entre meninas e participantes com excesso de peso. O resultado sugere que fatores além das ações educativas podem ter exercido influência na insatisfação corporal dos adolescentes.
Palavras-chave: Palavras-chave: Adolescência, pares, saúde, intervenção, autoestima, imagem corporal.
Título: MATERNIDADE EDITADA: O PROCESSO DE INTRODUÇÃO ALIMENTAR NO INSTAGRAM
Autor: Bianca Cristina Camargo Martins
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: A introdução alimentar é a primeira experiência alimentar da criança após a amamentação. Essa fase é carregada de transformações e possibilidades de vivências, assumindo papel fundamental nas relações sociais maternas. No período de oferta dos novos alimentos, algumas mães compartilham as práticas alimentares dos filhos no Instagram apoiadas em uma ideia de alimentação saudável condizente com as orientações do Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos. Dessa forma, nosso objetivo foi analisar as tendências de consumo na introdução alimentar em postagens de perfis de mães no Instagram. Este estudo apoiou-se em uma abordagem qualitativa, de caráter exploratório e interpretativo, embasada em pressupostos teóricos das Ciências Sociais e Humanas. Incluímos para análise perfis públicos, criados com a função de diário alimentar na introdução alimentar, com postagens no mês de julho de 2019, totalizando 90 postagens oriundas de 8 perfis. Optamos pela análise de conteúdo das captions, biografias e conteúdo imagético, na perspectiva de Bardin. As duas categorias que se destacaram nos perfis analisados foram: “Cuidados com o filho” e “Saberes culinários”, que dizem respeito à maneira como as mães se apresentam e se editam. Ambas expressam elementos simbólicos presentes na constituição do papel de mãe nas postagens. Os perfis apontam para mães de camada social média e indicam tendências de consumo tais como: a disposição para oferecer alimentos saudáveis para o filho, a valorização do método Baby-Led Weaning, o uso do colar de âmbar e a apropriação de hashtags. Associamos o consumo e as tendências a esse modo de ser. Observamos, então, uma maternidade editada, romantizada e idealizada, caracterizando um padrão que destoa da realidade que apresentamos no referencial teórico, na qual as mães comumente apresentam dúvidas, dificuldades, medos e ansiedades comuns no período da introdução alimentar. Os recursos materiais acionados pelas mães na construção dos perfis, além de suas funções nativas, serviram para caracterizar o papel de mãe que buscamos identificar no estudo. Concluímos que as recomendações de alimentação saudável para crianças funcionam socialmente como regras, gerando efeitos nas práticas alimentares e circunscrevendo o universo materno em torno da introdução alimentar. A força social do discurso científico do campo da Nutrição circula no Instagram, estruturando as relações sociais e editando a maternidade dessas mães. Palavras-chave: introdução alimentar; maternidade; Instagram; tendências de consumo
Palavras-chave: introdução alimentar; maternidade; Instagram; tendências de consumo
Título: EFEITO DO OXYRESVERATROL EM CÉLULAS DE CÂNCER DE MAMA HUMANO E SUA ASSOCIAÇÃO COM OS QUIMIOTERÁPICOS DOXORRUBICINA E MELFALANO
Autor: Carlos Luan Alves Passos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: O câncer de mama é o segundo tipo mais comum de câncer e o responsável pela maioria das mortes de mulheres no mundo. A quimioterapia com o uso de antineoplásicos como a Doxorrubicina (DOX) e Melfalano (MEL) é utilizada no tratamento do cancer de mama, entretanto, esse tipo de terapia não atua apenas nas células tumorais, mas também nas células saudáveis, resultando nos efeitos colaterais conhecidos. Sabe-se que os produtos naturais podem atuar impedindo o processo de formação do tumor, além de apresentarem toxicidade reduzida quando comparados a terapia convencional. Os polifenóis Polydatin (POLY), encontrado na uva, e o Oxyresveratrol (OXY), encontrado na amora, apresentam vários efeitos biológicos descritos, entretanto, seus mecânismos de ação no câncer de mama não estão completamente elucidados. O objetivo deste estudo foi investigar o efeito dos polifenóis POLY e OXY e dos quimioterápicos DOX e MEL, isolados e associados em culturas de células de câncer de mama MCF-7 e MDA-MB-231. Nas células não tumorais MCF-10A, POLY e OXY não apresentaram efeito citotóxico e POLY não apresentou efeito citotóxico em células tumorais. Além disso, nossos resultados mostraram que OXY, DOX e MEL apresentaram citotoxicidade na linhagem MCF-7 com IC50 de 164,10 µM, 22,60 µM e 155,50 µM, e para a linhagem MDA-MB-231 IC50 de 287,08 µM, 32,55 µM e 240,26 µM, respectivamente, com alterações morfológicas observadas na microscopia de campo claro após 24 horas de tratamento. A associação de OXY, DOX e MEL reduziu a viabilidade celular de maneira dose dependente, com redução de 4,0 e 5,0 vezes as concentrações de DOX e MEL na linhagem MCF-7, respectivamente, e 16 vezes as concentrações de DOX e MEL na linhagem MDA-MB-231. O OXY, DOX, MEL, OXY + DOX e OXY + MEL alteraram a produção de espécies reativas de oxigênio e também o potencial de membrana mitocondrial (∆Ψm) nas células de câncer de mama. As associações OXY, DOX e MEL foram capazes de alterar o ciclo celular, DOX e OXY + DOX levam as células à necrose, além disso, o OXY foi capaz de levar as células à apoptose e à regulação positiva da caspase-3 nas células MDA-MB-231. Em resumo, nossos resultados demonstraram o efeito anti-câncer de mama in vitro do OXY e suas associações com agentes quimioterápicos, e não apresentou efeito tóxico em células não-tumorais, sugerindo esse composto bioativo como um promissor candidato para ensaios clínicos.
Palavras-chave:
Título: INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA DAS REFEIÇÕES DO PLANO ALIMENTAR HIPOCALÓRICO NA PERDA DE PESO CORPORAL, GLICEMIA, LIPEMIA, GRELINA PLASMÁTICA E GASTO ENERGÉTICO DE MULHERES COM OBESIDADE
Autor: Érika Duarte Grangeiro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença crônica, multifatorial, complexa e epidêmica, de grande importância na saúde pública. A abordagem dietética é essencial no controle da doença em qualquer grau de excesso de peso corporal, porém tem-se questionado a influência de mudanças na frequência alimentar (FA) diária como estratégia para perda e manutenção da massa corporal. Os estudos têm apresentado resultados contraditórios referentes aos efeitos da FA no controle de peso corporal, gasto energético (GE) e indicadores metabólicos, particularmente em indivíduos com obesidade. OBJETIVO: Investigar a influência da FA num plano alimentar hipocalórico na perda de peso, composição corporal, glicemia, lipemia, grelina plasmática e GE de mulheres com obesidade. MÉTODOS: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, paralelo, incluindo 40 mulheres adultas com obesidade, que receberam plano alimentar hipocalórico individualizado composto por seis (G1) ou três (G2) refeições por dia. Foram avaliados indicadores dietéticos, de comportamento alimentar (Escala de Compulsão Alimentar Periódica – ECAP), laboratoriais (glicose, insulina, grelina ativa e lipidograma), antropométricos e de composição corporal por meio da bioimpedância elétrica, além da taxa metabólica de repouso pela calorimetria indireta, antes e aos 90 dias após a intervenção dietética. Para a realização das análises estatísticas, foi avaliada a normalidade dos dados pelo teste de Kolmogorov-Smirnorv, aplicado os testes t pareado e não pareado para dados com distribuição normal, assim como, Mann Whitney e Wilcoxon quando a distribuição não foi normal considerando significativo o p-valor˂0,05. RESULTADOS: As participantes apresentaram obesidade grau I e II, elevado perímetro da cintura (PC), percentual de gordura 8 corporal, insulina e resistência à insulina (RI). O consumo dietético não diferiu antes e após a intervenção entre os grupos, porém, G1 (n=19) reduziu o consumo de lipídios totais (%) (p=0,03) e aumentou o número de refeições (p˂0,01), enquanto que G2 (n=21) reduziu consumo de carboidratos (%) (p˂0,01) e o número de refeições (p˂0,01), ambos diminuíram a ingestão do valor energético total (VET) (G1 p=0,01; G2 p˂0,01) e aumentaram a ingestão de proteínas (%) (G1 e G2: p˂0,01). No final da intervenção, G1 e G2 diminuíram o peso corporal (G1 e G2: p˂0,01), índice de massa corporal (IMC) (G1 e G2: p˂0,01), PC (G1 e G2: p˂0,01), a sugestão de compulsão alimentar (G1 p=0,04; G2 p˂0,01), a massa gorda corporal (MGC) (kg) (G1 e G2: p˂0,01), insulina (G1 p˂0,01; G2 p=0,02) e RI (G1 p˂0,01; G2 p=0,01). Além disso, G1 aumentou a sensibilidade à insulina (p˂0,01), G2 reduziu triglicerídeos (p=0,02), MGC (%) (p˂0,01), aumentou a massa livre de gordura (MLG) (%) (p˂0,01) e a secreção de grelina ativa (p=0,03). Não houve diferença nas variáveis relacionadas com o GE. CONCLUSÃO: O plano alimentar hipocalórico com diferentes frequências promoveu redução do peso total, IMC, PC e MGC (kg) e melhora no metabolismo glicídico, porém, a realização de três refeições por dia proporcionou benefícios no aumento da MLG (%) e redução da trigliceridemia. O consumo de seis refeições por dia foi mais benéfico no aumento da sensibilidade à insulina. A menor FA elevou a secreção de grelina ativa em jejum. Ambas FA não alteraram o metabolismo energético.
Palavras-chave: obesidade; frequência alimentar; dieta hipocalórica; gasto energético; grelina; perda de peso.
Título: AVALIAÇÃO DO CONSUMO, PREFERÊNCIAS E SENSAÇÕES RELACIONADAS COM INGESTÃO ALIMENTAR DE MULHERES COM OBESIDADE GRAVE COM E SEM POLIMORFISMO DO GENE TAS1R2
Autor: Leysimar de Oliveira Siais
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: INTRODUÇÃO: A obesidade é uma doença complexa e multifatorial que constitui um problema de saúde pública crescente em nível mundial. Estudos sugerem um importante papel da genética na etiologia da doença, de forma que alguns genes têm sido alvos de estudos em busca de elucidar sua influência sobre o estado nutricional do indivíduo. O gene TAS1R2 parece estar relacionado a alterações na preferência e consumo alimentar, contudo, são escassos estudos dessa natureza em humanos com obesidade. OBJETIVO: Avaliar consumo, preferências e sensações relacionadas com a ingestão alimentar em mulheres com obesidade grave com e sem polimorfismo do gene TAS1R2 rs35874116. MÉTODOS: Trata-se de um estudo analítico transversal, composto por 70 mulheres com idade entre 20 e 48 anos e índice de massa corporal (IMC) entre 40kg/m2 e 60kg/m2 . Foram avaliados indicadores dietéticos, antropométricos, bioquímicos, hormonais e marcadores inflamatórios, além da genotipagem do TAS1R2. Para avaliar as sensações de fome/saciedade foi aplicada a Escala Analógica Visual (EAV). As análises estatísticas foram realizadas por meio do software SPSS versão 21.0, e foi considerado estatisticamente significativo p-valor<0,05. RESULTADOS: Mulheres com genótipo TT apresentaram maiores concentrações plasmáticas de triglicerídeos (TG), lipoproteínas de muito baixa densidade (VLDL), plenitude gástrica pós-prandial, desejo por doce em jejum e, posteriormente, por salgado no período pós-prandial, comparados com as mulheres com polimorfismo, enquanto essas apresentaram maior sensação de fome e desejo por doces pós-prandial. TT apresentou, ainda, elevação pós-prandial de Interleucina-6 (IL-6). Não houve associação entre o polimorfismo e indicadores antropométricos, dietéticos e doenças associadas à obesidade (hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e esteatose hepática). CONCLUSÃO: A ausência do polimorfismo esteve associada com risco de dislipidemias, devido às concentrações mais elevadas de VLDL e TG, além de aumento da IL-6 pós-prandial. A presença do polimorfismo no gene TAS1R2 rs35874116 está associada a maior sensação de fome e desejo por doces pós-prandial, ao contrário das mulheres sem o polimorfismo que apresentaram maior plenitude gástrica e desejo por salgados pós-prandial, apesar de apresentarem maior desejo por doces em jejum, além do maior relato de “beliscos”. Não houve associação entre o polimorfismo e as comorbidades avaliadas. Mais estudos são necessários para verificar a existência de relação entre o polimorfismo do TAS1R2 e indicadores associados com obesidade e suas complicações.
Palavras-chave:
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE ÍNDICE INFLAMATÓRIO DA DIETA E INDICADORES DE ADIPOSIDADE EM ADOLESCENTES BRASILEIROS
Autor: Luana Senna Blaudt
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: A dieta é um fator importante tanto na indução como na regulação da inflamação de baixo grau, a qual vem sendo associada à obesidade e doenças crônicas não transmissíveis. O Índice Inflamatório da Dieta (IID) possibilita avaliar o potencial inflamatório da alimentação e sua associação com desfechos em saúde. O objetivo do estudo foi avaliar a associação do IID com indicadores antropométricos de adiposidade em adolescentes brasileiros. Foram analisados dados obtidos no ERICA (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes – 2013-14). Trata-se de estudo transversal, de base escolar, com representatividade nacional, com amostra probabilística de estudantes entre 12 a 17 anos de idade. Foram analisados dados dos adolescentes com informações para medidas antropométricas e consumo alimentar (n=71.740). O consumo alimentar foi avaliado por recordatório de 24h aplicado com plataforma informatizada. O IID foi estimado a partir de 39 parâmetros alimentares. Foram desenvolvidos modelos de regressão linear e logística para avaliar a associação do IID com indicadores de adiposidade: índice de massa corporal (IMC=peso/estatura2 ), perímetro da cintura (PC) e razão cintura/ estatura (RCE). As covariáveis que se associaram tanto com a exposição quanto com o desfecho nas análises univariadas (p<0,20) foram incluídas nos modelos multivariados, sendo mantidas nos modelos finais aquelas que se associaram com os desfechos com p<0,05. Utilizou-se o software SAS On Demand for Academics para as análises que incluíram os pesos amostrais. Todas as análises foram estratificadas por sexo. A média do IID foi de 0,04 entre os meninos e 0,77 entre as meninas, variando de -5,44 a 4,00 e -4,96 a 4,27, respectivamente. O IID associou-se diretamente com os indicadores de adiposidade avaliados, tanto nos modelos brutos quanto nos modelos ajustados. Em meninos, os modelos multilineares indicaram que para cada unidade de incremento no IID havia um aumento para o IMC de 0,19 kg/m2 (Intervalo de Confiança de 95% – IC95%: 0,14; 0,25) e para o PC de 0,42 cm (IC95%: 0,26; 0,59). Entre as meninas, esses modelos mostraram incrementos para o IMC de 0,23 kg/m2 (IC95%: 0,16; 0,29) e PC de 0,56cm (IC95%: 0,44; 0,68) de acordo com o aumento no IID. Para a RCE os incrementos eram similares para ambos os sexos. Os meninos classificados no quartil mais elevado do IID tinham chance aumentada de apresentar excesso de peso (OR=1,76; IC95%: 1,38; 2,24), PC inadequado (OR=1,63; IC95%: 1,34; 1,97) e RCE aumentada (OR=2,02; IC95%: 1,60; 2,55). As meninas classificadas no último quartil do IID tinham maior chance de apresentar excesso de peso (OR=1,65; IC95%: 1,38; 1,98), PC inadequado (OR=1,74; IC95%: 1,48; 2,05) e RCE aumentada (OR=1,75; IC95%: 1,45; 2,11) em comparação com o primeiro quartil. A dieta dos adolescentes brasileiros foi caracterizada como pró-inflamatória e o IID se associou ao incremento da adiposidade, sugerindo que a alimentação pode desempenhar papel importante na regulação da resposta inflamatória subclínica.
Palavras-chave: Adolescente. Brasil. Consumo de Alimentos. Índice Inflamatório da Dieta. Inquérito Alimentar. Obesidade.
Título: INFLUÊNCIA DO TIPO DE PARTO NA COMPOSIÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL INFANTIL: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA, CONSIDERANDO O PAPEL DO ALEITAMENTO MATERNO
Autor: Luciana Princisval da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: A microbiota desempenha funções importantes à saúde do hospedeiro e alterações na sua composição podem estar associadas a desfechos negativos. O parto cesáreo pode estar associado negativamente à microbiota intestinal infantil e a amamentação pode modificar essa associação. O objetivo deste estudo foi sistematizar as evidências de associação entre o tipo de parto e a microbiota intestinal de crianças até os seis meses de idade e avaliar o potencial papel da amamentação nessa associação. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, que foi registrada no International Prospective Register of Systematic Reviews (PROSPERO). As bases de dados foram: Medline/Pubmed, Web of Science, Scopus, Embase, Trip Medical Database e Open Grey. O risco de viés foi avaliado com o auxílio do Grading of Recommendations, Assessment, Development and Evaluation (GRADE). Foram incluídos estudos de coorte prospectiva, que realizaram ≥2 coletas fecais da criança ao longo dos seis meses de vida, que apresentassem informações sobre o tipo de parto (vaginal e cesárea) e a comparação da microbiota intestinal entre os tipos de parto. O uso de probiótico materno-infantil, e condições que possam alterar a microbiota foram considerados como critérios de exclusão. Foram selecionados 2.096 resumos para leitura e 217 artigos foram lidos na íntegra. Após essas etapas, 31 estudos foram selecionados para a extração de dados por meio do formulário desenvolvido para este estudo. Crianças nascidas por parto cesáreo apresentaram menor colonização do gênero Bifidobacterium e Bacteroides (e Bacteroides fragilis), ao longo dos seis meses de vida. O grupo nascido de parto cesáreo apresentou menor colonização do gênero Lactobacillus no terceiro mês e das espécies Bifidobacterium longum, Bacteroides vulgatus e Bacteroides uniformis no primeiro mês de vida e Escherichia coli na primeira semana de vida, enquanto Clostridium perfringens esteve aumentado no terceiro mês. Crianças nascidas por parto cesáreo e em amamentação exclusiva apresentaram a microbiota mais semelhante à de nascidos por parto vaginal. Resultados para Bifidobacterium foram mais prevalentes na Ásia, e Bacteroides e E.coli no Centro e Sul Europeu, respectivamente. Dezesseis por cento dos estudos apresentaram baixo risco de viés. Os gêneros Bifidobacterium e Bacteroides (e B. fragilis) foram potencialmente inferiores em crianças nascidas por parto cesáreo. Ainda nesse grupo, há tendências de que a colonização do gênero Lactobacillus e das espécies B. longum, B. catenulatum, B. vulgatus, B. uniformis e E. coli sejam menores e C. perfringens ser aumentada. Os resultados dessas associações podem ser modificados pela amamentação, no entanto, ainda são necessários mais estudos que confirmem esses resultados. Supostamente, a colonização dos gêneros Bifidobacterium é maior em crianças da Ásia, enquanto Bacteroides na Europa Central e E. coli na Europa Nórdica. Supõe-se que os trinta e um estudos gerem baixa evidência sobre o tema.
Palavras-chave: microbiota, tipo de parto, revisão sistemática de literatura, intestino, lactente, aleitamento materno, bifidobacterium, bacteroides.
Título: ASSOCIAÇÃO DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL PRÉ-GESTACIONAL E GANHO DE PESO GESTACIONAL E A MICROBIOTA INTESTINAL INFANTIL NO PRIMEIRO MÊS DE VIDA
Autor: Nathalia Cristina de Freitas Costa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: Introdução: O excesso de peso materno pode alterar a microbiota materna durante a gravidez e essa microbiota alterada pode ser transmitida para o filho. Além disso, a amamentação também afeta a microbiota intestinal infantil. Objetivo: Avaliar as associações do índice de massa corporal (IMC) pré-gestacional e do ganho de peso gestacional (GPG) com a composição e diversidade de microbiota intestinal infantil (MI) no primeiro mês de vida, considerando o tipo de aleitamento materno (AM) como efeito modificador dessas relações. Métodos: Coorte prospectiva com 56 pares de mãe e filhos realizada no Rio de Janeiro, Brasil. O IMC pré-gestacional foi classificado como adequado (<25,0 kg/m²) e sobrepeso/obesidade (≥ 25,0 kg/m²). O GPG foi categorizado em adequado ou excessivo, de acordo com as recomendações do Instituto de Medicina Americano. O tipo de AM foi classificado como AM exclusivo (AME) e AM predominante/complementar (APC). As amostras de fezes (26-50 dias) foram sequenciadas usando gene 16S rRNA (MiSeq). As análises estatísticas incluíram: índices de alfa diversidade, beta diversidade, teste de Wilcoxon-Mann-Whitney, regressão linear múltipla, análise de variância multivariada permutacional (PERMANOVA) e tamanho do efeito da análise discriminante linear (do inglês, Linear Discriminant Analysis Effect Size – LEfSe). Resultados: A composição da MI foi diferente para filhos de mães com IMC pré-gestacional de sobrepeso/obesidade e GPG excessivo. Observou-se maior mediana de alfa diversidade em crianças nascidas de mães com GPG excessivo e essa categoria de GPG foi positivamente associada a alfa diversidade. A MI de lactentes de mães com IMC de sobrepeso/obesidade foram enriquecidas com o gênero Dialister e as espécies Lactobacillus ruminis, Haemophilus parainfluenzae e Veillonella parvula. Lactentes de mães com GPG excessivo apresentaram maior abundância do gênero Staphylocococcus, família Staphylococcaceae, ordem Bacillales e classe Bacilli. O APC modificou a composição da microbiota intestinal infantil nos grupos com excesso de peso materno, aumentando a abundância dos gêneros Streptococcus e Veillonella, e diminuindo a abundância de Bifidobacterium. Conclusão: O excesso de peso materno modificou sobretudo a abundância da MI infantil e o APC modificou o efeito do excesso do IMC pré-gestacional e do GPG.
Palavras-chave: Índice de massa corporal pré-gestacional; Ganho de peso gestacional; Microbiota intestinal infantil; aleitamento materno.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE CIRCULAÇÃO COLATERAL CORONARIANA COM ADIPOSIDADE CORPORAL E AS CONCENTRAÇÕES SÉRICAS DE VITAMINA A EM INDIVÍDUOS COM DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
Autor: Thalita Lisboa de Carvalho Almada
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2020
Resumo: Background: A ausência de uma circulação colateral coronariana (CCC) bem desenvolvida juntamente com a deficiência de vitamina A (DVA) podem estar associadas com riscos para a saúde cardiovascular, em um cenário em que o excesso de adiposidade pode apresentar efeitos nocivos na doença arterial coronariana (DAC). Objetivos: Avaliar a associação da CCC com a adiposidade corporal e as concentrações séricas de vitamina A em pacientes com DAC. Material e métodos: Foram incluídos 90 pacientes de ambos os sexos internados em um centro de referência em doenças cardiovasculares da cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Foram realizados exames laboratoriais, avaliação de variáveis corporais e avaliação da CCC por angiografia coronariana, utilizando o método Rentrop-Cohen. Resultados: 54,5% dos pacientes apresentaram CCC bem desenvolvida ou presente, enquanto 45,5% CCC mal desenvolvida ou ausente. Observou-se que 92,2% da amostra apresentaram níveis séricos adequados de retinol; enquanto apenas 3,3% apresentaram adequação de βcaroteno. Os indivíduos com retinol adequado e CCC bem desenvolvida tiveram perímetro da cintura menor (p = 0,07) e maiores valores de HDL (p= 0,07) que os de CCC mal desenvolvida. Os pacientes com concentrações de retinol inadequado e CCC mal desenvolvida apresentaram maiores médias de índice de adiposidade visceral (IAV) e valores maiores de colesterol total (p= 0,07), LDL (p= 0,06), triglicerídeos (p= 0,04) e menores de HDL (p= 0,08) que os do grupo de CCC bem desenvolvida. Os níveis de PCR se encontraram menores naqueles com CCC bem desenvolvida e retinol adequado (p< 0,01) quando comparado com os indivíduos com inadequação de retinol. Verificou-se que os pacientes com retinol adequado tiveram 2,67 maior de chance de apresentar CCC bem desenvolvida, quando comparado com os indivíduos com retinol inadequado. Conclusão: Os resultados apontam a adequação de retinol como um possível preditor de uma CCC bem desenvolvida e que há uma relação entre a concentrações séricas de retinol e βcaroteno, as variáveis corporais e o desenvolvimento da CCC em pacientes com DAC.
Palavras-chave:
Título: PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL UTILIZANDO ESTRATÉGIAS DE ARQUITETURA DE ESCOLHAS
Autor: Alini Melo Naspolini
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo avaliar o efeito de intervenções baseadas no conceito de arquitetura de escolhas sobre o consumo da alimentação escolar. “Arquitetura de escolhas” refere-se à organização do contexto no qual as pessoas tomam decisões de modo a influenciar as pessoas para que tomem decisões favoráveis. Em geral são adotadas estratégias sutis, simples e de baixo custo, conhecidas como nudges. Desenvolveu-se ensaio comunitário não randomizado com controle histórico, no qual os indivíduos são avaliados em relação às variáveis de interesse antes e após a intervenção. Foram incluídos 148 alunos com idades entre 7 e 12 anos, matriculados entre o 2º e o 5º ano do ensino fundamental de uma instituição de ensino público localizada na cidade do Rio de Janeiro. O estudo compreendeu três etapas: estudo de base, intervenção e pós-intervenção. O estudo de base contemplou a coleta de dados composta por tomada de medidas antropométricas e por entrevistas com questionário estruturado e questionário eletrônico auto respondido pelos participantes. Os questionários abordaram a frequência de consumo da alimentação escolar, preferências alimentares na escola e o conhecimento a respeito de hortaliças e frutas. A etapa de intervenção teve duração de 1 mês e contemplou ações de nudge voltadas para o incentivo do consumo da alimentação escolar, especialmente hortaliças e frutas servidas na escola. Esta etapa foi constituída por mudanças no ambiente do refeitório da escola, em especial: forma de servir frutas que passaram a ser dispostas em uma “mesa das frutas” colocada em local de destaque no refeitório; renomeação das preparações servidas, utilizando nomes de personagens do universo infantil; exposição do cardápio de forma atrativa e de hortaliças e frutas in natura; imagens e cartazes destes alimentos nas paredes dos refeitório e elaboração de painel informativo sobre os alimentos servidos na alimentação escolar com curiosidades acerca dos alimentos incluídos no cardápio. Foi avaliado o impacto das intervenções sobre o consumo da alimentação escolar e o de hortaliças e frutas oferecidas pela escola pela comparação com os dados obtidos no estudo base com os do estudo pós-intervenção. A diferença entre as proporções estimadas entre o estudo de base e o pósintervenção para as categorias das variáveis avaliadas foi examinada pelos testes qui-quadrado de Pearson e de McNemar, considerando significativas as variações com nível de significância <0,10. O estudo pós intervenção contou com 139 participantes e os resultados apontaram aumento significativo dos alunos que relataram consumir o almoço da escola e 1 a 4 dias na semana (28,4% vs. 40,0%), o que demonstra que a intervenção foi eficaz em atrair os alunos para o consumo da alimentação escolar. A intervenção proporcionou o aumento no conhecimento dos alunos em relação à batata baroa, berinjela e chuchu. Constatou-se incremento da proporção de alunos que optaram por trazer frutas para o lanche na escola. Sendo assim, a utilização do conceito de arquitetura de escolhas revela-se como um método promissor para incentivar escolhas alimentares saudáveis entre escolares.
Palavras-chave: arquitetura de escolhas; nudge; escolares; alimentação saudável.
Título: HIDRÓLISE ÁCIDA COMO ESTRATÉGIA PARA A DESPOLIMERIZAÇÃO DOS ELAGITANINOS DA CASCA E SEMENTE DA JABUTICABA (MYRCIARIA JABOTICABA)
Autor: Bianca Souza Góes da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Na fabricação de produtos à base de jabuticaba a polpa da fruta é utilizada, sendo descartadas as cascas e sementes. Essas frações são fontes de compostos fenólicos, em especial, os elagitaninos, que são encontrados principalmente nas sementes da fruta. Os elagitaninos apresentam alto peso molecular e, por isso apresentam baixa biodisponibilidade. A hidrólise ácida surge como uma estratégia para promover a despolimerização desses compostos e potencialmente aumentar a sua biodisponibilidade. O objetivo do estudo foi avaliar o emprego da hidrólise ácida na casca e semente da jabuticaba (CSJ) como estratégia para despolimerizar os elagitaninos. Anteriormente à etapa de hidrólise, foi realizada a caracterização dos elagitaninos da CSJ e seu isolamento para uso como padrões analíticos. A vescalagina e a castalagina foram identificadas na semente da jabuticaba e isoladas por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) semi-preparativa. O extrato foi analisado por CLAE acoplado ao espectrômetro de massas e os compostos apresentaram m/z 933, em concordância com os dados descritos na literatura para a vescalagina e castalagina. Além disso, os extratos foram analisados por RMN e apresentaram sinais que sugeriram que as frações isoladas eram os elagitaninos investigados. Foi realizada a validação do método analítico para determinação dos elagitaninos na CSJ, em que foram avaliados os parâmetros: linearidade, limite de detecção e quantificação, repetitividade, recuperação e precisão intermediária. As curvas de calibração dos elagitaninos apresentaram um coeficiente de determinação R 2 > 0,99. Os limites de detecção para a vescalagina e castalagina foram 2,9 µg/mL e 6,5 µg/mL, respectivamente. O limite de quantificação para a vescalagina foi 8,8 µg/mL e para a castalagina foi 19,7 µg/mL. A repetitividade para vescalagina e castalagina foi de 2,8% e 5,3%, respectivamente. A precisão intermediária foi de 5,5% para a vescalagina e 5,4% para a castalagina. A recuperação não pôde ser avaliada, pois os dados estavam superestimados, sugerindo que o padrão isolado estava impuro, o que foi confirmado posteriormente com a aquisição de padrão comercial. São necessários mais estudos para a realização do isolamento dos elagitaninos que possuam um maior grau de pureza. Contudo, o método usado para a análise mostrou-se adequado pelos parâmetros de linearidade, repetitividade e precisão intermediária. A hidrólise ácida foi aplicada na casca, na semente e no resíduo para promover a liberação de compostos mais biodisponíveis. Os ácidos gálico e elágico foram os principais produtos liberados após hidrólise dos elagitaninos. Além desses, outros três picos também foram encontrados nos cromatogramas das amostras hidrolisadas, no entanto, os mesmos não foram identificados. Na casca, na semente e no resíduo observou-se que os maiores teores de ácido gálico foram liberados no extrato solúvel, enquanto que o elágico foi liberado no extrato insolúvel, realizado após hidrólise ácida e extração com DMSO. A aplicação da hidrólise a partir de 6 h a 90 oC no resíduo da jabuticaba foi capaz de promover a liberação de elevados teores de ácido gálico e ácido elágico. Sendo assim, o atual trabalho permitiu definir uma metodologia com condições de tempo de incubação ideal para a hidrólise de frações da jabuticaba.
Palavras-chave: ácido elágico, ácido gálico, taninos hidrolisáveis, processamento tecnológico, valorização da fruta.
Título: PERFIL QUÍMICO E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS ENCONTRADAS NO RIO DE JANEIRO
Autor: Camila das Neves Didini
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Plantas alimentícias não convencionais (PANC) são plantas ou partes de plantas que normalmente não estão inseridas na alimentação da população. As PANC possuem grande potencial nutricional, podendo ser utilizadas na alimentação a fim de aumentar e diversificar o consumo de hortaliças, uma vez que, atualmente esse consumo pela população encontra-se abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, 400 g/dia. O desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis está associado ao baixo consumo de frutas e hortaliças. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho foi traçar o perfil químico e a avaliar a capacidade antioxidante das PANC encontradas no Estado do Rio de Janeiro, visando contribuir com o conhecimento sobre essas plantas e incentivar seu consumo pela população. As plantas selecionadas foram: beldroega (Portulaca oleracea), caruru (Amaranthus viridis), major gomes (Talinum triangulare Jacq. (Willd)), ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata), taioba (Xanthosoma sagittifolium), trapoeraba (Commelina erecta) e vinagreira roxa (Hibiscus acetosella). As amostras foram caracterizadas quanto à composição centesimal e tiveram a capacidade antioxidante (CA) determinada pelos métodos de Folin-Ciocalteau, Ferric Reduction Antioxidant Power (FRAP) e Trolox Equivalent Antioxidant Capacity (TEAC). O efeito de diferentes métodos de extração de compostos fenólicos sobre a CA desses extratos foi avaliada por meio de um planejamento experimental 22 , tendo como variáveis independentes a concentração de metanol em solução aquosa (20:80; 50:50; 80:20 – metanol:água, %, v/v) e temperatura (40 °C, 70 °C e 100 °C) e variáveis independentes a CA pelos métodos de Folin-Ciocalteau, FRAP e TEAC. Os compostos fenólicos presentes nas amostras foram identificados e quantificados por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) acoplada à Espectrometria de Massa (EM). A espécie major gomes apresentou o maior teor de resíduo mineral fixo (26,4 ± 0,3 g/100 g), valor superior quando comparado a hortaliças convencionais (alface, couve e espinafre), o maior teor de proteínas (26,2 ± 1,0 g/100 g) e de fibras (31,5 ± 0,9 g/100 g) e o menor teor de carboidrato (14,9%) e menor valor energético (10 kcal) entre as PANC analisadas. Não houve uma condição única do planejamento experimental que apresentasse os maiores valores de CA para todas as espécies, sendo as espécies ora-pro-nóbis e vinagreira roxa as que apresentaram os maiores valores. Foram identificados e quantificados na espécie ora-pro-nóbis os seguintes compostos fenólicos: ácido cafeico e quercetina-3-O-rutinosídeo, enquanto para a espécie vinagreira roxa foram identificados e quantificados o ácido cafeico, quercetina-3-O-sambubiosideo, kaempferol-7-O-glucosideo, miricetina-3-O-ramnosídeo, delfinidina-3-O-sambubiosídeo e cianidina-3-O-sambubiosideo. Os resultados do presente estudo sugerem o potencial nutricional e funcional dessas PANC, não só pela sua composição centesimal, mas também pela CA e pelo teor de compostos fenólicos presentes.
Palavras-chave:
Título: QUESTIONNAIRE ON EATING AND WEIGHT PATTERNS-5 – QEWP-5 (QUESTIONÁRIO SOBRE PADRÕES DE ALIMENTAÇÃO E PESO-5): TRADUÇÃO, ADAPTAÇÃO TRANSCULTURAL E ESTUDO DE CONFIABILIDADE
Autor: Carlos Eduardo Ferreira de Moraes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Introdução: O Questionário sobre Padrões de Alimentação e Peso-5 (QEWP-5) é um instrumento auto preenchível utilizado no rastreamento de indivíduos com Transtorno da Compulsão Alimentar (TCA) e Bulimia Nervosa (BN) de acordo com os critérios diagnósticos do Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais, quinta edição. Entretanto, essa versão do instrumento ainda não foi adaptada para a população brasileira. Objetivo: Realizar a adaptação transcultural do QEWP-5 para a população brasileira. Material e métodos: O processo de adaptação incluiu as etapas de tradução, comparação das traduções e elaboração da versão síntese, retro-traduções (RT), comparação das RT com a versão original, e teste de compreensibilidade com 10 pacientes com BN e TCA e 10 especialistas em Transtornos Alimentares. Para avaliação da confiabilidade, a versão final traduzida foi aplicada duas vezes, com intervalo de 2 semanas, para 345 estudantes de graduação, de ambos os sexos, dos cursos de Nutrição (n=179) e Psicologia (n=166). A estabilidade temporal foi avaliada por meio do coeficiente de kappa. Resultados: A versão brasileira do QEWP-5 foi bem compreendida pelos pacientes. Somente 2 participantes apresentaram questionamentos sobre os itens relacionados aos episódios de compulsão alimentar subjetivos. No que tange a avaliação da confiabilidade, os valores de kappa para a avaliação de BN nas amostras totais, cursos de Nutrição e Psicologia foram 0,71, 0,80 e 0,60, respectivamente. Para avaliação de TCA, os respectivos coeficientes de kappa foram 0,48 (amostra total), 0,60 (curso de Nutrição) e 0,27 (curso de Psicologia). Todos os valores apresentaram significância estatística (p<0,001). Conclusão: A versão brasileira do QEWP-5 foi adaptada transculturalmente e bem compreendida pela população-alvo. Ademais, ela foi considerada moderadamente estável para avaliar TCA e substancialmente estável para rastreamento de BN em estudantes de graduação.
Palavras-chave: Transtorno da Compulsão Alimentar, Bulimia Nervosa, QEWP-5, Adaptação transcultural, Confiabilidade.
Título: PERFIL ALIMENTAR, CORPORAL E BIOQUÍMICO DE ATLETAS ADOLESCENTES DO SEXO FEMININO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE MODALIDADES OLÍMPICAS.
Autor: Christian Henrique Dias da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Foram avaliadas adolescentes do sexo feminino, atletas, praticantes de modalidades olímpicas distintas a fim de verificar como funcionam as relações entre as variáveis estudadas para cada esporte. Foram avaliadas no total 17 meninas com idade entre 12 e 19 anos de idade. Dados relacionados à maturação sexual, prática do esporte, rotina de treinamento e consumo alimentar foram obtidos através de questionários específicos e relacionados entre si e com variáveis sanguíneas coletadas. Nossos achados mostraram correlações fortes entre idade da menarca, com tempo de prática antes da menarca e composição corporal, para natação e judô; outra importante correlação foi da idade da menarca com as concetrações de leptina no grupo de atletas de nado artístico, e de judocas. Além dessa correlação, a leptina teve relação com consumo alimentar nas três modalidades. Outra importante correlação foi entre o tempo semanal de exercício e o perfil lipídico. Não foram detectadas diferenças entre os grupos estudados.
Palavras-chave:
Título: PERCEPÇÃO DA QUALIDADE DE VIDA E FATORES ASSOCIADOS: ESTUDO TRANSVERSAL COM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS
Autor: Daniele de Almeida Carvalho
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: A Qualidade de Vida compreende o bem-estar físico, psicológico e emocional. O objetivo deste estudo foi avaliar a autopercepção da qualidade de vida e fatores associados em docentes universitários. Trata-se de estudo transversal com 112 professores (64,3% mulheres) de uma universidade pública do Rio de Janeiro, Brasil. Os dados foram coletados por meio de questionário estruturado autopreenchido. O WHOQOL-bref, questionário com 26 questões desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde, foi utilizado para avaliar a Qualidade de Vida geral e nos domínios físico, psicológico, relações sociais e meio ambiente. Foram obtidas informações sobre sexo, idade, situação marital, tempo de trabalho na instituição, horas trabalhadas nos finais de semana, atividade na Pós-Graduação, episódios de consumo abusivo de bebida alcoólica no mês anterior à entrevista, horas de sono, atividade física, condição de peso, morbidade referida, autoavaliação da saúde, transtornos mentais comuns e desgaste psíquico. Instrumentos validados no Brasil foram aplicados para avaliar a atividade física (IPAQ), transtornos mentais comuns (GHQ-12) e desgaste psíquico (CESQT). A condição de peso foi classificada pelo IMC (peso/estatura2 ) e critérios da Organização Mundial de Saúde. Para testar as diferenças nas médias dos escores de Qualidade de Vida segundo as categorias das variáveis explanatórias avaliadas, foram aplicados os testes para amostras independentes t de Student e de Mann-Whitney (p-valor <0,05). A média do escore de Qualidade de Vida geral foi 69,9 (desvio-padrão=15,9). Os docentes que avaliaram a própria saúde como ruim ou muito ruim (75,2%), os que apresentaram transtornos mentais comuns (17,0%) e os que relataram desgaste psíquico (86,0%) tiveram médias menores dos escores para a Qualidade de Vida geral e para os quatro domínios avaliados quando comparados aos que não tinham essas características (p<0,05). As médias dos escores de Qualidade de Vida geral foram menores para os que trabalhavam <3h/dia nos fins de semana, os insuficientemente ativos e os que tinham excesso de peso quando comparados às categorias complementares. Os escores médios do domínio físico de Qualidade de Vida foram significativamente menores para os que trabalhavam <3h/dia em comparação com aqueles que trabalhavam por mais tempo nos finais de semana. Os escores médios do domínio psicológico foram menores para os que tinham <45 anos de idade e os que trabalhavam <3h/dia nos finais de semana, quando cotejados com as categorias complementares. O escore médio do domínio relações sociais foi significativamente menor para os docentes que eram insuficientemente ativos em comparação com os ativos. Idade, atividade física, excesso de peso, transtornos mentais comuns e desgaste psíquico foram os aspectos que mais afetaram a Qualidade de Vida dos docentes. Esses achados são importantes para futuras ações de prevenção do desgaste profissional e promoção da saúde física e mental dos professores universitários.
Palavras-chave: qualidade de vida, docentes, universidade, estilo de vida, condições de saúde, estresse psicológico.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE O GANHO DE PESO GESTACIONAL E DESFECHOS PERINATAIS EM MULHERES ADULTAS COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
Autor: Érica da Silva Soares de Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma das principais intercorrências da gestação e está associado a piores resultados obstétricos e perinatais. A principal recomendação sobre ganho de peso gestacional (GPG) publicada é a do Institute of Medicine (IOM), que não se aplica a mulheres com DMG. Objetivo: Avaliar a associação entre o GPG e desfechos perinatais em mulheres adultas com DMG. Métodos: Estudo analítico transversal realizado com gestantes adultas com diagnóstico de DMG e seus recém-nascidos, atendidos em uma maternidade pública do Rio de Janeiro no período de 2011 a 2014. Foi analisada a associação entre ganho de peso insuficiente, adequado e excessivo com os desfechos perinatais desfavoráveis: parto cesáreo, síndrome hipertensiva gestacional (SHG), prematuridade, macrossomia e recém-nascido pequeno ou grande para a idade gestacional (PIG/GIG). A associação entre as variáveis foi verificada pelos testes X² de Pearson. Para comparação das médias aplicou-se análise de variância, teste t-student, ANOVA e pós-hoc de Tukey, além de estimativa de modelos de regressão logística simples e múltipla para avaliar o efeito da adequação do GPG nos desfechos perinatais. Resultados: Foram incluídas 545 gestantes e seus recém-nascidos. A prevalência da adequação do GPG foi de 27,2% para ganho de peso insuficiente, 35,8% adequado e 37% excessivo. O ganho de peso insuficiente esteve associado a maior chance de prematuridade (OR ajustada 2,57; IC95%: 1,06-6,19) e o ganho excessivo aumentou a chance de SHG (OR ajustada 2,62; IC95%: 1,54-4,45) e GIG (OR ajustada 1,88; IC95%: 1,08-3,29). Ocorrência de macrossomia e recém-nascido PIG, entretanto, não apresentaram resultados significativos associados ao ganho de peso inadequado (OR ajustada 1,79; IC95%: 0,66-4,86; OR ajustada 1,96; IC95%: 0,78-4,97, respectivamente). Conclusão: Em mulheres com DMG, o GPG insuficiente foi associado com maior chance de prematuridade e o GPG excessivo foi associado com maior chance de SHG e recémnascido GIG.
Palavras-chave: gestantes, ganho de peso, diabetes gestacional, resultado da gravidez, cuidado pré-natal
Título: CRESCIMENTO PONDERAL DE ESCOLARES DO MUNICÍPIO DE MACAÉ, RJ
Autor: Luiz Felipe Cruz Rangel
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Os índices de obesidade infantil vêm crescendo em nosso país. A obesidade está associada com alterações metabólicas, funcionais, estruturais e, consequentemente, com as doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). A literatura mostra que em indivíduos com excesso de peso, a presença de obesidade abdominal (OA) potencializa os riscos cardiometabólicos e os fatores de risco associados. Influências ambientais negativas presentes nos dias de hoje como alimentos industrializados e a redução da prática de atividade física contribuem para o aumento da obesidade em idades cada vez mais precoces e, para além disso podem estar mudando a composição corporal das crianças de forma negativa, favorecendo a presença de OA. Nesse contexto, o presente estudo procurou identificar o padrão de crescimento entre os escolares, a presença da obesidade total (OT) e da OA segundo o sexo e a idade e analisar a presença da OA em crianças com e sem excesso de peso. A amostra foi composta por 1267 escolares (622 meninas e 645 meninos), com idade entre 6 e 10 anos incompletos de escolas públicas do Município de Macaé – RJ. Dados antropométricos como peso, estatura e perímetro da cintura (PC) foram coletados entre 2013 e 2014. O estado nutricional foi classificado, segundo o Índice de Massa Corporal (IMC/idade), recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a presença de OA foi classificada pela RCEst ≥ 0,50. A prevalência de excesso de peso (sobrepeso + obesidade) e obesidade nos escolares foi de 33,7% e 16,4%, respectivamente, sendo similares àqueles encontrados na última pesquisa de orçamento familiares, 33,5% e 14,3% (POF 2008 – 2009). A prevalência de OA foi de 22,7% da amostra. A prevalência de OT e OA foi semelhante entre as idades e entre os sexos, porém, entre as meninas com sobrepeso, foi verificada maior presença de OA quando comparadas aos meninos com sobrepeso (63,8% vs. 36,14%, VII respetivamente; p < 0,05). Entre as crianças classificadas com sobrepeso, 37,7 % apresentam a presença de OA e, entre as obesas, 93,7% apresentam OA, sendo mais presente entre as meninas de 8 e 9 anos. Do total da amostra, 21,9% apresentaram a combinação de excesso de peso e obesidade abdominal, sendo 11,5% entre as meninas e 10,4% entre os meninos (IC 95%). Conclusão: Encontramos um padrão de crescimento atípico com elevada prevalência de sobrepeso, obesidade e OA em ambos os sexos e em todas as idades nas crianças avaliadas demonstrando o alto risco que estes indivíduos podem apresentar para complicações cardiovasculares e metabólicas no decorrer da vida
Palavras-chave: Obesidade infantil, obesidade abdominal, escolares, crescimento, indicadores antropométricos, índice de massa corporal e relação cintura/estatura
Título: ADESÃO AO PADRÃO DIETÉTICO DASH EM GESTANTES COM DIABETES MELLITUS PRÉVIO E SUA RELAÇÃO COM O DESFECHO PRÉ-ECLÂMPSIA
Autor: Luiza Berguinins Scancetti
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Introdução: O diabetes mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, que pode decorrer com a falta de insulina e/ou da incapacidade de ação desse hormônio, resultando em resistência à insulina (RI), configurando a hiperglicemia crônica. Gestantes com DM podem ter desfechos maternos e neonatais adversos associados, como as síndromes hipertensivas da gravidez (SHG), que afetam 25% desse grupo. Dentre as intervenções nutricionais, pode-se destacar o padrão dietético para redução da hipertensão (Dietary Approaches to Stop Hypertension – DASH). O padrão DASH preconiza o consumo de frutas, vegetais, produtos lácteos desnatados, cereais integrais, peixes, aves e nozes, com menor ingestão de carne vermelha, doces e açúcares. Seu consumo resulta em aumento de nutrientes como potássio, magnésio e cálcio, assim como de fibras alimentares, sendo indicado, inclusive, para indivíduos com DM. Objetivo: avaliar a associação entre o padrão dietético DASH e o desfecho préeclâmpsia (PE) em gestantes com DM prévio. Métodos: Estudo transversal aninhado a um ensaio clínico, desenvolvido com gestantes adultas com DM prévio, atendidas em uma maternidade pública, no ambulatório do serviço de Nutrição, Rio de Janeiro, Brasil. Foram investigados fatores sociodemográficos, obstétricos, antropométricos, avaliação clínica e condições ao nascer. O consumo alimentar foi avaliado a partir da média de dois recordatórios de 24 horas respondidos pelas gestantes no 2º e 3º trimestres de gestação. A adesão ao padrão dietético DASH foi avaliada segundo a ingestão dos grupos alimentares para cada 1000 kcal do valor energético total referido em cada consulta. Os grupos alimentares foram adaptados do padrão dietético DASH original e seu consumo foi avaliado entre as gestantes com (G1) e sem pré-eclâmpsia (G2). Cálculos de média, mediana, desvios padrões, testes t-Student, teste não paramétrico de Mann-Whtiney e ANOVA foram realizados para variáveis numéricas. O teste de qui-quadrado foi realizado em variáveis categóricas. As análises que apresentaram p<0,05 foram utilizadas no modelo final de regressão logística múltipla, contendo variáveis explicativas para o desfecho. Resultados: Foram incluídas 47 gestantes, no período de 2016 a 2019, com média de idade sem diferença significativa entre G1 e G2 (p=0,96), sendo 30,87 (desvio padrão – DP = ±5,82) anos para G1 e 30,77 (DP= ±6,10) anos para G2. Considerando o total dos dois grupos, possuíam ensino médio completo e/ou ensino superior completo ou incompleto (70,2%, n=33), não apresentando diferenças significativas (p=0,87). No que concerne ao acompanhamento do pré-natal, não houve diferença significativa entre o número de consultas, e não foram observadas diferenças quanto ao número de gestações e paridade entre os grupos. Com relação aos dados antropométricos, a maioria das gestantes apresentou sobrepeso e obesidade pré-gestacional (68,2%, n= 32), e não foi observada associação entre essa variável com o desfecho (p=0,90). Quanto à adequação de ganho de peso, observou-se uma tendência de associação com a pré-eclâmpsia, pois, apresentou maiores taxas de inadequação, com ganho de peso acima, dentre as gestantes com PE (p=0,099). Entretanto, observou-se uma tendência de que o ganho de peso gestacional no terceiro trimestre foi maior no G1 quando comparado ao G2 (p=0,098 e p=0,099). Observa-se que a ingestão de calorias, proteínas, gorduras totais, saturada, monoinsaturada e poli-insaturada foi menor no grupo sem PE quando comparada com o grupo com PE. Com relação aos grupos alimentares avaliados para associação com o desfecho, houve diferença significativa para o grupo de leguminosas e uma tendência para o grupo das frutas, o que indica que quanto menor é o consumo de leguminosas (p=0,011) e frutas (p=0,060), maior foi a associação com o aparecimento de PE. Conclusão: O consumo de leguminosas foi associado a um risco menor para o surgimento da PE e o de frutas apresentou uma tendência na população estudada, muito provavelmente pela presença de fibras e antioxidantes em sua composição. Os achados reforçam que as orientações nutricionais devem ser enfatizadas para a população em questão ao longo do acompanhamento do pré-natal. Palavras-chave:
Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 1. Diabetes Mellitus tipo 2. Mulheres. Pré-eclâmpsia. Dieta. Frutas.
Título: QUALIDADE DA DIETA SEGUNDO O CONSUMO DE BEBIDAS ADOÇADAS DA POPULAÇÃO BRASILEIRA
Autor: Maria Eliza de Mattos Tobler Mastrangelo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Introdução: O consumo elevado de bebidas com adição de açúcar está associado a maior ingestão de energia e a pior qualidade da dieta. Objetivo: Analisar a associação entre o consumo de bebidas com adição de açúcar e a qualidade da dieta na população brasileira. Métodos: Foram analisados todos os indivíduos investigados no primeiro Inquérito Nacional de Alimentação 2008-2009, com idade igual ou superior a 10 anos que reportaram o seu consumo alimentar nos dois dias não consecutivos de registro alimentar (n=32.900). Os alimentos foram classificados em: i) bebidas com adição de açúcar (incluindo sucos e refrescos, refrigerantes e bebidas lácteas com sabor); ii) marcadores da alimentação saudável (leguminosas, vegetais e hortaliças, frutas e suas respectivas preparações; e ingestão de fibra dietética), e iii) marcadores da alimentação não saudável (doces, bolos e biscoitos doces, biscoitos salgados, petiscos e guloseimas e fast foods; e ingestão de açúcar de adição). Estimou-se o percentual de energia oriundo de bebidas com adição de açúcar, que foi categorizado em quatro grupos: não consumidores e segundo os tercis de consumo. Modelos de regressão linear múltipla para avaliar as associações entre o consumo de bebidas com adição de açúcar e os marcadores da alimentação foram adotados. Todas as estimativas foram calculadas levando em conta os fatores de expansão e a complexidade do desenho amostral. Resultados: As bebidas com adição de açúcar contribuíram em média com 8% do total de energia ingerida, sendo observada maior contribuição percentual entre os indivíduos moradores da área urbana. A contribuição percentual de alimentos marcadores da alimentação não saudável foi maior entre as mulheres e adolescentes; e a de alimentos marcadores da alimentação saudável, foi maior entre homens, idosos e moradores de área rural. Observou-se associação direta entre o consumo de açúcar de adição e as bebidas com adição de açúcar. Para cada copo adicional de bebida com adição de açúcar estimou-se uma redução do consumo de alimentos marcadores da alimentação saudável e fibra dietética, e um incremento do percentual de energia proveniente do açúcar de adição em 3% e em 237 kcal na dieta da população brasileira. Conclusão: O consumo de bebidas com adição de açúcar está associado à baixa qualidade da dieta na população brasileira.
Palavras-chave: Consumo alimentar, Bebidas, Qualidade da dieta, Inquérito sobre dietas.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DEPRESSIVOS NO PÓS-PARTO E A PRÁTICA DE ALEITAMENTO MATERNO ENTRE MULHERES ATENDIDAS EM MATERNIDADE PÚBLICA DA BAIXADA FLUMINENSE
Autor: Viviane Simões de Freitas
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2019
Resumo: Introdução: A gestação e o puerpério são fases de maior vulnerabilidade a transtornos psíquicos, como a depressão pós-parto. São diversos os fatores associados aos sintomas depressivos, especialmente àqueles referentes ao vínculo mãe-filho, com destaque para o aleitamento materno. Objetivo: Investigar a associação da prática de aleitamento materno com sintomas depressivos no pós-parto, RJ. Métodos: Trata-se de um estudo longitudinal, realizado em uma maternidade pública da baixada fluminense, RJ. A amostra foi composta por puérperas com excesso de peso pré-gestacional, idade entre 18 e 50 anos, sem doenças crônicas préexistentes, exceto obesidade e que foram acompanhadas até o sexto mês pós-parto. Os sintomas depressivos foram rastreados pela EPDS (Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgo), com escores de pontuação da escala distribuídos em tercis. A variável aleitamento materno foi obtida por meio de questionário aplicado em todas as seis ondas de seguimento do estudo. As características das participantes foram apresentadas por meio de medidas de tendência central e dispersão amostral e por frequências absolutas e relativas. As medianas de escore de EPDS no 3º e no 5º mês pós-parto foram comparadas por meio do teste Wilcoxon para medidas repetidas. A comparação de medianas de escore de EPDS entre as categorias de prática de amamentação (Sim vs. Não) foi realizada por meio do teste U de Mann-Whitney. Foi adotado nível de significância de 5%. Resultados: As medianas de sintomas depressivos no 3º e 5º mês pós-parto foram de 17 e de 19 (IC 95%=17,0; 21,0), respectivamente. Mulheres com maior renda familiar total (p=0,005), brancas (p=0,004) e com apenas um filho (p=0,017) apresentaram escores do EPDS no 3º mês pós-parto no 3º tercil. Foi observada diferença estatisticamente significativa da mediana de escores de EPDS conforme a prática de aleitamento materno no 2º mês pós-parto. Conclusão: A inexistência da prática de aleitamento materno apresentou-se como fator de risco para a ocorrência de sintomas depressivos em puérperas, deste modo, a promoção da amamentação pode também atuar como medida preventiva do desenvolvimento de sintomas de depressão pós-parto.
Palavras-chave: Depressão pós-parto; Aleitamento materno; Puerpério
Título: FATORES PREDITORES DO COLESTEROL NÃO-HDL EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 1: UM ESTUDO TRANSVERSAL
Autor: Raquel Nascimento Chanca Silverio
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/20/2018
Resumo: Introdução: O Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é um distúrbio metabólico que resulta da destruição de células beta pancreáticas responsáveis pela produção de insulina e apresenta elevada prevalência na infância e adolescência. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morbimortalidade em pacientes com DM1 , sendo o controle glicêmico deficiente um dos principais fatores associados a complicações macro e microvasculares. Atualmente, o colesterol não HDL vem sendo considerado u m preditor tão bom para eventos cardiovasculares futuros quanto o LDL c, colesterol total ou HDL c isolados tanto em crianças quanto em adultos. Objetivo: Avaliar os fatores sociodemográficos , clínicos, antropométricos e dietéticos preditores do colesterol não HDL em crianças e adolescentes com DM1. Métodos: Estudo observacional transversal , desenvolvido em um ambulatório de referência para tratamento do Diabetes Mellitus no Rio de Janeiro, Brasil, com crianças e adolescentes com DM1, de 7 a 16 anos de ida de e sem outras morbidades crônicas. Os fatores sociodemográficos investigados foram idade, sexo, renda familiar per capita , condições de saneamento e loca l de residência. A avaliação antropométrica foi feita por meio do IMC por idade (z escore). Os fatore s clínicos avaliados foram dose de insulina , tempo de diagnóstico do DM1 e método dietético Além da análise dos parâmetros bioquímicos que incluiu as medições de lipídios séricos e da hemoglobina glicada (HbA1c) para avaliação do controle glicêmico O consumo alimentar foi avaliado por meio de recordatório de 24h, sendo calculada a distribuição de macronutrientes , a razão lipídio carboidrato e a proporção de energia da dieta proveniente de alimentos processados e ultraprocessados . Adotou-se a regressão linear múltipla na análise, sendo consideradas significativas as associações com p<0,05.Resultados:Foram incluídas 120 crianças e adolescentes com média de idade de 11,74 ±2,88 anos,sendo53,3% do sexo feminino. O escore-Z de IMC/idade médio foi de 0,65 (±0,89)e 31,7% (n=38) apresentaram excesso de peso. O tempo médio de diagnóstico do DM1 foi de6,68 (±3,33) anos e a dose média de insulina foi de 1,05 (±0,45) Kg peso ideal/dia. O consumo energético total médio foi de 1756,38 Kcal (±518,38). A distribuição da proporção de energia proveniente de macronutrientes da dieta foi de 51,98% (±9,20) para carboidratos, 21,43% (±6,13) para proteínas e 26,57% (±9,98) para lipídios. A razão lipídio/carboidrato foi 0,57g(±0,43).A proporção de energia média proveniente do consumo de alimentos processados e ultraprocessados foi de 40,79%. Os fatores preditores do colesterol não-HDL foram: HbA1c (%)(p=0,000, β=8,5, IC:4,8-12,1), tempo de diagnóstico do DM1(p=0,000, β=2,8, IC:1,3-4,3) e sexo (p=0,032, β=10,1, IC:0,9-19,4).Para cada aumento de 1% na HbA1c, o colesterol não-HDL aumentou em 8,5 mg/dL (p=0,000)e para cada 1 ano de duração do DM1 o colesterol não-HDL aumentou em 2,8 mg/dL no modelo ajustado por renda familiar per capita, faixa etária e IMC/idade. Conclusão:O controle glicêmico foi o principal fator preditor modificável das concentrações de colesterol não-HDL, que representa um importante indicador de risco cardiovascular.
Palavras-chave: Diabetes Mellitus tipo 1. Crianças. Adolescentes. Lipídios. Colesterol.
Título: CONSUMO DE ALIMENTOS SEGUNDO O GRAU DE PROCESSAMENTO DURANTE A GESTAÇÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM O PESO AO NASCER
Autor: Gracielle Gesteira Rocha
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/18/2018
Resumo: Introdução: O peso ao nascer (PN) é um dos principais indicadores de saúde do recém-nascido (RN) com repercussões imediatas e em longo prazo na saúde da criança. Dentre outros fatores, a alimentação materna e o ganho de peso gestacional estão diretamente relacionados ao PN. Todavia, ainda existem lacunas em relação à associação do consumo de alimentos segundo o grau de processamento durante a gestação e o PN. Objetivo: Testar a associação do consumo de alimentos segundo o grau de processamento com a adequação do PN. Métodos: Estudo transversal com 300 mulheres captadas entre os anos de 2009 e 2011. O desfecho do estudo foi o PN que foi categorizado segundo a sua adequação para idade gestacional (IG) e sexo de curva de referência internacional (Intergrowth-21st): pequeno (PIG), adequado (AIG) e grande (GIG). Utilizou-se o questionário de frequência do consumo alimentar (QCFA) para estimar o consumo de alimentos durante os seis últimos meses gestacionais. Os alimentos relatados foram classificados em grupos segudo a grau de processamento proposto pelo Guia Alimentar para a População Brasileira (in natura/minimamente processados e ingredientes culinários, alimentos processados e ultraprocessados) e foram calculadas as suas contribuições energéticas percentuais (energia do grupo/consumo total). Os testes ANOVA e qui-quadrado (ou Exato de Fisher) foram utilizados para testar as diferenças de média e proporções das variáveis sóciodemográficas segundo as categorias do PN e tercis de contribuição energética dos grupos alimentares. Utilizou-se a regressão logística multinomial para testar o efeito da contribuição percentual dos grupos de alimentos segundo o grau de processamento (em tercis) sobre as categorias do PN. Resultados: A prevalência de RN PIG na amostra foi de 5,7%, enquanto que dos RN GIG foi de 13,7%. Todas as mães de RN PIG relataram ter cor da pele preta e parda, enquanto que essa proporção foi de 78,9% e 87,8% (p=0,039), respectivamente, entre os RN AIG e GIG. Da mesma forma, a proporção de mães fumantes (35,3%, p=0,023) foi maior entre as mães de RN PIG. As gestantes referiram ingestão energética média percentual de 54,2% de alimentos in natura/minimamente processados e ingredientes culinários, 2,2% de alimentos processados e 44,2% de alimentos ultraprocessados. Observou-se que o alto consumo de alimentos in natura/minimamente processados e ingredientes culinários ofereceu proteção para RN GIG (OR= 0,14; IC 95%= 0,02 a 0,91; p=0,040) em relação ao primeiro tercil de consumo. Gestantes com o consumo de ultraprocessados no segundo (OR= 19,57; IC 95%= 1,11 a 343,76; p= 0,042) e terceiro tercil (OR= 45,58; IC 95%= 0,97 a 2.139; p= 0,052) tiveram mais chances de terem RN PIG. Conclusão: O consumo alto de alimentos in natura/minimamente processados e ingredientes culinários ofereceu proteção contra o nascimento de RN GIG, e o consumo médio a alto de alimentos ultraprocessados ofereceu mais chances para RN PIG.
Palavras-chave: Consumo alimentar; gestação; minimamente processados; ultraprocessados; peso ao nascer
Título: CIANIDINA-3-O-GLICOSÍDEO, SEU METABÓLITO ÁCIDO PROTOCATECUICO E METABOLISMO DE GLICOSE: ESTUDOS SOBRE A ATIVIDADE DA HEXOKINASE EM CÉLULAS DE CARCINOMA MAMÁRIO HUMANO
Autor: Talita Izaura Alves Carneiro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/6/2018
Resumo: Células de câncer apresentam reprogramações em vias metabólicas, particularmente a glicólise, que lhes permitem sustentar um fenótipo altamente proliferativo e resistente a apoptose. Compostos bioativos cuja ação envolve regulação de vias do metabolismo energético podem ser usados como novas estratégias para o tratamento do câncer. Neste contexto, o presente estudo buscou avaliar o efeito da antocianina, cianidina-3-O-glicosídeo (C3G) e de um dos seus principais metabólitos, o ácido protocatecuico (PCA) no metabolismo de glicose de células de carcinoma mamário humano (MCF-7 e MDA-MB-231) e linhagem não tumoral (MCF10A). As células foram incubadas por 24 h com diferentes concentrações de C3G (1 – 100 μM) quando o meio de cultura foi trocado e as células permaneceram em cultura por até 72 h, sem C3G. Ensaios funcionais dos efeitos da C3G sobre a atividade metabólica celular foram avaliados pelo método de redução do MTT, após 48 e 72 h do inóculo com C3G. O metabolismo de glicose foi determinado medindo-se o acúmulo de lactato no meio de cultura, sendo considerado como proxy do fluxo glicolítico, e pela atividade da hexoquinase (Hk). A atividade da Hk foi avaliada nas frações citosólica e mitocondrial, após centrifugação diferencial. O acúmulo de lactato foi quantificado após 48 e 72 h do inóculo com C3G. A atividade da Hk foi avaliada de duas formas: (a) após 24 h de incubação com C3G (20, 40 e 100 μM), e (b) pela adição direta de C3G e PCA. MCF10A e MDA-MB-231 apresentaram um aumento de 10 % na atividade metabólica, após 48 h. A linhagem tumoral não metastática MCF-7, por outro lado, apresentou redução de 8 % e 37 % da atividade metabólica, após 48 h e 72 h, respectivamente. O acúmulo de lactato pelas células MCF10-A e MDA-MB-231 aumentou de forma concentração dependente após 72 h, enquanto que a linhagem MCF-7 apresentou redução neste parâmetro. A incubação com C3G por 24 h alterou a atividade da Hk nas frações citosólica e mitocondrial das linhagens tumorais, mas não afetou a linhagem não tumoral. As células MCF-7 e MDA-MB-231 apresentaram aumento significativo de cerca de 40 % na atividade da Hk citosólica quando incubadas por 24 h com 20 μM de C3G. No entanto, na fração mitocondrial, os efeitos da incubação com C3G foram distintos entre as linhagens tumorais, onde as células MDA-MB-231 apresentaram aumento de aproximadamente 40 % enquanto as células MCF-7 apresentaram uma redução de 24 % com 40 μM. A adição direta de C3G e PCA promoveu um aumento na atividade da Hk na fração citosólica em todas as linhagens celulares estudadas. Na fração mitocondrial, por outro lado, houve redução da atividade da Hk nas linhagens MDA-MB-231 e MCF-10A, e na linhagem MCF-7 foi observado um aumento de 35 % neste parâmetro quando incubado com a C3G isolada. Em conjunto, estes resultados sugerem que a C3G e seu metabólito, PCA, afetam a bioenergética das linhagens celulares de carcinoma mamário humano, modulando diferencialmente o metabolismo de glicose nos compartimentos citosólico e mitocondrial.
Palavras-chave: Cancer, cianidina-3-O-glicosídeo, ácido protocatecuico, hexoquinase, reprogramação metabólica, metabolismo de glicose, MCF-7, MDA-MB-231, MCF10-A
Título: ESTILO DE VIDA E SÍNDROME DE BURNOUT EM DOCENTES UNIVERSITÁRIOS
Autor: Iuna Arruda Alves
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/6/2018
Resumo: A síndrome de burnout (SB) é decorrente de estresse laboral crônico e tem sido observada em professores universitários, embora a relação entre o estilo de vida com a SB ainda seja pouco explorada nesse segmento. Este estudo tem como objetivo avaliar a associação entre características do estilo de vida e a SB em docentes universitários. Trata-se de estudo transversal com 113 docentes de uma universidade pública do Rio de Janeiro. A SB foi avaliada por meio do Cuestionario para la Evaluación del Síndrome de Quemarse por el Trabajo (CESQT) composto por 20 questões abrangendo as dimensões ilusão pelo trabalho (entusiasmo pelo trabalho), desgaste psíquico, indolência e culpa. Os percentis do SQT (soma dos escores de ilusão pelo trabalho, desgaste psíquico e indolência) foram classificados em cinco níveis: muito baixo (SQT<P10), baixo (P10<SQT<P33), médio (P33<SQT<P66), alto (P66<SQT<P90) e crítico (SQT>P90). O Perfil 1 foi atribuído quando SQT fosse alto e o Perfil 2, para SQT e culpa altos. Os escores médios para cada dimensão foram categorizados considerando um limite crítico: <2,0 na ilusão pelo trabalho e ≥2,0 para desgaste psíquico e indolência para caracterizar o Perfil 1 da SB; se, além desses, o escore para culpa fosse ≥2,0 o indivíduo era incluído no Perfil 2. O estilo de vida foi caracterizado pela avaliação dos hábitos de sono, atividade física, frequência de consumo de bebida alcoólica e o consumo excessivo nos últimos 30 dias, condição de peso, autopercepção da saúde, morbidade referida e consumo alimentar.Foram avaliadas as diferenças nos escores do CESQT e as variações nas proporções de docentes com pontuação acima dos limites críticos ou nos Perfis 1 e 2 segundo as categorias das variáveis explicativas (testes qui-quadrado, Wilcoxon-Mann-Whitney e Kruskal-Wallis; p <0,05). Apenas um docente pontuou <2,0 em ilusão pelo trabalho; entretanto, 85% dos indivíduos apresentaram escore ≥2,0 para desgaste psíquico. Mulheres apresentaram média mais elevada para desgaste psíquico do que homens (2,89 vs. 2,51; p= 0,01), enquanto que a média para culpa foi maior entre os docentes com idades <45 anos do que para aqueles com ≥45 anos (1,95 vs. 1,69; p =0,01). O escore médio de indolência foi maior entre os que consumiam álcool ≥3 vezes/semana comparados aos que relataram essas bebidas ≤2 vezes/semana e com os que não tinham esse hábito (1,73 vs. 1,60 vs. 1,33; p =0,01), o mesmo foi observado para os que relataram consumo abusivo de álcool em comparação com os que não relataram esse comportamento (1,68 vs. 1,48; p =0,03). Comparados com os que consideraram a saúde regular (20%), os que consideraram a saúde como ruim ou muito ruim (80%) apresentaram médias mais elevadas (p =0,01) para desgaste psíquico (2,87 vs. 2,42), indolência (1,62 vs. 1,39) e culpa (1,87 vs. 1,62). Considerando os percentis do SQT, 19% dos docentes foram classificados no Perfil 1 e 15% no Perfil 2 da SB. Não foram observadas associações significativas entre consumo alimentar e condição de peso com a SB. Entretanto, 59% dos docentes apresentaram alimentação de risco e 43% excesso de peso. Os resultados indicaram que os docentes analisados estão intensamente submetidos a estresse, especialmente as mulheres, os mais jovens e os que trabalhavam há menos de 10 anos na instituição. Destaca-se a associação entre consumo de bebidas alcoólicas e a dimensão indolência.
Palavras-chave: docentes, esgotamento profissional, estilo de vida, consumo alimentar
Título: PROMOÇÃO DO CONSUMO SAUDÁVEL DE BEBIDAS UTILIZANDO ESTRATÉGIAS DE ARQUITETURA DE ESCOLHAS EM RESTAURANTE COMERCIAL TIPO “SELF-SERVICE”
Autor: Alice Abucarma Reino
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/27/2018
Resumo: Esta dissertação teve como objetivo principal desenvolver e avaliar o impacto de intervenções para promover escolhas saudáveis de bebidas em um restaurante comercial do tipo “self-service” por meio de estratégias de arquitetura de escolhas em duas intervenções caracterizadas como “nudges”. A primeira intervenção foi baseada em imagens sugestivas e a segunda em informações calóricas sobre as bebidas. Trata-se de estudo de intervenção não controlado, realizado de setembro a dezembro de 2016. Para esta análise todas as bebidas servidas no restaurante foram catalogadas e classificadas em: água engarrafada, bebidas com adição de açúcar, e bebidas de baixa caloria. Para avaliar a compra das bebidas antes e durante as intervenções foi aplicado o questionário de consumo no restaurante (QCR) que incluiu todas as bebidas (17) disponíveis associados à opção de quantidade. No estudo de base foram examinados 147 indivíduos, na intervenção com imagens sugestivas 86, e na intervenção com informações nutricionais 71. Foram estimadas as diferenças do consumo das bebidas entre as as intervenções e o estudo de base. Bebidas com adição de açúcar eram consumidas em maior proporção por homens, por indivíduos que não estavam em dieta e por aqueles que não praticavam atividade física. As bebidas de baixa caloria eram preferidas pelas mulheres e indivíduos com excesso de peso. Mulheres, indivíduos que estavam em dieta e os que praticavam atividade física foram os que mais frequentemente preferiram não consumir qualquer bebida junto com a refeição após a implementação dos “nudges” no restaurante “self-service”.
Palavras-chave: restaurante; nudge; escolhas alimentares; arquitetura de escolhas, bebidas com adição de açúcar, água, bebidas de baixa caloria.
Título: JEJUM INTERMITENTE EM DIFERENTES PERÍODOS DA GESTAÇÃO: EFEITO MATERNO E PROGRAMAÇÃO METABÓLICA DA VIA INSULÍNICA HIPOTALÂMICA E OBESIDADE NA PROLE MACHO
Autor: Julia Geminiani Andrade Baptista
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/8/2018
Resumo: O ambiente intrauterino é um fator determinante para a saúde fetal e pode determinar programação metabólica na prole devido à déficits nutricionais maternos, resultando no desenvolvimento de doenças crônicas na vida adulta. A prática do jejum intermitente (JI) tem se popularizado, incluindo mulheres na gestação que buscam controlar o ganho de massa corporal nesta fase. Contudo, poucas são as evidências científicas acerca do efeito deste comportamento alimentar sobre desfechos maternos e aos descendentes. O JI consistiu na restrição de 60% da ração consumida pelos controles (C) em dias alternados, sendo 1 dia de livre acesso ao consumo:1 dia restrito. Para tanto, ratas prenhas (n=10) foram submedidas à JI conforme protocolos experimentais dos quatro grupos: controle (C), restritos na primeira (R1) e na segunda (R2) metade da gestação e na gestação inteira (RI). Foram avaliados nas ratas o ganho de massa corporal, consumo alimentar, adiposidade visceral e marcadores bioquímicos. Na prole macho verificamos, após a lactação, parâmetros nutricionais e aos 100 dias analisamos a adiposidade, marcadores bioquímicos, o teor da proteína fosfo-Akt, expressão gênica de FoxO 1 no hipotálamo e a resposta hipotalâmica à infusão intracerebroventricular de insulina. Os resultados evidenciaram hiperfagia materna nos dias pós restrição e obesidade visceral em todos os grupos submetidos ao JI. As proles apresentaram resistência à ação periférica e central da insulina. Concluímos que o JI na gestação propiciou alterações que contribuem para o desenvolvimento da obesidade materna e fetal.
Palavras-chave: jejum intermitente; programação metabólica; gestação; fosfo-Akt, FoxO 1; infusão intracerebroventricular
Título: VALIDAÇÃO TRANSCULTURAL DE UM QUESTIONÁRIO DE CONHECIMENTO NUTRICIONAL PARA ADOLESCENTES ATLETAS
Autor: Virginie Da Cunha Mayor
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/12/2018
Resumo: Adolescentes atletas podem possuir uma alimentação bastante similar à de adolescentes que não praticam esporte, e usualmente não possuem um bom conhecimento sobre nutrição, por vezes fruto da ausência de um acompanhamento nutricional. Ao utilizar estratégias que aumentem o domínio desse assunto, aumenta a consciência de sua importância e os jovens se apropriam mais de suas escolhas alimentares, melhorando seus hábitos. Avaliar o que esses indivíduos sabem sobre nutrição, torna possível observar as dificuldades e trabalhá-las em atividades de educação nutricional. No entanto, essa investigação deve ser realizada com questionários que sejam válidos e confiáveis, que garantam a autenticidade e precisão dos dados obtidos. O objetivo do presente estudo foi validar uma versão brasileira modificada de um questionário criado e validado para adolescentes atletas americanos, a fim de se obter uma ferramenta para mensurar o conhecimento nutricional de adolescentes atletas brasileiros. Foi realizada a tradução transcultural, a validade de conteúdo, com a contribuição de nutricionistas e especialistas em nutrição esportiva, um estudo piloto com adolescentes atletas (n=41) e a confiabilidade do instrumento pela consistência interna (n=232) e reprodutibilidade (n=61). No total, participaram da pesquisa 273 atletas adolescentes (14,9 ±1,5 anos), 151 do sexo masculino e 122 do sexo feminino, de diferentes modalidades esportivas e locais de treinamento no estado do Rio de Janeiro. A confiabilidade foi verificada pelos resultados do teste-reteste calculados pelo kappa ponderado que variou de -0,14 a 0,76 e pelo coeficiente de correlação intraclasse para pontuação total α =0,89 com intervalo de confiança de 95%, além da consistência interna pelo coeficiente alfa de Cronbach para questionário inteiro α =0,92 e para as versões reduzidas α =0,91 e α =0,85. A média da pontuação sobre conhecimento nutricional foi de 37 (± 9,2) das 65 questões respondidas. Concluiu-se que o questionário traduzido e adaptado para o português é um bom instrumento para mensurar o conhecimento sobre nutrição esportiva, no entanto, necessita de ajustes para melhorar sua reprodutibilidade e aferição do conhecimento nutricional dos adolescentes atletas.
Palavras-chave: Nutrição esportiva, conhecimento nutricional, adolescente atleta, educação nutricional, métodos de inquérito, questionários e validação
Título: DISPONIBILIDADE ENERGÉTICA, COMPORTAMENTO ALIMENTAR E COMPOSIÇÃO CORPORAL DE ATLETAS ADOLESCENTES PRATICANTES DE NADO ARTÍSTICO
Autor: Paula Albuquerque Penna Franca
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 6/21/2018
Resumo: A disponibilidade energética (DE) vem sendo utilizada a fim de avaliar se a ingestão energética do atleta está sendo suficiente para suprir suas demandas de treinamento, sem prejudicar o metabolismo fisiológico do desportista. Valores de DE abaixo de 45,0 kcal por kg de massa livre de gordura por dia (kcal/kgMLG/d) foram classificados como abaixo do limiar de manutenção do balanço energético, o que foi denominado Disponibilidade Energética Relativa. Quando esses valores estão abaixo de 30 kcal/kgMLG/d configuram-se quadros de baixa disponibilidade energética (BDE), os quais estão relacionados ao desenvolvimento de disfunções menstruais, baixa densidade mineral óssea (BDMO) e comportamentos de risco para transtornos alimentares. Atletas do sexo feminino praticantes de modalidades consideradas estéticas, tais como nado artístico, estão particularmente sob risco de desenvolver BDE. O presente estudo se propôs a verificar a frequência de quadros de BDE, sua associação com os desfechos relacionados à BDE crônica e descrever aspectos da ingestão alimentar, do treinamento e da composição corporal em adolescentes atletas praticantes de nado artístico. Foi conduzido um estudo transversal onde foram analisados a ingestão alimentar (registro de 3 dias), o gasto energético do exercício (registro de rotina diária), o estadiamento puberal (estadiamento de Tanner), a regularidade do ciclo menstrual (questionário validado), a presença de comportamentos de risco para transtorno alimentar (eating attitutes test-EAT 26) e insatisfação da imagem corporal (Body shape questionnaire-BSQ) em 20 atletas com idades entre 10 e 19 anos praticantes de nado artístico. A avaliação da densidade mineral óssea (DMO) e da composição corporal foi realizada por absorciometria por dupla emissão de raios X (DXA). Nenhuma das participantes na pesquisa obteve valores adequados de DE e 80% apresentaram BDE. As atletas (15 ± 2,5 anos de idade, 54 ± 7,3 kg de massa corporal, 159 ± 6,5 cm de estatura, 30 ± 4,6% de gordura corporal, 38 ± 4,7 kg de MLG) treinavam em média 22 ± 2,5 horas por semana estando engajadas na equipe há 6,2 ± 3,7 anos. A ingestão energética média do grupo foi de 1396 ± 370,3 kcal/dia, 15% da amostra ingeriu as quantidades recomendadas de carboidratos, 45% apresentaram ingestão adequada de proteínas enquanto 85% do grupo atingiu a recomendação de lipídios. Os micronutrientes avaliados também se mostraram abaixo da recomendação. A DMO estava adequada em todas as atletas e não houve nenhum caso de disfunção menstrual. Do grupo estudado, 55% apresentaram pontuação positiva no EAT-26 ou no BSQ, e 20% obtiveram pontuação positiva em ambos os testes. Pode-se observar inadequação da ingestão calórica e da DE em relação ao treinamento realizado pelas atletas, demonstrando a necessidade de fazer o acompanhamento alimentar e nutricional dessas jovens.
Palavras-chave: disponibilidade energética, atleta adolescente, ingestão energética, ingestão de nutrientes, nado artístico.
Título: EFEITO DA INGESTÃO DE UMA DOSE ÚNICA DO SUCO DA BETERRABA SOBRE A FUNÇÃO ENDOTELIAL MACROVASCULAR E PARÂMETROS DE OXIGENAÇÃO TECIDUAL EM GESTANTES
Autor: Monica Volino Goncalves De Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/5/2018
Resumo: O consumo de suco de beterraba (SB) tem sido associado com a melhora da saúde cardiovascular, devido ao aumento da bioconversão do nitrato a óxido nítrico (NO). No presente estudo foi avaliado o efeito do consumo de SB sobre a função endotelial macrovascular através da dilatação fluxo mediada (FMD) e sobre os parâmetros de saturação de oxigênio muscular (StO2), em gestantes adultas. No período de outubro de 2016 até maio de 2017 foi realizado o estudo de intervenção agudo, randomizado, do tipo cross-over, duplo cego e controlado por placebo. Doze gestantes receberam uma única dose (140 mL) de SB ou placebo (PLA). A técnica da FMD foi utilizada para avaliar a função endotelial macrovascular e a espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) foi utilizada para avaliar os parâmetros de StO2 durante os períodos de oclusão arterial e reperfusão, os quais foram realizados antes da intervenção nutricional (PRE) e 120 (T120) e 140 minutos (T14) após a intervenção nutricional, respectivamente. Nitrato urinário foi coletado antes (T0) e 150 minutos (T150) após a intervenção nutricional. Foi observado que em T150 houve um aumento do nitrato urinário, após o consumo de SB, comparado a T0 (P = 0.000) e PLA (P=0.000). A FMD aumentou após o consumo de SB quando comparado a PRE (P = 0.000) e PLA (P = 0.000), enquanto que não houve melhora na FMD após a ingestão de PLA comparado a PRE (P = 1.000). Nos parâmetros de StO2, não foi observada diferença após a ingestão de SB comparado a PRE e PLA. Os dados sugerem que a ingestão de uma única dose de 140 mL de SB melhora a função endotelial macrovascular, porém não os parâmetros de StO2 em gestantes.
Palavras-chave:
Título: MARCADORES DO CONSUMO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES BENEFICIÁRIOS E NÃO BENEFICIÁRIOS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA
Autor: Andreia Andrade Da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/27/2018
Resumo: O Programa Bolsa Família (PBF) é um programa de transferência condicionada de renda destinado a famílias em situação de vulnerabilidade e extrema pobreza. Estudos demonstram que o PBF proporcionou maior acesso a alimentos, porém são escassas as informações sobre a alimentação dos beneficiários, especialmente dos adolescentes. Objetivou-se avaliar a associação entre o recebimento do benefício do PBF e a frequência semanal do consumo dos marcadores da alimentação saudável (MAS) e não saudável (MANS). Trata-se de um estudo transversal conduzido no ano de 2016, com 399 adolescentes matriculados entre o 5º e o 9º ano do ensino fundamental de escolas da área programática da Clínica da Família Santa Marta (CFSM), na zona sul do Rio de Janeiro. Foram coletadas medidas antropométricas para classificação do estado nutricional, aplicou-se questionário simplificado com informações sociodemográficas e o Formulário de marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) para identificar a frequência de consumo de alimentos MAS e MANS. Considerou-se regular a frequência do consumo igual ou superior a cinco dias, nos últimos sete dias da semana. Os alunos foram classificados em beneficiários e não beneficiários do PBF e adotou-se a regressão logística multivariada para testar sua associação com as categorias (regular ou não) da frequência do consumo dos marcadores da alimentação. Entre os adolescentes, 33,1% (n=132) eram beneficiários do PBF. Em comparação aos não beneficiários, observou-se menor proporção de adolescentes beneficiários com frequência de consumo regular de leite/iogurte e maior para batata frita/pacote e salgados fritos, biscoitos salgados/salgadinhos de pacote e biscoitos doces/recheados e guloseimas. Após ajustes pelas variáveis idade, IMC/Idade, ser morador de comunidade vulnerável, cor da pele, número de filhos (mãe) e situação de emprego materno, a chance dos beneficiários do PBF consumirem regularmente biscoitos doces/recheados e guloseimas e batata frita/pacote e salgados fritos foi, respectivamente, 1,90 (IC95%: 1,10-3,26, p=0,021) e 1,94 (IC95%: 1,02-3,67, p=0,042) vezes maior do que entre os não beneficiários. Os resultados desta pesquisa indicam que os adolescentes beneficiários do PBF estão expostos à frequência do consumo regular de alimentos MANS, reforçando a necessidade do acompanhamento desse público por meio de Vigilância Alimentar e Nutricional, especialmente na Atenção Básica.
Palavras-chave: Adolescente; Consumo de alimentos; Programas e Políticas de Nutrição e Alimentação; Vigilância Nutricional.
Título: CONSUMO ALIMENTAR DE JOVENS ESTUDANTES: ANÁLISE DOS SIGNIFICADOS DE LANCHES NA ESCOLA
Autor: Juliana Milczanowski Fernandes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/23/2018
Resumo: O consumo é um fenômeno presente em todas as sociedades em suas diversas formas. Estudos sobre o consumo alimentar se relacionam diretamente à ingestão de alimentos, entretanto a alimentação possui características sociais que levam a escolha por determinado alimento para além de suas características físicas. Cultura e ambiente também determinam nossas escolhas alimentares que por sua vez nos localizam em um universo plural. É na juventude que buscamos novas referências para além das familiares, e na escola passamos a maior parte dessa fase da vida, sendo um local de socialização importante. Neste espaço os jovens realizam refeições e também a partir delas se aproximam de grupos sociais específicos. Este trabalho teve como intuito analisar os significados do consumo alimentar de jovens, estudantes do Colégio de Aplicação da UFRJ, a partir dos lanches escolares. Pensamos o fenômeno consumo nos termos de Mary Douglas e Baron Isherwood (2013), como uma categoria analítica de inclusão ou exclusão a grupos específicos em uma sociedade. Nessa perspectiva teórico-conceitual, o consumo é uma renúncia e uma escolha relacionadas às possibilidades oferecidas no ambiente. O percurso metodológico desta pesquisa segue abordagem qualitativa e dividiu em quatro etapas. Na primeira foi realizado o levantamento e seleção de autores das Ciências Sociais e Humanas frente ao fenômeno consumo. Na segunda, o aprofundamento teórico conceitual e adaptação do conceito de consumo para análise. Na terceira etapa delimitamos e nos inserimos no cenário de pesquisa. Por fim, na quarta etapa, aplicamos as técnicas de observação participante em atividades escolares relacionadas ao Campo da Alimentação e Nutrição e a técnica de Grupo Focal com jovens estudantes do sétimo ano do ensino fundamental. Os dados obtidos foram analisados a partir da técnica de análise de conteúdo, onde partimos das três fases citadas por Bardin (2010) para legitimação científica do método, sendo elas: pré-análise, exploração do material e tratamento dos resultados e interpretações, que se definem por: organização de todo material bruto coletado, criação de categorias de análise, e interpretação dos dados, respectivamente. O espaço social e do comer estudados delinearam o campo de pesquisa e posicionaram as falas dos alunos em três categorias. Em ‘comida de colégio’ analisamos questões de sociabilidade que orientam um comer específico marcado pela presença de duas cantinas, pública e privada, oferecendo alternativas. Observamos que o convívio social entre jovens remodela as escolhas de consumo e o diferencia da comida de casa e de restaurantes ou arredores. Quanto ao ‘corpo e saúde’, se articulam na construção de uma aparência. O corpo e tudo o que ele porta é parte da expressão e da leitura entre os jovens estudantes. Mais do que o bem em si o modo de usá-lo, de consumi-lo, é um modo de atribuir distinção a si no grupo. Por fim, em ‘mídia’, foi notório que o consumo alimentar se ampara em canais e personagens da internet. A interação de conteúdos nos vídeos funciona como sala de relacionamento. Os personagens foram articulados a modos de ser, a comportamentos, a gostos valorizados e na moda. Como resultado, temos que o consumo alimentar não somente identifica as condições diversas dos jovens estudados, como também é fruto de elementos da sociedade em que vivem. Neste ponto, atentamos como este objeto de pesquisa mostra-se importante para estudos de grupos sociais e suas constantes remodelações no que concerne à alimentação.
Palavras-chave:
Título: POLIMORFISMOS NO GENE FADS, PERFIL CIRCULANTE DE ÁCIDOS GRAXOS POLINSATURADOS E CONSUMO DE LIPÍDIOS DE GESTANTES ADULTAS EUTRÓFICAS ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Barbara Vitorino Alencar Brayner
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/23/2018
Resumo: OBJETIVO: Investigar relação entre polimorfismos no gene fatty acid desaturase (FADS), perfil circulante de ácidos graxos e ingestão lipídica em gestantes adultas eutróficas. MÉTODOS: Foram selecionadas 23 gestantes, com idade entre 19 e 35 anos, eutróficas, atendidas na maternidade escola da UFRJ/RJ. Amostras de sangue materno foram obtidas até a décima terceira semana gestacional e o conteúdo de ácidos graxos nos eritrócitos foi quantificado por cromatografia gasosa. Após extração do DNA materno, procedeu-se genotipagem com emprego da reação em cadeia da polimerase em tempo real com sondas TaqMan, destinada a identificar a presença de polimorfismo nos genes FADS1 SNP rs174553 e FADS2 SNP rs174575. Também foram obtidas informações referentes ao consumo alimentar, mediante aplicação de 2 recordatórios de 24 horas, analisadas pelo programa Dietbox. A análise estatística foi realizada no software IBM-SPSS for Windows versão 20.0 e o teste-t de Student, além de modelo de regressão linear foram utilizados para identificar possíveis associações. Os resultados foram considerados significativos quando p<0,05. RESULTADOS: A frequência de indivíduos homozigotos para o alelo secundário do SNP rs174575 do gene FADS2 foi de 3,2% (n=1) e para o SNP rs174553 do gene FADS1 foi de 9,7% (n=3). As mulheres com polimorfismo no gene FADS2 SNP rs174575 apresentaram maior concentração de ácido eicosapentaenoico (EPA) (p=0,014), porém essa relação não foi mantida ao ajustar este resultado pelo consumo de lipídios. Os demais ácidos graxos polinsaturados não revelaram associação com o polimorfismo (ácidos linoleico (LA), alfa-linolênico (ALA), araquidônico (AA), docosaexaenoico, docosapentaenoico, dihomo-gamma-linolênico, EPA/ALA, AA/LA). O SNP rs174553 não apresentou nenhuma relação com as concentrações de lipídios no sangue. CONCLUSÃO: Apenas o polimorfismo no gene FADS2 implicou em maiores concentrações de EPA nos eritrócitos das gestantes estudadas e o consumo de lipídios parece ser capaz de influenciar estes resultados.
Palavras-chave: Polimorfismo, gene FADS, Ácidos graxos, Consumo alimentar.
Título: RELAÇÃO ENTRE MENARCA, MATURAÇÃO SEXUAL, LEPTINA SÉRICA E VARIÁVEIS CORPORAIS EM ADOLESCENTES METABOLICAMENTE SAUDÁVEIS E NÃO SAUDÁVEIS
Autor: Ana Carla Leocadio De Magalhaes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/21/2018
Resumo: Introdução: A adolescência caracteriza-se por intensas modificações hormonais e na composição corporal, devido à maturação sexual e menarca, que podem associar-se ao fenótipo metabólico não saudável e contribuir para o desenvolvimento de doenças cardiometabólicas na idade adulta. Objetivo: Avaliar a associação entre idade da menarca, maturação sexual, leptina sérica e variáveis corporais com fenótipo metabolicamente saudável (MS) e metabolicamente não saudável (MNS), em adolescentes do sexo feminino, de diferentes classes de IMC. Métodos: Estudo observacional e transversal constituído por adolescentes do sexo feminino, atendidas no Centro de Referência do Adolescente, em Macaé, Rio de Janeiro. Foram coletadas informações sobre o estágio de maturação sexual e idade da menarca a partir da auto declaração das participantes, sendo considerada menarca precoce (MP), quando a primeira menstruação ocorreu até os 11 anos de idade, menarca normal (MN), entre 12 e 14 anos, e menarca tardia (MT), após os 15 anos de idade. Para avaliação das variáveis corporais, mensurou-se massa corporal, estatura, perímetro da cintura (PC), dobras cutâneas triciptal (DCT) e subescapular (DCS) e perímetro do braço (PB). Foram calculados o índice de massa corporal (IMC), relação cintura/estatura (RCE), ,perímetro muscular do braço (PMB), área de gordura do braço (AGB), somatório das DCT e DCS (ΣDCT,DCS), massa de gordura (MG), massa magra (MM), percentual de gordura corporal (%G), percentual de massa magra (%MM) e o índice de adiposidade visceral (IAV). Mensurou-se a pressão arterial e as concentrações séricas de triglicerídeos (TG), Lipoproteína de alta densidade (HDL–c), glicemia e leptina. As adolescentes foram classificadas em MS e MNS, de acordo com os critérios estabelecidos pelo National Cholesterol Education Program for Adults Treatment Panel III (NCEP-ATP III), ajustado para crianças e adolescentes. Resultados: Participaram do estudo 139 adolescentes, sendo 18% MNS (n=25). Observou-se que nenhuma adolescente encontrava-se na fase pré-púbere de maturação sexual de mamas e pelos pubianos. Quando considerados os fenótipos metabólicos, 64% (n=13) das MNS estavam na fase púbere de maturação sexual de pelos pubianos (p=0,32) e 52% (n=13) no mesmo período, quando considerada a maturação sexual de mamas (p=0,02). Ao analisar a idade da menarca, foi encontrada maior prevalência de MP no grupo MNS (60%, p=0,04), MN entre as MS (62,3%, p=0,04) e nenhuma adolescente apresentou MT. Observou-se que aquelas que tiveram MP, eram mais jovens, apresentavam obesidade grave e elevadas concentrações séricas de leptina, assim como as MNS. Ao avaliar a associação entre IMC e os fenótipos metabólicos, notou-se que 28% do grupo MNS eram eutróficas e que 20,2%, 6,1% e 4,4% das MS apresentavam sobrepeso, obesidade e obesidade grave, respectivamente. As adolescentes MS possuíam médias significativamente menores da maioria das variáveis corporais avaliadas, quando comparadas às MNS, inclusive de PMB (25,44 ± 3,44, 30,68 ± 5,24; p<0,01, respectivamente). Observou-se menor média de IAV entre as MS, porém não foi encontrada diferença estatisticamente significativa em relação às MNS (2,79 ± 2,16, 3,11 ± 1,50; p=0,80, respectivamente).Quando consideradas as diferentes classes de IMC, notou-se associação significativa entre algumas variáveis corporais e o fenótipo MNS, tais como RCE (p=0,02), DCT (p<0,01), ΣDCT,DCS (p<0,01) e PB (p<0,01). Conclusão: Os achados deste estudo destacam a importância da identificação do fenótipo MNS, na fase pediátrica ou ainda que durante a adolescência, pois este perfil metabólico associa-se à maturação sexual de mamas e de reconhecidos fatores de risco para complicações cardiometabólicas na idade adulta, tais como MP, inadequação de variáveis corporais e concentrações séricas de leptina.
Palavras-chave:
Título: EFEITO DO BIOPROCESSAMENTO ENZIMÁTICO SOB OS COMPOSTOS FENÓLICOS EM PÃES ADICIONADOS DE FARINHA DE JABUTICABA
Autor: Paula Andres Duarte
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/28/2018
Resumo: O pão integral, por ser composto, majoritariamente, de farinha de trigo integral, contém mais fibras, vitaminas, minerais e fitoquímicos quando comparado ao pão branco. Porém, a maioria dos consumidores prefere os produtos elaborados com farinha de trigo refinada, devido a textura e o sabor. O bioprocessamento de alimentos pode configurar uma estratégia para melhorar esses atributos sensoriais dos pães e é caracterizado pela transformação de matérias-primas em produtos próprios para o consumo a partir de células vivas ou componentes de sua maquinaria bioquímica. Os mais conhecidos incluem o uso de microrganismos (fermentação) e de enzimas. Atualmente, sabe-se que a utilização de enzimas em pães pode, além de melhorar a qualidade sensorial destes, aumenta o teor de compostos fenólicos. A jabuticaba (Myrciaria jabuticaba) é uma fruta brasileira rica em compostos fenólicos, geralmente, é consumida fresca, porém começa a fermentar cerca de 3 a 4 dias após sua colheita. Por essa razão, é utilizada para produção de sucos, geleias, tortas, vinhos e licores. No entanto, durante o processamento, grande quantidade de subprodutos (cascas e sementes) é gerada e descartada. Atualmente, as frutas e seus subprodutos são utilizados para obtenção de farinhas e estas possuem possível aplicação em pães na substituição parcial da farinha de trigo, para enriquecê-los com compostos bioativos. Nesse contexto, se torna relevante o presente trabalho que avaliou o efeito do bioprocessamento enzimático sobre as características tecnológicas e os teores de compostos fenólicos (CF) em pães adicionados de farinha do subproduto da jabuticaba. Parâmetros físico-químicos, composição centesimal, capacidade antioxidante (CA) e teores de compostos fenólicos foram avaliados na farinha do subproduto da jabuticaba (FJ) e nos pães (controle com 100% de farinha de trigo integral – PC; controle com substituição de 10% da farinha de trigo pela FJ – PJ; bioprocessado com 100% de farinha de trigo integral – PB; e bioprocessado com substituição de 10% da farinha de trigo pela FJ – PJB). Quando avaliadas por CLAE (Cromatografia líquida de alta eficiência) foram analisadas as frações solúveis e insolúveis. A aceitação sensorial e a intenção de compra dos pães também foram avaliadas. A enzima utilizada no bioprocessamento foi a xilanase. Ao longo de 90 dias de armazenamento, as farinhas apresentaram redução nos teores de CF e a CA, respectivamente de 47% e 81%, assim como foi observada coloração mais escura e menos avermelhada/arroxeada, devido à degradação das antocianinas. O PJ apresentou maior CA e teores mais elevados de resíduo mineral fixo do que PI. Quando analisado por CLAE, observa-se que o PJ possui três vezes mais compostos fenólicos do que o PI. Além disso, ao se coccionar o PJ foi possível observar um aumento de CF na fração solúvel do alimento. O PIB apresentou volume maior e densidade menor quando comparado ao PI. O contrário foi observado para PJ e PJB. O bioprocessamento não alterou o pH dos pães, mas resultou em coloração mais escura. Na fração solúvel, a CA se manteve constante entre o PI e o PIB, porém aumentou entre o PJ e o PJB. O mesmo foi observado para a distribuição dos CF. A análise sensorial dos pães integrais sem FJ mostrou que, tanto o controle quanto o bioprocessado, obtiveram notas superiores, na maioria dos atributos avaliados, quando comparado aos pães de jabuticaba. Porém, os pães de jabuticaba se mantiveram acima na média mínima de aceitação. Conclui-se que a adição da FJ enriquece o pão com compostos fenólicos e atividade antioxidante, e a adição da enzima melhora as características do pão do ponto de vista bioativo, o que sugere um produto com possíveis benefícios à saúde.
Palavras-chave: compostos fenólicos, antocianinas, atividade antioxidante, farinha de jabuticaba, pães enriquecidos, bioprocessamento.
Título: “PODE SER POR WHATSAPP?” ASPECTOS INTERACIONAIS NAS MENSAGENS DE APLICATIVO DE CELULAR NO CONTEXTO DA DISCIPLINA DE EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
Autor: Maria Irene De Castro Barbosa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/28/2018
Resumo: Na contemporaneidade, a cultura cibernética está presente nas relações entre jovens. Pensar novas formas de interação que apresentam elementos da comunicação midiática pode contribuir para a contextualização do processo educativo. Nessa perspectiva, esta pesquisa objetivou compreender os aspectos interacionais em um grupo de mensagens de aplicativo de celular que inclui graduandas e tutoras da disciplina de Educação Nutricional (EN) do Curso de Graduação em Nutrição do INJC/UFRJ. Os aspectos interacionais foram pensados com fundamento na releitura de conceitos de Freire (1996, 2005) e Vygotsky (2007), que atentam para os elementos simbólicos envolvidos no processo educativo da disciplina, perpassando o uso do aplicativo de mensagens. A metodologia utilizada foi do tipo qualitativo descritivo-analítica, por meio da observação participante e análise dos discursos presentes nas mensagens de aplicativo de celular. Ressalta-se que esta pesquisa é inédita na utilização da análise do discurso em mensagens de aplicativo de celular. O percurso metodológico foi dividido em quatro etapas: contextualização do processo educativo da disciplina de EN; descrição das possibilidades tecnológicas do aplicativo de mensagem de celular utilizado; identificação dos agentes das mensagens; e coleta e análise de mensagens. Neste estudo a produção do discurso apresentou características do processo comunicativo contemporâneo mediado pelas TICs, mas o uso do aplicativo não foi determinante para a construção dos aspectos interacionais. Reforçar o olhar sobre a interação entre diferentes atores nesse processo educativo permeado pela cibercultura é importante para que se possa problematizar a construção do conhecimento no ensino superior, no âmbito da Educação Alimentar e Nutricional.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional, Interação, Aplicativo de Mensagem de Celular, Análise do Discurso
Título: INSEGURANÇA ALIMENTAR E ACESSO AOS PROGRAMAS SOCIAIS EM COMUNIDADES QUILOMBOLAS TITULADAS DO BRASIL
Autor: Camilla Christine Penha De Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/27/2018
Resumo: Os quilombolas são grupos etnicamente vulneráveis e sofrem desigualdades sociodemográficas, insegurança alimentar e acesso dificultado aos serviços de infraestrutura, renda e saúde. Políticas foram implementadas para minimizar essas diferenças e atender às demandas dessa população, contudo são escassos estudos que avaliam o alcance dos quilombolas a essas políticas. Nesse sentido, objetiva-se avaliar a prevalência de insegurança alimentar das famílias quilombolas tituladas e sua relação com o acesso às políticas e programas sociais. Foram utilizadas as informações dos microdados do Censo Quilombola realizado no ano de 2011 em todo território nacional. A amostra investigada foi de 8.743 famílias quilombolas tituladas, categorizadas quanto às variáveis sociodemográficas, insegurança alimentar e acesso às políticas e programas sociais. Para a classificação de IA utilizou-se a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Observou-se alta prevalência de IA (86,1%), sendo 55,9% IA moderada e grave, principalmente na região Norte do país (65,9%). A baixa escolaridade dos responsáveis dos domicílios, o precário saneamento básico e o 2º tercil de renda familiar mensal total foram significativamente associadas à IA moderada e grave. As políticas de produção e disponibilidade de alimentos (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF, Programa de Aquisição de Alimentos – PAA, Seguro da Agricultura Familiar – SEAF, Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER e Garantia-Safra) foram as menos acessadas pelas famílias quilombolas, já as políticas públicas de incremento de renda (Programa Bolsa Família e Benefício de Prestação Continuada) eram as mais acessadas, sendo associadas às formas mais graves de IA. No modelo de regressão logística multinomial ajustado pelas variáveis sociodemográficas, as políticas de acesso à alimentação adequada (Programa Cisternas e Cestas de Alimentos) e de fortalecimento da saúde (Agentes Comunitários de Saúde e Equipe Saúde da Família) minimizaram a IA no domicílio. Ainda é discreta a inserção das famílias quilombolas entre os programas sociais, principalmente daqueles relacionados à agricultura, fundamental ao desenvolvimento e autonomia destas comunidades. Contudo, dentre as políticas que foram mais acessadas, observou-se redução da situação de IA.
Palavras-chave: quilombolas, insegurança alimentar, políticas públicas e programas sociais
Título: AS AÇÕES EDUCATIVAS INFLUENCIAM OS MOTIVOS PARA A ESCOLHA DOS ALIMENTOS E A QUALIDADE DA DIETA DE ADOLESCENTES?
Autor: Vitoria Aparecida Silva Dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/26/2018
Resumo: A escolha dos alimentos é um comportamento humano complexo que envolve aspectos biológicos, socioeconômicos, culturais e psicológicos. Pouco se sabe sobre os motivos para a escolha alimentar em adolescentes e sua relação com a qualidade da dieta. Este estudo tem como objetivo avaliar a influência de ações educativas sobre mudanças nos motivos para a escolha dos alimentos e sua associação com a qualidade da dieta em adolescentes. O presente estudo é uma análise secundária de dados obtidos no estudo de intervenção denominado “Pais, Alunos e Professores pela Alimentação Saudável”, realizado ao longo do ano letivo de 2014 com 405 adolescentes do 6º e 7º ano do ensino fundamental, de duas escolas públicas de Niterói – RJ, dos quais 239 foram alocados no grupo controle e 166 no grupo intervenção. Ao responder questionário estruturado, os adolescentes selecionaram, dentre 15 opções, os 3 fatores mais importantes considerados quando escolhiam os alimentos. Os motivos para a escolha dos alimentos foram categorizados em (a) sensoriais (sabor, cor, cheiro, aparência, textura); (b) socioculturais (hábito, da família, dos amigos); (c) econômicos e acesso (ter em casa, preço); (d) alimentação saudável. A frequência do consumo de marcadores da alimentação saudável (frutas; hortaliças; suco natural; feijão e leite e derivados) e não saudável (bebidas açucaradas; doces, bolos e biscoitos; lanches salgados e embutidos) foi classificada em frequente (> 5 vezes/semana); intermediário (1- 4 vezes/semana) e esporádico (< 1 vez/semana) e foi obtida por meio de Questionário de Frequência do Consumo de Alimentos. As intervenções consistiram em práticas educativas sobre alimentação e estilo de vida saudável oferecidas mensalmente na escola sob intervenção, entre os meses de abril a outubro de 2014.O qui-quadrado foi aplicado para avaliar mudanças nos motivos para escolha alimentar após a intervenção, bem como a associação entre tais motivos e o consumo de alimentos (p <0,10). Após as intervenções, 352 (87%) adolescentes concluíram o estudo e não foram observadas diferenças significativas entre os indivíduos que iniciaram e os que finalizaram o estudo. Comparados aos meninos, verificou-se maior preocupação com alimentação saudável entre as meninas na linha de base e aumento na referência da alimentação saudável, após as intervenções (15,5 vs 23,8%, p=0,07). No grupo intervenção (n=147), observou-se redução (p<0,10) na citação dos motivos sensoriais (42,2 vs 30,6%) e socioculturais (36,1 vs 23,8%), enquanto que foi observado incremento não significativo na citação da alimentação saudável (13,9 vs 17,0%; p=0,20), após as ações educativas. Além disso, após as intervenções, os adolescentes que relataram na linha de base apenas motivos sensoriais reduziram o consumo de suco natural, os que citaram motivos socioculturais aumentaram o consumo de feijão e os que referiram motivos econômicos/acesso aumentaram a ingestão de hortaliças e lanches. No grupo controle (n=205) não foram encontradas diferenças significativas nos motivos para a escolha dos alimentos entre a linha de base e o pós-intervenção. A ingestão de alimentos variou de acordo com os motivos para a escolha de alimentos. As ações educativas proporcionaram modificações nos motivos para a escolha dos alimentos.
Palavras-chave: Adolescentes, determinantes da escolha alimentar, consumo de alimentos, educação alimentar e nutricional
Título: DISCURSOS SOBRE ALIMENTAÇÃO E O ENSINO DAS CIÊNCIAS NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA EM UM COLÉGIO DE APLICAÇÃO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Vanessa Nascimento Moreira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/26/2018
Resumo: O objetivo central do estudo consiste em compreender os discursos relacionados à alimentação no ensino de ciências no universo do ensino fundamental de um colégio de aplicação no Rio de Janeiro. Com este propósito, temos por objetivo específico descrever os discursos sobre alimentação no livro didático de ciências do segundo segmento do ensino fundamental e nos documentos oficiais correlacionados (Programa de Saúde na Escola; Guia Alimentar para a População Brasileira; e Marco de Referência em Educação Alimentar e Nutricional). De igual modo, também visamos analisar o discurso da temática alimentação na prática relacionada à horta escolar, que converge para o ensino de ciências e educação alimentar e nutricional. A pesquisa foi realizada tendo com referencial os conceitos de discurso de Eni Orlandi e também de habitus, proposto por Pierre Bourdieu, como também o conceito de analise documental preliminar elucidada por André Cellard. O percurso metodológico foi realizado em etapas não lineares, sendo elas: observação participante de práticas de Educação Alimentar e Nutricional no contexto escolar do ensino de ciências, com interface com horta escolar, e análise documental do livro didático de ciências e de documentos oficiais de alimentação e nutrição. Como resultados, foi possível compreender que o discurso sobre alimentação presente na escola se apresenta como um produto da convergência de diversos interdiscursos semelhante àquele presente nos princípios e diretrizes de políticas públicas, no livro didático, como também no próprio ambiente escolar. Tal discurso carrega um caráter prescritivo sobre a alimentação, mas também reproduz um discurso de resistência contra a hegemonia de grandes indústrias, ao passo que valoriza as ideias de autonomia e sustentabilidade.
Palavras-chave: Educação alimentar e nutricional; ensino de ciências; discurso
Título: EFEITO DA DIGESTÃO IN VITRO E FERMENTAÇÃO COLÔNICA EX VIVO COM PROBIÓTICOS SOBRE OS COMPOSTOS BIOATIVOS DE UMA BEBIDA MISTA DE MARACUJÁ, MAÇÃ E MEL
Autor: Iris Batista Leite
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/26/2018
Resumo: Pesquisas envolvendo doenças crônicas não transmissíveis possuem grande relevância no Brasil e no mundo pelo aumento de sua prevalência. Com a finalidade de auxiliar na redução do risco destas doenças, uma dieta balanceada contendo frutas e hortaliças vem se mostrando de grande importância, em parte, devido à presença de compostos bioativos (CBAs). Entretanto, os CBAs presentes nestes alimentos, ao passarem pelo trato digestório, sofrem modificações estruturais gerando diferentes metabólitos, em reações que contam com a participação direta da microbiota intestinal. Nesse sentido, a bebida mista composta pela associação de maracujá, maçã e mel foi elaborada como modelo de preparação rica em CBAs para estudar estas modificações. A bebida mista foi digerida in vitro por meio de uma mistura de tampões, enzimas digestórias, em tempo e temperatura adequados para mimetizar o processo digestivo. Em cada fase da digestão in vitro foi avaliado o teor de compostos fenólicos totais, a capacidade antioxidante por FRAP e TEAC e o perfil dos compostos fenólicos por CLAE-DAD-EM. Com o extrato obtido da fase intestinal foi realizada a fermentação colônica ex vivo, com ou sem adição da bactéria probiótica Bifidobacterium animalis subsp. Lactis BB12. Durante a fermentação, foi realizada a análise do perfil dos compostos fenólicos, nos tempos 0, 4 e 24 horas, e do perfil da microbiota intestinal no tempo de 24 horas. Observamos que, durante a digestão in vitro, houve um aumento no teor de compostos fenólicos totais e capacidade antioxidante. Os compostos fenólicos encontrados na bebida mista foram o ácido gálico, ácido 5-cafeoilquínico, quercetina e rutina, sendo o ácido 5-cafeoilquínico o composto majoritário. No início da digestão (fase oral) o ácido gálico não foi mais encontrado sendo identificado, em contrapartida, o ácido 3-cafeoilquínico. Ao final da digestão (fase intestinal), o ácido 5-cafeoilquínico apresentou um aumento de 105% em seu teor enquanto eu o ácido 3-cafeoilquínico se manteve relativamente estável durante todas as fases. Quercetina e rutina tiveram uma diminuição de 32 e 36%, respectivamente. A fermentação ex vivo foi realizada com a doação de fezes de 3 voluntários. O perfil da microbiota intestinal (Bacteroidetes, Firmicutes, Actinobactéria, Gama-Proteobactéria) dos voluntários foi analisado sendo observado perfis distintos entre os doadores, resultando na variação identificada entre os compostos nos tempos de fermentação analisados. De modo geral, a rutina não foi encontrada durante a fermentação, em nenhum voluntário, e os teores de ácido 5-cafeoilquínico, ácido 3-cafeoilquínico e quercetina diminuíram, sendo a quercetina o composto majoritário. A fermentação ex vivo, com adição da bactéria probiótica, gerou resultados diferentes entre os voluntários, principalmente em relação à quercetina. A Bifidobacterium animalis subsp. Lactis BB12 parece alterar o perfil da microbiota tornando-a favorável para a hidrólise destes CBAs. Dessa forma, o uso de uma mistura de ingredientes, na preparação de uma bebida mista, pode aumentar o aporte de compostos fenólicos, mas este perfil pode ser modificado ao longo da digestão gastrointestinal, pela ação da microbiota intestinal podendo esta ser impactada pela adição de bactéria probiótica.
Palavras-chave: digestão in vitro, fermentação ex vivo, compostos fenólicos, Bifidobacterium animalis subsp. Lactis BB12, bebida mista
Título: MUDANÇAS NA PRÁTICA DE REFEIÇÕES DE ADOLESCENTES RESIDENTES EM UM SUBDISTRITO DE ALTA VULNERABILIDADE SOCIAL DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO EM PERÍODO DE 5 ANOS: 2005-2010
Autor: Rebecca De Almeida Maravalhas
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/22/2018
Resumo: A prática de refeições vem sendo investigada como um possível fator de proteção para obesidade e co-morbidades, principalmente na adolescência. Essa fase é caracterizada por modificações no consumo, nos padrões alimentares e de estilo de vida, o que torna importante reconhecer como essas práticas vem evoluindo ao longo do tempo e quais os fatores que influenciam. O objetivo do estudo foi descrever as mudanças na prática de fazer refeições em adolescentes e os fatores que se associam a estas mudanças, em período de 5 anos. Utilizaram-se dados de dois estudos transversais, com base populacional, que foram realizados através de visitas domiciliares, onde foram investigadas variáveis referentes aos residentes dos domicílios. Em ambas as pesquisas, foram considerados elegíveis os adolescentes com idade ente 12 e 18 anos, não portadores de deficiência física e que não estivessem grávidas. Em 2005, a amostra final foi de 1089 domicílios e consideraram-se dados de 511 adolescentes. Em 2010, a amostra final foi de 1121 domicílios, considerando os dados de 314 adolescentes. Entre os adolescentes estudados, destaca-se o aumento da substituição diária do almoço tradicional por lanche (3,7% vs 13,7%) e no consumo do jantar como comida tradicional (62,9% vs 72,0%), no período de 5 anos. Houve associação da prática do desjejum diário com a classificação de peso por IMC, nos dois momentos do estudo (2005-2010), de modo que aqueles com sobrepeso consomem o desjejum com menor frequência que aqueles sem sobrepeso (68,3% vs 79,3% e 59,5% vs 77,4%, respectivamente). Houve associação de um dos comportamentos alimentares desordenados (CADs) (dieta restritiva ou jejum) com a prática de refeições, com maior chance de consumo diário de refeições tradicionais para quem não possui este CAD. Há necessidade de um acompanhamento da prática inadequada das refeições e dos comportamentos alimentares desordenados, para evitar o agravamento do perfil nutricional desses adolescentes, e os riscos associados que essas alterações podem causar.
Palavras-chave: Prática de refeições, Adolescentes, IMC, CADs
Título: INVESTIGAÇÃO DO METABOLISMO ENERGÉTICO EM REPOUSO DE ATLETAS ADOLESCENTES DE FUTEBOL MASCULINO E SUA ASSOCIAÇÃO COM PARÂMETROS CORPORAIS E BIOQUÍMICOS
Autor: Taillan Martins De Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/20/2018
Resumo: O metabolismo energético é responsável pela manutenção dos estoques de energia e disponibilidade de nutrientes para as atividades vitais, crescimento, desenvolvimento e esforço físico em atletas adolescentes. A sua avaliação pode ser realizada por avaliações laboratoriais como a calorimetria indireta e quanto a taxa metabólica de repouso também pelas equações preditivas. A atividade hormonal, o esforço físico e metabólico, a composição corporal e a ingestão alimentar podem interagir com o metabolismo. Avaliar o metabolismo energético e suas associações auxilia no diagnostico nutricional. O objetivo desse estudo foi investigar o metabolismo energético em repouso de atletas adolescentes de futebol masculino e sua associação com composição corporal e variáveis laboratoriais. Foram aferidos o massa corporal e estatura, recordatório dietético de 24 horas, bioimpedância elétrica, calorimetria indireta de repouso e dosagem das concentrações de gama glutamil-transferase, creatina quinase, insulina e leptina. Os testes estatísticos ultilizados foram o teste t student, a correlação de pearson, regressão linear, Blandand Altman e acordo de sobrevivência. O trabalho foi dividido em dois conjuntos de resultados com objetivo se focar em duas publicações científicas. A comparação entre a taxa metabólica de repouso obtida por calorimetria indireta CI e por equações preditivas (FAO/ONU, Harris Benedict (HB), Henry and Rees (HR) e Cunnigham), onde as equações propostas pela FAO/ONU e HR apresentaram diferença significativa a CI, HB apresentou melhor concordância com CI de acordo com a metodologia de Bland e Altman. No acordo de sobrevivência foi encontrado que as equações preditivas apresentaram discordância de 200 a 400 Kcal por dia nos atletas. No segundo conjunto de resultados os sujeitos foram agrupado a partir da média do grupo de percentual de gordura, com os atletas abaixo apresentando associação entre a concentração hormonal e os substratos energéticos, e aqueles atletas que estão acima da média em relação a percentual de gordura a ingestão alimentar no dia anterior se associou aos índices de oxidação. Conclui-se que as equações preditivas não obtiveram resultados satisfatórios quando comparadas a calorimetria indireta sendo indicado o estudo de uma formula especifica para atletas adolescentes e que em atletas com maior percentual de gordura o controle hormonal, enquanto nos atletas de menor percentual de gordura a ingestão alimentar estão associados a adaptações no metabolismo energético.
Palavras-chave:
Título: CONSUMO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS POR GESTANTES COM DIABETES MELLITUS PRÉVIO EM USO DE CONTAGEM DE CARBOIDRATOS: UM ESTUDO DE COORTE
Autor: Carolina Felizardo De Moraes Da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/19/2018
Resumo: O diabetes mellitus (DM) na gestação pode acarretar maiores riscos de desfechos indesejados à gestante e ao concepto. A alimentação saudável constitui um dos pilares do trata mento, podendo ser orientada por meio do método de contagem de carboidratos ( CCHO), que permite maior autonomia, sendo descritos bons resultados no controle glicêmico . importante orientar escolhas alimentares adequadas, uma vez que e vidências aponta m para inúmeros riscos associados ao consumo elevado de alimentos ultraprocessados ( AUP ) em diferentes populações . Objetivo: avaliar o consumo de AUP por gestantes com DM prévio em uso da CCHO , além de investigar sua associação com os desfechos ganho de peso gestacional total e controle glicêmico. Mé todo s Estudo de coorte desenvolvido em uma maternidade pública de referência na cidade do Rio de Janeiro, Brasil , com gestantes adultas , de gestaç ão de feto único, com diagnóstico de DM prévio à gravidez, sem outras morbidades crônicas. Foi avaliado o consumo alimentar p elo questionário de frequência de consumo semi quantitativo, no segundo e terceiro trimestres e adot ou se a classificação NOVA para a identificação dos AUP consumidos . O peso foi medido em todas as consultas e os exames laboratoriais foram avaliados a cada trimestre gestacional. Empregou se na análise a regressão linear multivariada . Resultados: As gestantes (n=42) apresentaram ganho apresentaram ganho gestacional total médio de 12,02 ±4,8 kg, 65,8% delas com inadequação. O gestacional total médio de 12,02 ±4,8 kg, 65,8% delas com inadequação. O consumo diário de AUP foi de 317,29 ±187,28 Kcal e 272,37 ±170,55 Kcal, no segundo e terceiro consumo diário de AUP foi de 317,29 ±187,28 Kcal e 272,37 ±170,55 Kcal, no segundo e terceiro trimestres, respectivamente, representando 16,9 ±7,7 % e 15,2 ±10 % do consumo energéticotrimestres, respectivamente, representando 16,9 ±7,7 % e 15,2 ±10 % do consumo energético médio médio diário. O aumento de cada 1 kcal no consumo calórico proveniente dos AUP no terceiro trimestre diário. O aumento de cada 1 kcal no consumo calórico proveniente dos AUP no terceiro trimestre aumentou em 0,007% a hemoglobina glicada (β=0,007; p=0,025), 0,14 mg/dL da glicemia de 1 hora aumentou em 0,007% a hemoglobina glicada (β=0,007; p=0,025), 0,14 mg/dL da glicemia de 1 hora póspós–prandial (β=0,143; p=0,011) e 0,11 kg no ganho de peso gprandial (β=0,143; p=0,011) e 0,11 kg no ganho de peso gestacional total (β=0,11; p=0,006). estacional total (β=0,11; p=0,006). Não foram encontradas associações Não foram encontradas associações entreentre o consumo de AUP no segundo trimestreo consumo de AUP no segundo trimestre e os desfechose os desfechos. . Conclusão:Conclusão: O consumo de AUP O consumo de AUP influenciou o influenciou o controle glicêmico e ganho de peso controle glicêmico e ganho de peso gestacional gestacional total.total. É necessário intensificar as eÉ necessário intensificar as estratégias de orientação e educação nutricional para gestantes com DM stratégias de orientação e educação nutricional para gestantes com DM prévio em uso de CCHOprévio em uso de CCHO, com vistas a reduzir o consumo de AUP, com vistas a reduzir o consumo de AUP.
Palavras-chave: Nutrição materna. Cuidado pré-natal. Gravidez de alto risco. Diabetes mellitus. Glicemia. Ganho de peso.
Título: CUIDADO NUTRICIONAL PARA MULHERES NO PERÍODO PÓS-PARTO, NO ÂMBITO DA ATENÇÃO BÁSICA, EM MANGUINHOS – RIO DE JANEIRO, RJ
Autor: Karina Dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/18/2017
Resumo: A prevalência de obesidade é alta entre as brasileiras. A retenção de peso pós-parto (RPPP) é um dos fatores que contribui para o aumento do peso das mulheres ao longo dos anos reprodutivos. Intervenções nutricionais são eficazes na redução da RPPP, entretanto, não há um protocolo que priorize o acompanhamento de saúde e nutrição das mulheres nesse período. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de uma proposta de cuidado nutricional para redução da RPPP, no âmbito da Atenção Básica. Trata-se de estudo quasi-experimental, desenvolvido em duas Unidades de Atenção Básica de uma comunidade do Rio de Janeiro. Foram convidadas a participar as mulheres no período de 6 a 9 meses pós-parto, que apresentavam RPPP. A intervenção consistiu em 4 consultas individuais, mensais, com nutricionista, complementadas por orientações realizadas por meio de aplicativo e site de rede social. O plano alimentar foi desenvolvido a partir da tradução e adaptação da Dieta DASH (Dietary Approach to Stop Hypertension) para a população brasileira. A avaliação antropométrica abrangeu medidas de peso, altura, perímetro da cintura e percentual de gordura corporal. O consumo dietético foi avaliado por meio de questionário de frequência alimentar. As mulheres que concluíram o estudo (n=26) apresentaram redução significativa da RPPP (mediana -1,80 kg; p= 0,004), do índice de massa corporal (-0,57 kg/m²; p= 0,004) e do perímetro da cintura (-2,50 cm; p= 0,024). Houve redução do percentual de gordura corporal, porém não foi significativa (-1,05%; p= 0,346). Foi observada boa adesão ao plano alimentar, com redução do consumo energético (-496,11 kcal/dia; p= 0,028) e da ingestão de gorduras saturadas (-4,10% do valor energético; p= 0,005) e aumento do consumo de cereais integrais (+1,00 porção/dia; p= 0,050). O cuidado nutricional proposto contribuiu para a melhora da qualidade da dieta e promoveu redução da retenção de peso, do índice de massa corporal e do perímetro da cintura em mulheres no período pós-parto.
Palavras-chave: Período Pós-parto. Alimentos, Dieta e Nutrição. Nutrição Materna. Saúde da Mulher. Atenção Básica. Nutrição em Saúde Pública.
Título: EFICÁCIA DAS EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO DE REPOUSO E PROPOSTA DE NOVA EQUAÇÃO DE PREDIÇÃO PARA INDIVÍDUOS COM OBESIDADE
Autor: Carla Raiane Angelina Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/7/2017
Resumo: A obesidade tornou-se uma epidemia mundial. Para execução da principal estratégia nutricional, que se utiliza de dieta hipocalórica como meio de favorecer o balanço energético negativo, faz-se necessário o conhecimento do gasto energético de repouso (GER). Equações de predição (EP) são utilizadas quando a realização da calorimetria indireta (CI) não é possível. Entretanto, as EP podem apresentar inadequações na obesidade. O objetivo deste estudo foi avaliar se as EP disponíveis são eficazes em estimar o GER de indivíduos com obesidade graus 1 e 2, e desenvolver novas equações especificamente para este grupo. Trata-se de estudo transversal que se utilizou de dados basais de cinco outros estudos com obesidade, avaliando-se o GER por CI e EP. As variáveis antropométricas e análises laboratoriais (glicemia e lipemia) foram avaliadas para caracterização da amostra. As diferenças foram comparadas por t de Student não pareado ou U de Mann-Whitney, entre gêneros, e por teste t de Student pareado ou Wilcoxon, entre GER-CI e GER-EP. A concordância entre os métodos foi analisada por Coeficiente de Correlação Intraclasse (p0,05). Houve correlação significativamente muito forte para MifflinMLG, Owen, Owen-MLG e HB-PAj, com menor intervalo de confiança para Owen (p
Palavras-chave: obesidade, equação de predição, gasto energético de repouso, calorimetria indireta.
Título: METABOLISMO ÓSSEO EM ADOLESCENTES E ADULTOS OBESOS SUBMETIDOS AO BYPASS GÁSTRICO EM Y DE ROUX
Autor: Debora Pinto De Oliveira Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 11/28/2017
Resumo: Introdução: A obesidade é uma doença de grande impacto social e vem apresentando aumento progressivo de sua prevalência, sobretudo entre os adolescentes. Nos estágios mais avançados dessa doença, a cirurgia bariátrica é efetiva para o controle e, o Bypass Gástrico em Y de Roux (BGYR) um dos procedimentos cirúrgicos mais realizados no mundo. Entretanto, essa técnica cirúrgica promove alterações metabólicas que favorecem complicações nutricionais, como aquelas relacionadas ao metabolismo ósseo. O objetivo do presente estudo foi avaliar e comparar o metabolismo ósseo em adolescentes e adultos antes e após a realização do BGYR. Materiais e métodos: Estudo comparativo longitudinal, constituído por adolescentes (G1) com obesidade grave, e adultos (G2) com obesidade classe III atendidos em clínica particular de cirurgia bariátrica e metabólica, no município do Rio de JaneiroRJ. Os grupos foram avaliados 30 dias antes (T0), e após seis (T1) e 12 meses (T2) do BGYR, sendo submetidos a avaliações clínicas, antropométricas e bioquímicas. Foram avaliados o tempo de exposição solar antes da cirurgia e as concentrações séricas de 25(OH)D, cálcio sérico, fósforo, magnésio, zinco, fosfatase alcalina e paratormônio (PTH), nos três tempos do estudo. A densidade mineral óssea (DMO) de colo de fêmur e coluna lombar foi avaliada após o BGYR. Resultados: A amostra foi constituída por 60 adolescentes e 60 adultos. Ambos os grupos apresentaram elevada frequência de inadequação de 25(OH)D, sem diferença estatística entre eles, em todos os tempos estudados. O tempo de exposição solar médio foi de 17±2,0 minutos/dia e 13,2±5,2 minutos/dia para G1 e G2, respectivamente no T0. Adolescentes apresentaram elevada frequência de deficiências de cálcio (66,7%), fósforo (80,0%) e zinco (18,3%), antes do BGYR e redução significativa das concentrações de 25(OH)D e magnésio entre T1 e T2 (p<0,01). Houve aumento significativo de PTH em ambos os grupos entre T1 e T2 (G1: p=0,04; G2: p=0,02) e entre T0 e T2 (G1 e G2: p<0,01). A frequência de indivíduos com z-score abaixo dos valores de referência foi elevada em ambos os sítios avaliados, sem diferença estatística entre os grupos e entre os tempos do estudo. Observou-se que 40,4% dos adultos com inadequação de z-score de DMO no colo fêmur e coluna lombar, apresentavam insuficiência ou deficiência de 25(OH)D no T2. Conclusão: A realização do BGYR em adolescentes e adultos com obesidade agravou a inadequação de micronutrientes relacionados ao metabolismo ósseo, associada ao hiperparatireoidismo secundário e baixos valores de DMO, em especial nos adolescentes, mesmo na vigência de suplementação de vitamina D e cálcio. Tais achados levantam preocupações no que diz respeito à saúde óssea da população obesa submetida ao BGYR
Palavras-chave: Obesidade, adolescentes, adultos, metabolismo ósseo, Bypass Gástrico em Y de Roux
Título: FATORES PREDITORES DE ANEMIA EM PACIENTES AMBULATORIAIS COM RETOCOLITE ULCERATIVA, ACOMPANHADOS EM UM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL
Autor: Anna Carolina Coimbra De Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/31/2017
Resumo:
Palavras-chave:
Título: AVALIAÇÃO DA INCORPORAÇÃO DO ÁCIDO GRAXO ALFA-LINOLÊNICO (N-3) DOS ÓLEOS DE ROSA MOSQUETA (ROSA AFF. RUBIGINOSA) E CHIA (SALVIA HISPÂNICA L.) E EFEITO DESTES ÓLEOS SOBRE A ATIVIDADE INFLAMATÓRIA TECIDUAL
Autor: Natalia Gomes Casanova De Oliveira E Castro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/6/2017
Resumo: O consumo de ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) ômega-3 (n-3) está associado a benefícios diversos à saúde, como menor ativação de vias inflamatórias e menor risco para desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Estes AGPI são encontrados em alimentos como animais marinhos, fontes dos ácidos docosahexaenoico (DHA) e eicosapentaenoico (EPA), e também em sementes, fontes de ácido alfa-linolêncio (ALA). Em contrapartida, o elevado consumo de AGPI ômega-6 (n6), encontrado em carnes como a bovina e óleos vegetais, como os de milho e soja, quando associado a baixo consumo de AGPI n-3, pode caracterizar inadequada ingestão dietética da razão n-6/n-3. O consumo desbalanceado destas famílias de AGPI está relacionado a malefícios à saúde, dentre os quais podemos destacar maior risco de desenvolvimento de obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e inflamação tecidual e sistêmica. No presente estudo buscou-se investigar se a origem do AGPI n-3 dietético (marinho ou vegetal) produz efeitos distintos sobre a modulação do metabolismo lipídico e de mediadores da atividade inflamatória tecidual. Camundongos machos C57BL/6 foram aleatoriamente distribuídos em quatro grupos experimentais, de acordo com a ração manipulada, normolipídica e isoenergética, oferecida do quadragésimo segundo dia de vida até o sexto mês de vida, contendo fontes lipídicas distintas (grupo soja = GS, grupo chia = GCh, grupo rosa mosqueta = GRM, grupo peixe = GP). Aos 180 dias de idade, os animais foram submetidos ao teste de tolerância intraperitoneal à glicose (TTIG), e, aos 200 dias, à coleta de sangue por punção cardíaca, seguida de eutanásia. Conteúdos plasmáticos de glicose, triacilglicerois, colesterol total e fração HDL foram determinados por ensaios enzimáticos colorimétricos. A composição de AG do plasma e tecidos foi determinada por cromatografia gasosa. Teores plasmáticos e teciduais de adiponectina, leptina, resistina, insulina, IL-6, IL-10 e TNF-α foram analisados por ensaio imunológico multiplex. A quantificação de proteínas envolvidas na via inflamatória modulada por TLR4 e NF-kB foi feita por western Blotting. As análises estatísticas foram realizadas com programa GraphPad Prism, versão 5.0, sendo estabelecido p<0,05. A modificação da fonte lipídica na dieta dos animais não influenciou o consumo alimentar nem a evolução ponderal dos mesmos. Plasma, fígado e cérebro de animais do mesmo grupo incorporam diferentes concentrações de AG, demonstrando que cada tecido apresenta suas peculiaridades metabólicas, que favorece sua maior ou menor incorporação de cada AG. Valores plasmáticos de colesterol total foram reduzidos pela maior ingestão de AGPI n-3. A manipulação das razões n6:n3 dietéticas não alterou concentrações plasmáticas de glicose, triglicerídeos, adiponectina e nem tolerância à glicose. Ingestão de maiores quantidades de AGPI n-6 não resultou em maior conteúdo das proteínas da via inflamatória modulada pelo TLR-4/NF-κB.
Palavras-chave: razão n-6/n-3, ácido alfa-linolênico, óleo de chia, óleo de rosa mosqueta, inflamação, adipocinas, citocinas, homeostase glicêmica, colesterol.
Título: CONSUMO MATERNO DE DUAS VARIEDADES DE ÓLEO DE PALMA DURANTE O PERÍODO PERINATAL E SEUS EFEITOS SOBRE A ADIPOSIDADE E FUNÇÃO MITOCONDRIAL HEPÁTICA DA PROLE ADULTA DE CAMUNDONGOS
Autor: Raisa Magno De Araujo Ramos Dos Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/23/2017
Resumo: O óleo de palma africana (OPA), quando consumido em períodos críticos do desenvolvimento, pode predispor a alterações metabólicas associadas com a obesidade na idade adulta. O óleo de palma híbrida (OPH), comparado ao OPA, apresenta menor teor de ácidos graxos saturados (AGS) e maior proporção de ácidos graxos monoinsaturados (AGMI). Contudo, ainda são escassos os trabalhos que demonstrem os efeitos do OPH na saúde. Avaliamos o efeito do consumo de dietas normolipídicas contendo essas duas variedades de palma durante o período perinatal sobre a adiposidade e função mitocondrial hepática da prole adulta de camundongos aos 100 dias de vida. As fêmeas prenhas foram alimentadas durante a gestação e lactação com dieta controle (contendo óleo de soja – GC); dieta com OPA (GPA) ou dieta com OPH (GPH). Após o desmame, a prole de machos recebeu dieta controle até ao final dos experimentos. Foi realizada coleta manual dos compartimentos adiposos viscerais e tomografia computadorizada para mensuração da adiposidade dos animais. O tecido hepático foi extraído para isolamento de mitocôndrias, e posteriormente, analisada a função mitocondrial através da respirometria de alta resolução e produção de peróxido de hidrogênio. A avaliação da homeostase glicêmica foi realizada por meio do teste de tolerância intraperotoneal à glicose. A incorporação de ácidos graxos em tecidos foi determinada através da cromatografia gás-líquido. Foram observadas diferenças pontuais de consumo na 1° e 2° semana pós-desmame (GPA > GPH e GC), não havendo diferença significativa de massa corporal entre os grupos. Com relação à adiposidade da prole, foi verificado que o somatório dos compartimentos adiposos epididimal, retroperitoneal e mesentérico no GPA foi significativamente superior quando comparado ao GC (+60%) e GPH (+34%). Na análise da adiposidade subcutânea abdominal por tomografia computadorizada, foi observado que GPA apresentou maior acúmulo desse tecido em comparação ao GC (+124%), enquanto GPH foi estatisticamente igual ao GC e GPA. O perfil de ácidos graxos do tecido adiposo epididimal demonstra que somente o GPA apresentou menor incorporação de ácido graxo poliinsaturado (AGPI), assim como maior índice de dessaturação (16:1/16:0), quando comparado ao controle. No teste de tolerância intraperitoneal à glicose não foram identificadas diferenças significativas entre os grupos quando calculada as áreas sob a curva. Aos 100 dias de vida, a prole do GPA apresentou incorporação significativamente maior de AGS totais, especialmente o ácido esteárico, no tecido hepático em relação ao GC e GPH. Na avaliação da capacidade funcional de mitocôndrias hepáticas, não foram encontradas diferenças quanto ao consumo de oxigênio e produção de peróxido de hidrogênio entre os grupos. Enquanto o consumo de OPA promoveu efeitos deletérios no acúmulo de adiposidade e provocou modificações no perfil de ácidos graxos do tecido adiposo e hepático da prole, o consumo de OPH apresentou-se como possível alternativa de fonte lipídica, com desfechos semelhantes ao controle. Esses resultados demonstram que a substituição de AGS por AGMI ou AGPI na dieta durante o período perinatal pode ser benéfica na ocorrência de fenótipos metabólicos mais favoráveis na prole.
Palavras-chave:
Título: EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE QUERCETINA SOBRE O DESEMPENHO FÍSICO E PERFIL METABÓLICO EM RATOS WISTAR
Autor: Lissa Bantim Frambach
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/10/2017
Resumo: A quercetina é um flavonoide com ampla distribuição em alimentos de origem vegetal, principalmente na cebola e na maçã, e vem sendo relacionada a benefícios em diversas doenças, como câncer, diabetes mellitus tipo 2, obesidade, cardiopatias, hepatopatias, dentre outras. Recentemente, também tem sido estudada quanto aos efeitos sobre o desempenho físico. Os resultados são controversos, e seus mecanismos de ação não estão bem elucidados. Dentro desse contexto, para investigação de funções biológicas de compostos bioativos e identificação de vias metabólicas alteradas, a abordagem metabolômica tem recebido destaque por fazer uma análise simultânea de todos os metabólitos presentes nas amostras. O objetivo desse estudo foi investigar os efeitos da suplementação de quercetina sobre o desempenho físico e o perfil metabólico de ratos wistar. Foram utilizados no estudo 2 tipos de quercetina, que foram analisadas por ressonância magnética nuclear (RMN), e 30 animais, que foram divididos em 3 grupos: Controle (C), Quercetina padrão analítico (QPA) e Quercetina grau alimentar (QGA). Os ratos foram suplementados por 9 dias, tiveram a massa corporal e a ingestão alimentar controlados e a capacidade física avaliada por meio de teste físico em esteira. Após esse período foram avaliados os pesos dos músculos e gordura, a força tetânica in vitro e a área de secção transversa do músculo sóleo. Além disso, avaliou-se o perfil metabólico do sangue dos animais por abordagem metabolômica por RMN. Observou-se que o perfil das quercetinas é igual, sendo referentes à forma aglicona. A suplementação com ambas as quercetinas foi capaz de reduzir significativamente o ganho de peso (C = 19,78 ± 2,17 g; QPA = 13,10 ± 1,88 g; QGA = 11,78 ± 1,40 g) sem alterar a ingestão alimentar (C = 215,9 ± 4,3 g; QPA = 211,5 ± 4,1 g; QGA = 204,0 ± 3,3 g). Aumentou significativamente o peso do músculo sóleo, mas não do gastrocnêmio nem dos compartimentos de gordura avaliados. Houve aumento da capacidade física máxima (C = 1,41 ± 3,04 %; QPA = 11,46 ± 4,94 %; QGA = 30,40 ± 8,18 %) e da força tetânica (C = 47,03 ± 4,46 g; QPA = 70,58 ± 7,34 g; QGA = 78,83 ± 5,64 g), porém não houve mudança na área de secção transversa, indicando que a quercetina pode exercer esses efeitos por vias diferentes das vias de hipertrofia muscular. As análises estatísticas multivariadas dos dados obtidos por RMN (PCA e PLS-DA) demonstraram que as suplementações não proporcionaram diferenças no perfil metabólico sanguíneo, entretanto, a identificação do VLDL, lipídio, lactato, creatina, alanina, glutamina, glicose e acetato como os metabólitos que mais variaram entre os grupos (VIP scores), pode estar indicando uma tendência à modulação do metabolismo, principalmente do metabolismo do piruvato e da glicólise ou gliconeogênese. Conclui-se que esses resultados mostraram que a quercetina promoveu melhoras em parâmetros de desempenho físico, inferindo seu potencial como uma possível ferramenta para o aumento da performance.
Palavras-chave: Quercetina, desempenho físico, perfil metabólico, RMN
Título: EFEITO DE EXTRATOS AQUOSOS E COMPOSTOS BIOATIVOS DO CAFÉ (COFFEA ARABICA) SOBRE A MULTIPLICAÇÃO DE BACTÉRIAS PROBIÓTICAS
Autor: Amanda Luisa Sales
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/2/2017
Resumo: Efeito prebiótico é o desfecho fisiológico benéfico a partir da modulação da composição e/ou atividade da microbiota intestinal, proveniente da metabolização de um composto nãodigerível. Componentes não-digeríveis ou parcialmente digeríveis como polissacarídeos (galactomanana e arabionogalactana tipo 2) e os ácidos clorogênicos da bebida dos grãos de Coffea arabica, têm sido relacionados a efeitos benéficos na microbiota intestinal. Entre outros compostos bioativos importantes no café estão a cafeína e a trigonelina, que apresentaram efeito antimicrobiano seletivo em estudos in vitro. O objetivo desta dissertação foi avaliar o potencial prebiótico de extratos aquosos da espécie Coffea arabica em diferentes graus de torrefação e de seus compostos bioativos. Extratos de café solúvel integral e descafeinado e os compostos bioativos ácidos clorogênicos (ACG), trigonelina (TG), cafeína (CAF), galactomanana (GM) e arabinogalactana tipo 2 (AG) foram incorporados em diferentes concentrações, separadamente, em meio de cultivo modificado para avaliar a multiplicação das estirpes probióticas Lactobacillus rhamnosus GG ATCC 53103 (GG), L. acidophilus LA-5 (LA), Bifidobacterium animalis DN-173010 (BA) e B. animalis subesp. lactis BB12 (BB12) e da estirpe não probiótica Escherichia coli ATCC 25922 (E. coli). Após 48 horas de incubação, os extratos de café integral ocasionaram aumento da multiplicação das estirpes de Lactobacillus (~ 4,43 log UFC/mL) e Bifidobacterium (~ 4,34 log UFC/mL), independente do grau de torrefação e concentração. Não foram detectadas diferenças na multiplicação das estirpes na presença de extratos de café descafeinado em relação aos controles. Quanto aos compostos bioativos, destaca-se a multiplicação de GG na concentração de 50mg de CAF (1,64 log UFC/mL). Para as estirpes de Bifidobacterium, as maiores multiplicações foram observadas para BA em 400mg de ACG (1,87 log UFC/mL); 50, 100, 200 e 800mg de GM (~ 0,28 log UFC/mL) e 400mg de AG (~ 0,16 log UFC/mL). Para BB12, as maiores multiplicações foram em 200 e 400mg de ACG (~ 1,62 log UFC/mL) e em 200, 400 e 800mg de GM (~ 0,60 log UFC/mL) e em todas as concentrações testadas deAG (~ 0,76 log UFC/mL). Diferentemente dos resultados encontrados para as bactérias probióticas testadas, nenhum dos extratos de café e compostos bioativos incorporados ao meio base de E. coli estimularam sua multiplicação. Os resultados da presente dissertação sugerem que os compostos bioativos do café podem estimular a multiplicação de microorganismos benéficos à saúde, que ocorrem naturalmente no trato intestinal ou que podem ser utilizados como probioticos, apresentando assim, um potencial efeito prebióticos.
Palavras-chave: Café; prebióticos; probióticos; galactomananas; arabinogalactanas tipo 2; ácidos clorogênicos; cafeína; trigonelina
Título: ÁCIDOS GRAXOS E LIPOPROTEÍNAS CIRCULANTES EM GESTANTES ADULTAS COM OBESIDADE PRÉ-GESTACIONAL: RELAÇÃO COM O PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS DO SANGUE DO CORDÃO E PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS DO RECÉM-NASCIDO
Autor: Marcelle De Almeida Saraiva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/8/2017
Resumo: Os efeitos da obesidade sobre as modificações metabólicas características da gestação não está bem elucidado, é reconhecido que a exacerbação das alterações no metabolismo lipídico, em razão da obesidade materna, pode resultar em modificações no perfil de lipoproteínas e de ácidos graxos (AG) da circulação, tanto materna quanto fetal, repercutindo sobre os parâmetros antropométricos dos recém-nascidos. Neste contexto, o presente estudo buscou avaliar a relação entre o perfil de AG no sangue materno e do cordão umbilical de mulheres com e sem obesidade pré-gestacional e parâmetros antropométricos do recém-nascido. Foram selecionadas gestantes com idade entre 19 e 35 anos e obesidade (n=9) e eutrofia (n=15) pré-gestacional, atendidas na Maternidade Escola da UFRJ/RJ. Dados antropométricos maternos e do recém-nascido foram coletados por meio de consulta ao prontuário. Amostras de sangue materno, no primeiro (T1) e terceiro (T2) trimestres de gestação, e do cordão umbilical foram obtidas. As concentrações relativas de AG nos compartimentos sanguíneos materno e fetal, foram determinadas por cromatografia gasosa e a análise de lipoproteínas foi conduzida por ensaio enzimático-colorimétrico. O nível de significância foi fixado em p≥0.05. As gestantes com obesidade pré gestacional, comparada as eutróficas apresentaram menores valores médios do AG linolênico no T1 e das lipoproteínas triacilglicerol, LDL; e VLDL no T2. Entretanto o conteúdo de AGPICL EPA T1 e T2; AA T2; Total de n3 T2 estava maior em gestantes obesas que em gestantes eutróficas. Em conclusão obesidade prégestacional implicou em variações nas quantidades circulantes maternas de AGE e lipoproteínas, não repercutindo, entretanto, sobre o perfil de AG no sangue dos recémnascidos, tampouco sobre os parâmetros antropométricos ao nascer.
Palavras-chave: : Obesidade pré-gestacional, Ácidos graxos, Lipoproteínas, Sangue do cordão, Peso ao nascer.
Título: EFEITOS DA QUERCETINA E CRISINA E SUA ASSOCIAÇÃO SOBRE A VIABILIDADE E PROGRESSÃO DO CICLO CELULAR EM LINHAGENS TUMORAIS DE MAMA MCF-7 E MDA-MB-231
Autor: Patricia Severo Ramos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/5/2017
Resumo: O câncer de mama é o segundo tipo que mais acomete as mulheres em todo o mundo, com estimativa de 57.960 casos incidentes para o biênio 2016/2017. Os flavonoides quercetina, encontrada em maçãs e cebolas, e crisina, encontrada no mel e própolis, apresentam ação anticancerígena, entretanto, seus mecanismos de ação não estão completamente elucidados. O objetivo deste estudo foi investigar a ação desses flavonoides, isoladamente e em associação, em culturas de células de câncer de mama MCF-7 e MDA-MB-231 e da linhagem não tumoral MCF-10A. A viabilidade celular foi realizada pelo método de redução do MTT. Observou-se que, de acordo com os valores de IC50, a crisina foi o flavonoide mais citotóxico para todas as linhagens (MCF-7 = 232.5 µM, MDA-MB-231 = 170.0 µM), sendo a linhagem não tumoral a mais sensível ao tratamento (110.3 µM). A combinação dos compostos reduziu significativamente a viabilidade celular na linhagem MCF-7 quando pré-incubada com 10 µM de quercetina por 1 hora (IC50 = 60.6 µM). O Índice de Combinação demonstrou que a associação conferiu efeito sinérgico nas linhagens tumorais e antagônico na linhagem não tumoral (MCF-7 = 0.447, MDAMB-231 = 0.725, MCF-10A = 1.797). O tratamento em associação promoveu maior seletividade para as linhagens tumorais do que para a linhagem não tumoral (MCF10A/MCF-7 = 1.63, MCF-10A/MDA-MB-231 = 2.29). A associação gerou um maior número de células em apoptose nas linhagens tumorais. A análise do ciclo celular demonstrou que o tratamento associado gerou bloqueio na fase G0/G1 na linhagem tumoral MDA-MB-231. Dentre as caspases observadas por imunoblotting neste estudo, não foi possível definir a provável via de indução de morte, e mais estudos precisam ser realizados com o objetivo de verificar quais outras vias de morte celular podem estar alteradas pela combinação de compostos bioativos utilizada nessa dissertação. Concluímos que esses resultados mostram o efeito da associação entre quercetina e crisina sobre a indução de morte celular por apoptose nas células MCF7 e MDA-MB-231, inferindo seu potencial como uma possível ferramenta para o tratamento do câncer de mama.
Palavras-chave: Câncer de mama, quercetina, crisina, apoptose, associação
Título: RESPOSTA ALIMENTAR À INFUSÃO INTRACEREBROVENTRICULAR DE ANOREXÍGENOS E EXPRESSÃO DE OBRB E FOXO 1 EM HIPOTÁLAMO DE RATAS SOB RESTRIÇÃO ALIMENTAR INTERMITENTE
Autor: Carlos Marcelo Concha Vilca
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/27/2017
Resumo: Objetivamos analisar a resposta alimentar à infusão de anorexígenos e a expressão do ObRb e FOXO 1 em hipotálamo de fêmeas Wistar não obesas em restrição alimentar intermitente (RAI). As ratas (n = 60), com 67 dias de vida, foram divididas por 6 semanas nos grupos: Controle (C, ração e água livres) e Restritos 3 (R3) e 5 (R5), mantidos com acesso à agua e 2 dias a 50% do consumo de ração do grupo C, seguido de 3 ou 5 dias de ração livre respectivamente. Para as injeções de veículo (salina 0,9%) e dos anorexígenos (insulina, serotonina e leptina) os ratos receberam através de cirurgia estereotáxica, cânula-guia intracerebroventricular (i.c.v). Ambos os grupos restritos mostraram menor ingestão acumulada no período experimental versus C, sem diferença no consumo após cada ciclo alimentar. R3 apresentou maior consumo nos 3 dias e R5 em 2 dias subsequentes à restrição alimentar versus C. Observamos menor ganho de peso corporal no grupo R5. Ambos os grupos restritos não responderam à injeção icv dos anorexígenos e apresentaram redução na expressão hipotalâmica de RNAm do ObRb, porém sem alteração na expressão do RNAm de FOXO 1. Concluímos que a RAI em ratas não obesas interrompeu a resposta a importantes agentes anorexígenos, provocou hiperfagia pós-restrição e afetou passo inicial da via hipotalâmica da leptina. Sugerimos que a RAI pode determinar prejuízo na regulação anorexígena hipotalâmica e em parâmetros obesogênicos.
Palavras-chave: Restrição alimentar intermitente, anorexígenos hipotalâmicos, ObRb, FOXO 1, compulsão alimentar
Título: A RELAÇÃO ENTRE A TITULARIDADE DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E AS PRÁTICAS ALIMENTARES DE FAMÍLIAS BENEFICIÁRIAS RESIDENTES NO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS – RJ
Autor: Viviane Dos Anjos Maresi
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/21/2017
Resumo: A presente dissertação intitulada “A relação entre a titularidade do Programa Bolsa Família (PBF) e as práticas alimentares de famílias beneficiárias residentes no Município de Duque de Caxias-RJ” é um estudo qualitativo, do tipo descritivo. Integra um projeto de pesquisa maior, intitulado “Pobreza Extrema, Insegurança Alimentar e Políticas Públicas: Estudo Longitudinal de Famílias Atendidas pelo Programa Bolsa Família no Município de Duque de Caxias”. O estudo teve como principal objetivo compreender a relação entre a titularidade (homem/mulher) do PBF e as práticas alimentares de famílias beneficiárias. Além disso, teve o propósito de analisar os sentidos atribuídos ao PBF e à titularidade e conhecer as práticas alimentares de famílias beneficiárias do PBF e os elementos que contribuem para sua construção. Foi utilizado como referencial metodológico a Hermenêutica de Profundidade (HP), conforme descrito por Thompson (2002), e como referencial analítico a análise de conteúdo temática, conforme proposto por Bardin (2011) e adaptado por Minayo et al (2012). A construção dos dados foi através da realização de entrevistas semiestruturadas, com a utilização de um roteiro norteador, e observação. Foram entrevistados 5 homens e 5 mulheres, titulares do PBF, residentes no Distrito de Campos Elíseos, Município de Duque de Caxias, entre novembro de 2015 e abril de 2016. Os homens entrevistados expressaram a necessidade em justificar sua titularidade, por terem filhos ou por motivo de doença, demonstrando desconhecimento de terem direito do PBF. Para as mulheres a titularidade simbolizava segurança, autonomia e liberdade, principalmente para aquelas que anteriormente ao recebimento do PBF dependiam da renda do marido ou ex-marido. O recurso do PBF era geralmente administrado por mulheres, mesmo nos casos da titularidade masculina havendo a presença da mulher na família eram elas quem administravam. Expressando um entendimento de que o benefício é um dinheiro feminino, pois era destinado principalmente às necessidades da casa e das crianças, como: comida, medicamentos, roupas, consulta médica, internet, material escolar. O recurso do PBF era uma das fontes para o pagamento das compras da alimentação da família. Neste sentido, conclui-se que o PBF influencia as práticas alimentares das famílias beneficiárias no que diz respeito a aquisição de alimentos. No entanto, a relação dos sujeitos do estudo com as práticas alimentares não foi alterada a partir da titularidade do PBF, ou seja, homens e mulheres têm papéis diferentes, porém complementares no que se refere as práticas alimentares, os papéis de gênero são construídos socialmente e no ambiente familiar. De modo geral o homem tinha a responsabilidade do provimento da renda para a aquisição dos alimentos e a mulher as responsabilidades da compra, preparo e distribuição dos alimentos.
Palavras-chave: Alimentação, Cultura, Pesquisa Qualitativa, Programas Governamentais, Programa Bolsa Família.
Título: TRAJETÓRIA DAS CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS DA VITAMINA D AO LONGO DA GESTAÇÃO E SUA ASSOCIAÇÃO COM SINTOMAS DEPRESSIVOS.
Autor: Amanda Caroline Cunha Figueiredo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/21/2017
Resumo: A gestação é caracterizada por alterações biológicas, físicas e sociais. Durante esse período ocorrem adaptações fisiológicas no metabolismo da vitamina D e pode ser um momento suscetível para o aumento de sintomas depressivos. Os objetivos desse estudo foram: 1. Investigar se a adequação de vitamina D no início da gestação influencia no comportamento longitudinal de concentrações plasmáticas de 1,25 dihidrovitamina D [1,25(OH)2D]. 2. Estimar a associação entre concentrações plasmáticas de 25 hidrovitamina D [25OH)D] e 1,25(OH)2D e a ocorrência de sintomas depressivos ao longo desse período. O presente estudo trata-se de uma coorte prospectiva realizada em um centro municipal de saúde no Rio de Janeiro, Brasil. A amostra foi composta por mulheres com baixo risco gestacional, idade entre 20 e 40 anos e acompanhadas durante 5ª-13ª, 20ª-26ª e 30ª-36ª semanas gestacionais. As concentrações plasmáticas de 25(OH)D e 1,25(OH)2D foram medidas nos três trimestres de gestação e analisadas pelo método de cromatografia liquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massa. A adequação da vitamina D foi avaliada por meio das concentrações de 25(OH)D nmol/L utilizando os pontos de corte propostos pelo Instituto de Medicina Americano e pela Sociedade Americana de Endocrinologia. Os sintomas depressivos foram avaliados nos três trimestres de gestação pela Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (ponto de corte ≥13). A análise estatística incluiu o emprego de medidas de dispersão amostral e análise longitudinal [modelos de regressão linear com efeitos mistos (objetivo 1) e regressão logística com intercepto randomizados (objetivo 2)]. A seleção das variáveis de ajuste foi realizada de acordo com a plausibilidade biológica e análise bivariada significativa com o desfecho (P<0,2) (objetivo 1) e por meio do Gráfico Acíclico Direcionado (DAG) (objetivo 2). A prevalência de 25(OH)D <75, <50 e <30 nmol/L no primeiro trimestre foi 70,4%, 16,1% e 2,0%, respectivamente. As mulheres que começaram o estudo no inverno (p-valor<0,001), primavera (p-valor<0,001) ou outono (pvalor=0,028) apresentaram um aumento das concentrações de 25(OH)D ao longo da gestação, enquanto não houve alteração entre as mulheres que iniciaram no verão. As concentrações de 1,25(OH)2D aumentaram ao longo da gestação. Mulheres que começaram o estudo com concentrações insuficientes (50-75 nmol/L) apresentaram um maior aumento do que as com suficiência de vitamina D (≥75 nmol/L) (p-valor=0.006). A prevalência de sintomas depressivos durante a gestação foi de 20,1%, 14,7% e 7,8% no primeiro, segundo e terceiro trimestre, respectivamente e a probabilidade de ter sintomas depressivos diminuiu ao longo da gestação (p-valor=0.005). As concentrações plasmáticas de vitamina D no início do estudo foram inversamente associadas a ocorrência de sintomas depressivos ao longo da gestação (OR=0,98; IC95%: 0,96-0,99, p-valor=0,047). Conclui-se que ocorre uma variação sazonal nas concentrações de 25(OH)D ao longo da gestação. As concentrações de 1,25(OH)2D aumentaram ao longo desse período principalmente entre as mulheres que apresentavam concentrações insuficientes no início do estudo. Alta prevalência de gestantes com sintomas depressivos foram observadas durante a gestação, principalmente no primeiro trimestre e a probabilidade de sintomas depressivos diminuiu ao longo da gestação. As concentrações plasmáticas de 25(OH)D no início da gestação foram inversamente associadas com a chance de ter sintomas depressivos ao longo desse período em mulheres aparentemente saudáveis.
Palavras-chave: Vitamina D; depressão; pais tropical, coorte, gestação.
Título: ELABORAÇÃO, CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL E BIOACESSIBILIDADE DE UM GEL A BASE DA BETERRABA E AVALIAÇÃO DAS SUAS PROPRIEDADES FUNCIONAIS
Autor: Marina Fernanda De Almeida Morgado
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/16/2017
Resumo: Devido ao nitrato, a beterraba (Beta vulgaris L.) tem sido utilizada como estratégia para aumentar a produção in vivo de óxido nítrico (NO) e, consequentemente, a oxigenação tecidual. No entanto, quando comparado a outros vegetais, a beterraba não possui boa aceitação pela população. Dessa forma, novas formas de apresentação da beterraba, que tenham boa aceitação e que apresentem elevados teores de nitrato podem ser uma alternativa para aumentar a síntese do NO e melhorar os níveis de oxigenação tecidual. Portanto, o objetivo do presente estudo foi elaborar um gel à base de beterraba (GB) e determinar a capacidade antioxidante (CAT) e os teores de nitrato, potássio (K+ ) e compostos fenólicos totais (FT) do gel elaborado, assim como as respectivas digestibilidades in vitro dos compostos. Além disso, foi avaliado o efeito da ingestão do GB sobre a oxigenação, volume sanguíneo, força muscular, pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) e excreção urinária de nitrato e nitrito em idosos. A composição centesimal foi realizada através de métodos oficiais, nitrato e nitrito foram avaliados por cromatografia líquida de alta eficiência, CAT e FT por espectrofotometria, K + por fotômetro de chamas, PAS e PAD por monitor automático, força muscular por aparelho de preensão manual e oxigenação e volume sanguíneo muscular, através de espectroscopia do infravermelho próximo. O GB apresentou 76,1±0,5% de umidade, 3,2±0,3% de proteínas, 2,1±0,2% de resíduo mineral fixo, 0,52±0,05% de lipídeos totais, 9,1±0,7% de açúcares totais. Valores significativamente maiores de nitrato, CAT, FT e K+ foram observados antes e depois da digestão in vitro do GB quando comparado ao suco da beterraba. Com relação às propriedades funcionais, o consumo do GB promoveu melhora significativa no tempo de reoxigenação muscular e volume sanguíneo após o exercício quando comparado ao consumo do gel placebo (PLA), reduzido em nitrato. Também foi observada redução significativa no declínio da força 30 minutos após o término do exercício na intervenção GB e aumento significativo na concentração urinária de nitrato e nitrito após a ingestão do GB. Não foi observada diferença significativa na PAS e PAD entre as duas intervenções. Os resultados sugerem que o produto desenvolvido, rico em nitrato, promove melhora da oxigenação e força muscular em idosos.
Palavras-chave: Nitrato; óxido nítrico; oxigenação muscular; idosos.
Título: PADRÕES ALIMENTARES NO PERÍODO PRÉ-GESTACIONAL E SUA ASSOCIAÇÃO COM A VARIAÇÃO DOS LIPÍDIOS SÉRICOS DURANTE A GESTAÇÃO: ESTUDO PROSPECTIVO
Autor: Ilana Eshriqui Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 1/25/2017
Resumo: Introdução: Durante a gestação, ocorrem adaptações fisiológicas que resultam no aumento das concentrações séricas de lipídios. Padrões alimentares têm sido associados ao perfil lipídico de adultos, entretanto, informações são escassas durante a gestação. Objetivo: Avaliar a associação entre padrões alimentares no período pré-gestacional e as variações de lipídios séricos ao longo da gestação. Métodos: Trata-se de uma coorte prospectiva realizada no Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, Rio de Janeiro. As variáveis dependentes do estudo [colesterol total (CT), lipoproteínas de baixa (LDL-c) e alta densidade (HDL-c) e triglicerídeos (TG)] foram avaliadas em 198 mulheres no 1º trimestre [5-13 semanas gestacionais (SG)] e 186 no 2º (20-26 SG) e 3º (30-36 SG) trimestres. O consumo alimentar referente aos seis meses anteriores à gestação foi avaliado por meio de questionário de frequência alimentar aplicado na linha de base do estudo (5-13º SG). O método de regressão por redução de posto (RRR) foi utilizado para derivar os padrões alimentares. Os grupos alimentares (g/dia) foram considerados como variáveis preditivas, enquanto as variáveis resposta compreenderam densidade de fibras da dieta (g/kcal), densidade energética da dieta (kcal/g) e percentual energético de gorduras saturadas. As características gerais da amostra foram descritas por meio de médias (desvios padrão) e frequências. As associações entre os padrões alimentares e os lipídios foram testadas por meio de modelos de regressão linear de efeitos mistos (β, IC 95%) brutos e ajustados por variáveis de confusão (idade, escolaridade, paridade, atividade física de lazer anterior à gestação, IMC pré-gestacional, tabagismo e SG quadrática) e possíveis mediadores [Homeostasis Model Assessment (HOMA-IR) e ganho de peso]. A interação entre os padrões alimentares e a idade gestacional foi testada. Resultados: Foram identificados três padrões alimentares no período pré-gestacional: ‘Fast food e doces’, ‘Vegetais e laticínios’ e ‘Feijão, pão e gordura’. Em conjunto, os três padrões explicaram 20,3% e 77,4% das variáveis preditivas e resposta, respectivamente. O padrão ‘Fast food e doces’ associou-se diretamente com as concentrações de TG ao longo da gestação (β = 4,961; IC 95% = 0,945-8,977; P = 0,015). Interações estatisticamente significantes foram observadas entre os padrões ‘Fast Food e doces’ e ‘Vegetais e laticínios’ e a idade gestacional na predição da taxa de variação do HDL-c [(β = -0,053; IC 95% = -0,101- -0,004; P = 0,035) e (β = 0,055; IC 95% = -0,002-0,112; P = 0,060), respectivamente]. O padrão ‘Feijão, pão e gordura’ não se associou com os lipídios séricos durante a gestação. As associações permaneceram significantes e os coeficientes de regressão variaram menos de 6% após a inclusão de potenciais mediadores no modelo ajustado. Conclusão: Os padrões alimentares pré- gestacionais associaram-se a lipídios séricos durante a gestação, isto é, quanto maior o escore do padrão ‘Fast Food e doces’, maiores foram as concentrações de TG e menor a taxa de variação do HDL-c; enquanto maior escore do padrão ‘Vegetais e laticínios’ associou-se com a maior taxa de variação do HDL-c. O HOMA-IR e o ganho de peso apresentam pequeno efeito mediador na associação entre os padrões alimentares e os lipídios.
Palavras-chave: Padrão alimentar, gestação, lipídios, coorte, regressão por redução de posto.
Título: DENSIDADE MINERAL ÓSSEA E SUA ASSOCIAÇÃO COM METABOLISMO DE GLICOSE EM ADULTOS JOVENS
Autor: Lygia Nestal Barroso
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/11/2016
Resumo: O osso parece desempenhar um papel importante no metabolismo da glicose, no entanto, os resultados dos estudos neste contexto ainda são controversos. Os objetivos deste trabalho foram avaliar a associação entre a densidade mineral óssea (DMO) e o metabolismo da glicose (resistência, sensibilidade e secreção de insulina) e investigar se a hiperadiposidade visceral, avaliada pelo perímetro da cintura (PC), é uma variável modificadora de efeito e se a osteocalcina (OC) é um fator de confusão desta associação. A presente pesquisa consiste em uma análise transversal baseada na quarta fase da coorte prospectiva de indivíduos nascidos em Ribeirão Preto em 1978/79. Foram incluídos 468 adultos jovens. A DMO (colo femoral, fêmur proximal, coluna lombar), e as concentrações de OC total, glicose e insulina de jejum foram avaliadas. A resistência à insulina (RI), a sensibilidade e a secreção de insulina foram estimadas, respectivamente, pelos índices HOMA1-IR, HOMA2-S e HOMA2-β. Modelos de regressão linear múltiplos foram construídos para estimar a associação entre a DMO e os marcadores do metabolismo da glicose. O PC foi testado como fator modificador de efeito. As covariáveis incluídas para ajuste das análises foram selecionadas com base no gráfico acíclico direto (DAG). Foi observada interação significativa entre DMO e PC na associação com o metabolismo de glicose, no modelo ajustado (p < 0,1). Indivíduos com PC aumentado apresentaram associação positiva entre DMO e log HOMA1-IR, enquanto naqueles com PC normal a associação foi inversa (p = 0,036). A DMO foi negativamente associada com log HOMA2-S em indivíduos com PC aumentado e positivamente em pessoas com PC normal (p = 0,042). Não foram observadas associações significativas entre a DMO e log HOMA2-β e entre OC e os marcadores do metabolismo da glicose. Conclui-se que a DMO associou-se com o metabolismo de glicose, independentemente da OC sérica, e que o PC foi um fator modificador desta associação.
Palavras-chave: Densidade mineral óssea, resistência à insulina, metabolismo de glicose, metabolismo ósseo, osteocalcina.
Título: ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E GANHO DE PESO DE GESTANTES ADULTAS DE BAIXA RENDA, ATENDIDAS EM UMA MATERNIDADE PÚBLICA DA BAIXADA FLUMINENSE
Autor: Debora Souza Gigante
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/9/2016
Resumo: Introdução: A assistência pré-natal tem como objetivo assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna. O ganho de peso gestacional inadequado pode ocasionar desfechos gestacionais indesejáveis como diabetes gestacional, síndromes hipertensivas na gestação, baixo peso ao nascer ou macrossomia neonatal. Para o controle do ganho de peso gestacional é necessária uma assistência pré-natal eficaz, com a captação precoce das gestantes e número adequado de consultas. Objetivo: Avaliar o efeito da assistência pré-natal sobre o ganho de peso gestacional em gestantes adultas de baixa renda, atendidas em uma maternidade pública da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro. Metodologia: Estudo tipo transversal incluindo 281 mulheres adultas brasileiras de baixa renda. Ganho de peso gestacional adequado, insuficiente e excessivo foram definidos como ganho de peso dentro, abaixo e acima das recomendações do Institute of Medicine, respectivamente. Número de consultas de pré-natal foi categorizado: (1) nenhuma consulta; (2) uma a três consultas; (3) quatro a seis consultas; (4) 7 ou mais consultas e início de pré-natal foi avaliado de forma contínua. O índice de assistência pré-natal (APCUI) foi desenvolvido combinando o início do pré-natal e o número de visitas de acordo com Kotelchuck. Modelos de regressão logística multinomial ajustados para fatores de confusão foram realizados para estimar as associações entre assistência pré-natal e ganho de peso gestacional. Resultados: Em média, a assistência pré-natal iniciou com 12,6 (± 6,9) semanas de gestação. No total, 8,2% das mulheres (n = 23) tiveram < 4 visitas de pré-natal, 38,4% (n =108) apresentaram início do pré-natal inadequado e 38,4% (n = 108) tinham APCUI inadequado. O GPG médio foi 12,9 kg (±6,2) e a prevalência de GPG adequado, insuficiente e excessivo foram 36,5%, 31,0% e 32,5%, respectivamente. Após o ajuste para fatores de confusão, APCUI inadequado (OR=2,01; p-valor=0,041; IC 95%=1,03-3,90) apresentou associação significativa com o GPG insuficiente. Início do pré-natal (OR=1,05; p-valor=0,056; IC 95%=1,00-1,10) e número de consultas (OR=0,59; p-valor=0,051; IC 95%=0,34-0,70) apresentaram associação limítrofe com o GPG insuficiente. Conclusão: Este estudo destaca a importância da assistência pré-natal adequada durante a gestação para o controle do ganho de peso gestacional.
Palavras-chave: estado nutricional; gestação; saúde pública; ganho de peso; modelo hierárquico
Título: ESTUDO DOS POLIMORFISMOS DO RECEPTOR DE VITAMINA D E AVALIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO SÉRICA DE 25 HIDROXIVITAMINA D EM PACIENTES COM DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS
Autor: Marcela Diogo Romi
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/28/2016
Resumo: Os polimorfismos do receptor de vitamina D (VDR) têm sido implicados no aumento da susceptibilidade as doenças inflamatórias intestinais (DII). Essas variantes genéticas podem determinar alterações nos mecanismos de ação da vitamina D e afetar o curso clínico da doença. No Brasil, são escassos os estudos que avaliem esses polimorfismos em pacientes com DII. Dessa forma, este estudo teve por objetivo investigar os polimorfismos do gene VDR e sua associação com estado nutricional de vitamina D e com fatores de mau prognóstico em pacientes com doença inflamatória intestinal. Foi realizado estudo caso-controle envolvendo 107 pacientes com doença de Crohn (DC) e 43 com retocolite ulcerativa (RCU) acompanhados no Serviço de Gastroenterologia – UFRJ, e 81 indivíduos saudáveis, nos quais foram pesquisados os polimorfismos ApaI (“Aa”, “aa”), TaqI (“Tt”, “tt”) e FokI (“Ff, “ff”) do VDR. A genotipagem foi feita pela técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real e a dosagem de 25(OH)D por imunoensaio por quimioluminescência, sendo valores
Palavras-chave: Vitamina D, doença inflamatória intestinal, doença de Crohn, retocolite ulcerativa, polimorfismo, receptor de calcitriol.
Título: RECEPTOR NUCLEAR ATIVADO POR PROLIFERADORES DE PEROXISSOMA GAMA (PPARΓ) E SUA RELAÇÃO COM AS PROTEÍNAS PLACENTÁRIAS TRANSPORTADORAS DE ÁCIDOS GRAXOS (FATP-1 E FATP-4) EM GESTAÇÕES COM RESTRIÇÃO DE CRESCIMENTO INTRAUTERINO (RCIU)
Autor: Henrique Marcondes De Aquino Marques
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/21/2016
Resumo: Restrição de Crescimento Intrauterino (RCIU) ocorre quando o feto não alcança seu potencial de crescimento no útero e está associada com morbi-mortalidade perinatal. Ácidos graxos de cadeia longa (AGPI-CL) ativam a expressão dos PPARγ e, assim, regulam a expressão das proteínas placentárias FATP 1 e 4, envolvidas na captação destas moléculas lipídicas. O objetivo dessa dissertação foi quantificar as proteínas FATP-1 e FATP-4 e o receptor nuclear PPARγ em placentas de gestantes adultas, normais e com RCIU, e associar com as concentrações sanguíneas de AGPI-CL, nos compartimentos materno-fetais. Amostras de eritrócitos materno-fetais e placenta foram coletadas de 23 gestantes, com fetos com e sem RCIU, por ocasião do parto, realizado na Maternidade Escola da UFRJ. Para quantificação proteica, em homogenato de placenta, foi utilizado Western Blot e a concentração de AGPICL, em eritrócitos materno-fetais, foi determinada por cromatografia gasosa. Placentas de gestantes com RCIU apresentaram maiores concentrações de FATP-1 e PPARγ, comparadas a do grupo Controle (p=0,046 e p=0,0038, respectivamente). Menores concentrações do AGPICL DHA (ácido docosahexaenoico) em eritrócitos, tanto maternos, quanto do sangue do cordão foram identificadas no grupo RCIU (p
Palavras-chave: ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa, gestação, PPARγ, proteína transportadora de ácido graxo, placenta, restrição de crescimento intrauterino.
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E O CONSUMO ALIMENTAR DE CRIANÇAS COM IDADE DE 6 A 30 MESES
Autor: Mariana Oliveira Pinheiro Gavazza Saramago
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/5/2016
Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar a associação do Programa Bolsa Família com o consumo alimentar infantil. Trata-se de um estudo transversal, representando recorte de uma pesquisa de base populacional conduzida no ano de 2010, em Campos Elíseos, município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. O consumo alimentar das crianças foi obtido por meio de recordatório de 24 horas e expresso em média de consumo por grupos de alimentos. As variáveis explicativas foram: recebimento do Programa Bolsa Família, consumo de energia infantil, escolaridade do chefe da família, número de moradores no domicílio, tratamento de água para consumo, classe socioeconômica, insegurança alimentar domiciliar e renda familiar per capita. As análises foram estratificadas por faixa etária (6 a 17 meses e 18 a 30 meses). A amostra foi composta por 411 crianças (6 a 17 meses (n=166) e 18 a 30 meses (n=245) e utilizou-se o modelo de regressão linear. Pela regressão multivariada observou-se que em crianças de 6 a 17 meses, quanto maior a escolaridade dos chefes da família maior o consumo de frutas, legumes e verduras e leite. A presença de tratamento da água de consumo associou-se positivamente com o consumo de açúcar, doces e bebidas açucaradas. O aumento da renda familiar teve associação negativa com consumo de leite e café. O Programa Bolsa Família não teve associação com o consumo de nenhum grupo de alimentos nessa faixa etária. Em relação as crianças de 18 a 30 meses, quanto maior a escolaridade dos chefes maior foi o consumo de queijos e iogurtes. Com o aumento do número de moradores no domícilio maior foi o consumo de café e menor o de leite. A presença de tratamento da água de consumo associou-se positivamente com o consumo de frutas, legumes e verduras. O aumento da classe econômica foi associada a maior consumo de arroz e carnes e ovos. Quanto menor o nível de insegurança alimentar maior o consumo de açúcar, doces e bebidas açucaradas. O aumento da renda familiar teve associação negativa no consumo de pães, cereais e tubérculos e positiva no de leite. O Programa Bolsa Família influenciou positivamente no consumo de arroz e negativamente no consumo de queijos e iogurtes. Conclui-se que além do benefício do Programa Bolsa Família, são necessários investimentos em políticas públicas e sociais e formulação de programas para orientação de alimentação complementar e promoção da alimentação saudável para a população.
Palavras-chave:
Título: CONSUMO ALIMENTAR DE GESTANTES COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL SEGUNDO DOIS MÉTODOS DE ORIENTAÇÃO DIETÉTICA
Autor: Leticia Barbosa Gabriel Da Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/30/2016
Resumo: Objetivo: Avaliar o consumo alimentar de mulheres com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG), atendidas em uma maternidade pública do Rio de Janeiro, segundo dois métodos de orientação dietética. Métodos: Ensaio clínico randomizado e controlado, realizado a partir de consulta com o nutricionista e consulta aos prontuários de gestantes adultas com diagnóstico de DMG durante o pré-natal, parto e puerpério imediato na maternidade de estudo, no período de 2011 a 2014. Os grupos de estudo foram definidos como GI e GII, dependendo da numeração final do prontuário, sendo GI o grupo controle (final ímpar) composto pelas gestantes que receberam orientação nutricional pelo método tradicional e GII o grupo intervenção (final par) composto pelas gestantes que receberam orientação pelo método da contagem de carboidratos. Foram realizadas análises descritivas, média e desvio padrão para as variáveis contínuas e proporção para as variáveis categóricas. Resultados: Foram avaliadas 291 gestantes, sendo 148 no GI e 143 no GII, com média de idade 31,2 anos (DP= 5,8 anos). Não houve diferença entre os grupos quanto às características maternas, da assistência prénatal, consumo calórico e de macronutrientes, assim como o percentual de adequação dos mesmos. Ao analisar-se o consumo de macronutrientes em quartis, observou-se que 29,4% das mulheres que tiveram o consumo de lipídeo no terceiro quartil tiveram maior média de glicemia em comparação com as que consumiram no segundo quartil (p= 0,024). Não se verificou diferença nas quantidades de alimentos processados (AP) e alimentos ultraprocessados (AUP) consumidos diariamente ou semanalmente no segundo e terceiro trimestre de gestação entre os grupos de estudo (p>0,05). Observou-se que 74,2% (n=120) e 79,9% (n=229) das gestantes consumiram AP diariamente, no segundo e terceiro trimestre, respectivamente, e 97,5% (n=120) e 97,4% (n=231) consumiram AUP diariamente, no segundo e terceiro trimestre, respectivamente. Observou-se maior consumo semanal de AP pelas gestantes com pobre adesão ao plano alimentar na segunda consulta, o que ocorreu no segundo trimestre de gestação (p=0,04). Verificou-se que 81,8% das gestantes com boa e ótima adesão apresentaram bom controle glicêmico (p=0,04). Conclusão: O consumo alimentar das gestantes foi semelhante entre os grupos, independente do método de orientação dietética empregado, sugerindo que ambos os métodos testados no estudo podem ser utilizados no acompanhamento nutricional de gestantes com DMG.
Palavras-chave: consumo alimentar, Diabetes Mellitus Gestacional, cuidado pré-natal, terapia nutricional.
Título: INFLUÊNCIA DO SNP RS9939609 DO GENE FAT MASS AND OBESITY-ASSOCIATED (FTO) NA FOME, SACIEDADE E LEPTINEMIA DE MULHERES OBESAS
Autor: Helena Chrispim Guarana
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/28/2016
Resumo: INTRODUÇÃO: A obesidade representa um agravo à saúde de ordem mundial, com crescimento exponencial observado nas últimas décadas. Alguns estudos sugerem uma possível relação entre polimorfismos do gene FTO e leptina sérica, influenciando na sensação de plenitude gástrica e regulação da ingestão alimentar. O SNP rs9939609 do gene FTO tem sido relacionado com a obesidade, podendo afetar a homeostase energética. OBJETIVO: Avaliar a influência do polimorfismo do single nucleotide polymorphism (SNP) rs9939609 do gene FTO (Fat Mass and Obesity Associated) nas sensações de fome e saciedade e na leptinemia pré e pós prandial de mulheres com obesidade grau III. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Trata-se de um estudo do tipo analítico transversal, que incluiu trinta e oito mulheres com obesidade grau III, adultas, sem outras doenças crônicas associadas, as quais foram distribuídas em 3 grupos, de acordo com o genótipo do FTO. No período basal, foram avaliados indicadores antropométricos, laboratoriais (glicose, insulina, perfil lipídico e leptina) e dietéticos, além da coleta de amostras de sangue para genotipagem do gene FTO. Em seguida, as mulheres receberam refeição padrão normolipídica, normoglicídica e normoprotéica para avaliação de leptina pós prandial. As análises dos dados foram realizadas no software SPSS versão 21.0, considerando p ≤ 0,05. RESULTADOS: Foram avaliadas 38 mulheres com idade de 35,5 ± 7,4 anos e índice de massa corporal de 45,4 ± 7,03 kg/m2 . A frequência dos genótipos AA, AT e TT foi 23,7% (n=9), 42,1% (n=16) e 34,2% (n=13), respectivamente. Não foram observadas diferenças entre os genótipos para glicemia de jejum, insulina de jejum, colesterol total, HDL-c, LDL-c, VLDL-c, triglicerídeos e ingestão calórica e de macronutrientes. As mulheres com o genótipo TT apresentaram maior sensação de fome e menor desejo de comer após o consumo da refeição padrão, comparadas aos genótipos AA e AT. A leptinemia não diferiu entre grupos nos tempos 0 e 180, porém mulheres com o genótipo TT apresentaram redução de leptina sérica no período pós prandial. CONCLUSÃO: O polimorfismo no SNP rs9939609 do gene FTO resultou em menor resposta pós-prandial a fome e desejo de comer, com possível relação com a manutenção da leptinemia pós prandial. Os indivíduos homozigotos selvagens apresentaram aumento da fome e do desejo de comer quando comparados aos indivíduos com polimorfismo, podendo estar relacionado com a redução da leptinemia pósprandial. A saciedade não diferiu entre os genótipos.
Palavras-chave: obesidade grau III, polimorfismo, FTO, rs9939609, saciedade, fome, leptina.
Título: DIGESTÃO IN VITRO E FERMENTAÇÃO COLÔNICA DE COMPOSTOS FENÓLICOS PRESENTES NO PÃO DE GOIABA
Autor: Isabel Pinto Vieira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/27/2016
Resumo: Os compostos fenólicos são metabólitos secundários de plantas caracterizados pela presença de um anel aromático, com um ou mais substituintes hidroxílicos. Evidências recentes demonstram que o seu consumo pode exercer efeitos na redução da incidência de câncer e doenças crônicas. É fundamental investigar o metabolismo dos compostos fenólicos visto que a interação com constituintes da matriz alimentar pode afetar a sua bioacessibilidade e consequentemente sua biodisponibilidade. Estima-se que cerca de 90% do total de compostos fenólicos ingeridos seguem para o cólon, onde são extensamente metabolizados pela microbiota intestinal. Os metabólitos gerados são então absorvidos, contribuindo para o aumento da biodisponibilidade. Paralelamente, os pães têm sido utilizados como ferramenta para incorporação de constituintes bioativos, principalmente por ser alimento básico, amplamente consumido e de baixo valor nutricional. A incorporação de farinha de frutas tem estimulado a comercialização de frutas desidratadas como ingredientes funcionais. Em virtude do perfil de compostos voláteis e fenólicos, a goiaba pode ser aplicada na elaboração de produtos alimentares com potencial funcional. A farinha de goiaba foi incorporada parcialmente em substituição à farinha de trigo, em pães tipo forma, resultando no aumento de aproximadamente três vezes nos teores de compostos fenólicos quando comparado ao pão sem adição de farinha de goiaba. Nesse contexto, o presente trabalho objetiva investigar a bioacessibilidade dos compostos fenólicos de um pão controle (PC) e um pão com a substituição parcial de 30% da farinha de trigo pela de goiaba (PG) por meio de modelos de digestão simulada in vitro e fermentação colônica ex vivo. Os pães foram caracterizados quanto à composição centesimal e teores de compostos fenólicos solúveis e insolúveis por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A digestão simulada in vitro dos pães mimetizou as fases oral, gástrica e intestinal em condições controladas de pH, temperatura e agitação. O metabolismo colônico dos compostos fenólicos foi investigado por meio da incubação com fezes de voluntários sadios por até 72 horas. Os metabólitos gerados após as etapas de digestão e fermentação foram analisados por CLAE. Os teores de compostos fenólicos do PG foram superiores aos do PC. Os resultados da digestão in vitro indicam que os compostos fenólicos apresentam alta bioacessibilidade, sendo a do PC (574%) maior que a do PG (393%). Dentre os compostos identificados, os ácidos gálico, 4-hidroxifenilacético e benzoico apresentaram maior bioacessibilidade (acima de 150%), sugerindo que os mesmos podem ser formados a partir de compostos mais complexos como as formas glicosiladas dos flavonóis. Após a fermentação colônica, os compostos fenólicos do PC também apresentaram maior bioacessibilidade (452%) quando comparado ao PG (257%). O contínuo aumento dos metabólitos nesta etapa foi relacionado à metabolização dos compostos encontrados inicialmente e da liberação da matriz alimentar, na qual muitos estavam sob a forma insolúvel. Os resultados sugerem que ambos os pães têm compostos altamente bioacessíveis e que as diferenças encontradas entre os pães podem estar relacionadas à forma insolúvel em que os compostos foram encontrados no PG, além da interação entre os constituintes da matriz alimentar.
Palavras-chave: bioacessibilidade, metabolismo, ácido gálico, ácido benzoico, ácido 4- hidroxifenilacético.
Título: TRANSFORMAÇÕES METABÓLICAS IN VITRO DE COMPOSTOS FENÓLICOS DA JABUTICABA NA DIGESTÃO E NA FERMENTAÇÃO COLÔNICA
Autor: Tamirys Barcellos Revoredo Silva
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/31/2016
Resumo: O metabolismo dos compostos fenólicos é relevante por gerar metabólitos relacionados com a bioatividade de um determinado alimento e seus possíveis efeitos à saúde humana. Um dos principais fatores que afetam o metabolismo dos compostos fenólicos é a sua interação com constituintes da matriz alimentar. Tem sido estimado que cerca de 90% dos compostos fenólicos ingeridos seguem até o cólon, onde são metabolizados pelas bactérias colônicas. No entanto, não há estudos acerca da bioacessibilidade e do metabolismo colônico dos compostos fenólicos em frutas nativas brasileiras, tais como a jabuticaba (Myrciaria jaboticaba). Dentre os métodos utilizados pela indústria de alimentos para a obtenção de suco de frutas destaca-se o despolpamento e o processamento por arraste a vapor. Em ambos os processamentos grande quantidade de resíduo, constituído principalmente pela casca da jabuticaba, seria descartado. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo investigar a bioacessiblidade dos compostos fenólicos de resíduos provenientes da produção de suco de jabuticaba por meio de modelos de digestão simulada in vitro e fermentação colônica ex vivo. Os resíduos foram provenientes da obtenção de suco de jabuticaba obtidos por despolpamento (RD) e por arraste a vapor (RAV). Os resíduos foram caracterizados quanto à composição centesimal e os teores de compostos fenólicos solúveis e insolúveis por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A digestão simulada in vitro de ambos os resíduos mimetizou as fases oral, gástrica e intestinal quanto à condições controlada de pH, temperatura e agitação. O metabolismo colônico dos compostos fenólicos do RD foi investigado por meio da incubação com fezes de voluntários sadios por até 72 horas. Os metabólitos gerados após as etapas de digestão e fermentação foram analisados por CLAE. Os teores de fibra dietética do RAV foram superiores ao do RD, enquanto que os teores de compostos fenólicos solúveis e insolúveis foram similares em ambos os resíduos. Os resultados da digestão in vitro indicam que as antocianinas apresentam baixa bioacessibilidade (em média 22%). Em contrapartida, o ácido gálico e a quercetina apresentaram bioacessibilidade muito elevada (em média 700%), sugerindo que os mesmos são formados a partir de compostos fenólicos mais complexos como, respectivamente, galotaninos e formas glicosiladas de flavonóis. Foi observada uma intensa modificação no perfil dos compostos fenólicos ao longo da fermentação. O aumento dos teores de ácido gálico e o aparecimento da cianidina ao longo da fermentação foram relacionados, respectivamente, à metabolização da delfinidina-3-O-glicosídeo e da cianidina- 3-O-glicosídeo. Os resultados do presente estudo sugerem que os potenciais efeitos benéficos associados aos compostos fenólicos presentes na jabuticaba não estariam relacionados com suas formas intactas, mas sim aos seus metabólitos.
Palavras-chave: compostos fenólicos, ácido elágico, ácido gálico, antocianinas, bioacessibilidade, metabolismo.
Título: EFEITO DO CONSUMO DE SIMBIÓTICO POR MULHERES OBESAS: AVALIAÇÃO DO IMPACTO SOBRE PESO CORPORAL E SAÚDE METABÓLICA
Autor: Marjorie Ostrowski
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/30/2016
Resumo: A obesidade é considerada uma epidemia mundial. Recentemente tem sido relacionada a alteração na microbiota, em especial, nos Firmicutes/Bacteroidetes. Estudos com finalidade de modular a microbiota e, por conseguinte melhorar parâmetros ligados à obesidade estão sendo conduzidos com a utilização de probióticos, prebióticos e simbióticos. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito da administração de simbiótico sobre o peso corporal, lipemia e glicemia de mulheres obesas. Trata-se de um ensaio clínico (www.ClinicalTrials.gov – Access Number: NTC02505854), randomizado, duplo-cego, placebo controlado. Trinta e quatro mulheres foram alocadas aleatoriamente em dois grupos: simbiótico e placebo. O primeiro foi orientado a ingerir cápsulas gastro-resistente contendo Bifidobacterium lactis 109 UFC e sachês com 5g de frutooligossacarídeos. O segundo recebeu cápsulas e sachês placebos. Ambos foram tratados com dieta hipocalórica por oito semanas. Amostras de sangue foram coletadas na semana basal e final. Foram avaliados os parâmetros: peso, índice de massa corporal (IMC), perímetro da cintura, colesterol total e frações (HDL, LDL e VLDL), glicemia e insulinemia. Vinte e duas mulheres concluíram o estudo. O peso e o IMC reduziram nos dois grupos (p≤0,05). Não foram observadas alterações em CT, TG, LDL-c, HDL-c e glicemia (p>0,05). O consumo de simbiótico não promoveu redução no peso e alteração de parâmetros metabólicos em mulheres com obesidade. O grupo suplementado teve redução do percentual de massa gorda e do perímetro da cintura em comparação com o tempo basal e melhora na frequência de evacuação.
Palavras-chave: obesidade, microbiota, Bifidobacterium lactis, frutooligossacarídeos, simbióticos.
Título: INFLUÊNCIA DO CONSUMO DE FARINHA DE CHIA (SALVIAHISPANICA L.) NO PESO E COMPOSIÇÃO CORPORAL, GASTO ENERGÉTICO E RISCO CARDIOVASCULAR EM MULHERES OBESAS
Autor: Laura Sampaio Quaresma
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/30/2016
Resumo: A prevalência de obesidade representa um problema de saúde pública relacionada ao desenvolvimento de diversas comorbidades. Várias são as propostas de intervenções na tentativa de auxiliar no controle desta doença. A chia (Salvia hispanica L.) possui elevado teor de proteína, ácido α-linolênico (ALA), antioxidantes e fibras, podendo ser um coadjuvante no tratamento da obesidade e doenças associadas, particularmente as cardiovasculares. Com o objetivo de investigar a influência da ingestão de farinha de chia no peso corporal, composição corporal, gasto energético (GE), pressão arterial (PA), glicose, insulina, fibrinogênio e lipídios plasmáticos, foi conduzido estudo simples cego, controlado e paralelo em 20 mulheres adultas e obesas que foram randomizadas em grupo teste (GT) ou grupo controle (GC). As voluntárias receberam dieta hipocalórica e consumiram dois sachês diários de farinha de chia (GT) ou placebo (GC), totalizando 30 g/dia, por 12 semanas. Foram avaliadas variáveis antropométricas, de composição corporal, GE, dietéticas, laboratoriais e PA no início, durante e ao final do estudo. A farinha de chia não influenciou as variáveis antropométricas, de composição corporal e GE em mulheres obesas quando comparada ao placebo com composição semelhante de macronutrientes e fibra dietética. Observou-se redução do HDL-c após consumo da farinha de chia, sem diferenças entre grupos nas demais variáveis laboratoriais e PA. Mais estudos são necessários para que se possa recomendar o uso da farinha de chia como possível coadjuvante no controle da obesidade.
Palavras-chave: obesidade, farinha de chia, Salvia hispanica L., composição corporal, gasto energético, lipoproteínas, pressão arterial, glicemia, ácido α-linolênico.
Título: MUDANÇAS NO CONSUMO ALIMENTAR DURANTE A ADOLESCÊNCIA: ESTUDO LONGITUDINAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES – ELANA
Autor: Mariana Luiz Marques
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/22/2016
Resumo: Os hábitos alimentares dos adolescentes brasileiros incluem alimentos com elevada densidade energética e alto teor de açúcares simples, gorduras e sódio, e são marcados pelo baixo consumo de frutas e hortaliças, caracterizando uma dieta de baixa qualidade nutricional. O consumo alimentar inadequado e o baixo nível de atividade física contribuem para o ganho excessivo de peso e, consequentemente, para a elevação do risco de distúrbios metabólicos relacionados. Assim, torna-se importante o reconhecimento e a análise da situação de consumo alimentar nessa faixa etária. Estudos sobre as mudanças no consumo alimentar de adolescentes ao longo do tempo constituem importante ferramenta para subsidiar ações de promoção da saúde e prevenção de doenças. O objetivo do estudo foi analisar as variações no consumo alimentar de adolescentes participantes do ELANA, estudo longitudinal que foi realizado entre 2010 (linha de base) e 2013 (último seguimento) com adolescentes de escolas públicas e privadas selecionadas do Rio de Janeiro e de Niterói (RJ). O consumo alimentar foi estimado a partir de questionário de frequência alimentar qualitativo (QFA) auto respondido e aplicado nos dois momentos considerados. As frequências de consumo relatadas no QFA foram transformadas em frequência diária e foram imputadas porções padronizadas para cada alimento com o objetivo de estimar a ingestão diária média de energia e nutrientes nos dois momentos do estudo (2010 e 2013). Os alimentos foram categorizados em 19 grupos alimentares. Para os dois momentos do estudo, foi estimada a proporção de adolescentes relatando o consumo de cada grupo de alimentos e a contribuição percentual desses grupos para a ingestão diária de energia. A frequência de consumo de cada grupo alimentar foi estimada em consumo frequente (pelo menos 5 vezes na semana), intermediário (2 a 4 vezes na semana) e esporádico (1 vez por semana ou menos). A condição de peso foi avaliada com base no escore z do Índice de Massa Corporal (IMC=peso/estatura2 ) para idade e sexo considerando a distribuição e os critérios propostos pela Organização Mundial da Saúde, sendo avaliada na linha de base e no seguimento (sendo classificada em magreza, peso normal, sobrepeso e obesidade e, posteriormente, categorizada em com e sem excesso de peso). Os adolescentes foram classificados segundo a condição de peso na linha de base e segundo a variação na condição de peso durante o período do estudo com as seguintes categorias: (estável [não mudou de categoria], aumento [mudou de baixo peso para peso normal/sobrepeso/obesidade ou de peso normal para sobrepeso/obesidade ou de sobrepeso para obesidade] e redução [mudou de obesidade para sobrepeso/peso normal/baixo peso ou de sobrepeso para peso normal/baixo peso ou de peso normal para baixo peso]). A qualidade do relato do consumo alimentar foi classificada como plausível (compatível com o gasto energético estimado), sub-relato (inferior ao gasto energético estimado) e super-relato (superior ao gasto energético estimado), considerando a razão entre a estimativa de ingestão energética e o dispêndio de energia estimado. A qualidade do relato do consumo de alimentos na linha de base foi comparada com a do seguimento e os adolescentes foram categorizados em “com mudança na qualidade do relato” e “sem mudança na qualidade do relato”. Foram desenvolvidas análises descritivas para estimar a proporção de estudantes referindo o consumo dos grupos de alimentos e as médias da contribuição energética (%) dos mesmos grupos, além da ingestão diária de energia e nutrientes para o total do grupo investigado e segundo o sexo, tipo de escola, variação na condição de peso e variação na qualidade do relato do consumo de alimentos. Para analisar a variação do consumo alimentar entre os dois estudos, testou-se a diferença entre as médias das variáveis contínuas por meio do teste t de Student pareado e para analisar a homogeneidade na distribuição das variáveis categóricas foram utilizados os teste do qui-quadrado e McNemar (considerando-se p<0,05 para significância estatística). Os três grupos alimentares mais frequentemente consumidos pelos adolescentes foram “Bebidas com adição de açúcar”, “Bolos, biscoitos, doces e sobremesas” e “Lanches Salgados”, sendo que mais de 95% dos adolescentes relataram consumir alimentos desses grupos pelo menos 5 vezes na semana nos dois momentos do estudo. Tanto em 2010 como em 2013, esses três grupos de alimentos eram responsáveis por mais de 50% da energia total da dieta. Para os adolescentes de escola pública, houve aumento na contribuição do “Arroz” e do “Feijão”, o que não foi encontrado para adolescentes de escola privada. A referência ao consumo de bebidas alcoólicas aumentou para todos os adolescentes, sendo maior o aumento para adolescentes de escola pública. Os adolescentes que aumentaram sua condição de peso apresentaram aumento de relato do consumo frequente de “Laticínios”, “Carnes e preparações à base de carne”, “Arroz”, “Massas”, “Raízes, tubérculos e derivados”, “Pão” e “Refrigerantes”. Para os que reduziram ou mantiveram sua condição de peso, a referência de consumo frequente para o grupo “Refrigerantes” reduziu. Para todas as variações na condição de peso, o alto consumo frequente de “Bebidas com adição de açúcar” se manteve. Observou-se que a concordância entre a linha de base e o seguimento na categorização da ingestão de energia e nutrientes em quartis foi considerada de fraca a razoável podendo indicar mudanças no consumo de alimentos entre os dois estudos. No período do estudo, foram observadas variações no consumo alimentar dos adolescentes, como o aumento na contribuição energética dos grupos “Bolos, biscoitos, doces e sobremesas” e “Bebidas com adição de açúcar”, aumento no consumo precoce de bebidas alcoólicas e redução no consumo frequente de “Frutas” e “Hortaliças”. A dieta dos adolescentes estudados guarda características de alimentação de baixa qualidade nutricional, observadas pelo elevado consumo de doces em geral, bebidas com adição de açúcar e lanches salgados, levando a uma ingestão em excesso de açúcar e gorduras de baixa qualidade, sendo potencialmente favorecedora do incremento de peso e de alterações metabólicas. Esses achados reiteram a necessidade de valorização da temática da alimentação saudável na agenda da saúde escolar.
Palavras-chave: consumo alimentar, adolescentes, estudo longitudinal, consumo de grupos alimentares.
Título: AS DIFERENTES VOZES DO DIÁLOGO ENTRE UNIVERSIDADE E ENSINO FUNDAMENTAL: UMA EXPERIÊNCIA COM EDUCAÇÃO ALIMENTAR
Autor: Thais Barreto Estrella
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/24/2016
Resumo: A promoção de práticas alimentares e estilo de vida saudável para crianças e adolescentes é prioridade em políticas de saúde em todo o mundo, elemento central no diálogo entre graduação de nutrição e ensino fundamental. As escolas constituem um espaço de prática e construção de conhecimentos e a Educação Alimentar e Nutricional surge com o intuito de contribuir com a promoção do consumo sustentável e da alimentação saudável. Este trabalho teve como intuito analisar o diálogo entre dois agentes institucionais, uma prática de Educação Alimentar e Nutricional universitária e o Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, cujos integrantes estão representados por diferentes vozes, de alunos e profissionais envolvidos. Pensamos o diálogo, nos termos de Bakthin e Paulo Freire, como uma categoria analítica de trocas simbólicas na inclusão de atividades extensionistas de educação alimentar na escola. A metodologia desta pesquisa, de abordagem qualitativa, se dividiu em três etapas: a primeira de revisão de literatura e de documentos políticos, a segunda de Aprofundamento teórico conceitual para adaptação do conceito de diálogo para análise, e a terceira etapa de delimitação do campo de pesquisa onde aplicamos as técnicas de observação participante em uma oficina de culinária educativa concatenada com análise do discurso de profissionais entrevistados. Consideramos a construção da categoria diálogo um resultado desta pesquisa uma vez que foi inteiramente dimensionado para análise das vozes de uma interação específica. A análise foi dividida em dois blocos articulados: a visibilidade da prática de educação alimentar como condicionante do diálogo e a legitimidade das ações como motivação. Entretanto, reforçar o olhar no diálogo entre a universidade e as práticas de EAN é de suma importância para que possamos nos manter refletindo e problematizando estas ações educativas.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional. Pesquisa Qualitativa. Escola. Diálogo. Análise de discurso.
Título: INFLUÊNCIA DE BIFIDOBACTERIUM LACTIS NO PESO E COMPOSIÇÃO CORPORAL, GLICEMIA, LIPEMIA E PRESSÃO ARTERIAL DE MULHERES COM OBESIDADE
Autor: Louise Crovesy De Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/18/2016
Resumo: A obesidade é uma doença multifatorial, de difícil controle, e fator de risco para outras doenças crônicas não transmissíveis. A composição da microbiota intestinal alterada na obesidade com aumento na razão Firmicutes/Bacteroidetes pode estar associada a alterações metabólicas importantes que auxiliam no ganho de peso corporal. A modulação da microbiota por meio de probióticos pode auxiliar na perda de peso e melhorar os demais parâmetros metabólicos. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do probiótico Bifidobacterium lactis (B. lactis) na perda de peso, glicemia, lipemia, pressão arterial e função intestinal de mulheres obesas. Trata-se de um ensaio clínico, duplo cego, controlado, randomizado, paralelo, com 21 mulheres obesas classe I e II, que receberam cápsulas de B. lactis contendo 109UFC (grupo teste – GT) ou placebo (grupo controle – GC) associado ao plano alimentar hipocalórico por 60 dias. Foram avaliadas variáveis antropométricas, composição corporal, dietéticas, laboratoriais (glicemia e lipemia) e clínicas (pressão arterial, sintomas gastrointestinais e consistência das fezes). As voluntárias do estudo apresentaram obesidade classe I, perímetro de cintura, percentual de gordura corporal e LDL-colesterol elevados, HDLcolesterol reduzido e resistência à insulina. No período basal, as variáveis antropométricas e laboratoriais não diferiram entre grupos. A ingestão dietética habitual diferiu apenas no consumo de fibra (p=0,018), que foi inferior em GT. Após os 60 dias de intervenção, houve redução dos triglicerídeos (p=0,020) em GT comparado com GC. As demais variáveis não diferiram entre grupos. Na avaliação intragrupo, comparando o final da intervenção com o período basal, GC apresentou redução de peso corporal (p=0,050) e IMC (p=0,041), GT apresentou redução no consumo calórico (p=0,003), ambos aumentaram o consumo de proteína (%) (GT p=0,050 e GC p=0,046), e o GT apresentou redução de atividade física comparada ao tempo inicial e GC. Ademais, o probiótico promoveu melhora do funcionamento intestinal. O uso diário de cápsula contendo B.lactis por 60 dias promoveu redução do consumo calórico, sem reflexo na perda de peso corporal, além de melhora da trigliceridemia e do funcionamento intestinal em mulheres obesas.
Palavras-chave: Obesidade, probiótico, Bifidobacterium lactis, perda de peso, lipemia, glicemia, pressão arterial, função intestinal.
Título: PADRÕES ALIMENTARES PRÉ-GESTACIONAIS E SUAS ASSOCIAÇÕES COM ÁCIDOS GRAXOS POLIINSATURADOS SÉRICOS AO LONGO DA GESTAÇÃO
Autor: Camila Benaim Rodriguez
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/18/2016
Resumo: Introdução: O estado nutricional de ácidos graxos polinsaturados (AGPI) da família n3 e n-6 é associado a desfechos materno-fetais. A adesão a padrões alimentares prégestacionais pode exercer efeito sobre as concentrações séricas e sobre os AGPI das famílias n-3 e n-6 ao longo da gestação. Objetivo: Avaliar a associação entre os padrões alimentares pré-gestacionais e o perfil sérico de AGPI n-3 e n-6 ao longo da gestação. Métodos: Trata-se de uma coorte prospectiva com 188 gestantes acompanhadas em um Centro Municipal de Saúde no Rio de Janeiro. Foram realizadas entrevistas que possibilitaram coletar informações sobre fatores obstétricos, socioeconômicos, demográfico e estilo de vida, dados dietéticos, medidas antropométricas e coleta de sangue em três momentos: 5ª-13ª, 20ª-26ª e 30ª-36ª semanas de gestação. As concentrações séricas de AGPI [ácido eicosapentaenóico (EPA), docosahexaenóico (DHA), n-3 total, n-6 total] foram analisadas pelo método de extração robotizado conhecido como high-throughput e a razão n-6/n-3 foi calculada. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de frequência alimentar semi-quantitativo, referente aos 6 meses anteriores ao início da gestação. Os padrões alimentares pré-gestacionais foram identificados por análise fatorial por componentes principais (ACP). Modelos de regressão longitudinal de efeitos mistos (LME – linear mixed effects) foram elaborados para avaliar as associações entre os padrões alimentares e os AGPI. Foram incluídos termos de interação entre os padrões alimentares e o Índice de Massa Corporal (IMC) no início da gestação nos modelos de LME. Resultados: Foram identificados os padrões alimentares comum-brasileiro, saudável e processado. Em gestantes com baixo peso ou peso normal, uma maior adesão ao padrão comumbrasileiro e ao padrão saudável está associada a maior concentração sérica de AGPI n3. Adicionalmente, a maior adesão ao padrão saudável também resultou em uma menor concentração de AGPI n-6 total e menor razão n-6/n-3. Em contrapartida, gestantes com sobrepeso com maior adesão a esses padrões apresentaram associação negativa com AGPI n-3 e com a razão n-6/n-3. Destaca-se que as mulheres com maior adesão ao padrão processado, independente do IMC, apresentaram concentrações mais baixas de AGPI n-3, maiores de AGPI n-6 e maior razão n-6/n-3. Conclusão: As associações entre os padrões alimentares e os AGPI diferiram de acordo com as categorias de IMC. A maior adesão ao padrão saudável prediz um perfil positivo de AGPI, exceto para mulheres com sobrepeso. Em contraste, a maior adesão ao padrão processado demonstrou predizer um perfil negativo de AGPI, ou seja, menores concentrações de AGPI n-3 e maiores AGPI n-6 e razão n-6/-n3.
Palavras-chave: Ácidos graxos polinsaturados; Gestação; Padrões alimentares; Índice de Massa Corporal; Estudos de coorte.
Título: ORIENTAÇÕES POLÍTICAS DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL: UMA ANÁLISE CRÍTICA DO MARCO DE REFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL PARA POLÍTICAS PÚBLICAS
Autor: Marina Noronha Costa Do Nascimento Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/17/2016
Resumo: A presente dissertação se insere na linha de pesquisa em Epidemiologia Nutricional do Programa de Pós-graduação em Nutrição do Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Contudo, desenvolvemos sua abordagem em um formato de pesquisa diferente do convencional nos estudos epidemiológicos, uma vez que trabalhamos com objetos complexos nos campos da Educação e da Alimentação e Nutrição. Nos últimos anos, vêm sendo empregadas novas perspectivas relacionadas às questões de Alimentação e Nutrição no Brasil. Em 2003, o combate à fome e o debate sobre Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) foram retomados na agenda governamental e a participação da sociedade civil na formulação e implementação de políticas públicas federais assumiu um lugar estratégico. O Brasil instituiu políticas nacionais através de processos socialmente participativos como, por exemplo, a Política de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a Política de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN). Neste cenário, é construído e lançado em 2011- 2012 o Marco de Referência de Educação Alimentar e Nutricional para Políticas Públicas, objeto deste estudo. Entendendo, na perspectiva das Ciências Humanas e Sociais, as agendas governamentais como parte de uma estrutura social dinâmica que muda de acordo com o contexto político, econômico, cultural e que este mesmo contexto, por sua vez, muda a agenda dinamicamente, tivemos como motivação contribuir com a avaliação de políticas públicas de alimentação e nutrição, percebendo-as como reflexo de relações sociais e institucionais cujas intenções orientam o caminho, a trajetória a seguir. Assim, se por um lado essas políticas públicas buscam orientar as práticas, por outro, são reflexo delas e, muitas vezes, surgem a fim de dar respostas e de normatizá-las quando as mesmas já existiam livremente sem essas normas, expressando uma ideologia, um ideal de “boa educação” ou de uma “boa alimentação” que se deseja alcançar. Com o objetivo de proceder uma análise crítica sobre as diretrizes e orientações políticas de EAN presentes no documento, recorremos à concepção de ideologia e seu vínculo com a Educação para sustentar nossa análise e discussão. O percurso metodológico adotado compreendeu a pesquisa documental e análise documental que possibilitou sistematizar a avaliação do documento a partir das dimensões propostas por Cellard (2010). O documento apresenta seus princípios e orientações para as práticas de EAN como algo muito claro, simples e prático, idealizado, quando, na verdade, é algo complexo, denso e muitas vezes difícil de se alcançar. Foram percebidas algumas contradições, como a utilização de um discurso que se pretende transformador, fundamentado na educação libertadora freiriana, mas acaba, incoerentemente, tornando-se “bancário”, pois tem a intenção de moralizar e normatizar o sujeito regulando-o a favor do que se diz que é o certo a se fazer.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional. Alimentação. Nutrição. Educação. Políticas Públicas.
Título: COMIDA E SAMBA: A FEIJOADA NO CACIQUE DE RAMOS
Autor: Gabriella Fernandes Gachet
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/16/2016
Resumo: A presente dissertação intitulada “Comida e Samba: a feijoada no Cacique de Ramos”, é um estudo do tipo qualitativo-descritivo, sendo um recorte da pesquisa “Simbologia e significação da comida no contexto do samba carioca”, aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HU/UFRJ parecer número 862.993, de 09 de outubro de 2014. O estudo aborda questões socioculturais no campo da alimentação, saúde e cultura, no contexto do samba carioca, especificamente no Cacique de Ramos, agremiação com mais de 50 anos de tradição no Rio de Janeiro. Os sentidos atribuídos ao samba e à comida/bebida e o contexto sóciohistórico em que esses sentidos são construídos e transmitidos suscitam reflexões para o campo da Alimentação e Nutrição, pois permitem a compreensão de aspectos relacionados à cultura brasileira e sua relação com a saúde. Os dados foram construídos a partir de observação livre, entrevistas formais, com roteiro semi-estruturado, e informais. O referencial teórico-metodológico de apoio foi a Hermenêutica de Profundidade (HP) de Thompson (2011) e, como referencial analítico, uma adaptação da Análise de Conteúdo (AC) de Bardin (2008), na sua modalidade temática. Como principais achados, podemos ressaltar o sentido de pertencimento presente nos frequentadores da Cacique, que trazem o samba como parte de sua história de vida; as diferenças entre homens e mulheres no comer/beber e a comida como parte fundamental nos eventos de samba. Embora considerada não saudável e tida como uma comida “pesada” pelos entrevistados, sua presença é indispensável. Como parte desse contexto sócio histórico percebemos que aspectos como religiosidade, misticismo, interações entre a agremiação e seus vizinhos e o comércio local, assim como a transmissão de valores entre os sujeitos se revelaram símbolos de identidade e resistência do Cacique de Ramos. Assim, podemos concluir que o estudo do contexto sócio-histórico do samba, as interações entre os sujeitos, suas histórias de vida e os sentidos que atribuem à comida/bebida permitem que se conheça e compreenda a cultura local e os códigos de identificação e ordenação do grupo social e contribui com o redimensionamento das questões de saúde relacionadas à alimentação.
Palavras-chave: Pesquisa qualitativa. Cultura. Alimentação. Hábitos alimentares.
Título: ALEITAMENTO MATERNO NA PERSPECTIVA DE MULHERES QUE PARTICIPARAM DE UMA INTERVENÇÃO DE CUIDADO NUTRICIONAL PRÉ-NATAL EM UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE NO RIO DE JANEIRO
Autor: Julia Benites Sampaio De Azevedo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/17/2015
Resumo: A presente dissertação realizada na abordagem qualitativa, é um recorte do projeto “Cuidado nutricional pré-natal na atenção primária à saúde na área de Manguinhos, Rio de Janeiro”, desenvolvido em uma Clínica de Saúde da Família no Rio de Janeiro. O estudo realizou-se com mulheres que participaram de um grupo de intervenção durante o pré-natal e teve como objetivo principal compreender os significados que as entrevistadas atribuíam à amamentação. Durante o grupo de intervenção, no pré-natal, foi aplicada a técnica de observação participante, para melhor conhecer as mulheres, suas interações, dúvidas e motivações. Foram entrevistadas 11 mulheres, que se encontravam no puerpério, com assinatura prévia do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Optou-se pela entrevista semiestruturada, com roteiro prévio apenas com pontos norteadores. Para melhor compreensão do material empírico, utilizou a perspectiva interpretativista e a Análise de Conteúdo (AC) por Bardin (2008) na vertente temática. Os resultados foram apresentados em um manuscrito, intitulado “Amamentação na visão de mulheres atendidas em uma unidade básica de saúde do Rio de Janeiro”. Como resultados principais observou-se que as mulheres atribuem sentimentos contraditórios ao aleitamento materno (AM) representados por discursos de dificuldade, sacrifício, limitação, cansaço e, concomitantemente, relataram afeto, amor e carinho. As relações familiares foram identificadas como influenciadoras da amamentação, com destaque para a confiabilidade no discurso das avós das crianças. Em contrapartida, o papel do companheiro foi pouco relatado, observou-se que a participação do marido se limita, na maioria das vezes, financeiramente. O grupo de intervenção teve papel destacado durante o pré-natal das participantes. Foram descritos como pontos importantes o estabelecimento de vínculo, interação e sensação de liberdade. Pode-se concluir que o AM é condicionado por uma teia complexa de fatores que vão desde o biológico ao sociocultural. Insistir em uma abordagem determinista é limitar a compreensão da prática. Sendo assim, julga-se importante o acolhimento da mulher com o olhar individualizado, criando maior aproximação, de forma a estimular questionamentos de ambos os lados. Dar voz ativa a mulher é permitir que ela protagonize as mudanças que ocorrem em sua vida. Dessa forma, possibilita a conscientização e enriquece o debate sobre amamentação, proporcionando assim um maior entendimento sobre a prática.
Palavras-chave: Descritores: aleitamento materno, acolhimento, pesquisa qualitativa.
Título: ASSOCIAÇÃO DE INDICADORES DE ADIPOSIDADE CORPORAL COM O NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E O TEMPO DE TELA EM ADOLESCENTES
Autor: Juliana De Oliveira Ramadas Rodrigues
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/15/2015
Resumo: O aumento da prevalência do excesso de peso está relacionado, entre outros fatores, a dietas inadequadas, inatividade física e sedentarismo. A prática da atividade física e os comportamentos sedentários estão relacionados entre si de maneira inversa e influenciam a saúde dos adolescentes de forma distinta. Entretanto, é bastante comum que os jovens ao mesmo tempo em que gastam muitas horas em atividade características de comportamentos sedentários, pratiquem atividades físicas de forma regular, mostrando a coexistência destes dois comportamentos. O objetivo deste estudo foi verificar a associação de indicadores de adiposidade corporal com indicadores de atividade física e tempo de tela em adolescentes. Analisou-se dados de 1848 alunos, de 10 e 19 anos, do 6º ano do ensino fundamental (EF) e 1º ano do ensino médio (EM) em 2010, de 2 escolas públicas e 4 particulares, participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA). O nível de atividade física foi avaliado através do International Physical Activity Questionnaire, (IPAQ), versão curta. A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada, pelo teste de corrida e caminhada de 9 minutos (T9), e o comportamento sedentário pelo tempo diário de uso da TV, computador/videogame e a soma desses dois comportamentos, sendo autorreferido pelos adolescentes. O excesso de adiposidade corporal foi avaliado através do percentual de gordura, perímetro da cintura e relação cintura/estatura (RCE). A magnitude das associações foi avaliada pela odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95). As análises brutas estratificadas por sexo, tipo de escola e segmento escolar mostraram que meninos do EF (OR=2,61; IC95%1,17-5,81) e estudantes de escola privada do EF (OR=3,13; IC95%1,58-6,12) que possuem aptidão cardiorrespiratória de risco apresentam mais chance de ter excesso de gordura corporal e estudantes de escola privada do EF (OR=3,13; IC95%1,31-7,50) com aptidão cardiorrespiratória de risco possuem mais chance de ter excesso de RCE. Quanto aos comportamentos sedentários, meninos do EF que fazem uso de PC/vídeo por mais de 2 horas/dia possuem mais chance de apresentar percentual de gordura elevado (OR=1,61; IC95%1,06-2,44) e RCE elevada (OR=2,09; IC95%1,29-3,38) do que aqueles que não o fazem. Já em meninas do EF, gastar mais de 2 horas/dia com PC/vídeo protege do excesso de gordura corporal (OR=0,56; IC95%0,33-0,94). Nas análises ajustadas por sexo, tipo de escola e segmento escolar, o uso da televisão por mais de 2 horas/dia foi o único indicador de comportamento sedentário que se associou significativamente com excesso de adiposidade corporal. Apresentar aptidão cardiorrespiratória de risco aumenta mais de 3 vezes a chance de ter excesso de percentual de gordura, perímetro da cintura e RCE elevada, mesmo após os ajustes pelas variáveis de confundimento. Conclui-se que apesar do efeito protetor da aptidão cardiorrespiratória adequada ser excessivamente maior que o risco das horas de TV para o excesso de adiposidade corporal, a importância da redução do tempo dedicado aos comportamentos sedentários não deve ser menosprezado. Deve-se priorizar uma abordagem variada, propondo atividades que promovam melhoria da aptidão cardiorrespiratória e redução dos comportamentos sedentários, visando à prevenção e o combate do excesso de adiposidade corporal entre os adolescentes.
Palavras-chave:
Título: AVALIAÇÃO DA RESERVA HEPÁTICA DE RETINOL EM IDOSOS FALECIDOS POR DOENÇA CARDIOVASCULAR NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Lilian Isidio De Oliveira Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 11/25/2015
Resumo: Introdução: O papel antioxidante da vitamina A tem tornado importante a relação dessa vitamina com as alterações metabólicas do processo de envelhecimento e com as doenças crônicas evidenciadas na população idosa, com destaque para a doença cardiovascular (DCV). Objetivo: Avaliar a reserva hepática de retinol em idosos falecidos por doença cardiovascular e a sua relação com pesos corporal e hepático. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, onde foram obtidos 2 gramas de fígado de indivíduos necropsiados de ambos os sexos, com idade superior ou igual a 60 anos, até 48 horas post morten no Instituto Médico Legal do município do Rio de Janeiro (IML/RJ). Foram coletados os dados de causa mortis, sexo e idade a partir da certidão de óbito, e os pesos corporal e hepático foram obtidos na necropsia. O retinol hepático, foi quantificado por Cromatrografia Líquida de Alta Eficiência com detector ultravioleta, e o ponto de corte para inadequação foi inferior a 20g de retinol/g de tecido (OLSON, 1979). Os idosos foram categorizados por sexo e faixas etárias de 60 a 69 anos, e maiores que 70 anos. O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética do IML/RJ. Os testes estatísticos contaram com a análise de variância entre os grupos de causa mortis e a divisão dos quartis de retinol hepático, realizados por meio do Teste de Kruskall Wallis. Foi avaliada também a associação das variáveis categóricas pelo Teste qui-quadrado (X²), sendo ainda calculado a Razão de Chance (Ods Ratio). O nível de significância adotado foi de 5%. Resultados: Os 65 idosos participantes foram estudados segundo a Classificação Internacional de Doenças, sendo classificados em grupos de causa de óbito por Doenças Isquêmica do Coração (G1), Doenças Cerebrovasculares (G2), Outras Formas de Doença do Coração (G3), ou Doenças Infecciosa do Coração (G4). Dentre os idosos avaliados 52,3% (n=34) eram homens e 47,7% (n=31) eram mulheres. 90,8% (n=59) da amostra tinha idade entre 60 a 69 anos, e 84,6% (n=29) pertencia ao G1. Foi observado que 20% (n=13) dos idosos apresentaram reserva de retinol hepático inadequada, sendo 100% destes, idosos com idade entre 60 a 69 anos, e 84,6% (n=11) eram do sexo masculino pertencentes ao G1. Os homens apresentaram mediana significativamente menor de retinol hepático (p=0,016) e maior de peso corporal (p=0,050). Além de apresentar a menor mediana de reserva hepática de retinol dentre os grupos, na comparação múltipla de mediana, G1 teve mediana significativamente menor quando comparado ao G2 (p=0,012) e G3 (p=0,000). Quando considerados os Quartis de reserva de retinol, houve diferenças significativas de peso corporal e hepático entre os Quartis 1 e 3 (p=0,015; p=0,011, respectivamente), e em relação a idade foram observadas diferenças significativas entre os Quartis 1 e 4 (p=0,012), e entre os Quartis 3 e 4 (p=0,004). Houve associação significativa entre reserva hepática de retinol inadequada e ocorrência por doenças isquêmicas do coração (p=0,001), com razão de chance de 10,38 para a ocorrência de reserva hepática de retinol inadequada nesse grupo. Conclusão: A DCV de etiologia isquêmica, e o aumento do peso corporal e hepático estão relacionados com maior comprometimento da reserva hepática de retinol nos homens idosos.
Palavras-chave: Doença Isquêmica do Coração; retinol; fígado; peso corporal; idosos
Título: IMPLICAÇÕES DA FONTE LIPÍDICA DA DIETA, NO PERFIL DE ÁCIDOS GRAXOS ERITROCITÁRIOS E NA PROGRESSÃO DA DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA
Autor: Katia Cansancao Correa De Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/27/2015
Resumo: Introdução: A DHGNA é atualmente a doença hepática mais comum no Brasil e no mundo. Estudos recentes têm sugerido que a composição dos AG dietéticos, os processos enzimáticos de elongação e desaturação, bem como a RI e da lipogênese de novo (LDN) influenciam no conteúdo de ácidos graxos de eritrócitos e estão relacionados ao desenvolvimento e progressão da DHGNA. Objetivo: Avaliar a ingestão dietética de lipídios e a composição de ácidos graxos de lipídios totais de eritrócitos de pacientes com DHGNA relacionado com o grau de fibrose hepática e a LDN. Método: Um total de 89 indivíduos com doença hepática gordurosa não alcoólica (28 sem fibrose significativa ≤ 7 kPa; 61 com fibrose significativa > 7 kPa) foram avaliados entre janeiro de 2014 a janeiro 2015. A adequação da ingestão lipídica foi avaliada com base nos valores de referência preconizados pela NCEP ATP III. A composição dos ácidos graxos de eritrócitos foi obtida por meio da cromatografia gasosa e posteriormente calculada as relações que refletem a atividade das enzimas lipogênicas (ELOVL6 18:0/16:0; SCD1 16:1 n-7/16:0; 18:1 n-9/18:0) e o índice de LDN (16:0/18:2 n-6). Resultados: Foram observadas inadequações no consumo de AGM e AGPI em 100%, 93,3% dos pacientes, respectivamente, e 97,8% pacientes excederam o limite máximo da ingestão diária para AGS. A relação 18:0/16:0 foi significativamente menor (p=0,01) e a relação 18:1n9/18:0 significativamente maior (p=0,03) relativos ao aumento do 16:0 e do 18:1 n-9 e, maior adiposidade abdominal associados ao grau de fibrose hepática avançada. Foram observadas correlações positivas significativas entre os AG de eritrócitos 16:0 (r= 0,334; p=0,00), o 18:1 n-9 (r= 0,325; p=0,00) e o total AGM (r= 0,292; p=0,00) e a mediana da fibrose hepática (kPa) e uma correlação inversa significativa (r= -0,296; p=0,00) entre o biomarcador de atividade enzimática ELOVL6 (18:0/16:0) com a mediana de fibrose hepática (kPa). Conclusão: Os pacientes com DHGNA apresentam inadequação no consumo lipídios, bem como, um aumento dos AG 16:0 e 18:1 n-9 e do índice de LDN relacionados à fibrose hepática avançada.
Palavras-chave: Doença hepática gordurosa não alcoólica, ácidos graxos, ácidos graxos desaturases, lipogênese, elastografia transitória hepática.
Título: CAFÉS TORRADOS E MOÍDOS FORTIFICADOS COM FERRO, ZINCO E CÁLCIO: ANÁLISE DA RECUPERAÇÃO DOS MINERAIS PELOS MÉTODOS DE PREPARO E ANÁLISE SENSORIAL
Autor: Nathalia Marques Barros
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/4/2015
Resumo: As deficiências nutricionais são consideradas grandes desafios para as políticas de saúde no Brasil. Uma das maneiras utilizadas no combate dessas deficiências é a fortificação de alimentos, que para este fim devem ser habitualmente consumidos pela população. O café atende este pré-requisito, pois é o alimento mais popular do país. A presente dissertação teve como objetivo geral desenvolver cafés torrados e moídos fortificados com ferro, zinco e cálcio e foi dividida em duas partes: Na primeira, avaliou-se a recuperação de sais de ferro, zinco e cálcio em grãos de Coffea arabica e Coffea canephora torrados, moídos, fortificados e preparados por diferentes métodos. Foram testados: ferro bis glicina, sulfato ferroso, zinco bis glicina, lactato de zinco, fosfato tricálcio e lactato de cálcio, utilizando-se cafeteiras expresso e elétrica, com filtros de papel e nylon. A análise de minerais foi realizada por ICP-OES e os resultados tratados por ANOVA e Cluster, sendo considerados significativos quando p
Palavras-chave: Fortificação de alimentos. Café. Ferro. Zinco. Cálcio
Título: EFEITO DA DIETA HIPOENERGÉTICA ASSOCIADA AO CONSUMO DE FARINHA DE CHIA (SALVIA HISPÂNICA L.) NOS MARCADORES DO ESTADO ANTIOXIDANTE EM MULHERES DISLIPIDÊMICAS E COM EXCESSO DE MASSA CORPORAL.
Autor: Lucilia De Fatima De Sousa Gomes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/26/2015
Resumo: Introdução: Obesidade e dislipidemia vêm aumentando na população mundial se tornando problema de saúde pública. Ambas se relacionam ao estresse oxidativo (EO) e este reflete desequilíbrio entre sistema antioxidante (AO) e pró-oxidante com consequente dano oxidativo aos tecidos. Dietas não saudáveis aumentam o risco de obesidade e aterosclerose e, neste contexto, destacam-se alimentos ultraprocessados cujo consumo cresce paralelamente à obesidade e dislipidemia. A dieta hopoenergética (DH) associada à farinha de chia (FC) pode representar alternativa no tratamento de mulheres com excesso de massa corporal (MC) e dislipidemia, pois a FC apresenta em sua composição fibras, ácidos graxos da série n-3 (AG-n3) e AOs. Objetivo: Avaliar o efeito da DH associada ao consumo da FC no estado AO de mulheres dislipidêmicas e com excesso de MC. Indivíduos e métodos: Realizou-se estudo randomizado em bloco, duplo cego, controlado por placebo e duração de 120 dias. Na primeira etapa (30 dias), 91 voluntárias receberam somente DH, tendo 79 concluído essa fase. Após, iniciou-se o ensaio clínico (90 dias), com 58 voluntárias, no qual se prescreveu, além da DH, 25 g/dia de FC (DHFC, n=30) ou placebo (DHP, n=28). Foram avaliadas, em T0 e T90, variáveis antropométricas (MC, índice MC, perímetros de cintura (PC), pescoço (PP), de composição corporal (massa gorda–MG), clínicas (pressão arterial), dietéticas e bioquímicas (colesterol total–CT, lipoproteína de baixa densidade LDL-c, lipoproteína de alta densidade–HDL-c, triglicerídeos-TG, glicemia, insulina, 8-isoprostano e DPPH). Realizou-se, para variáveis paramétricas, teste T pareado para comparações pré e pós intervenção e teste T de Student para a comparação entre grupos. Para variáveis não paramétricas, utilizou-se testes de Wilcoxon e Mann Whitney para comparação intra grupo e entre grupos, respectivamente.Valores foram expressos como média e desvio padrão. Utilizou-se programa estatístico SPSS versão 21. Foram considerados significativos valores p < 0,05. Resultados: Na primeira etapa, a DH reduziu MC, MG, IMC, PP, PC, PC∕estatura, TG e glicose séricos, razão TG/HDL e índice de adiposidade visceral. Dados dietéticos mostraram redução no consumo de energia e AGs trans e aumento de fibras, magnésio, potássio, cálcio e vitamina C, além de redução no consumo de sucos industrializados, refrigerantes, doces e açúcar de adição. Na segunda etapa, houve redução da MC, PC, PC∕Estatura e CT sérico em ambos os grupos. Só no grupo DHP diminuíram MG, IMC, PP, CT/HDL, LDL/HDL, LDL-c e 8-isoprostano. Comparando-se os dois grupos só houve significância em relação ao DPPH no grupo DHFC e índices CT/HDL e LDL/HDL no grupo DHP. O grupo DHFC consumiu mais AG-n3, fibras, magnésio e zinco e teve redução do consumo de açúcar de adição. O grupo DHP reduziu consumo de AGs saturados. Conclusão: O tratamento nutricional com DH promoveu redução das medidas antropométricas e bioquímicas analisadas, além de melhora na lipoperoxidação lipídica. A FC não apresentou efeito aditivo à DH na redução da MC e dislipidemia, entretanto, favoreceu melhora do DPPH do plasma e o aumento do consumo de alguns nutrientes (fibras, AG-n3, magnésio e zinco).
Palavras-chave: Estado antioxidante, Obesidade, dislipidemia, dieta hipoenergética, farinha de chia, mulheres.
Título: ASSOCIAÇÃO DA OBESIDADE GRAVE COM O PERFIL METABÓLICO E COM O ESTADO NUTRICIONAL DE VITAMINA D EM ADOLESCENTES E ADULTOS
Autor: Jessica Socas Teixeira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/12/2015
Resumo: Introdução: A obesidade está crescendo em proporções epidêmicas, com aumento expressivo na prevalência da obesidade grave. É reconhecido que esta doença é progressiva e está associada com o surgimento de comorbidades e aumento da mortalidade geral. Dentre as implicações metabólicas da obesidade, merece destaque sua associação com a deficiência de vitamina D, indicando que esta vitamina pode estar relacionada à adiposidade corporal. Objetivos: Analisar a associação da obesidade grave com o perfil metabólico e estado nutricional de vitamina D em adolescentes e adultos. Casuística e Métodos: Trata-se de estudo observacional comparativo, com população constituída por adolescentes com obesidade grave e adultos com obesidade classe III. Na avaliação antropométrica foi medido o peso corporal, estatura, perímetro da cintura (PC) e calculado o índice de massa corporal (IMC). A análise bioquímica da vitamina D (25(OH)D) foi feita por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência e os pontos de corte adotados para sua classificação foram ≤ 20ng/mL para deficiência, de 21 a 29 ng/mL para insuficiência e a suficiência ≥ 30 ng/mL. Foram avaliados o perfil lipídico (colesterol total, LDL-colesterol (LDL-c), HDL-colesterol (HDL-c) e triglicerídeos), proteína C reativa (PCR), glicemia e insulinemia em jejum. A sensibilidade à insulina foi avaliada pelo cálculo do Homeostasis Model Assessment-Insulin Resistance (HOMA-IR). Foi realizada a avaliação da pressão arterial e verificada a presença de esteatose hepática (EH) e síndrome metabólica (SM). Foram utilizados testes estatísticos considerando nível de significância de 5%. Resultados: A amostra foi constituída por 128 indivíduos: 60 adolescentes (G1), e 68 adultos (G2), sendo 75% e 63,3% do sexo feminino e 25% e 36,7% do sexo masculino, respectivamente. Não houve diferenças significativas entre os grupos com relação ao peso corporal, IMC e PC. O HOMA-IR apresentou diferença significativa, com médias maiores no G2 (p = 0,000). Houve tendência de concentrações mais elevadas de glicemia em adultos (p = 0,070). O G1 apresentou maiores percentuais de todos os componentes do perfil lipídico com diferenças significativas. O G2 apresentou maior prevalência de HOMA-IR alterado (p = 0,008). Foram observadas prevalências elevadas de EH, SM, pressão arterial elevada e PCR em ambos os grupos avaliados, sem diferenças significativas. O percentual de inadequação de vitamina D (deficiência e insuficiência) foi observado em 90% e 79,4% no G1 e no G2, respectivamente, sem diferenças significantes entre os grupos. Houve correlação negativa e significativa do IMC com os valores de 25(OH)D no G2 (r = – 0,244; p = 0,045). Indivíduos com inadequação de vitamina D apresentaram maiores valores de PCR em ambos os grupos (p = 0,000). Também foi observada correlação negativa significativa entre as concentrações de 25(OH)D e PCR no G1 (r = – 0,871; p = 0,000) e no G2 (r = – 0,811; p = 0,000). O HOMA-IR apresentou correlação negativa, com significância estatística, com a 25(OH)D no G1 (r = – 0,832; p = 0,000) e no G2 (r = – 0,589; p = 0,000). A inadequação desta vitamina apresentou associação com o colesterol total elevado no G1 (p = 0,029) e valores mais elevados de LDL-c no G2 (p = 0,003) e uma tendência desse último no grupo dos adolescentes (p = 0,055). Não foi observada associação com significância estatística entre as concentrações de 25(OH)D com EH, pressão arterial elevada e SM. Conclusão: Os dois grupos foram semelhantes com relação à frequência e à gravidade de alterações metabólicas, que por sua vez, se associaram à deficiência e insuficiência de vitamina D. Tais achados alertam para os efeitos da obesidade no agravamento progressivo das complicações associadas, incluindo a DVD, que podem aumentar os riscos de doenças cardiovasculares, de forma cada vez mais precoce. Com isso, se faz necessário o desenvolvimento de estratégias de prevenção e controle da obesidade e ao combate à inadequação do estado nutricional de vitamina D.
Palavras-chave: Obesidade, Vitamina D, Resistência à Insulina, Proteína C-Reativa, Fígado Gorduroso, Síndrome X Metabólica
Título: FATORES PREDITIVOS DO PESO AO NASCER DOS FILHOS DE GESTANTES ADOLESCENTES
Autor: Tereza Cristina Campos D Ambrosio Bessa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/11/2015
Resumo: Introdução: a gravidez na adolescência é um dos principais fatores de risco para a mortalidade infantil e materna. As complicações durante a gravidez e o parto são a segunda causa de morte entre essas adolescentes. Os dados apontam para risco substancialmente maior (50%) de morrer, entre crianças recém-nascidas de adolescentes, do que entre aquelas nascidas de mulheres com mais de 20 anos. Recémnascidos de mães adolescentes também são mais propensos a ter baixo peso ao nascer. Objetivo: identificar os fatores preditivos do peso ao nascer em recém-nascidos de gestantes adolescentes. Casuística e métodos: estudo analítico, transversal, com 751 puérperas adolescentes, com idade igual ou superior a dez anos e inferior a 20 anos, atendidas em maternidade pública do Rio de Janeiro. A coleta de dados se deu por entrevista com as puérperas adolescentes e consulta aos prontuários. As variáveis avaliadas incluíram características antropométricas, sociodemográficas, obstétricas, clínicas e da assistência pré-natal, e as condições ao nascer do concepto. Diferentes modelos de regressão linear foram testados, pelo método stepwise, para identificação das variáveis preditoras do peso ao nascer. Resultados: as médias de idade materna e ginecológica, ao parto, foram 17,5±1,6 e 4,8±2,1 anos, respectivamente. Destacaram-se, entre as variáveis preditoras do peso ao nascer, a idade gestacional no parto (β= 91,828; p=0,001), o número de consultas da assistência nutricional pré-natal (β= 53,417; p=0,01), o ganho de peso no segundo (β= 31,743; p= 0,005) e no terceiro (β= 26,324; p= 0,012) trimestres de gestação e o número de pessoas na família da gestante (β= – 33,102; p=0,039). Conclusão: os achados apontam que o acompanhamento nutricional deve ser incluído na assistência pré-natal de gestantes adolescentes e, confirmam a associação entre as condições sociodemográficas adversas, o ganho de peso no segundo e terceiro trimestres de gestação com peso ao nascer.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência. Peso ao nascer. Nutrição pré-natal. Cuidado pré-natal.
Título: FATORES DETERMINANTES DO BAIXO PESO AO NASCER EM FILHOS DE GESTANTES ADOLESCENTES DO RIO DE JANEIRO, SEGUNDO A ANÁLISE HIERARQUIZADA
Autor: Gabriella Pinto Belfort Araujo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 6/15/2015
Resumo: A presente tese teve como objetivo investigar o efeito da dieta DASH sobre desfechos obstétricos e perinatais em gestantes com diabetes mellitus (DM) prévio. Foi desenvolvido ensaio clínico randomizado controlado, simples-cego, com dois braços, que avaliou o efeito da dieta DASH, adaptada para gestantes brasileiras, com DM préexistente. Participaram do estudo cinquenta gestantes que realizaram a assistência prénatal em maternidade pública do Rio de Janeiro, entre 2016 e 2019. Vinte e uma mulheres foram alocadas no grupo padrão (GP) e 29 no grupo DASH (GD). O GP recebeu dieta padrão, contendo de 45 a 55% do valor energético total (VET) de carboidratos, 15-20% do VET de proteínas e 25 a 30% do VET de lipídios. O GD recebeu a dieta DASH adaptada, com distribuição de macronutrientes similar a dieta padrão, mas com maiores concentrações de fibras, gorduras insaturadas, cálcio, magnésio, potássio e menor teor de gorduras saturadas. O acompanhamento das gestantes inciou até a 28ª semana gestacional e ocorreu até o parto, durando em média 18 semanas. As análises estatísticas foram realizadas no programa SPSS 21.0 e foi adotado o nível de significância de 5%. O GD apresentou proporção 2,7 vezes menor de pré-eclâmpsia (PE – 10,3% no GD v. 27,8% no GP, p = 0,230) e foi verificado que a hemoglobina glicada após a intervenção se associou a PE (p = 0,005). Não foi observada diferença entre os grupos para pressão arterial, marcadores do estresse oxidativo, lipídios séricos, com exceção do colesterol LDL, que não sofreu aumento somente no GD. Nos dois grupos da pesquisa ocorreram variações pequenas nos lipídios séricos, principalmente para triglicerídeos, que no GP aumentou em média 42,2 ± 33,1 mg/dl e no GD 44,6 ± 32,4 mg/dl (comparação entre os grupos p = 0,86). Ambos os grupos apresentaram redução da hemoglobina glicada ao longo da intervenção (GP = – 0,77 ± -1,0%, p = 0,01 e GD = – 1,03 ± 1,04%, p < 0,001). O GD apresentou maior consumo de ômega-3 [GD – mediana = 1,13 e intervalo interquartil (IQR) =0,7-1,0; GP – mediana de 1,02 e IQR de 0,89 -1,31; p = 0.044] e menor consumo de carboidratos (p = 0,037). O ganho de peso gestacional durante a intervenção tendeu a ser menor no GD, que apresentou menor variação do índice de massa corporal (IMC), na 3ª (p = 0,032) e 5ª consulta (p = 0,016). Além disso, gestantes do GD tiverem menor mediana de tempo de internação (GP = 4 dias, IQR = 3-12,3 e no GD = 3 dias, IQR = 2-5,8; p = 0,013). Para os recém-nascidos (RNs) do GD, houve menor tempo de tempo de internação (GP = 4 dias, IQR 2,3-13,3 e no GD= 3 dias, IQR = 2-6,0; p = 0,046) e foi verificada uma tendência da dieta DASH ser protetora quanto à macrossomia (23,8% no GP versus 10,3% no GD, p > 0,05). Ambas as dietas aplicadas exerceram efeitos benéficos sobre o controle glicêmico, no entanto, a sugere-se que a dieta DASH exerça maior proteção sobre a variação do IMC gestacional, contribua para o menor tempo de internação da puérpera, do RN e parece exercer proteção para PE. Também se observou que o adequado controle glicêmico deve ser incentivado para prevenção da PE e que isso pode ser atingido, independente da estratégia dietética adotada.
Palavras-chave:
Título: LIPÍDIOS DIETÉTICOS NA REGULAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO, APETITE E BIOMARCADORES DA OBESIDADE E DIABETES MELLITUS TIPO 2
Autor: Carolina Garcia Moncores
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/29/2015
Resumo: A obesidade e o diabetes mellitus tipo 2 (DM2) são doenças de causa multifatorial que representam um problema mundial de saúde pública devido a sua elevada prevalência e associação com morbidades. Existem evidências de que a qualidade dos lipídios da dieta pode influenciar no controle destas doenças. Os lipídios insaturados podem aumentar o gasto energético (GE) e a saciedade, diminuir o apetite e regular as concentrações sanguíneas de insulina, glicose e triglicerídeos quando comparados com os lipídios saturados, contudo, os resultados dos estudos ainda são controversos. O objetivo do estudo foi avaliar o efeito pósprandial da qualidade dos lipídios de uma refeição no gasto energético, apetite, saciedade, glicemia, insulinemia e trigliceridemia, em mulheres com obesidade e DM2. Trata-se de um ensaio clínico, crossover, randomizado e simples cego, com washout de 15 dias, conduzido, com seis voluntárias, as quais receberam quatro refeições hiperlipídicas ricas em ácidos graxos (AG) poli-insaturados n-6, AG monoinsaturado, AG poli-insaturado n-3 e AG saturado, contendo, respectivamente, óleo de soja (OS), azeite de oliva (OA), óleo de peixe (OP) e manteiga (OM). Antes e após cada refeição teste, foram avaliadas as variáveis metabólicas por calorimetria indireta, as sensações relacionadas com a ingestão alimentar pela Escala Analógica Visual e exames laboratoriais (glicose, triglicerídeos e insulina). Não foram observadas diferenças basais, pós-prandiais (PP), assim como da variação entre o período basal e PP para as variáveis laboratoriais, GE, quociente respiratório e sensações relacionadas com a ingestão alimentar. Porém, a evolução das variáveis por grupo, demonstrou que em todos os grupos houve elevação da insulinemia e em OA, OP e OM houve elevação da trigliceridemia. O percentual de elevação do GE, avaliado pelo efeito térmico do alimento (ETA), foi quantitativamente superior em OS e OA. Não houve efeito agudo diferenciado do tipo de lipídio das refeições teste nas concentrações pós-prandiais de glicose, insulina e TG, apesar dos efeitos intragrupo dos AGS e AGPI n-6 na insulinemia e dos AGPI n-3 e os AGS na trigliceridemia. O tipo de lipídio da refeição também não parece ter influência no GE e apetite, apesar da importância clínical dos AGPI n-6 e AGMI na elevação do ETA.
Palavras-chave: obesidade, diabetes mellitus tipo 2, lipídios dietéticos, gasto energético, apetite, glicose, triglicerídeos.
Título: CONSUMO ALIMENTAR DE MULHERES ADULTAS BENEFICIÁRIAS DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA: UMA ANÁLISE DOS DADOS DA PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES 2008-2009
Autor: Aline Soares De Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/13/2015
Resumo: A principal proposta do Programa Bolsa Família (PBF), criado em 2004, é que por meio do aumento na renda e do cumprimento de condicionalidades, as famílias beneficiadas consigam atingir melhorias na alimentação e nas condições de saúde, de educação e de assistência social. Com relação ao combate à fome, os estudos de abrangência nacional apontam maior acesso e consumo de alguns tipos de alimentos. O objetivo deste estudo foi comparar o consumo alimentar de mulheres adultas beneficiárias e não-beneficiárias do Programa Bolsa Família avaliando a influência dos fatores sociodemográficos nesse consumo. Foram utilizados dados da Pesquisa de Orçamento Familiares de 2008-2009, a qual avaliou 55.970 domicílios, dos quais 13.569 mil foram selecionados para participar do inquérito dietético. A amostra foi composta por 9.708 mulheres (20-59 anos) de todas as regiões do país. O consumo alimentar individual foi avaliado por meio de dois dias de registro alimentar, cujos alimentos relatados foram agrupados em 20 grupos (gramas). Avaliou-se o consumo total de energia (Kcal) e a média (gramas/dia) do consumo dos grupos de alimentos (correção da distribuição do consumo via The Multiple Source Method), estratificando os valores de acordo com a inserção no PBF (s/BF vs c/BF). A significância estatística das diferenças na ingestão de energia e consumo de grupos de alimentos entre os estratos foi estimada a partir dos intervalos de confiança de 95%. Mulheres s/BF consumiram mais energia (1666 kcal, IC 95% 1646-1686 vs 1591 kcal, IC95% 1561-1620), batatas (30g, IC 95% 28-31 vs 23g, IC 95% 21-25), leite e derivados (197g, IC95% 190-204 vs 134g, IC 95% 126-143), doces (26g, IC95% 25-28 vs 20g, IC95% 18-21), pizza (27g, IC95% 26-29 vs 10g, IC95% 9-12), sucos (140g, IC95% 135-145 vs 111g, IC95% 104- 117), refrigerantes (94g, IC95% 89-100 vs 51g, IC95% 46-57), frutas (92g, IC95% 88-96 vs 68g, IC95% 63-73), verduras (29g, IC95% 28-31 vs 17g, IC95% 15-19) e legumes (16g, IC95% 15-17 vs 11g, IC95% 10-13. Mulheres c/BF relataram maior consumo de arroz (135g, IC95% 132-138 vs 155g, IC95% 149-161), de café (143g, IC95% 135-152 vs 192g, IC95% 179-206), das farinhas (5g, IC95% 4-5 vs 14g, IC95% 12-15), do feijão (147g, IC95% 142-152 vs 188g, IC95% 179-197), do milho (15g, IC95% 14-16 vs 32g, IC95%29-36) e de ovos (9g, IC95% 8- 9 vs 13g, IC95% 12-13). Quanto maior o quartil de renda maior o consumo de refrigerantes, doces e pizza, independente do BF. Todavia, as médias de consumo desses alimentos são menores entre as beneficiárias do programa. Do mesmo modo, com o aumento da escolaridade, há uma tendência de consumir-se frutas, verduras, legumes, leite e derivados, porém também de refrigerante, doces e pizza. Mulheres beneficiárias do PBF apresentaram perfil de alimentação distinto daquelas não beneficiárias do Programa. A presente análise revelou que mulheres beneficiárias do PBF assim como as não-beneficiárias incluem em sua alimentação tanto alimentos considerados saudáveis como aqueles não saudáveis. Entretanto, deve ser assinalado que o consumo de alimentos básicos era maior entre as beneficiárias do PBF e o de alimentos classificados como não saudáveis era mais elevado entre as não-beneficiárias do Programa. Mulheres beneficiárias do PBF são potenciais alvos de políticas e programas que incentivem o consumo alimentar saudável.
Palavras-chave: Programa Bolsa Família, Consumo alimentar, Pesquisa de Orçamentos Familiares, mulheres
Título: ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL E PERFIL BIOQUÍMICO/METABÓLICO DE UNIVERSITÁRIOS VEGETARIANOS
Autor: Patricia Duque Estrada
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/4/2015
Resumo: O vegetarianismo Ç uma alimentaäÖo caracterizada pela exclusÖo total de qualquer tipo de carne e os seus adeptos podem ser considerados como ovolactovegetariano, lactovegetariano e vegano, dependendo do grau de exclusÖo dos produtos de origem animal. Essa alimentaäÖo Ç adequada nutricionalmente desde que seja bem planejada a fim de evitar possÜveis deficiÉncias nutricionais. Tratou-se de um estudo transversal com amostra de conveniÉncia e o objetivo foi avaliar a adequaäÖo das recomendaäães nutricionais e perfil bioquÜmico/metabâlico de universitàrios vegetarianos. Foram considerados como critÇrios de inclusÖo: alunos matriculados em cursos de graduaäÖo ou pâs-graduaäÖo de universidades pÄblicas do municÜpio do Rio de Janeiro, faixa etària entre 20 e 59 anos e frequÉncia de consumo de carnes e derivados igual a nunca ou menos de uma vez por mÉs, por no mÜnimo um ano. Foram aplicados questionàrios socioeconèmico, de estilo de vida, de nÜvel de atividade fÜsica e entrega do registro alimentar de trÉs dias. Foi realizada a avaliaäÖo antropomÇtrica e da composiäÖo corporal, pela bioimpedência elÇtrica e determinado o ëndice de Massa Corporal (IMC). Foram coletadas amostras de sangue para a anàlise de: hemograma; lipidograma; glicose; vitamina B12 sÇrica, homocisteÜna plasmàtica, ferritina sÇrica, ferro sÇrico, zinco sÇrico, folato sÇrico, 25-hidroxivitamina D, càlcio sÇrico, capacidade total de ligaäÖo do ferro e ProteÜna C Reativa. Participaram da pesquisa 35 indivÜduos com mÇdia de idade de 24,09 (3,96) anos e 51,4% (n=18) pertenciam ao gÉnero feminino. Destes, 80,0% (n=28) eram ovolactovegetarianos, 65,7% (n=23) com tempo de adesÖo entre 1 a 5 anos e relataram como principal motivo a Çtica aos animais. Em relaäÖo ao nÜvel de atividade fÜsica 54,3% (n=19) dos indivÜduos foram considerados ativos, 74,3% (n=26) relataram nunca terem fumado e 28,6% (n=10) nÖo ingeriam bebidas alcoâlicas. A maior parte dos participantes foi considerada eutrâfica, de acordo com o IMC. Os indivÜduos apresentaram ingestÖo calârica abaixo da necessidade mÇdia estimada e a maior parte deles distribuiäÖo adequada de macronutrientes. Em relaäÖo aos micronutrientes, o càlcio e o zinco foram os que apresentaram maior proporäÖo de indivÜduos com ingestÖo abaixo da Necessidade MÇdia Estimada para ambos os gÉneros. Dos parêmetros bioquÜmicos/metabâlicos analisados, sem considerar os indivÜduos que utilizavam suplementos, 75% (n=18) dos indivíduos estavam com deficiência de vitamina B12, destes 33,3% (n=8) apresentaram homocisteína plasmática elevada. Foi observada correlação significativa negativa entre a vitamina B12 e a homocisteína plasmática. Foi encontrado que 76,9% (n=10) e 15,3% (n=2) das mulheres tinham deficiência de ferro e anemia ferropriva, respectivamente. Sessenta e dois por cento (n=15) dos indivíduos apresentaram concentração sérica de vitamina D deficiente ou insuficiente. Os resultados do presente estudo demonstram que vegetarianos estão propensos a deficiências de vitaminas e minerais, sendo necessário a adequação destes nutrientes.
Palavras-chave: vegetarianismo, universitários, consumo alimentar, perfil bioquímico/metabólico.
Título: PRINCIPAIS TEMÁTICAS DE NUTRIÇÃO NA OPAS (1923 a 1939)
Autor: Isabela Ferreira Cardoso
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/20/2015
Resumo: Esta dissertação propõe-se a elencar os principais temas de nutrição enfatizados pelos países pertencentes à Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) durante o período de institucionalização da nutrição no mundo (institucionalização em termos de políticas públicas, ensino e tradições científicas). O trabalho oferece, assim, uma identificação das preocupações de nutrição em pauta no continente. A fonte histórica selecionada para obtenção das informações foi a revista científica da OPAS. O intervalo temporal compreendeu os anos de 1923 a 1939, justificados, respectivamente, na primeira publicação da revista da OPAS e na fase inicial de institucionalização da nutrição, no contexto entreguerras. São identificados os temas fundamentais em termos do início e prosseguimento da nutrição nesse Organismo. São temáticas relevantes: vigilância e controle sanitário da alimentação; aprofundamento da ciência da nutrição e de suas leis; formação de profissionais e criação de instituições de nutrição; condições socioeconômicas e sua relação com a alimentação popular; aleitamento materno; alimentação complementar na nutrição infantil; alimentação escolar; dietoterapia e sua importância; valor alimentar do leite; nutrição nas forças armadas; análise química de alimentos; economia. Esses temas foram correlacionados, especialmente à saúde pública. Exemplos de iniciativas dos países em relação a esses temas constituíram a principal via eleita para circulação de ideias e propostas; a OPAS instituiu agenda continental de nutrição como estímulo do envolvimento de países latino-americanos na questão alimentar. Isso foi proporcionado através da troca de ideias e experiências, entre especialistas de nutrição por meio das publicações de artigos e notícias no periódico da Organização. Com base nos dados observa-se que, a OPAS foi importante veículo de comunicação e tentativa de estimular a institucionalização da nutrição no continente, em termos de divulgação de tendências na área da saúde, avanço da nutrição como área qualificada de conhecimento e importância médica, e conexão da nutrição com características econômicas e sociais.
Palavras-chave: história da nutrição; OPAS; nutrição internacional; história da saúde; alimentação; nutrição.
Título: ASSOCIAÇÃO DA APTIDÃO CARDIORRESPIRATÓRIA, DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA E DO COMPORTAMENTO SEDENTÁRIO COM O ESTADO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES
Autor: Marcelo Jannuzzi Franceschin
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/26/2015
Resumo: O aumento da prevalência de obesidade e de outras doenças crônicas está relacionado, entre outros fatores, a um estilo de vida sedentário. Já a prática de atividade física exerce papel importante em estratégias de controle de peso e promoção de saúde. Todavia, dificuldades para mensurar atividade física podem prejudicar a constatação de tais associações. Sabe-se que a prática de atividade física e hábitos sedentários relacionam-se entre si de maneira inversa e influenciam a saúde de adolescentes de formas distintas, seja como fator protetor ou de risco. Contudo, levando-se em conta o estilo de vida atual de jovens, supõe-se a coexistência de hábitos sedentários e fisicamente ativos e, sendo assim, surge a indeterminação de qual deles seria mais relevante para a saúde dos adolescentes. O objetivo deste estudo foi determinar as associações existentes entre o nível de atividade física, a aptidão cardiorrespiratória e comportamento sedentário e da combinação destes constructos com o excesso de peso em adolescentes. Analisou-se dados de 1015 alunos com idade entre 13 e 19 anos, do 1º ano do ensino médio em 2010, de 2 escolas públicas e 4 particulares, participantes da linha de base do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA). O nível de atividade física foi avaliado pela forma curta do International Physical Activity Questionnaire, (IPAQ). A aptidão cardiorrespiratória avaliada, em teste de corrida e caminhada de 9 minutos (T9), e o comportamento sedentário avaliado pelo tempo de uso de TV autorreferido. O excesso de peso foi avaliado pelo índice de massa corporal (IMC), segundo critério proposto pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A magnitude das associações foi avaliada pela odds ratio (OR) e intervalo de confiança de 95% (IC95). As análises brutas estratificadas por sexo e tipo de escola mostraram que aqueles que fazem uso de TV por mais de 2 horas diárias possuem, aproximadamente, 70% mais chance de apresentarem excesso de peso do que aqueles que não o fazem, independente de sexo e tipo de escola. Quanto ao nível de atividade física, meninos que praticam menos de 60 minutos de atividade física por dia possuem 35% menos chance (OR=0,65; IC95= 0,43-0,98) de ter excesso de peso que meninos que atendem a essa recomendação. Associação semelhante é observada entre estudantes de escola pública (OR=0,56; IC95= 0,36-0,87). O associação da combinação do nível de atividade física com comportamento sedentário sobre o excesso de peso apresenta uma odds ratio de 0,46 (IC95= 0,22-0,95) para meninas que praticam menos de 60 minutos diários de atividade física e que assistem menos de 2 horas de TV por dia, tomando-se como referência meninas que praticam mais de 60 minutos de atividade física por dia com comportamento sedentário semelhante. O mesmo se observa para estudantes de escolas públicas (OR= 0,40; IC95=0,19-0,82). Não se observam casos de excesso de peso entre meninas em categoria de aptidão cardiorrespiratória desejada e nível comportamento sedentário baixo e entre estudantes de escola pública com aptidão cardiorrespiratória desejada, independentemente do tempo dispendido com TV. As análises ajustadas por sexo, tipo de escola, idade e consumo alimentar apontam para chance de apresentar excesso de peso, aproximadamente, 5 vezes maior para aqueles que tem baixa aptidão cardiorrespiratória em comparação com adolescentes que possuem aptidão desejada (OR=4,6; IC95= 1,38-15,34). Assistir televisão por um tempo superior a 2 horas representa um aumento de 92% na chance do adolescente apresentar excesso de peso (OR=1,92; IC95= 1,30-2,83) comparados aos adolescentes que passam menos de 2 horas diáras assistindo TV. No modelo de regressão ajustada que envolve o nível de atvidade física observa-se uma chance 44% menor (OR=0,56; IC95= 0,40-0,78) de ter excesso de peso para adolescentes que praticam menos de 60 min/dia de atividade física. Conclui-se que apesar da magnitude do efeito protetor da aptidão cardiorrespiratória adequada ser excessivamente maior que o efeito de risco das horas de TV para o excesso de peso, a importância da redução do tempo dedicado a comportamentos sedentários não deve ser menosprezado. Uma abordagem variada, propondo atividades que promovam melhoria da aptidão cardiorrespiratória e redução do comportamento sedentário é imperativa para maior eficiência de um programa de prevenção e combate ao excesso de peso entre adolescentes.
Palavras-chave:
Título: SENTIDOS E SIGNIFICADOS DO RECEBIMENTO DO BENEFÍCIO DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA PARA MULHERES TITULARES RESIDENTES EM DUQUE DE CAXIAS
Autor: Ana Alice Taborda
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/16/2015
Resumo: A presente dissertação pauta-se na abordagem qualitativa e é parte integrante de duas pesquisas relacionadas denominadas “Pobreza Extrema, Insegurança Alimentar e Políticas Públicas: Estudo Longitudinal de Famílias Atendidas pelo Programa Bolsa Família no Município de Duque de Caxias” e “Estudo longitudinal de famílias atendidas pelo Programa Bolsa Família em Duque de Caxias”, desenvolvidos pelo Grupo de Pesquisas sobre Segurança Alimentar e Nutricional em Duque de Caxias (SANDUC). O estudo é descritivo, do tipo exploratório, pois se buscou obter maior familiaridade sobre o Programa Bolsa Família, elegendo-se as titulares residentes em Duque de Caxias, como tentativa de compreender os significados e sentidos atribuídos por estas mulheres na utilização do recurso. Partimos do pressuposto que o dinheiro vinculado à mulher provoca dinâmicas nas relações familiares que permite a melhora nas diversas concepções da Segurança Alimentar e Nutricional, justamente por entender que elas possuem um papel mais cuidadoso no que se refere à saúde da família e, principalmente na de seus filhos. Assim, buscamos compreender os sentidos e significados do recebimento para as mulheres titulares, através de entrevistas narrativas. Os referenciais analíticos para esta pesquisa se pautou em concepções advindas da sociologia compreensiva, no referencial teórico da Hermenêutica de Profundidade (HP) proposta por John B. Thompson (2011) e na perspectiva analítica da Análise de Conteúdo (AC) proposta por Bardin (2009), em sua modalidade temática. Foram entrevistadas 10 mulheres com idades entre 32 e 64 anos que apresentavam baixo nível de escolaridade, sendo três analfabetas, sendo que somente quatro mulheres conviviam com companheiro. O tempo de recebimento do BF variou de 1 a 10 anos. Os principais resultados evidenciaram que os sentidos do recebimento do benefício para essas mulheres apresentam diferenças que vão depender do bairro em que residem e da composição familiar. O sentido “O BF é para as crianças” revela que, na visão dessas mulheres, o dinheiro do BF deve ser gasto com as crianças, como a compra de alimentos, escola e material escolar, assim como percebem que o BF só é concedido às famílias que possuem crianças em sua composição. O auxílio é capaz de ajudar na manutenção econômica da casa, apesar de afirmações como “O BF é uma ajuda, mas que é pouco”. Para a alimentação estão implícitos os sentidos da aquisição de alimentos considerados como “luxo” e alimentos vinculados às “necessidades básicas”, como arroz, feijão, açúcar, café e óleo. A garantia de uma renda estável todo mês traz elementos importantes para o desenvolvimento da autonomia, da responsabilidade, da autoconfiança e autodeterminação para essas mulheres, implicando em sentidos como a “libertação de uma vida humilhante”. A pesquisa, apesar de se pautar na averiguação exploratória do que o campo de Duque de Caxias propunha, trazia pressupostos de que a alimentação seria fator preponderante na utilização do benefício. Essa se apresentou de forma bastante relevante, sendo considerada a maior prioridade na utilização do recurso, porém, não surgiu como elemento mais importante na fala das entrevistadas, pois para estas mulheres, o dinheiro traz mais do que somente a possibilidade de aquisição de alimentos. As reflexões do trabalho permitem pensar como o PBF repercute na trajetória de vida das mulheres e, consequentemente das suas famílias, ressaltando que o município de Duque de Caxias, necessita de mais políticas estruturantes de apoio às famílias no que concerne à saúde, educação e geração de emprego, visto que isoladamente uma política de transferência de renda não resolve o problema da pobreza e vulnerabilidade das famílias residentes de Duque de Caxias.
Palavras-chave:
Título: AVALIAÇÃO DO PERFIL ANTIOXIDANTE E RELAÇÃO COM O GRAU DE FIBROSE EM PACIENTES COM DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA
Autor: Juliana Moraes Coelho
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/13/2015
Resumo:
Palavras-chave:
Título: EFEITO DA PIPERINA NA INDUÇÃO DE SENSIBILIDADE COLATERAL E NA REVERSÃO DA RESISTÊNCIA À VINCRISTINA EM CÉLULAS DE LEUCEMIA RESISTENTES A QUIMIOTERÁPICOS
Autor: Julia Quarti Cardoso
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/27/2015
Resumo: A resistência a múltiplas drogas (MDR) é o principal obstáculo no tratamento da leucemia mieloide crônica (LMC) em crise blástica. Uma das principais causas da MDR é a superexpressão, em células tumorais, de bombas de efluxo de drogas, como a glicoproteína-P (P-gp), capazes de expulsar das células agentes quimioterápicos, como por exemplo, a vincristina (VCR). Uma estratégia para superar a MDR é a identificação de compostos cuja ação seja seletiva sobre células MDR, fenômeno conhecido como sensibilidade colateral (CS). Além disso, estudos recentes têm sido realizados com o intuito de reverter a MDR por meio da combinação de compostos bioativos de alimentos com quimioterápicos. Entre os compostos capazes de sensibilizar células de câncer à quimioterapia está a piperina, fitoquímico presente na pimenta-do-reino. O objetivo desse estudo foi investigar os efeitos da piperina na indução de CS e na reversão da resistência à VCR em células MDR de LMC em crise blástica. Os experimentos de viabilidade celular pelo ensaio de redução de MTT (brometo de 3-(4,5-dimetiltiazol-2-il)-2,5 difenil tetrazólio) demonstraram que a piperina promoveu uma redução na viabilidade da linhagem de leucemia sensível a drogas, K562, e das linhagens MDR, Lucena-1 e FEPS, apresentando após 72 horas de incubação IC50 de 99,0 ± 2,3 µM, 87,9 ± 3,9 µM e 41,5 ± 1,6 µM, respectivamente. Estes resultados evidenciam que as células MDR Lucena-1 e FEPS apresentam maior sensibilidade à piperina do que as células K562, caracterizando o fenômeno de CS. Em contrapartida, o efeito citotóxico da piperina sobre as células normais mononucleadas de sangue periférico (PBMC) foi menor do que nas células MDR FEPS. Baseado na análise por citometria de fluxo, o tratamento com piperina por 72 horas não alterou a distribuição do ciclo celular das linhagens estudadas. No entanto, após esse mesmo período de incubação, 100 µM de piperina induziu as células MDR Lucena1 e FEPS ao processo de apoptose, sendo que esse efeito foi mais pronunciado na linhagem FEPS. Já foi relatado que a linhagem FEPS é a mais resistente, uma vez que apresenta expressão de P-gp duas vezes maior que as células Lucena-1. A fim de testar se a CS poderia estar relacionada com a presença da P-gp, foram realizados experimentos com as células Lucena-1 e FEPS silenciadas para o gene MDR-1 (que codifica a P-gp). A piperina foi menos tóxica nessas células silenciadas. Além disso, foi analisado o efeito da piperina sobre a expressão e atividade da P-gp nas linhagens Lucena-1 e FEPS, por meio da incubação com anticorpo contra P-gp e ensaio com um substrato fluorescente da P-gp, a Rhodamina-123, respectivamente. Nesses experimentos foi visto que 50 µM e 100 µM de piperina promoveram redução tanto da expressão quanto da atividade da P-gp na linhagem FEPS, no entanto, inibiram apenas a atividade da P-gp na linhagem Lucena-1. A associação da piperina com o quimioterápico VCR mostrou que a resistência das células Lucena-1 à VCR foi revertida pela piperina. Dessa forma, este estudo sugere que a piperina foi capaz de induzir CS e reverter a resistência à VCR em células de LMC MDR, sendo que o mecanismo da piperina em induzir CS parece estar relacionado com a expressão de P-gp na membrana dessas células tumorais. Investigações como esta podem auxiliar no delineamento de estratégias terapêuticas, que possam atuar prevenindo ou revertendo a MDR neste tipo de câncer.
Palavras-chave: Células de Leucemia Mieloide Crônica, Resistência a Múltiplas Drogas, Glicoproteína-P, Piperina, Sensibilidade Colateral e Reversão da Resistência à Vincristina.
Título: LIPÍDIOS DA DIETA: MODULAÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO, COMPOSIÇÃO CORPORAL, COMPORTAMENTO ALIMENTAR, BIOMARCADORES E DESFECHOS CLÍNICOS NA OBESIDADE
Autor: Marcelly Cunha Oliveira Dos Santos Lopes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/27/2015
Resumo:
Palavras-chave:
Título: FATORES ASSOCIADOS ÀS CONCENTRAÇÕES DE ÁCIDOS GRAXOS SÉRICOS AO LONGO DA GESTAÇÃO E ASSOCIAÇÕES COM SINTOMAS DEPRESSIVOS
Autor: Thatiana De Jesus Pereira Pinto
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/10/2015
Resumo: Introdução: Mudanças no metabolismo lipídico durante a gestação são importantes para o apropriado desenvolvimento do feto e subsequente desenvolvimento do recém-nascido. O aporte inadequado de ácidos graxos poliinsaturados pode culminar em desfechos maternofetais adversos, como risco de suicídio, depressão gestacional e/ou pós-parto e nascimento prematuro. Objetivo: Descrever o padrão de mudança dos ácidos graxos séricos durante a gestação, avaliar os fatores associados a essas mudanças e investigar a associação entre as concentrações de ácidos graxos séricos e a ocorrência de sintomas depressivos ao longo da gestação. Métodos: Trata-se de uma coorte prospectiva com 225 gestantes, acompanhadas nas seguintes semanas gestacionais: 5ª-13ª, 20ª-26ª e 30ª-36ª. A presença de sintomas depressivos foi avaliada utilizando-se a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo ≥ 11. Amostras de sangue foram coletadas em cada trimestre da gestação, e o soro foi analisado para determinar a composição de ácidos graxos utilizando o método de cromatografia gasosa com sistema robotizado de alta eficiência. As análises foram conduzidas utilizando modelos lineares de efeitos mistos (artigo 1) e modelos logísticos com intercepto aleatório (artigo 2). Resultados: As concentrações absolutas de ácidos graxos apresentaram maior aumento do 1º para o 2º trimestre comparado ao ligeiro aumento do 2º para o 3º trimestre. IMC no início da gestação, intervalo interpartal e consumo semanal de peixe foram os fatores associados com as mudanças nas concentrações dos ácidos eicosapentaenoico (EPA) + docosahexaenoico (DHA) e total de ácidos graxos da série n-3. IMC no início da gestação, idade e renda per capita foram inversamente associados com a razão n-6/n-3 enquanto o consumo de álcool foi positivamente associado. No modelo logístico ajustado, maiores variações nas concentrações dos ácidos EPA, DHA, docosapentaenoico n-3 (DPA) e total de ácidos graxos da série n-3 para uma mulher específica durante a gestação foram associadas com menor chance de sintomas depressivos enquanto a razão n-6/n-3 representou uma maior chance de sintomas depressivos, após ajuste para potenciais fatores de confusão. Conclusão: Identificar fatores de risco associados com mudanças prospectivas nas concentrações de ácidos graxos séricos é importante para melhorar o planejamento da gestação. A menor renda per capita estar positivamente associada com a razão n-6/n-3 sugere que ações efetivas devem ser direcionadas às classes socioeconômicas mais baixas. Além disso, a associação entre menores variações nas concentrações de ácidos graxos da série n-3 e maior chance de sintomas depressivos durante a gestação destaca a atenção para um grave problema de saúde pública muitas vezes ignorado por profissionais de saúde.
Palavras-chave: Estudo prospectivo, Ácidos graxos essenciais, Sintomas depressivos, Gestação, Análises longitudinais.
Título: EFEITO DA INGESTÃO DE QUERCETINA SOBRE O DESEMPENHO MUSCULAR E VIAS DE HIPERTROFIA/ATROFIA EM MÚSCULO ESQUELÉTICO DE RATOS WISTAR
Autor: Jessica De Oliveira Bouviere
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/2/2015
Resumo:
Palavras-chave:
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE FATORES SOCIODEMOGRÁFICOS, HÁBITOS DE VIDA, EXCESSO DE PESO E PRESSÃO ARTERIAL ELEVADA EM POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA
Autor: Talita Barbosa Domingos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/16/2014
Resumo: A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), caracterizada pela elevação da Pressão Arterial (PA), é uma doença de prevalência elevada na população brasileira, sendo importante avaliar os fatores relacionados ao seu desenvolvimento. Assim, o presente estudo tem como objetivo identificar os fatores sociais e os hábitos de vida em população de baixa renda relacionados com a elevação da PA. Utilizou-se dados de estudo transversal de base populacional realizado em 2010, com 1.529 adultos (19-59,9 anos) do município de Duque de Caxias/RJ. A PA elevada foi classificada de acordo com a VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão (2010). Os fatores sociodemográficos considerados foram: idade, escolaridade, cor da pele, situação conjugal, renda per capita, classificação econômica, consumo de água tratada e Insegurança Alimentar (IA). Os hábitos de vida avaliados incluíram o tabagismo, ingestão de bebidas alcoólicas, consumo de frutas e verduras, o número de refeições diárias e excesso de peso. Adotou-se modelo hierárquico considerando as variáveis relacionadas aos determinantes básicos, intermediários e imediatos da elevação da PA. As associações foram estimadas por regressão de Poisson, obtendo Razões de Prevalência (RP) e seus respectivos IC 95%. A caracterização da amostra mostrou prevalência de 29,1 % de indivíduos com PA elevada, 39,8 % com renda per capita entre meio e um salário mínimo e 86,7% nas classes econômicas C/D/E. Em relação aos hábitos de vida o não consumo de frutas e verduras foi relatado respectivamente por 45,2% e 32,4% dos indivíduos, 31,0% dos entrevistados realizavam até três refeições diárias, e o excesso de peso foi observado em 62,5% dos indivíduos. Esse trabalho identificou associação da PA elevada entre adultos acima de 50 anos (RP=1,62 IC=1,09-2,41), que referiram baixa frequência de consumo de frutas (RP=1,37 IC=1,07-1,74), com excesso de peso (RP=1,70 IC=1,31-2,20) e com menor consumo de refeições diárias (RP=1,72 IC=1,21-2,43). Foi identificada relação do consumo de refeições diárias, do baixo consumo de frutas e do excesso de peso com a elevação da pressão arterial, sendo interessante estudar os mecanismos envolvido nessa associação.
Palavras-chave: : Pressão Arterial, Excesso de peso e Hábitos alimentares
Título: AVALIAÇÃO DOS RECURSOS PARA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL EM RESTAURANTES COMERCIAIS DE UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA DO RIO DE JANEIRO
Autor: Camila Batista Rodrigues
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/16/2014
Resumo: O ambiente nutricional dos campi universitários parece influenciar a qualidade da dieta dos estudantes e diversos estudos mostram que este, de modo geral, apresentase desfavorável à promoção da alimentação saudável, pois inclui barreiras para a escolha de opções mais saudáveis. Portanto, a avaliação dos fatores que podem favorecer ou limitar a alimentação saudável nesses ambientes é de grande importância. Desta forma, este estudo teve como objetivo avaliar os recursos disponíveis para a promoção da alimentação saudável em restaurantes comerciais dentro do principal campus universitário da UFRJ. Primeiramente, um instrumento para avaliar serviços de alimentação (IASA) foi desenvolvido e testado através da confiabilidade interobservador e reprodutibilidade. Depois, foram identificadas as barreiras e os facilitadores para a promoção da alimentação saudável em 54 estabelecimentos no campus Ilha do Fundão. A maioria dos itens avaliados (53%) obteve concordância interobservador variando de moderada a alta (0,40 a 1,00). A reprodutibilidade teve valores de concordância mais elevados: 63% dos itens apresentaram kappa que variou de bom a elevado (0,60 a 1,00). Os serviços de alimentação permissionários analisados caracterizaram-se por apresentarem muitas barreiras para a alimentação saudável como baixa disponibilidade de frutas e de alimentos integrais e com baixos teores de açúcar e gordura. Além disso, havia oferta elevada de alimentos fritos e ricos em açúcar e gordura. Observou-se, também, que estímulo ao consumo saudável era reduzido enquanto que o estímulo ao consumo não saudável era incentivado pela exposição de sinalizações/notas/displays. Este trabalho tem como principal resultado a elaboração de questionário avaliado psicometricamente, o qual pode ser considerado adequado para a avaliação de ambientes nutricionais em serviços de alimentação comerciais. Tal como observado em outros campi universitários, o campus analisado, caracterizou-se pela presença de barreiras para a promoção da alimentação saudável, indicando a necessidade de estudos que explorem as possibilidades de modificação desse ambiente no sentido da promoção da alimentação saudável.
Palavras-chave:
Título: DESEMPENHO DA AVALIAÇÃO SUBJETIVA GLOBAL PRODUZIDA PELO PACIENTE (ASG-PPP) NO PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM CÂNCER AVANÇADO EM CUIDADOS PALIATIVOS
Autor: Emanuelly Varea Maria Wiegert
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/15/2014
Resumo: A desnutrição é frequente em pacientes com câncer, repercutindo em depleção de massa magra, diminuição da capacidade funcional, redução da qualidade de vida e da sobrevida. Dessa forma, a avaliação nutricional deve ser realizada em todas as fases da doença permitindo intervenção adequada que vise melhorar ou manter o estado nutricional. A Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP) é um método subjetivo de avaliação nutricional desenvolvida e validada para pacientes oncológicos. Esse estudo objetivou avaliar seu valor prognóstico em pacientes com câncer avançado em cuidados paliativos. Foi realizado um estudo clínico observacional, com uma coorte de 120 pacientes que internaram na unidade de cuidados paliativos do Instituto Nacional de Câncer (INCA) durante o mês de novembro de 2012. O estado nutricional foi avaliado pela ASG-PPP e os pacientes classificados subjetivamente como: bem nutridos (A), moderadamente desnutridos (B) ou gravemente desnutridos (C), além dessa classificação, baseado no somatório dos itens deste instrumento foi gerado um escore numérico. A capacidade funcional foi medida por meio do Karnofsky Performance Status (KPS), com valores de 20 a 100% (quanto maior a pontuação, melhor a capacidade funcional). Para a análise da sobrevida os pacientes foram categorizados em dois grupos ≤30 ou >30 dias. De acordo com a ASG-PPP, 94,2% (n=113) da amostra foi considerada moderadamente ou gravemente desnutrida (B e C), com um escore médio de 21,1 (±6,1) pontos e aproximadamente 89,2% (n=107) possuía KPS ≤50% no momento da avaliação. Observou-se que o estado nutricional foi significativamente associado com a capacidade funcional (p=0,0009). Os pacientes bem nutridos (A) apresentaram sobrevida significativamente maior que os desnutridos B (p=0,021) e C (p=0,013), porém não houve diferença significativa entre os desnutridos moderados e graves B e C (p=0,61). O melhor ponto de corte da pontuação da ASGPPP (≥20 pontos) para a ocorrência de óbito foi determinado por meio da curva ROC (Receiver Operator Characteristic). A área sobre a curva foi de 0,63 (IC 95%: 0,53- 0,73; p=0,015), com sensibilidade de 59,4% e especificidade de 53,6%. De acordo com a análise multivariada a pontuação total da ASG-PPP (p=0,045) e o KPS: 20-30% (p=0,015) e 40-50% (p=0,031) foram preditores independentes para a sobrevida. Os resultados deste estudo demonstraram que a ASG-PPP apresentou informação prognóstica que pode contribuir para a intervenção nutricional adequada nesta população.
Palavras-chave: Avaliação nutricional. Neoplasia. Cuidados paliativos. Prognóstico. Sobrevida.
Título: EFEITO DO PROCESSAMENTO TÉRMICO E DA DIGESTÃO SIMULADA IN VITRO SOBRE O CONTEÚDO DE COMPOSTOS BIOATIVOS E A CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE UM RISOTO DE ESPECIARIAS
Autor: Marcelo Chaves De Azevedo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/11/2014
Resumo: Vegetais apresentam substâncias chamadas compostos bioativos, cujo consumo frequente é considerado um componente-chave na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis. Muitos destes compostos são encontrados em ervas e especiarias aromáticas utilizadas cotidianamente na culinária. Dentre as especiarias mais utilizadas na culinária, encontram-se a cúrcuma, a pimenta-do-reino e a pimenta-vermelha, cujos compostos bioativos curcumina, piperina e capsaicina, respectivamente, têm sido alvos de diversas pesquisas relacionando-os com benefícios à saúde. Entretanto, o processamento térmico pelo qual as especiarias são submetidas durante o preparo de alimentos, associado ao processo de digestão, são fatores que podem interferir no teor dos compostos bioativos presentes nas mesmas. O objetivo deste trabalho foi elaborar um risoto de especiarias contendo cúrcuma, pimenta-preta e páprica picante e avaliar o efeito da digestão in vitro sobre o teor de compostos bioativos e a capacidade antioxidante. Para o desenvolvimento desta preparação foram avaliadas três diferentes marcas de cada especiaria, adquiridas no mercado varejista do Rio de Janeiro, sendo escolhida aquela que apresentou o maior conteúdo de compostos bioativos. Após as análises, verificou-se que o conteúdo de curcumina, capsaicina e piperina encontrados nas especiarias em pó foram menores que os relatados na literatura. Quanto ao potencial antioxidante, os resultados mostraram que as três diferentes especiarias estão de acordo com a literatura, sendo a cúrcuma a especiaria com potencial antioxidante mais elevado entre as três. Em relação ao risoto de especiarias, a cocção por cinco minutos resultou em redução de aproximadamente 25% no teor de curcuminoides, 31% na piperina e o teor de capsaicina não foi alterado. Na amostra digerida, nenhuma capsaicina foi detectada e as perdas observadas tanto nos curcuminoides quanto na piperina foram mais elevadas, em média 95% para os curcuminoides e 40% para a piperina. Concluiu-se que tanto o processamento térmico como o processo digestório são determinantes para o conteúdo de compostos bioativos. Dessa forma, sugere-se novos estudos para verificação da possibilidade de formação de metabólitos desses compostos ao longo da cocção e da digestão.
Palavras-chave: Cúrcuma, Pimenta-do-Reino, Capsicum, Oryza Sativa, Tratamento Térmico, Digestão, Cromatografia Líquida.
Título: GASTO ENERGÉTICO BASAL DE ADOLESCENTES BRASILEIROS ATLETAS DE PENTATLO MODERNO: ESTUDO DE CONCORDÂNCIA ENTRE EQUAÇÕES PREDITIVAS E CALORIMETRIA INDIRETA
Autor: Luiz Lannes Loureiro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/10/2014
Resumo: O principal componente do gasto energético total (GET) é o gasto energético basal (GEB) que pode ser calculado por meio de diversas equações preditivas disponíveis na literatura. Entretanto, equações preditivas para GEB muitas vezes não são adequadas a população estudada, necessitando o uso de métodos específico, como a calorimetria indireta (CI) considerada padrão ouro. A estimativa precisa das necessidades energéticas é crucial para o desempenho físico ideal entre os atletas, por isso tivemos o objetivo de analisar a concordância entre o GEB de adolescentes pentatletas medido pela CI e estimados pelas equações preditivas. Vinte e oito atletas (17 homens e 11 mulheres) foram avaliados usando CI e as equações de predição de Harris e Benedict (HB), Cunningham (CUN), Henry e Rees (HR) e FAO/WHO/UNU (FAO). A correlação entre variáveis antropométricas e CI foi analisada por meio de Teste T e Índice de Correlação Intraclasse (ICC), enquanto a concordância entre CI e equações preditivas foram avaliadas de acordo com os gráficos de Bland-Altman e concordância-sobrevivência. A média do GEB obtida por CI diferiu da FAO, considerando toda a amostra (p
Palavras-chave: Gasto Energético Basal, Calorimetria Indireta, Equações Preditivas, Atletas, Adolescentes, Pentatlo Moderno.
Título: SENTIDOS E SIGNIFICADOS DE MULHERES NO CICLO GRAVÍDICOPUERPERAL SOBRE O CUIDADO NUTRICIONAL PRÉ-NATAL EM DIABETES
Autor: Raphaela Correa Monteiro Machado
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/3/2014
Resumo: A presente dissertação pautada na abordagem qualitativa constitui um estudo do tipo descritivo e representa a 3a etapa do projeto intitulado “Contribuições teórico-práticas para a assistência pré-natal de gestantes diabéticas”, que foi desenvolvido no período de 2011-2014 pelo Grupo de Pesquisa em Saúde Materna Infantil, vinculado ao Instituto de Nutrição Josué de Castro da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O estudo aborda questões socioculturais no campo da saúde, destacando caminhos para estudar a concepção e práticas acerca do cuidado nutricional destinado a mulheres gestantes com diagnóstico de diabetes, assistidas em uma maternidade pública federal no Rio de Janeiro, RJ, Brasil. O interesse sobre o tema partiu da convivência da pesquisadora com essas mulheres ao constatar as implicações da dimensão simbólica do cuidado nutricional a elas destinado. Participaram 17 puérperas adultas e com diagnóstico de diabetes prévio ou gestacional. A observação participante e entrevistas semiestruturadas foram aplicadas para a construção dos dados empíricos. Os referenciais analíticos adotados foram a Hermenêutica de Profundidade (HP) proposta por John B. Thompson (2011) e uma adaptação da Análise de Conteúdo (AC) proposta por Bardin (2008), em sua modalidade temática. Os resultados foram apresentados em dois manuscritos, cujos títulos incluem: “A gestante e o processo de viver com diabetes mellitus” e “A dimensão simbólica do cuidado nutricional pré-natal em diabetes”, cada artigo respondendo a um objetivo específico do estudo. Os principais resultados evidenciaram o diabetes na gestação como um evento marcante para as mulheres, considerando principalmente as possíveis complicações à saúde do bebê e as restrições alimentares impostas, sendo o diabetes reconhecido como doença da disciplina. A condição de refém do diabetes foi reformulada pela gestante a partir do acesso e compreensão do cuidado. O cuidado nutricional baseado no Método Tradicional ou Método de Contagem de Carboidrato foi compreendido como uma oportunidade de reeducação alimentar, porém, algumas gestantes defenderam o seu direito de comer à vontade. O emagrecimento foi considerado por algumas gestantes como desejável, ainda que contrariasse o aconselhado pelos nutricionistas. As gestantes adotaram basicamente o plano alimentar padrão, utilizando pouco da lista de substituição de alimentos. Referiram eventuais transgressões alimentares, consentidas em pequenas porções. Desenvolveram habilidade para leitura de rótulos em embalagens de alimentos favorecendo escolhas alimentares conscientes. O açúcar representou uma interdição, inclusive para gestantes acompanhadas pelo MCC. Alimentos contendo sacarose foram compreendidos como menos nocivos à saúde, quando comparados ao açúcar de adição. O termo adesão flutuante ao cuidado nutricional retrata a vivência da mulher ao longo da gestação, fruto de mudanças cotidianas, mesmo na vigência de um bom acompanhamento nutricional e interesse por parte da gestante. Concluiu-se que a vivência do diabetes na gestação e do cuidado nutricional pré-natal é única para cada mulher e apresenta múltiplos sentidos capazes de influenciar o desfecho da gestação. O nutricionista deve, então, buscar compreender a dimensão simbólica dessa condição, a fim de individualizar o cuidado e interagir com a mulher-gestante de forma holística enxergando-a para além de sua condição clínica.
Palavras-chave: CUIDADO PRÉ-NATAL. ALIMENTAÇÃO NA GRAVIDEZ. DIABETES MELLITUS. PESQUISA QUALITATIVA.
Título: CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DA JABUTICABA (MYRCIARIA JABOTICABA) E PROCESSAMENTO DE SEU SUCO POR ALTA PRESSÃO HIDROSTÁTICA
Autor: Kim Ohanna Pimenta Inada
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/1/2014
Resumo: A jabuticaba (Myrciaria jaboticaba) é uma fruta nativa da Mata Atlântica Brasileira. Embora apresente compostos bioativos e características sensoriais desejáveis, a alta perecibilidade da fruta limita o seu uso comercial. A alta pressão hidrostática é um método de conservação de alimentos não-térmico que preserva as qualidades nutricionais e sensoriais normalmente perdidas durante os processos com temperaturas elevadas. Portanto, o presente trabalho teve como objetivo determinar a atividade antioxidante (ensaios FRAP, TEAC e ORAC), os teores de compostos fenólicos, antocianinas e flavonoides totais por métodos espectrofotométricos, avaliar o perfil de compostos fenólicos, carotenoides e tocoferóis e os teores de ácido ascórbico por cromatografia líquida de alta eficiência, e a composição centesimal e mineral dessa fruta e de suas frações (casca, polpa, semente e resíduo). Além disso, foi investigado o efeito do processamento por alta pressão hidrostática sobre a atividade antioxidante, os teores de compostos fenólicos, a qualidade microbiológica e a aceitação sensorial do suco de jabuticaba. A fruta inteira e as frações casca, semente e resíduo podem ser consideradas fontes de fibras (31,8 a 38,4 %) e apresentaram elevada atividade antioxidante e teores de compostos bioativos. Já a polpa, apresentou elevados teores de potássio, podendo ser considerada fonte de manganês, cobre e ferro. Pela primeira vez na literatura, carotenoides e tocoferóis foram identificados na jabuticaba e os resultados sugerem que a fruta pode ser considerada fonte moderada de β-caroteno (873,2 µg/100 g base seca). A cianidina-3-O-glicosídeo foi o composto fenólico encontrado em maior quantidade na casca e no resíduo, enquanto a miricetina foi predominante na semente e na polpa. Os sucos foram tratados em diferentes níveis de pressão (200 e 500 MPa) e tempos de pressurização (5 e 10 minutos), com um ponto central (350 MPa/7,5 minutos). A pressurização por 350 MPa por 7,5 minutos foi capaz de garantir a qualidade microbiológica e preservar os teores de compostos bioativos e a atividade antioxidante do suco, sem diferenças nos atributos de aceitação impressão global, aparência e textura, assim como na intenção de compra. Os resultados encontrados sugerem que a jabuticaba apresenta potencial de comercialização devido à sua elevada qualidade nutricional e de compostos bioativos e destacam a possibilidade de utilização da alta pressão hidrostática na indústria de alimentos como alternativa aos métodos térmicos de conservação.
Palavras-chave: compostos fenólicos, atividade antioxidante, carotenoides, vitamina C, planejamento fatorial completo, qualidade microbiológica, aceitação sensorial.
Título: MUDANÇAS TEMPORAIS NA PREVALÊNCIA DE COMPORTAMENTOS DE RISCO PARA TRANSTORNOS ALIMENTARES EM ADOLESCENTES RESIDENTES NA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Autor: Danilo Dias Santana
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/1/2014
Resumo: Phenolic compounds, antioxidant activity, carotenoids, ascorbic acid, full factorial design, microbiological quality, sensory acceptance.
Palavras-chave: Comportamentos de risco para transtornos alimentares, excesso de peso, adolescente.
Título: QUALIDADE LIPÍDICA DOS ALIMENTOS CONSUMIDOS PELA POPULAÇÃO DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL: DADOS DA PESQUISA DE ORÇAMENTOS FAMILIARES (POF) EM 2008-2009
Autor: Henrique Rhamnusia De Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/29/2014
Resumo: Introdução: A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) fornece dados sobre o hábito alimentar das famílias, que nas últimas décadas teve prevalência no consumo de alimentos industrializados, normalmente com alta densidade energética proveniente de lipídios e possível fonte de ácidos graxos trans (AGT). A qualidade lipídica é reflexo da transição alimentar, que influiu na obesidade populacional e é fator importante para desenvolvimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Em virtude desta questão de saúde pública, a legislação brasileira obriga declarar teores de ácidos graxos saturados (AGS) e AGT nos rótulos de alimentos. Sabe-se que a composição dos ácidos graxos (AG) dietéticos varia conforme fonte lipídica obtida na alimentação. Com a ingestão de ácidos essenciais linoléico (ω-6) e alfa linolênico (ω-3), há conversão destes em AG de cadeia longa, precursores dos eicosanóides, que tem ação sobre as membranas, processos de inflamação, infecção e modulação do sistema imune. A relação ideal entre AG ω-6/ω-3 é a mais próxima de 1:1, portanto é essencial o equilíbrio destes nas fontes lipídicas. Objetivos: Determinar teores de umidade, gordura total, composição de AG e qualidade nutricional de alimentos industrializados selecionados a partir de dados da POF. Identificar e quantificar os diferentes grupos de AG por Cromatografia Gás-Líquido (CGL). Avaliar a relação ω-6/ω-3 e comparar informações nutricionais descritas na rotulagem com valores analisados. Métodos: Os alimentos foram selecionados os mais consumidos com base nos dados da POF 2008-2009. Sua aquisição foi realizada em 6 grandes redes varejistas de acesso popular localizadas na cidade do Rio de Janeiro. Foram escolhidas 2 marcas comerciais de 16 alimentos industrializados, totalizando 32 alimentos, sendo obtidos 3 lotes diferentes, contendo 5 unidades do alimento estudado. Definiram-se 5 grupos: óleos e gorduras; derivados de leite; derivados de carne, preparações prontas e biscoitos. Após homogeneização, as amostras foram analisadas em duplicata para determinação de umidade, gordura total e preparação dos ésteres metílicos dos ácidos graxos (FAMEs) para avaliação da composição dos AG em cromatógrafo gás-líquido. Resultados: Em conformidade com a rotulagem: margarina MQ, sorvete SNK, batata ondulada BOR, as marcas de batata palha, farofa e salgadinho de milho e todos do grupo Derivados de Carne. Não conformidade: queijo mozzarella QMT, queijo minas padrão QPBP e as marcas de manteiga e hamburguer, com AGT superior a 0,2g na porção. Queijo QMPS não declara trans no rótulo e peito de peru PPSE informa não conter gordura saturada, ambos presentes nas análises. Declaração de itens não obrigatórios e teores em 100g no rótulo foi verificada em algumas marcas, sendo positivo para elucidação do consumidor. Derivados lácteos demonstram alto teor AGS, com AG insaturados predominando nos demais alimentos, em geral ricos em AG ω-6. Gordura láctea confere perfil mais favorável na relação ω-6/ω-3, próxima de 1:1; sendo a razão mais desfavorável da batata palha BPV, de 101:1. A maioria dos alimentos indicou elevado aporte calórico oriundo dos lipídios na porção de consumo, sendo acima de 80Kcal para linguiça LPP, batata palha BPEC, queijo QPBP e marcas de batata ondulada. Conclusão: A escolha dos ingredientes tem relevante importância no perfil dos AG e qualidade lipídica. A maioria dos alimentos informou ausência de AGT, mas foram identificados nas análises, conteúdos acima de 0,2g nas porções de consumo. Derivados lácteos apresentam trans naturais, que legislação não diferencia daqueles com origem industrial. Aporte calórico e relação ω-6/ω-3 foram altos para maioria dos produtos, com perfil e qualidade lipídica distintos entre algumas marcas devido composição dos ingredientes em sua confecção, sendo verificado uso de fontes alternativas, como a gordura interesterificada. Fonte lipídica nem sempre é especificicada nos rótulos e nem porção de consumo é esclarecedora, indicando valores de medida pouco práticas ao consumidor. Análise por CGL permitiu identificar com precisão os AG presentes nos alimentos e a fonte lipídica utilizada.
Palavras-chave: alimentos industrializados, ácidos graxos trans, rotulagem nutricional
Título: CONSUMO DE BEBIDAS NÃO ALCOÓLICAS E FATORES ASSOCIADOS EM ADOLESCENTES DE ESCOLAS PÚBLICAS E PRIVADAS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO
Autor: Raissa Resende Fernandes
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/28/2014
Resumo: O consumo de bebidas não alcoólicas aumentou ao longo do tempo, principalmente entre os adolescentes, sendo associado a diversos agravos à saúde, especialmente o excesso de peso. O objetivo deste trabalho é avaliar o consumo de bebidas não alcoólicas (refrigerantes, suco de fruta industrializado e natural, chá/mate, café, leite, refresco de guaraná) descrevendo os fatores associados a este consumo e a correlação entre o consumo de diferentes bebidas. Trata se de análise dos dados de base do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA). Foram investigados adolescentes do sexto ano do ensino fundamental e do primeiro ano do ensino médio de escolas duas públicas e quatro privadas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Avaliou-se a associação entre as variáveis independentes (variáveis sociodemográficas, econômicas, de estilo de vida, hábitos de refeições e marcadoras de qualidade da dieta) e o consumo das bebidas não alcoólicas examinadas. Foi analisada a correlação entre a frequência de consumo diário das bebidas não alcoólicas ajustando pelo consumo calórico total. Foram utilizados modelos de regressão logística multinomial para estimar a associação (Odds Ratio [OR] e Intervalo de Confiança de 95% [IC95%]) entre as variáveis de exposição em estudo e a frequência de consumo de cada uma das bebidas não alcoólicas (variável dependente). Todos os modelos foram ajustados por sexo e idade, sendo incluídas em cada modelo as variáveis que apresentaram p
Palavras-chave: adolescentes, bebidas não alcoólicas, bebidas com adição de açúcar, estilo de vida, qualidade da dieta.
Título: AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DE VITAMINA A E SUA RELAÇÃO COM COMPOSIÇÃO CORPORAL EM ADOLESCENTES
Autor: Juliana Agricola De Queiroz
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/28/2014
Resumo: Objetivo: Relacionar o estado nutricional de vitamina A com a composição corporal de adolescentes. Métodos: Foram avaliados 219 adolescentes entre 10 e 19 anos, atendidos no Centro de Referência do Adolescente, Macaé, RJ. A maturação sexual foi avaliada segundo estágios puberais de Tanner. A antropometria incluiu peso, estatura, medidas de circunferência, dobras cutâneas e a bioimpedância elétrica. O sobrepeso foi caracterizado naqueles com Índice de Massa Corporal (IMC) entre percentil 85 e percentil 97, e obesos naqueles no percentil > 97, segundo a Organização Mundial de Saúde (2007). O percentual de gordura corporal foi classificado segundo Lohman (1992). A concentração sérica de retinol e beta-caroteno foi quantificada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detector ultravioleta, com < 1,05 µmol/L indicando inadequação de retinol e ≤ 40 µg/dL, de beta-caroteno. A correlação entre IMC e concentrações de beta-caroteno e retinol foi realizada pelo coeficiente de correlação de Pearson. Análise de regressão logística multivariada identificou os preditores independentes para alteração da concentração de vitamina A. Resultados: A prevalência de sobrepeso segundo o IMC foi de 15,5% e de obesidade, 20,1%, em ambos os sexos. A inadequação da circunferência da cintura (CC) foi de 21,9%, sendo significativamente maior entre 10 a 14 anos. A média de beta-caroteno foi significativamente menor naqueles com excesso de peso. Aqueles com inadequação de beta-caroteno apresentaram média significativamente maior de todas as medidas de circunferência realizadas, dobras cutâneas e massa de gordura. Houve correlação negativa e significativa entre o beta-caroteno e todas as variáveis de adiposidade analisadas. A concentração de retinol correlacionou-se negativa e significativamente com as variáveis peso corporal (r = -0,169; p = 0,012), circunferência do braço (r = – 0,135; p = 0,046) e CC (r = -0,144; p = 0,034). Adolescentes com beta-caroteno e CC inadequados apresentaram 26,2 vezes (OR = 26,2; IC95%: 6,1 – 113) e 6,9 vezes (OR = 6,9; IC95%: 1,5 – 33), respectivamente, maior chance de apresentar deficiência de vitamina A (DVA). Conclusão: O excesso de peso apresentou correlação inversa com concentrações séricas de beta-caroteno e retinol. A inadequação da CC foi variável preditora da DVA. Houve relação entre a inadequação da composição corporal e do percentual de gordura com a DVA. A adiposidade corporal pode representar uma causa importante de depleção de vitamina A, além de poder ser considerada um fator agravante da DVA.
Palavras-chave: vitamina A, beta-caroteno, retinol, composição corporal, adolescentes.
Título: DIETA HIPERPROTEICA E SUA INFLUÊNCIA NO GASTO ENERGÉTICO, PERDA DE PESO, COMPOSIÇÃO CORPORAL E MARCADORES METABÓLICOS EM HOMENS OBESOS
Autor: Anna Lucia Andrade Santos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/28/2014
Resumo: O aumento da proteína da dieta pode promover redução da massa corporal (MC), manutenção da massa livre de gordura (MLG), sendo uma estratégia no controle da adiposidade, porém ainda existem controvérsias quanto à composição destas dietas e seus efeitos na obesidade e suas complicações. O objetivo do estudo foi avaliar a influência da dieta hiperproteica e hipocalórica no gasto energético (GE), MC, composição corporal, glicemia, lipemia e marcadores de função e lesão renal e hepática, em homens obesos. Trata-se de um ensaio clínico randomizado, de intervenção, crossover, simples cego, com período de washout de1 semana, no qual 6 homens com diagnóstico de obesidade foram submetidos em momentos distintos na pesquisa a duas intervenções dietéticas, ambas hipocalóricas, sendo uma rica em proteína de origem animal (superior a 20% do valor energético total VET), e a outra normoproteica (15% do VET). Antes e após cada intervenção foi avaliado o GE por circuito aberto de calorimetria indireta, variáveis laboratoriais, antropométricas e da composição corporal, bem como a ingestão dietética e o nível de atividade física. Houve redução da MC e da MLG (kg) após intervenção normoproteica, e o perímetro de cintura (PC) reduziu em ambas as intervenções. O padrão dietético hiperproteico consumido pelos voluntários não alterou a glicemia, o perfil lipídico e os marcadores de função e lesão renal e hepática de homens obesos.
Palavras-chave: obesidade, dieta hiperproteica, composição corporal, gasto energético, glicemia, lipemia, função renal e hepática.
Título: INFLUÊNCIA DA INGESTÃO DE FRUTOSE E GLICOSE NA HOMEOSTASE GLICÊMICA, TRIGLICERIDEMIA, LEPTINEMIA, GLUCAGONEMIA E SENSAÇÕES RELACIONADAS COM A INGESTÃO ALIMENTAR EM INDIVÍDUOS COM DIABETES MELLITUS TIPO 1
Autor: Erika Dos Santos Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/27/2014
Resumo: Introdução: Indivíduos com diabetes relatam preferência inata por alimentos doces, sendo a frutose amplamente utilizada pela indústria alimentícia por induzir menores concentrações glicêmicas pós-prandiais, comparada à glicose. No entanto, sua ingestão excessiva pode promover alterações lipêmicas. O estudo teve como objetivo avaliar, de forma aguda, a influência da ingestão de frutose e glicose na glicemia, trigliceridemia, leptinemia, glucagonemia e sensações relacionadas com a ingestão alimentar em indivíduos com diabetes mellitus tipo 1 (DM1). Métodos: Trata-se de um ensaio clínico simples cego, randomizado em delineamento crossover e período de washout que variou de 1 a 5 semanas, o qual avaliou 11 voluntários adultos com diagnóstico de DM1, pacientes do ambulatório de Nutrologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho. Após jejum noturno de oito horas, os voluntários realizaram avaliação da glicemia capilar, antropométrica, das sensações relacionadas com a ingestão alimentar e coleta de sangue para avaliação da glicemia, lipemia, leptinemia e glucagonemia. Na sequência, os mesmos receberam as soluções constituídas de 200 mL de água e 75g de frutose (F) ou glicose (G) cristalinas. As sensações relacionadas com a ingestão alimentar e a glicemia capilar foram reavaliadas em diferentes tempos pósprandiais e, após 180 minutos, se procedeu a coleta de sangue para avaliação laboratorial. Resultados: Foi verificado aumento de glicemia após ingestão das duas soluções, sendo maior aquela influenciada por G. Nenhuma das soluções proporcionou aumento da trigliceridemia. Além disso, a ingestão de G resultou em maior plenitude gástrica, o que pode ser explicado pela sua curva glicêmica com aumento mais acentuado do que o da curva de F. Ambas as soluções reduziram a leptinemia e somente F aumentou a glucagonemia, sem diferença entre soluções. Conclusão: É possível que F seja um adoçante de escolha para uso de indivíduos com DM1, por proporcionar menor incremento na glicemia e não alterar a trigliceridemia e a saciedade. A elevação do glucagon em F poderia influenciar no controle glicêmico, portanto, são necessários outros estudos que confirmem esta relação, principalmente em longo prazo, para que seu uso se torne, realmente, confiável.
Palavras-chave: diabetes mellitus tipo 1, frutose, glicose, glicemia, trigliceridemia, leptinemia, glucagonemia, ingestão alimentar
Título: SEMENTE DE LINHAÇA (“LINUM USITATISSIMUM”) COMO FONTE DE ÁCIDOS GRAXOS POLI-INSATURADOS N-3 EM MODELO EXPERIMENTAL DE HIPÓXIA-ISQUEMIA PERINATAL
Autor: Daniela De Barros Mucci
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/27/2014
Resumo:
Palavras-chave:
Título: MICROENCAPSULAMENTO DE SULFATO FERROSO: APERFEIÇOAMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO, CARACTERIZAÇÃO E APLICAÇÃO EM UMA PREPARAÇÃO TÍPICA BRASILEIRA
Autor: Bruna Soares Ferreira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/13/2014
Resumo: A fortificação alimentar tem sido vista como uma abordagem prática e de melhor custo-benefício no controle da deficiência de ferro. É nessa perspectiva que a técnica de microencapsulamento de micronutrientes está se consolidando como alternativa promissora, já que, além de possibilitar o mascaramento de possíveis sabores indesejáveis do material encapsulado, também o protege contra agressões do meio externo, aumentando seu tempo de prateleira e viabilidade de consumo. Micropartículas de sulfato ferroso foram desenvolvidas em estudo anterior, porém, o longo processo de produção poderia torná-lo oneroso para fins de mercado. Assim, o objetivo deste trabalho foi aperfeiçoar a produção de micropartículas de sulfato ferroso por spray drying, utilizando proteína vegetal como matriz encapsulante, assim como caracterizá-la e avaliá-la sensorialmente. Além do aperfeiçoamento do processo de produção, com substituições de duas etapas pela apertização, as micropartículas foram avaliadas quanto ao rendimento, morfologia, distribuição do tamanho, interação do núcleo com a matriz encapsulante, composição centesimal, quantificação de ferro por fluorescência de raios-x e absorção atômica, além da análise microbiológica, na qual foram investigados bolores e leveduras, bactérias heterotróficas mesófilas, coliformes fecais e totais, assim como Salmonella sp., Bacillus cereus e Staphylococcus aureus. As micropartículas também foram analisadas sensorialmente por 113 provadores não treinados, por meio dos de comparação múltipla, de aceitabilidade para os atributos cor, consistência, sabor e aspecto global e o de percepção para sabores amargo e metálico, utilizando como veículo o feijão preto cozido com diferentes concentrações de ferro (1, 3 e 6% da IDR de adultos). Para todos os testes foram utilizadas escalas estruturadas de 9 pontos. As amostras foram oferecidas em blocos completos, balanceados casualizados. Os dados obtidos na análise química foram tratados com estatística descritiva, e os obtidos na análise sensorial foram tratados estatisticamente pela análise de variância ANOVA one-way. As médias do teste discriminativo foram submetidas ao teste de médias de Dunnet, e as do teste de aceitabilidade e percepção foram avaliadas por meio teste de Tukey, ambos ao nível de 5% de significância (p < 0,05). A adaptação do processo de produção foi bem sucedida e gerou micropartículas com rendimento e morfologia semelhantes ao processo anterior. A análise da distribuição do tamanho mostrou que as micropartículas apresentam distribuição mediana (d(0,5)) igual a 11,45 µm, e a análise em FT-IR mostrou não haver mudança química resultante da interação entre as moléculas do material de parede com o ferro durante o processo de secagem. A composição centesimal encontrada foi de 5,15% de umidade, 8,77% de resíduo mineral fixo, 67,51% de proteína, 1,91% de lipídio e 16,67% de carboidrato. Foram encontrados 1,3% de ferro nas micropartículas, representando uma retenção de 66% do material ativo. Os resultados da análise microbiológica mostraram que o processo foi eficiente para obter micropartículas com adequado padrão microbiológico. As amostras com as menores concentrações de ferro (A e B) receberam as melhores avaliações para todos os aspectos. O sabor metálico foi levemente mais percebido que o sabor amargo em todas as amostras. A fortificação de feijão preto cozido com micropartículas de ferro é viável e pode ser um adjuvante no controle da deficiência de ferro.
Palavras-chave: Microencapsulamento, spray drying, concentrado proteico de ervilha, sulfato ferroso, fortificação, Phaseolus vulgaris, análise sensorial.
Título: FATORES ASSOCIADOS À INSATISFAÇÃO COM A IMAGEM CORPORAL EM ADOLESCENTES PARTICIPANTES DO ESTUDO LONGITUDINAL DE AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE ADOLESCENTES- ELANA
Autor: Giulia Xavier De Carvalho
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/25/2014
Resumo: Atualmente o culto ao corpo se intensificou em diversos locais, inclusive no Brasil e a expectativa das pessoas em atingir os padrões de beleza, muitas vezes irreais, gera insatisfação com a imagem corporal e está associada à comportamentos potencialmente causadores de danos a saúde. Nesse contexto, a adolescência merece destaque como um dos grupos mais vulneráveis à pressão para ter um corpo belo e aceito por seus pares em um momento no qual grandes alterações corporais estão ocorrendo. Desta forma é importante investigar os fatores que podem estar mais associados à insatisfação com a imagem corporal (IIC) a fim de identificar os subgrupos de maior risco para o problema. O presente estudo tem por objetivo examinar a associação entre IIC e fatores socioeconômicos, físicos, antropométricos, de estilo de vida e exposição ao teasing relacionado ao corpo em adolescentes. Trata-se de estudo transversal, exploratório, em que se analisaram os dados obtidos na linha de base de estudantes do ensino médio, participantes do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA), desenvolvido em duas escolas públicas e quatro escolas privadas da região metropolitana do Rio de Janeiro. A insatisfação com a Imagem Corporal foi avaliada pela Escala de Silhuetas Corporais, com base na diferença entre a imagem auto avaliada pelo adolescente como a sua imagem atual e a imagem que gostaria de ter. As associações foram avaliadas por análises bivariadas e multivariadas, por meio de regressão logística polinomial hierarquizada, estimando-se as odds ratios (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Foram avaliados 1019 adolescentes entre 13 a 19 anos e destes 75,1% demonstraram IIC, sendo que 41,4% desejavam ter silhueta menor e 33,7% desejavam ter silhueta maior do que a auto percebida como a atual. Apresentaram maior chance para o desejo de ter uma silhueta menor, as meninas (OR 2,61 IC95%1,79-3,81; p
Palavras-chave: Adolescentes, Imagem corporal, Insatisfação corporal.
Título: CONTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS FONTE PARA A INGESTÃO DIETÉTICA HABITUAL ESTIMADA DE METILXANTINAS NO BRASIL E NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Juliana De Paula Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/9/2014
Resumo: Cafeína, teobromina e teofilina são metilxantinas, encontradas na natureza, principalmente no café, chá, mate e cacau. As metilxantinas, sobretudo a cafeína, são as substâncias estimulantes mais consumidas em todo o mundo e apresentam efeitos estimulantes sobre o sistema nervoso central. O café é a principal fonte de cafeína entre os alimentos e devido aos efeitos psicoativos desta substância, há, muitas vezes, certo preconceito quanto ao seu consumo, não sendo de total conhecimento da população que outros alimentos, como por exemplo, chás, chocolates e refrigerantes, altamente consumidos pela população em geral, contêm concentrações consideráveis destas substâncias. Os objetivos do presente trabalho de dissertação foram: avaliar os teores de metilxantinas em alimentos fonte consumidos no Brasil e estimar sua contribuição para a ingestão dietética habitual desses compostos no Brasil e no município do Rio de Janeiro. Análises de 215 amostras comerciais de alimentos fonte de metilxantinas foram realizadas em sistema HPLC-DAD-fase reversa. Para avaliação do consumo de metilxantinas, dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (2008-2009) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foram utilizados. Além disso, um Questionário de Frequência de Consumo de Alimentos fonte de metilxantinas (QFCA) foi aplicado em uma amostra (n=2120) da população do município do Rio de Janeiro. A cafeína foi a única metilxantina identificada em todas as amostras; a teobromina, foi identificada nas amostras de mate verde e tostado, derivados de cacau, refrigerantes de cola, refrigerantes de guaraná e bebidas energéticas; já a teofilina, foi somente identificada nas amostras de derivados de cacau. A bebida de café solúvel apresentou os maiores teores de cafeína (269.0 ± 11.7 mg/100mL), enquanto o de refrigerante de guaraná, os menores (0.4 ± 0.1 mg/100mL). O chocolate meio amargo apresentou os maiores teores médios de teobromina e teofilina (1036.8 ± 136.4 e 7.8 ± 2.1 mg/100g, respectivamente). Com base nos dados de consumo alimentar nacional de crianças, adolescentes, adultos e idosos de ambos os sexos, de diferentes regiões do país e faixas de renda, coletados pelo IBGE (2008-2009), pode-se dizer que o café foi o alimento que mais contribuiu para a ingestão de metilxantinas na alimentação dos brasileiros, representando cerca de 84% do consumo. Ainda, observou-se que os idosos foram os maiores consumidores de metilxantinas (cerca de 151 mg/dia), que a Região Sul é a que mais consome metilxantinas (cerca de 167 mg/dia), devido ao elevado consumo de mate por meio do chimarrão. Os dados coletados com a aplicação dos QFCA mostraram que além do café, vários alimentos estimulantes são consumidos diariamente por todos os grupos investigados, sendo sua contribuição para o consumo de metilxantinas também significativa, variando de acordo com a faixa etária. Os alimentos estimulantes que mais contribuíram para a ingestão de metilxantinas entre os indivíduos adultos do sexo feminino foram o chocolate ao leite (18.5%) e a bebida de mate pronta para consumo (9.6%) e no sexo masculino foram o café puro (17.8%) e a bebida energética (9.0%). No grupo das crianças de ambos os sexos, a bebida láctea achocolatada (19.3%, 21.6%) e o refrigerante de cola (12.6%, 9.6%) foram os alimentos que mais contribuíram para a ingestão de metilxantinas por crianças do sexo feminino e masculino, respectivamente. Entre os adolescentes do sexo feminino, o chocolate ao leite (19.1%), o refrigerante de cola (11.2%) e a bebida láctea achocolatada (8.1%); e entre os do sexo masculino o chocolate ao leite (16.9%), refrigerante de cola (12.4%) e bebida energética (8.6%) foram os alimentos que mais contribuíram para a ingestão dessas substâncias. Considerando a população idosa, as fontes tradicionais de cafeína, como o café, por exemplo, apresentaram maior contribuição; café puro (18.4% e 16.8%) e café com leite (14.8% e 13.5%) foram os alimentos que mais contribuíram para o consumo total de metilxantinas de idosos do sexo feminino e masculino, respectivamente. Pode-se estimar pelos dados obtidos com os QFCA, que adultos do sexo masculino foi o grupo que mais consumiu metilxantinas (272±53.2mg/dia) e cafeína (190.8±63.7mg/dia), enquanto que as crianças de ambos os sexos, foram os menores consumidores de metilxantinas (213.3±83.5mg/dia) e cafeína (115.7±2.3mg/dia). Por outro lado, esse mesmo grupo foi o maior consumidor de teobromina. Ressalta-se a importância de divulgar na população a considerável contribuição de alimentos diferentes do café para a ingestão total de metilxantinas na alimentação, especialmente em relação às crianças.
Palavras-chave: metilxantinas, cafeína, teobromina, teofilina, café, chás, mate, cacau.
Título: AVALIAÇÃO DAS ROTINAS PERIOPERATÓRIAS E SUA RELAÇÃO COM A RECUPERAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA EM PACIENTES COM TUMORES GINECOLÓGICOS DO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
Autor: Daiane Spitz De Souza
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/3/2014
Resumo: Objetivo: Avaliar a rotina perioperatória no cuidado de pacientes submetidas a cirurgias abdominais para tratamento de tumores ginecológicos e relacionar com intercorrências digestivas e complicações no período pós-operatório. Métodos: 91 mulheres com diagnóstico de tumor de colo do útero, ovário ou endométrio, submetidas a cirurgias abdominais de grande porte foram prospectivamente acompanhadas do período pré-operatório até a alta hospitalar. Foram coletados dados da rotina perioperatória, como utilização e tipo de preparo de cólon, tempo de jejum, realimentação no período pós-operatório, técnica anestésica, utilização de opióides e hidratação venosa (HV). Os desfechos observados foram: náuseas, vômitos e distensão abdominal; data da primeira eliminação de flatos e evacuação; data de início de dieta por via oral (VO), evolução de consistência, infecção do sítio cirúrgico e tempo de internação no período pós-operatório. O diagnóstico do estado nutricional foi realizado através do Índice de Massa Corporal. Nas análises, foi adotado o nível de significância de 5%. Resultados: A mediana do tempo de jejum pré-operatório foi de 11,4 horas. O tempo de jejum pré-operatório, a utilização de opióides no intraoperatório e a técnica anestésica não se associaram com intercorrências gastrointestinais no período pós-operatório (p>0,05). Não houve registro de infecção do sítio cirúrgico até a alta hospitalar. O início da dieta por VO ocorreu predominantemente no 1º dia de pós-operatório (DPO) (72%), cerca de 80% dos v pacientes eliminou flatos no 1º ou 2ºDPO e mais da metade apresentou alta hospitalar sem ter evacuado, esta alta ocorrendo predominantemente no 3ºDPO. As intercorrências digestivas ocorreram em 46,2% das pacientes, independente do estado nutricional (p=0,152) e da data de início da dieta por VO (p=0,715). A consistência do início da dieta por VO não se relacionou a frequência de intercorrencias digestivas (p>0,05) e 50,5% evoluiu para dieta de consistência branda até o 2º DPO. Constatou-se redução significativa no período de internação hospitalar nas pacientes que iniciaram a dieta no 1ºDPO quando comparado ao 2ºDPO (p=0,011). O preparo mecânico de cólon com manitol implicou em maior HV no intraoperatório (p=0,005) e associou-se significativamente com a maior incidência de náuseas no pós-operatório imediato (p=0,046). Pacientes que relataram náuseas no pós-operatório imediato também receberam significativamente mais colóide no intraoperatório (p=0,049). A mediana de HV total e cristalóide foram significativamente maiores nas pacientes que apresentaram distensão abdominal no 1º e 2ºDPO. Observou-se associação significativa entre a administração de fluidos acima de 10mL/Kg/h com a ocorrência de distensão abdominal no 2ºDPO (p=0,036). Quando considerado o ponto de corte de 30mL/Kg e a administração de opióides no período pós-operatório, constatou-se associação estatisticamente significativa com intercorrências digestivas (p<0,05). Segundo a curva ROC, a carga hídrica capaz de determinar maior tempo de permanência hospitalar no pós-operatório foi quatro litros. Conclusão: A realização de preparo mecânico de cólon, a HV excessiva no período perioperatório, assim como a prescrição de opióides no período pós-operatório são fatores que parecem estar relacionados ao aumento das intercorrências digestivas na população estudada. A realimentação precoce e o uso racional da HV constituem importantes estratégias para a redução do tempo de permanência hospitalar.
Palavras-chave: cirurgia, ginecologia, neoplasias, hidratação, assistência perioperatória.
Título: EFEITO DO ÓLEO DE COCO NA REGULAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL, LIPEMIA, GLICEMIA E GASTO ENERGÉTICO EM HOMENS OBESOS
Autor: Barbara Maria Da Cunha Regis
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/27/2014
Resumo: A qualidade dos lipídios da dieta pode influenciar variáveis relacionadas com a obesidade e co-morbidades, representando possível alternativa no controle dessas doenças de importante impacto na saúde pública. O óleo de coco extra virgem é fonte de triglicerídeos de cadeia média (TCM) e tem sido utilizado no tratamento da obesidade e suas complicações. O objetivo deste estudo é a avaliar o efeito desse óleo na regulação da composição corporal, lipemia, glicemia e gasto energético (GE) de homens obesos. Trata-se de um estudo de intervenção, randomizado e simples cego, realizado com 26 homens, alocados aleatoriamente em dois grupos, que receberam orientações nutricionais por 60 dias e 15 mL de suplemento de óleo de coco extra virgem (G1, n=14) ou óleo de soja (G2, n=12). As variáveis antropométricas e laboratoriais assim como o GE foram avaliadas após jejum de 12 horas, antes e após 60 dias de intervenção. Tanto G1 quanto G2 reduziram o perímetro da cintura (PC) e a massa gorda (MG) e aumentaram a massa livre de gordura (MLG), porém somente G1 reduziu a massa corporal (MC), sem diferença entre grupos. Não houve influência do óleo de coco extra virgem sobre o GE, glicemia e lipemia. A ingestão dietética dos grupos foi hipocalórica e hiperlipídica. O óleo de coco em associação com orientações nutricionais objetivando ingestão hipocalórica parece capaz de reduzir a MC sem alterações na glicemia e lipemia, porem são necessários estudos adicionais para confirmação destes resultados.
Palavras-chave: Obesidade. Óleo de coco. Triglicerídeo de cadeia média. Composição corporal. Glicemia. Lipemia.
Título: ESTADO NUTRICIONAL DE VITAMINA D EM GESTANTES PREVIAMENTE SUBMETIDAS À GASTROPLASTIA REDUTORA COM RECONSTITUIÇÃO EM Y DE ROUX
Autor: Marina Carneiro Da Silva Medeiros
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/26/2014
Resumo: Introdução: A gestação pós-bariátrica é a associação de duas condições que podem propiciar o desenvolvimento de deficiências nutricionais, como a de vitamina D, que possui implicações sobre o aparecimento de uma série de efeitos adversos para o grupo maternoinfantil. Objetivo: Avaliar o estado nutricional de vitamina D e sua relação com o cálcio iônico, paratormônio (PTH), antropometria materna e resultado perinatal em gestantes submetidas previamente à gastroplastia redutora com reconstituição em Y de Roux (GRYR). Métodos: Estudo longitudinal e prospectivo realizado no período de março de 2010 a julho de 2013 com 46 gestantes adultas (> 20 anos) que realizaram GRYR antes da gestação. As pacientes receberam suplementação via oral diária com 850 mg de carbonato de cálcio e 600 UI de vitamina D3. Foram avaliadas as concentrações séricas de vitamina D (25(OH)D), cálcio e PTH por trimestre gestacional. O estado de vitamina D foi classificado em deficiência (≤ 20 ng/mL), insuficiência (≥ 21 e < 29 ng/mL) e suficiência (≥ 30 e < 100 ng/mL). Foram coletados dados sobre antropometria materna, intercorrências gestacionais, tipo de parto e resultado perinatal. Resultados: A média de idade das gestantes foi de 30,57 ± 4,59 anos. A prevalência de deficiência de vitamina D foi de 30,4% no 1º trimestre, 19,6% no 2º trimestre e 39,1% no 3º trimestre e o percentual de inadequação (deficiência + insuficiência) foi acima de 70% durante toda gestação. A prevalência de inadequação de cálcio foi de 15,2% no 1º e 2º trimestres e 20% no 3º trimestre, enquanto a de PTH foi de 19,6%, 30,4% e 32,6% no 1º, 2º e 3º trimestres, respectivamente. Foi observada correlação negativa significativa entre as concentrações de cálcio e PTH no 2º e 3º trimestre e diferença significativa entre as concentrações de 25(OH)D (p=0,036) desses dois trimestres. Foi encontrada associação da 25(OH)D com infecção do trato urinário, mas não com cálcio, PTH, antropometria materna, tipo de parto e peso e idade gestacional ao nascer. Conclusão: As gestantes pós-GRYR apresentaram elevada prevalência de inadequação sérica de 25(OH)D durante a gestação e não foi observada associação entre o estado de vitamina D e as variáveis de estudo. Apesar das altas taxas de inadequação da vitamina não terem afetado negativamente o resultado perinatal, não se deve excluir sua possível influência sobre eventos futuros desfavoráveis para os conceptos.
Palavras-chave:
Título: AVALIAÇÃO DO PERFIL DE COMPOSTOS FENÓLICOS E VOLÁTEIS NA FARINHA DE GOIABA VERMELHA E SUA APLICAÇÃO NA PRODUÇÃO DE PÃES COM POTENCIAL FUNCIONAL.
Autor: Mabel Gomes Dias Lago
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/25/2014
Resumo:
Palavras-chave:
Título: MICROENCAPSULAMENTO DO SUCO DE CAJU (ANACARDIUM OCCIDENTALE, L.) POR SPRAY DRYING, ANÁLISE DOS COMPOSTOS ANTIOXIDANTES E ESTABILIDADE
Autor: Paola Daianne Da Silva Maia
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/21/2014
Resumo: Este trabalho teve como objetivo avaliar o microencapsulamento do suco de caju (Anacardium occidentale, L.) por spray drying usando diferentes proporções de matrizes encapsulantes (ME) maltodextrina (M), capsul (C) e maltodextrina (M)/capsul (C) em diferentes concentrações de sólidos totais (ST), 10 e 15 %. As micropartículas foram avaliadas quanto ao percentual de retenção de ácido ascórbico, polifenois totais, umidade, rendimento, solubilidade, tamanho de partículas e microscopia eletrônica de varredura (MEV). Todas as micropartículas apresentaram 100% de solubilidade, os melhores resultados foram das micropartículas com maiores proporções de sólidos totais (15%) e pela mistura das matrizes encapsulantes (M) e (C). Quando comparada à utilização da matriz encapsulante de forma isolada, o capsul foi a matriz encapsulante que apresentou os melhores resultados em relação a maltodextrina. As micropartículas com (50:50) % M:C (15 % de ST) e (40:60) % M:C (15% de ST) apresentaram os melhores resultados quanto à retenção de ácido ascórbico, polifenois totais, além de boas propriedades físicas e melhor rendimento, mostrando potencial no desenvolvimento de produtos com relevância a saúde humana. As micropartículas formuladas com (40:60) % M:C, 100% M e 100% C, em 15% de ST, foram selecionadas para o estudo de estabilidade. As micropartículas foram armazenadas por 90 dias, em temperatura ambiente (22 °C) e protegidas da luz. As micropartículas foram caracterizadas quanto ao percentual de retenção de ácido ascórbico em quatro tempos: t0 (controle), t15, t30, t60 e t90 após sua produção. A redução do percentual de ácido ascórbico nas micropartículas só foi significativo no tempo 90º dia de armazenamento.
Palavras-chave: caju, maltodextrina, Capsul®, Atividade Antioxidante, ácido ascórbico, microencapsulação, spray drying, sucos de frutas em pó, frutas tropicais.
Título: ENCAPSULAMENTO DE ÁCIDO LINOLEICO CONJUGADO (CLA) POR SPRAY-DRYING
Autor: Andre Mesquita Magalhaes Costa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/11/2014
Resumo: O encapsulamento do CLA pode ser empregado para aumentar a estabilidade do nutriente e o enriquecimento/fortificação de alimentos com o mesmo, visando à promoção de saúde. O processo de microencapsulamento é afetado pela composição da matriz encapsulante (ME). Embora existam materiais de parede (MP) já estabelecidos, há uma intensa busca por novos materiais com propriedades distintas. O objetivo geral deste trabalho foi microencapsular CLA utilizando proteínas de ervilha na forma isolada (IPE) ou concentrada (CPE) como únicas constituintes da ME ou associadas à maltodextrina (M), ou carboximetilcelulose (CMC). Foram secas em spray-drying 10 formulações contendo 3,7% de sólidos totais, nas formulações com CMC, e 8,6% nas demais. Os componentes da ME e a razão núcleo:ME variaram nas formulações sendo: 1) CLA:IPE (1:2); 2) CLA:CPE (1:2); 3) CLA:IPE (1:3); 4) CLA:CPE (1:3); 5) CLA:IPE (1:4); 6) CLA:CPE (1:4); 7) CLA:M:IPE (1:1:3); 8) CLA:M:CPE (1:1:3); 9) CLA:CMC:IPE (1:1:3); e 10) CLA:CMC:CPE (1:1:3). As micropartículas produzidas foram caracterizadas quanto a: retenção de CLA, por CG, eficiência de microencapsulamento (EM), tamanho de partícula (difração à laser) e teor umidade. Todas as formulações apresentaram valores satisfatórios de retenção de CLA e de umidade. No entanto, as micropartículas revestidas por CPE apresentaram maiores valores de EM (p<0,05). Embora a adição de carboidratos na ME tenha aumentado a EM, a presença de CMC nas formulações foi responsável por aumentar a dispersão na distribuição no tamanho das mesmas. As formulações CLA:CPE (1:4) e CLA:M:CPE (1:1:3) apresentaram os resultados mais promissores e foram analisadas quanto a: espectroscopia de infravermelho (FTIR), estabilidade térmica (TGA), calorimetria diferencial de varredura (DSC), solubilidade, dispersibilidade e morfologia (MEV). Além disso, a estabilidade oxidativa do CLA foi determinada durante dois meses à temperatura ambiente pela produção de compostos voláteis e variação da concentração de CLA e do seu perfil de isômeros. O microencapsualmento não alterou a estabilidade térmica do CLA. As micropartículas de CLA:M:CPE (1:1:3) apresentaram superfície com menor grau de rugosidade e ausência de aglomeração. Além disso, demonstraram maiores valores de solubilidade, dispersibilidade e temperatura de transição vítrea (Tg). A concentração de CLA e o perfil de isômeros não variou durante o teste de estabilidade nas duas formulações. Dentre os compostos voláteis identificados, o heptanal foi utilizado como marcador da oxidação de CLA, havendo um incremento significativo de sua concentração nos primeiros 30 dias nas duas micropartículas e com manutenção dessas concentrações até o final do estudo. Portanto, a utilização de proteínas de ervilha no microencapsulamento de CLA foi eficaz em manter o mesmo estável durante dois meses à temperatura ambiente. Embora a adição de M na ME não tenha influenciado a estabilidade oxidativa das partículas, a presença do carboidrato melhorou as características físico-químicas, viabilizando a inserção das micropartículas em diversos alimentos. Além disso, os resultados presentes nessa dissertação demonstram uma nova aplicação das proteínas de ervilha, um MP natural, de baixo custo, sustentável e hipoalergênico.
Palavras-chave: CLA, MICROENCAPSULAMENTO, SPRAY-DRYING, CONCENTRADO PROTEICO DE ERVILHA, MALTODEXTRINA, CARBOXIMETILCELULOSE, OXIDAÇÃO LIPÍDICA.
Título: PERFIL LIPÍDICO SÉRICO E SINTOMAS DEPRESSIVOS EM GESTANTES ATENDIDAS EM UM SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Marcella Martins Alves Teofilo
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/27/2014
Resumo: Introdução: O perfil lipídico sérico está associado com depressão na população adulta. Entretanto, esta associação durante o período gestacional ainda é pouco clara. Objetivo: Avaliar a associação entre lipídios séricos e sintomas depressivos durante a gestação. Métodos: Trata-se de uma coorte prospectiva de 238 gestantes acompanhadas entre a 5-13ª, 20-26ª e 30-36ª semanas de gestação. Os sintomas depressivos foram avaliados usando a Escala de Depressão Pós-parto de Edinburgh (EPDS). Concentrações séricas (mg/dL) de triglicerídeos, colesterol total, lipoproteínas de baixa e alta densidade (LDL-c; HDL-c) foram a principal exposição. Estado marital (casada/solteira), atividade física (ativa e muito ativa/pouco ativa e muito pouco ativa), gravidez não planejada (não/sim), IMC prégestacional (< 25/ ≥ 25 kg/m2 ), diagnóstico de transtornos mentais (sim/não) e ideação suicida atual (sim/não) foram considerados potenciais confundidores. As análises foram realizadas por meio de um modelo de regressão linear de efeitos mistos (LME). Resultados: A média do escore da EPDS (IC 95%) diminuiu ao longo dos trimestres de gestação [1º: 8,89 (IC95% = 8,28 – 9,51), 2º: 7,32 (IC95% = 6,67 – 7,97) e 3º: 7,08 (IC 95% = 6,41 – 7,74). As concentrações de HDL-c foram inversamente associadas com mudanças no escore da EPDS (β = -0,080, IC 95% = -0,157 – -0,002), enquanto que mulheres pouco ativas (β = 1,288, 95% CI = 0,630 – 1,946), solteiras (β = 1,348, 95% CI = 0,163 – 2,534), que não tinham desejo de engravidar (β = 1,922, 95% CI = 0,714 – 3,131), com diagnóstico positivo de transtorno de ansiedade generalizada (β = 2,139, 95% CI = 0,410 – 3,868) e ideação suicida atual (β = 1,927, 95% CI = 0,596 – 3,258) apresentaram associação com os maiores escores da EPDS. Nenhuma associação foi observada entre outras frações lipídicas e escore da EPDS. Conclusão: Concentrações de HDL-c foram inversamente associadas com mudanças nos sintomas depressivos ao longo da gestação, mesmo após ajuste para fatores socioeconômicos, demográficos, ambientais, nutricionais, bioquímicos e de saúde mental.
Palavras-chave: Depressão, Lipídios, Estudos de coorte, Gestação, Saúde mental
Título: PROMOÇÃO DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ENTRE ATLETAS ADOLESCENTES EM UM CENTRO DE TREINAMENTO DE PENTATLO MODERNO NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Elisa Mello Feital
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/24/2014
Resumo: Recentemente encontra-se um elevado número de atletas adolescentes em treinamento nas Vilas Olímpicas no estado do Rio de Janeiro. O Pentatlo Moderno é um esporte que envolve 5 modalidades: esgrima, natação, hipismo, evento combinado de corrida e tiro esportivo. Tal fato exige longos períodos de treinamento e, consequentemente, os atletas fazem refeições em estabelecimentos próximos ao local que treinam. Desta forma, é necessário que estes locais forneçam preparações de qualidade, de modo que, ocorra promoção de alimentação saudável para esse público. O Objetivo desse trabalho foi promover alimentação saudável entre atletas adolescentes de Pentatlo Moderno proporcionando a oferta de lanches balanceados na cantina do centro de treinamento. Fizeram parte do estudo 30 atletas adolescentes, de ambos os sexos, com idade de 15 ± 3,17 anos, peso 56,7 ± 10,60 Kg e estatura de 166,1 ± 0,10 cm. O desenvolvimento dessa pesquisa se deu por meio da identificação da qualidade nutricional e compra dos alimentos comercializados na cantina pelos atletas; elaboração e implementação de lanches saudáveis; comparação do custo e da aceitabilidade dos lanches propostos por meio da análise sensorial: escala hedônica facial de 5 pontos e teste discriminativo de comparação múltipla; análise e comparação do consumo alimentar e de lanches pelos métodos R24h, RA3D e QFA. Os lanches que foram elaborados possuíam um custo acessível e uma boa aceitação pelos atletas, logo revelaram a possibilidade de implementação na cantina. O consumo alimentar de energia e macronutrientes manteve-se adequado ao longo do estudo, entretanto, o consumo de micronutrientes estava abaixo dos valores recomendados. Com a oferta de lanches, os atletas passaram a levar porções adequadas de alimentos e a consumir frutas e hortaliças. Portanto, é de extrema importância a oferta de lanches saudáveis na rotina diária de atletas e imprescindível a presença do nutricionista no acompanhamento da elaboração dessas preparações. Por fim, deve-se existir a conscientização dos pais para a oferta de frutas e hortaliças no ambiente domiciliar
Palavras-chave: pentatlo moderno, consumo alimentar, adolescentes, atletas, alimentação saudável.
Título: REPERCUSSÕES DO CONSUMO PROLONGADO DE FRUTOSE SOBRE O EFEITO ANOREXÍGENO CENTRAL DA INSULINA
Autor: Viviane Wagner Ramos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/21/2014
Resumo: A crescente prevalência de obesidade no mundo coincide com a elevação da ingestão de frutose pela população, veiculada principalmente em refrigerantes e bebidas adoçadas. O consumo aumentado deste carboidrato associa-se a desordens metabólicas que podem comprometer o sistema nervoso central. A insulina age no hipotálamo inibindo a ingestão alimentar, e tendo em vista as evidências científicas que associam o consumo deste carboidrato a prejuízos aos sistemas que regulam a ingestão alimentar, hipotetizamos que consumo durante 8 semanas de solução de frutose a 20% é capaz de alterar a ação anorexígena hipotalâmica da insulina e sinalizar a contribuição deste monossacarídio no desenvolvimento da obesidade por interferência no controle hipotalâmico da ingestão alimentar. Para isso, ratos Wistar aos 30 dias de vida, foram divididos nos grupos controle (C) e frutose (F). Ambos os grupos foram tratados com livre acesso a ração comercial e água (C) ou solução de frutose (F). Durante este período foi avaliada a ingestão alimentar, hídrica e energética de 24h e o ganho de massa corporal Aos 90 dias de vida foi analisado no hipotálamo a resposta anorexígena à insulina, o teor do receptor de insulina (IR), do substrato do receptor de insulina 1 (IRS-1) e das formas fosforiladas das proteínas IR (p-IR) e Akt (p-Akt). Verificamos que não houve diferença significativa na massa corporal entre os grupos e o consumo de ração do grupo frutose foi menor, contudo este apresentou maior consumo energético na maior parte das semanas. Diferentemente do grupo C, os ratos F não responderam a ação anorexígena central da insulina, bem como apresentaram teores hipotalâmicos maiores das proteínas IR, IRS-1 e p-Akt. Os resultados confirmam a hipótese de que o tratamento crônico com solução de frutose a 20% é capaz de modificar a ação anorexígena hipotalâmica da insulina em ratos Wistar. Contudo, o aumento no teor de importantes proteínas da via insulínica sugere uma adaptação compensatória com vistas a manter a funcionalidade e atividade satisfatória da via, o que não foi sustentado pelo teor do p-IR, o qual de certa forma parece contribuir na limitada atividade da via, considerando a ação deficitária da insulina no hipotálamo promovida pelo consumo de frutose.
Palavras-chave: frutose, sinalização insulínica, hipotálamo, ingestão alimentar, receptor de insulina, proteína Akt.
Título: IMPACTO DA INTERVENÇÃO NUTRICIONAL PELO MÉTODO DA CONTAGEM DE CARBOIDRATOS EM COMPARAÇÃO AO MÉTODO TRADICIONAL SOBRE OS DESFECHOS PERINATAIS EM GESTANTES COM DIABETES MELLITUS PRÉVIO À GESTAÇÃO E FATORES PREDITIVOS DO PESO AO NASCER DOS FILHOS DESTAS GEST
Autor: Larissa Mello De Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/11/2014
Resumo: Objetivou-se no presente trabalho avaliar os efeitos da intervenção dietética pelo método da contagem de carboidratos (MCC) em comparação ao método tradicional (MT) sobre os desfechos perinatais em gestantes com diabetes mellitus (DM) prévio à gestação (DM tipo 1, DM tipo 2 e outros tipos específicos de DM), além de identificar os fatores preditivos do peso ao nascer dos filhos destas gestantes. Trata-se de um estudo analítico do tipo ensaio clínico, não randomizado controlado realizado com 74 gestantes com DM prévio à gestação que receberam a primeira consulta com nutricionista antes da 28ª semana gestacional. A população do estudo foi constituída por dois grupos, construídos por conveniência, os quais receberam a terapia nutricional (TN) por meio de dois métodos de orientação dietética distintos: o grupo 1 – G1 (n=36) foi o grupo controle histórico acompanhado pelos nutricionistas da maternidade em estudo e que recebeu a TN por meio do MT e o grupo 2 – G2 (n=38) que recebeu a intervenção nutricional pelo MCC. Todas receberam TN individualizada e foram acompanhadas pela equipe multiprofissional do pré-natal especializada em DM, composta por obstetra, endocrinologista, oftalmologista, nutricionista e enfermeiro e demais profissionais como psicólogos, assistentes sociais e fisioterapeutas, quando necessário. As gestantes de ambos os grupos tinham características similares no baseline, sendo o único diferencial entres eles, o método de orientação dietética e as médias das variáveis: idade materna (p=0,013) e índice de massa corporal (IMC) prégestacional (p=0,009), que foram maiores no G2, sendo estas diferenças controladas na análise. Na avaliação do impacto dos métodos de orientação dietética testados, verificou-se que a chance de ocorrência dos desfechos de interesse no estudo foram semelhantes entre os grupos: inadequação do ganho de peso gestacional (Odds ratio – OR =1,184 IC 95%=0,455-3,083), parto cirúrgico (OR=3,556 IC 95%= 0,874-14,468), presença de intercorrências gestacionais (OR=1,071 IC 95% = 0,354-3,242) e no recém-nascido (OR= 2,261 IC 95% =0,601–8,505), além das condições ao nascer: parto pré-termo (OR=1,731 IC 95% = 0,543–5,515); macrossomia fetal (OR=1,163 IC 95% = 0,321-4,204) e recém-nascido grande para a idade gestacional – GIG (OR=1,000 IC 95%=0,328-3,052). O risco de descontrole glicêmico foi 14,0 vezes mais alto para o G2 (OR=14,0 IC 95% =1,601-122,334) no primeiro trimestre gestacional, não havendo diferença no segundo e no terceiro trimestre (p>0,05). A média de glicemia pós-prandial de 1h no 2º trimestre foi significantemente maior para o G2 (p=0,036), não havendo diferença entre os grupos nos demais trimestres (p>0,05). As variáveis preditoras do peso ao nascer foram: idade materna no parto (ß= -41,038; p
Palavras-chave: terapia nutricional. cuidado pré-natal. diabetes mellitus. gravidez. resultado da gravidez. peso ao nascer.
Título: PROTEÍNA C-REATIVA (PCR) COMO MARCADOR DE RISCO PARA O NASCIMENTO PRÉ-TERMO: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA E METANÁLISE
Autor: Raquel Franca Claro
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/16/2013
Resumo: Objetivos: Avaliar a associação entre as concentrações da proteína C-reativa (PCR) na gestação e a ocorrência do nascimento pré-termo (NPT). Métodos: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura (RSL), seguida de metanálise, cujos artigos foram identificados por meio das bases de dados eletrônicas Medline, Scopus, Web of Science e Embase. A odds ratio (OR) [com intervalo de confiança (IC) de 95%] foi a medida sumária utilizada. As análises foram realizadas distinguindo-se as amostras da PCR avaliadas no sangue materno e no líquido amniótico. A avaliação da qualidade foi realizada utilizando-se um instrumento especificamente desenvolvido para o estudo e adaptado com base nas recomendações da Cochrane. A heterogeneidade foi investigada por meio das estatísticas I 2 e Q. Resultados: Dezoito estudos foram incluídos na RSL e dezesseis na metanálise. A razão de chances entre a PCR nos 4,886 controles e nas 780 mulheres que apresentaram NPT foi de 1,88 (IC 95%: 1,28-2,76; Q: 40,46; I 2 :75,3%) para a PCR avaliada no sangue materno (soro/plasma). Para as amostras do líquido amniótico, a OR observada foi de 4,91 (IC 95%: 1,87-12,85; Q: 9,27; I 2 : 56,9%) para uma amostra de 697 controles e 74 casos de NPT. A heterogeneidade entre os estudos foi elevada (Q=55,76; I 2 = 73,1%), porém foi minimizada quando os artigos de influência foram excluídos das análises. Conclusão: O presente estudo sugere que mulheres com níveis elevados de PCR na gestação, apresentam risco aumentando para o NPT. Estudos que considerem a avaliação longitudinal da PCR na gestação e de alta qualidade são necessários para tentar corroborar a associação entre PCR e NPT.
Palavras-chave: Proteína C-Reativa – análise, nascimento pré-termo, gestantes, Metanálise como Assunto.
Título: DESENVOLVIMENTO DE UM PRODUTO ALIMENTÍCIO PARA ATLETAS RICO EM PROTEÍNA DE ERVILHA (PISUM SATIVUM L.) E CARBOIDRATOS.
Autor: Renata Baratta Dos Passos
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/13/2013
Resumo: RESUMO: O presente estudo tem como objetivo o desenvolvimento de um produto alimentício com consistência em gel para atletas que seja rico em proteína de ervilha (Pisum sativum), obtida através de um concentrado proteico de ervilha (CPE) e carboidratos. O estudo está pautado na necessidade de reposição de nutrientes em atletas submetidos a esforço físico vigoroso e de longa duração. A ervilha mostrou-se uma fonte de proteína alternativa a proteína animal, por ser rica em nutrientes e ser um produto de menor custo para produção. Foram obtidos 3 CPE de diferentes marcas e caracterizados quanto a composição centesimal e parâmetros físico-químicos. O CPE 3 mostrou-se mais adequado para o desenvolvimento de um produto alimentício para atletas, por ter alta concentração de proteína e características sensoriais favoráveis a obtenção de um produto de qualidade. O produto alimentício desenvolvido foi caracterizado quanto à composição centesimal e valor calórico e quanto à viscosidade aparente, demonstrando a característica pseudoplástica esperada para um gel verdadeiro. Posteriormente o produto foi submetido à análise sensorial para aceitação e intenção de compra, sendo comparado a um produto em gel existente no mercado com proteína de origem animal em sua composição. O produto alimentício com proteína de ervilha apresentou índice de aceitabilidade maior que 70% para 3 dos 6 atributos sensoriais testados, sendo aceitação global o mais importante, indicando que o produto foi bem aceito pelos provadores. No entanto a intenção de compra ainda gerou dúvida entre 50% dos provadores, mostrando que existem parâmetros a serem aprimorados para melhorar a aceitação. A utilização de ervilha para o desenvolvimento de um produto alimentício para atletas é viável e inovador, pois a ervilha é uma fonte proteica de fácil obtenção e baixo custo e seu uso pode beneficiar a indústria alimentícia.
Palavras-chave: Proteína, Ervilha, gel, Pisum sativum, Atletas.
Título: ANÁLISE DO CARDÁPIO, DE COMPOSTOS BIOATIVOS E DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE: FOCO EM UMA PREPARAÇÃO DE BRÓCOLIS (BRASSICA OLERACEA ITALICA) OBTIDA EM UMA UNIDADE DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO HOSPITALAR
Autor: Bianca Freitas Sermarini
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 12/11/2013
Resumo: Estudos epidemiológicos e experimentais vêm demonstrando relação inversa entre o consumo de alimentos vegetais e a incidência de doenças crônicas não transmissíveis. O objetivo do estudo foi avaliar o cardápio, quantificar glicosinolatos e seus produtos de hidrólise e a capacidade antioxidante de extrato vegetal de brócolis (Brassica oleracea italica) oriundo do processo produtivo de refeições em uma Unidade de Alimentação e Nutrição (UAN) hospitalar. A análise da frequência de preparações foi realizada de acordo com o método de avaliação da qualidade das preparações do cardápio (AQPC). No cardápio mensal da UAN hospitalar foi verificada a presença de 100% de vegetais em todos os 28 dias, além de identificar elevada incidência de Brassicas, o que correspondeu a 45 preparações no cardápio, sendo que preparações que continham o brócolis repetiram seis vezes. A coleta de amostras foi realizada em uma UAN hospitalar, nos períodos de safra e entressafra, em todas as etapas do processo produtivo, desde o armazenamento até a distribuição da preparação aos pacientes. O extrato vegetal de brócolis obtido em todas as etapas do processo produtivo foi utilizado para quantificação de polifenóis solúveis e hidrolisáveis analisados por espectrofotometria, para a capacidade antioxidante avaliada por diferentes métodos, como: radical DPPH (2,2-difenil-2- picril-hidrazila), FRAP (ensaio do poder de redução do ferro) e ORAC (capacidade de absorção do radical oxigênio) e para a identificação de compostos voláteis por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG/EM). As amostras obtidas em todas as etapas do processo produtivo, que compreendeu desde a matéria-prima (brócolis in natura) até a preparação brócolis ao alho e óleo apresentaram variada capacidade antioxidante demonstrada pelos três métodos analisados. Ademais, os teores de polifenóis obtiveram correlação com os métodos de capacidade antioxidante utilizados no presente estudo, exceto para capacidade antioxidante por FRAP, no qual o coeficiente de correlação linear foi negativo. Produtos de degradação de glicosinolatos, como isotiocianatos e nitrilas estavam presentes nas amostras de brócolis fresco e congelado, porém ao longo do processo produtivo, sugere-se ter ocorrido volatilização, uma vez que na preparação obtida por meio de forno combinado (90ºC) não foram identificados glicosinolatos e sim seus produtos de hidrólise. Como conclusão, verificamos que o brócolis in natura apresentou uma maior quantidade de compostos bioativos e o processo produtivo proporciona uma diminuição nas substâncias presentes neste vegetal
Palavras-chave: Brócolis, capacidade antioxidante, glicosinolatos, refeições hospitalares.
Título: DETERMINAÇÃO DO CONTEÚDO DE ÁCIDOS GRAXOS SATURADOS E TRANS EM ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS E PROCESSADOS HABITUALMENTE CONSUMIDOS POR ADULTOS RESIDENTES EM ÁREAS URBANAS DO MUNICÍPIO DE DUQUE DE CAXIAS – RJ
Autor: Mario Ferreira Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 10/1/2013
Resumo: O consumo dietético de lipídeos é necessário para as funções corporais, apesar de o elevado consumo desse nutriente estar associado ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis. Ultimamente, vem sendo enfatizada a importância da ingestão de ácidos graxos n-3, a redução do consumo de ácidos graxos saturados e o controle da ingestão de ácidos graxos trans (AGT). Desta forma, a indústria de alimentos foi impulsionada a buscar substitutos para os óleos modificados com a hidrogenação. O objetivo desse trabalho foi determinar os teores de ácidos graxos de alimentos frequentemente consumidos por adultos residentes em uma região metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. A partir da aplicação de questionários de frequência de consumo de alimentos fontes de lipídeos a 107 adultos, foram selecionados alimentos mais frequentemente consumidos para análise dos teores de ácidos graxos por cromatografia gasosa. Elevados teores de ácidos graxos polinsaturados, em especial o ácido linoleico, foram encontrados nos óleos de soja, bem como no biscoito sabor churrasco, indicando o uso desse óleo na fabricação deste produto. Quanto às margarinas, observaram-se diferenças significativas, principalmente nos teores de AGT, entre as duas marcas. A composição de ácidos graxos apresentou-se diferente de acordo com o tipo de biscoitos, apesar de ter sido observada a tendência do óleo de palma como substituto de gordura hidrogenada. Por fim, a análise de alimentos prontos para o consumo adquiridos em redes de fast foods ou estabelecimentos locais indicaram a baixa qualidade nutricional, quando considerada a qualidade lipídica. Estudos recentes indicam o aumento de consumo de alimentos industrializados e processados fora do domicílio, preparações geralmente ricas em lipídios. Assim, como forma de melhorar a qualidade da alimentação da população mundial, medidas de controle de consumo de AGT estão sendo tomadas. Entretanto o consumo de ácidos graxos saturados, comumente utilizado como substituto dos AGT, deve ser considerado, uma vez que seu consumo também representa aumento do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Palavras-chave: alimento, ácidos graxos, cromatografia gasosa.
Título: EFEITO DO CONSUMO MATERNO DE DIETAS CONTENDO DIFERENTES FONTES LIPÍDICAS, DURANTE A GESTAÇÃO E LACTAÇÃO, NA ADIPOSIDADE E RESISTÊNCIA À INSULINA DA PROLE ADULTA DE CAMUNDONGOS
Autor: Tatiana Przybylski Ribeiro Magri Pereira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/12/2013
Resumo: A qualidade dos lipídios da dieta materna, durante a gestação e lactação, pode promover obesidade, resistência à insulina (RI) e diabetes mellitus tipo 2 na prole adulta. Em razão do reconhecimento dos efeitos prejudiciais à saúde, decorrentes do consumo da gordura vegetal parcialmente hidrogenada (GVPH), rica em ácidos graxos trans, a indústria de alimentos passou a utilizar, como substituto, frações de óleo de palma (OP) ou gordura interesterificada. A literatura não é consensual acerca do impacto destas fontes lipídicas alternativas sobre a saúde. Comparamos o efeito do consumo de dietas isoenergéticas e normolipídicas, contendo gordura interesterificada (GI), OP (GP), GVPH (GT) ou óleo de soja (GC) por camundongos C57BL/6, durante a gestação e lactação, na adiposidade e homeostase glicêmica da cria (machos) aos três meses de vida. Após acasalamento, as fêmeas prenhas foram separadas nos 4 grupos experimentais. Após o desmame, a cria foi separada de suas respectivas progenitoras e alocados em gaiolas individuais, passando a receber ração a base de soja. A evolução ponderal e o consumo alimentar foram registrados durante a gestação e lactação nas mães e até os 90 dias de vida dos filhotes machos. A avaliação da homeostase glicêmica foi realizada por meio de testes de tolerância i.p. à glicose e à insulina. O modelo de avaliação de resistência à insulina HOMA-IR também foi utilizado. Foi quantificada a massa dos tecidos adiposos inguinal, epididimal, retroperitoneal e mesentérico, realizada morfometria de adipócitos nos tecidos adiposos epididimal e inguinal e avaliada, por imagem, o volume de tecido adiposo interno e externo à cavidade abdominal bem como determinado o perfil de AG nos lipídios do plasma, fígado e tecidos adiposos inguinal e epididimal, por cromatografia gás-líquido. Foi encontrado: aumento da massa corporal nos filhotes GI e GP, desde o desmame até os 90 dias de vida; aumento da massa de tecido adiposo epididimal nos filhotes GI e da massa de tecido adiposo inguinal no grupos GP; aumento do volume de gordura interna, externa e total nos animais GI; hipertrofia de adipócitos no tecido adiposo epididimal dos filhotes GI e, no tecido adiposo inguinal, de filhotes GT; não foram identificadas diferenças significativas nos testes de avaliação da homeostase glicêmica e sensibilidade à ação periférica da insulina; foram encontrados teores mais elevados de AGS, AGT e AGPI nos lipídios circulantes de filhotes GP, GT e GI, respectivamente, comparados ao grupo GC; teores hepáticos mais reduzidos de AGMI e AGPI em filhotes GT e GI, comparados ao grupo GC e teores mais elevados de AGT nos tecidos adiposos epididimal e inguinal dos filhotes GT. Esses resultados sugerem que a substituição da GVPH por OP ou por GI pode não constituir boa alternativa na medida em que essas gorduras ricas em ácido palmítico, foram capazes de ocasionar, na prole, alterações no desenvolvimento e metabolismo do tecido adiposo, com repercussões na idade adulta, favorecendo o aumento da adiposidade visceral e, consequentemente, o risco de RI.
Palavras-chave: Programação metabólica, óleo de palma, gordura interesterificada, gordura vegetal parcialmente hidrogenada, tecido adiposo, camundongos
Título: TRANSPORTE DE ÁCIDOS GRAXOS DE CADEIA LONGA EM PLACENTAS DE GESTANTES ADOLESCENTES E ADULTAS.
Autor: Fernanda Carrilho Pinto Da Fonseca
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 9/2/2013
Resumo: As demandas metabólicas e fisiológicas aumentadas da gestante adolescente podem afetar negativamente o desenvolvimento placentário, resultando em crescimento fetal prejudicado. Os ácidos graxos essenciais e seus derivados de cadeia longa (AGPI-CL) como ácidos docosahexaenóico (DHA) e araquidônico (AA) são importantes para o crescimento e desenvolvimento fetal e são acumulados no tecido adiposo materno durante a fase anabólica da gestação. A placenta é o órgão que promove a transferência destes ácidos graxos da mãe para o feto, principalmente no final da gestação (na fase catabólica). A captação e transporte desses ácidos graxos pela placenta envolvem mecanismos mediados por proteínas ligantes de ácidos graxos expressas na membrana (FABPpm – membrane fatty acid binding proteins), FAT- fatty acid translocase e uma família de proteínas transportadora FATP 1-6. Estas proteínas estão envolvidas na captação preferencial AGPI-CL para o feto. A expressão gênica dessas proteínas relaciona-se com a incorporação de AGPI-CL pela placenta e seus teores na circulação materna e fetal. Considerando a importância dos AGPI-CL para o desenvolvimento fetal e a falta de estudos sobre os teores desses nutrientes em placentas de mães adolescentes, os objetivos do presente trabalho foram quantificar os ácidos graxos na placenta de gestantes adolescentes e adultas e nos compartimentos materno-fetais sanguíneos e correlacionar as suas concentrações com a expressão gênica das proteínas FATP1, FATP4, FABPpm e FAT/CD36. Variáveis sociodemográficas, antropométricas e obstétricas foram obtidas por meio de consulta aos prontuários ou entrevista. Os lipídios das amostras sanguíneas foram extraídos, saponificados e metilados de acordo com método descrito por Lepage e Roy. Nas amostras de placenta, foi utilizado o método de Folch para a extração lipídica, seguida por metilação, pelo método de Lepage e Roy. Os ésteres de ácidos graxos foram quantificados por cromatografia gás-líquido. Os resultados foram expressos como média ± desvio-padrão em mg/100 mg de ácidos graxos totais. Os teores de ácidos graxos foram correlacionados com a expressão das proteínas transportadoras e associados às variáveis antropométricas indicativas de crescimento do neonato. Nos compartimentos placentários, foram encontradas maiores concentrações de AA e AGPI-CL, na porção fetal em relação à materna nas placentas de mães adolescentes, assim como em relação à porção fetal das gestantes adultas. A porção materna das placentas das gestantes adolescentes apresentou maior expressão gênica da proteína FATP4 e o RNAm da proteína FATP1 foi mais expressivo na porção fetal das placentas das gestantes adultas. O FABPpm apresentou correlação negativa e significativa com a concentração de DHA na porção materna das placentas das gestantes adolescentes. Nas adolescentes, as concentrações de AA, EPA e DHA assim como do total de AGPI-CL nos eritrócitos do sangue do cordão umbilical foram superiores às do sangue materno, enquanto que nos eritrócitos do sangue do cordão umbilical das adultas, observou-se maior quantidade de AA e no somatório do AGPI-CL em relação ao sangue materno. Por outro lado, os precursores (ácidos graxos essenciais) apresentaram-se em maiores concentrações no sangue materno em relação ao sangue do cordão umbilical em ambos os grupos. O AA dos eritrócitos das mães adolescentes foi correlacionado positiva e significativamente com o comprimento ao nascer. As diferenças observadas entre os dois grupos etários, principalmente em relação às concentrações de AGPI-CL, sinalizam singularidades no transporte placentário destes compostos lipídicos, sugerindo eficiente transferência placentária desses ácidos graxos nos compartimentos fetais placentários das adolescentes.
Palavras-chave:
Título: ÁCIDOS GRAXOS SÉRICOS POLIINSATURADOS N-6 E N-3, COMO BIOMARCADORES DE INGESTÃO DIETÉTICA DE GORDURAS NO INÍCIO DA GESTAÇÃO DE ACORDO COM O ÍNDICE DE MASSA CORPORAL.
Autor: Jaqueline Lepsch Da Costa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/27/2013
Resumo: Objetivo: Investigar se o questionário de freqüência alimentar (QFA) pode ser um indicador da composição sérica de ácidos graxos n-6 e n-3 no início da gestação e se as correlações são influenciadas pelo índice de massa corporal (IMC). Métodos: O estudo compreendeu uma coorte prospectiva realizada no Rio de Janeiro, Brasil. A amostra foi composta por 248 mulheres, com idade entre 20 e 40 anos, que foram avaliadas entre a 6ª e a 13 ª semana gestacional. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um QFA previamente validado. As composições séricas de ácidos graxos foram determinados em amostras de soro coletadas em jejum, empregando a metilação robótica high-throughput juntamente com cromatografia gasosa. O coeficiente de correlação de Spearman (rs) foi utilizado para avaliar a relação entre a ingestão de ácidos graxos e sua composição sérica correspondente. As mulheres foram classificadas de acordo com o IMC prégestacional (kg/m2 ) em: baixo peso / peso normal (IMC < 25, n = 139) e sobrepeso (IMC ≥ 25, n = 109). Resultados: Na amostra total, as médias dietéticas relatadas foram significativamente correlacionadas com a composição sérica de ácidos graxos poliinsaturados totais (PUFA, rs = 0,243, P <0,001), ácido linoleico (LA, 18:2 n-6; rs = 0,278, P <0,001), ácido eicosapentaenoico (EPA, 20:5 n-3; rs = 0,277, P <0,001) e ácido docosahexaenoico (DHA, 22:6 n-3; rs = 0,207, P <0,001). Quando as análises foram estratificadas pelo IMC, foram observadas correlações significativas entre o consumo alimentar estimado por meio do QFA e a composição sérica entre mulheres com baixo /peso normal para o PUFA (rs = 0,339, P <0,001), LA (rs = 0,332, P <0,001), EPA (rs = 0,355, P <0,001), e DHA (rs = 0,179, P = 0,034). Entre as mulheres com excesso de peso foram observadas correlações significativas apenas para o ácido alfa linolênico (ALA, 18:3 n-3; rs = 0,195, P = 0,042) e DHA (rs = 0,241, P = 0,011). Conclusão: Nossos resultados fornecem evidências de que o QFA aplicado no início da gestação pode refletir as concentrações séricas de ácidos graxos, especialmente EPA, DHA e LA.
Palavras-chave: Pesquisa translacional. Cromatografia gasosa. Ácidos graxos. Questionário de Frequência alimentar. Gestação.
Título: COMPORTAMENTOS ALIMENTARES DESORDENADOS E A SUA ASSOCIAÇÃO COM A INGESTÃO DE ENERGIA E NUTRIENTES E O PERFIL ANTROPOMÉTRICO EM ADOLESCENTES
Autor: Lorena Gasparini Caran
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/22/2013
Resumo: O objetivo do estudo foi avaliar a associação entre comportamentos alimentares desordenados com ingestão de energia e nutrientes, medidas antropométricas e composição corporal em adolescentes. O estudo foi transversal, realizado em 2008, com amostra probabilística composta por 487 estudantes, de 15 a 19 anos de escolas públicas da rede estadual de ensino de Niterói/RJ. Utilizou-se os questionários Eating Attitude Test (EAT-26), que identifica padrão alimentar anormal e Bulimic Investigatory Test Edinburgh (BITE), que identifica padrão alimentar não usual para avaliação dos comportamentos alimentares desordenados. A antropometria envolveu a classificação do status de peso pelo índice de massa corporal (IMC=peso/estatura2 ), avaliação da estatura para idade e do perímetro da cintura, enquanto a gordura corporal foi avaliada pela bioimpedância elétrica. Aplicou-se três dias de registro alimentar para estimar o consumo habitual individual de energia e nutrientes. Para estimativa das médias de ingestão de energia considerou-se os valores deatenuados, enquanto para estimativa da ingestão média dos nutrientes utilizou-se os valores deatenuados e ajustados por energia segundo método dos resíduos. A análise de inadequação do consumo dos nutrientes utilizou os valores deatenuados. A magnitude da associação entre comportamentos alimentares desordenados e as variáveis categóricas foi avaliada pela razão de prevalência (RP) e intervalos de confiança de 95% (IC95%), enquanto as análises de associação com a ingestão média dos nutrientes foram feitas por regressão linear empregando-se o procedimento General Linear Model. As diferenças estatísticas entre frequências foram testadas pelo teste Qui-quadrado de Pearson, aceitando-se o valor de p<0,05 para significância estatística em todas as análises, as quais foram estratificadas por sexo. A prevalência de padrão alimentar anormal foi de 7,4%, enquanto de padrão alimentar não usual foi de 18,9%, sendo ambas mais prevalentes nas meninas. O consumo de vitamina C foi maior nas meninas com padrão alimentar anormal, com consequente menor frequência de inadequação desta vitamina quando comparadas àquelas com padrão alimentar normal. O consumo de cálcio foi menor nos meninos com padrão alimentar não usual comparado àqueles sem o comportamento inadequado. Excesso de peso esteve associado à presença padrão alimentar não usual nas meninas (RP 2,4 IC 1,6-3,5). Os comportamentos alimentares desordenados ocorrem com mais frequência no sexo feminino, principalmente naquelas com excesso de peso, e podem levar a menor ingestão de cálcio nos meninos.
Palavras-chave: comportamentos alimentares desordenados; padrão alimentar anormal; padrão alimentar não usual; ingestão de energia; nutrientes; antropometria; avaliação nutricional; adolescentes.
Título: LIPÍDIOS SÉRICOS E LEPTINA PLASMÁTICA E SUA ASSOCIAÇÃO COM A PRESSÃO ARTERIAL SISTÊMICA DURANTE A GESTAÇÃO
Autor: Dayana Rodrigues Farias
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/22/2013
Resumo: O estudo objetiva avaliar, em idosos em terapia nutricional enteral, as equações de predição do gasto energético (GE) de repouso, comparando-as com a calorimetria indireta (CI). Trata-se de um estudo transversal que selecionou pacientes que estavam sob acompanhamento da Equipe Multidisciplinar em Terapia Nutricional do Hospital Copa D’Or (RJ), internados na Unidade de Terapia Intensiva. A avaliação metabólica foi conduzida utilizando o circuito aberto de CI com campânula respiratória. Os resultados obtidos foram comparados com as equações preditivas para o GE de Harris Benedict (com e sem fator injúria), Ireton-Jones e da Sociedade Europeia de Nutrição Enteral e Parenteral (ESPEN), considerando a faixa de 20 (ESPEN1) a 25 (ESPEN2) kcal/kg/dia, segundo o sexo e a presença de sepse no indivíduo. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando-se o SPSS 17.0 e considerando p<0,05. Foram incluídos 54 pacientes idosos com assistência respiratória de ventilação mecânica e idade de 79 ± 14 anos. Para as idosas sem sepse o GE foi menor pela estimativa de HB, IJ e ESPEN1, com os percentuais de subestimativa de 19%, 13% e 18%, respectivamente. Nas mulheres sépticas, a CI diferiu das equações de HB, IJ e HBcorrigido (com fator injúria), e o percentual de subestimativa do GE foi de 18% e 14% para HB e IJ, respectivamente, e a superestimativa do HBcorrigido foi de 32%. Para os idosos sem sepse o GE foi menor pela estimativa de HB, e maior por HBcorrigido, com os percentuais de subestimativa e superestimativa de 9% e 9%, respectivamente. Em homens sépticos, todas as equações diferiram da CI, e o percentual de subestimativa do GE foi de 21%, 15% e 16% para HB, IJ e ESPEN1, respectivamente, enquanto que o percentual de superestimativa do HBcorrigido e ESPEN2 foi de 18% e 5%, respectivamente. O fator de correção utilizado na equação de HB para sepse pode superestimar o GE nestes pacientes, por outro lado, a equação de HB subestimou o GE em todos os grupos de pacientes. Ressalta-se que para pacientes sem sepse, as equações propostas pela ESPEN, tanto considerando o valor mínimo quanto o máximo de calorias por quilograma de peso corporal, foram mais adequadas para estimativa do GE. No entanto, para pacientes com sepse, a ESPEN2 se mostrou mais adequada.
Palavras-chave: Pressão arterial; Lipídios; Leptina; Gestação; Índice de massa corporal; Pesquisa Translacional.
Título: AVALIAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE PREDIÇÃO DO GASTO ENERGÉTICO DE IDOSOS EM TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL
Autor: Roberta Santiago De Brito
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 8/20/2013
Resumo: O estudo objetiva avaliar, em idosos em terapia nutricional enteral, as equações de predição do gasto energético (GE) de repouso, comparando-as com a calorimetria indireta (CI). Trata-se de um estudo transversal que selecionou pacientes que estavam sob acompanhamento da Equipe Multidisciplinar em Terapia Nutricional do Hospital Copa D’Or (RJ), internados na Unidade de Terapia Intensiva. A avaliação metabólica foi conduzida utilizando o circuito aberto de CI com campânula respiratória. Os resultados obtidos foram comparados com as equações preditivas para o GE de Harris Benedict (com e sem fator injúria), Ireton-Jones e da Sociedade Europeia de Nutrição Enteral e Parenteral (ESPEN), considerando a faixa de 20 (ESPEN1) a 25 (ESPEN2) kcal/kg/dia, segundo o sexo e a presença de sepse no indivíduo. As análises estatísticas foram conduzidas utilizando-se o SPSS 17.0 e considerando p<0,05. Foram incluídos 54 pacientes idosos com assistência respiratória de ventilação mecânica e idade de 79 ± 14 anos. Para as idosas sem sepse o GE foi menor pela estimativa de HB, IJ e ESPEN1, com os percentuais de subestimativa de 19%, 13% e 18%, respectivamente. Nas mulheres sépticas, a CI diferiu das equações de HB, IJ e HBcorrigido (com fator injúria), e o percentual de subestimativa do GE foi de 18% e 14% para HB e IJ, respectivamente, e a superestimativa do HBcorrigido foi de 32%. Para os idosos sem sepse o GE foi menor pela estimativa de HB, e maior por HBcorrigido, com os percentuais de subestimativa e superestimativa de 9% e 9%, respectivamente. Em homens sépticos, todas as equações diferiram da CI, e o percentual de subestimativa do GE foi de 21%, 15% e 16% para HB, IJ e ESPEN1, respectivamente, enquanto que o percentual de superestimativa do HBcorrigido e ESPEN2 foi de 18% e 5%, respectivamente. O fator de correção utilizado na equação de HB para sepse pode superestimar o GE nestes pacientes, por outro lado, a equação de HB subestimou o GE em todos os grupos de pacientes. Ressalta-se que para pacientes sem sepse, as equações propostas pela ESPEN, tanto considerando o valor mínimo quanto o máximo de calorias por quilograma de peso corporal, foram mais adequadas para estimativa do GE. No entanto, para pacientes com sepse, a ESPEN2 se mostrou mais adequada.
Palavras-chave: equações de predição, gasto energético de repouso, terapia nutricional enteral, idosos, paciente crítico, calorimetria indireta.
Título: O PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA E SUA RELAÇÃO COM A SEGURANÇA ALIMENTAR E CARACTERÍSTICAS SOCIOECONÔMICAS EM DUQUE DE CAXIAS
Autor: Joana Karina De Carvalho Fortunato
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/10/2013
Resumo: O presente estudo teve como objetivo avaliar a variação na situação de Insegurança Alimentar (IA) e dos indicadores sociais de famílias beneficiadas e não beneficiadas pelo PBF após cinco anos de sua implantação. Foram realizados dois inquéritos populacionais em 2005 e em 2010, na região metropolitana do Rio de Janeiro, avaliando os domicílios quanto à participação no PBF, IA por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e variáveis socioeconômicas (renda familiar mensal per capita, escolaridade do chefe da família, número de moradores do domicílio, acesso à bens, abastecimento e presença de filtro de água). Utilizou-se o teste Qui-quadrado e o teste t de Student com respectivos intervalos de confiança (IC95%). A inserção das famílias beneficiadas pelo PBF aumentou de 8,1% (IC95% 6,0;10,8) (2005) para 15% (IC95% 12,4;18,0) (2010). A proporção de IA reduziu de 53,4% para 40,7% no inquérito seguinte, tendo queda significativa na categoria mais grave de IA de 14% (IC95% 11,3;17,0) para 3% (IC95% 2,1;5,1). Entre as famílias beneficiadas pelo PBF nos anos de 2005 e 2010, houve redução significativa da pobreza extrema (p-valor<0,01) com aumento na proporção daquelas sem pobreza no ano de 2010, bem como redução na proporção de IA grave (p-valor <0,001), aumento significativo das famílias com renda mensal per capita entre ! e ” salário mínimo (p-valor<0,05) e redução do número de pessoas por domicílio (p-valor<0,001), refletindo no aumento da renda média e na melhor classificação socioeconômica nesse grupo. Não houve melhoria no abastecimento de água para ambos os grupos e apenas os domicílios sem o PBF apresentaram aumento significativo na presença de filtro de água. O progresso nas condições socioeconômicas e de IA entre famílias com o PBF sugerem que o programa contribuiu para gerar melhores condições de vida nos domicílios estudados, entretanto a falta de investimentos locais se reflete na ausência de melhorias no saneamento, visto que estes fatores representam contrapartidas do governo municipal.
Palavras-chave:
Título: IMPACTO DA ASSISTÊNCIA PRÉ-NATAL E DA SUPLEMENTAÇÃO COM VITAMINA A SOBRE A DEFICIÊNCIA DE VITAMINA A EM GESTANTES E PUÉRPERAS BRASILEIRAS.
Autor: Paulo Augusto Ribeiro Neves
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 7/4/2013
Resumo: O presente trabalho objetivou analisar o efeito das mudanças na rotina assistencial pré-natal, sobre a ocorrência de cegueira noturna (CN) em gestantes adultas atendidas em maternidade pública do Rio de Janeiro, nos períodos de 1999-2001 e de 2007-2008, e também realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o impacto da suplementação com vitamina A na gestação e puerpério em mulheres brasileiras. Trata-se de dois estudos transversais realizados com 402 gestantes/puérperas atendidas em maternidade-escola do Rio de Janeiro. Os grupos de estudos foram constituídos de gestantes atendidas na unidade no período 1999-2001 (GI) e o GII foi constituído de gestantes atendidas no período de 2007-2008. As mulheres de GI receberam a intervenção nutricional rotineira da unidade (n=225) e as do GII receberam as novas rotinas da assistência nutricional revisada (n=177). A investigação da CN gestacional nos dois grupos foi feita durante o pré-natal ou no puerpério imediato, sendo diagnosticada pela entrevista padronizada pela Organização Mundial da Saúde (1996). Para a revisão sistemática foi conduzida uma extensiva busca por ensaios clínicos que avaliaram a suplementação com megadose de vitamina A em gestantes e puérperas brasileiras, sobre os resultados obstétricos, nas condições de saúde do binômio mãe-filho e nas concentrações de retinol no leite materno. Verificou-se redução significativa da prevalência de CN gestacional no GII (GI=18,7% e GII=0,6%, p0,05). Somente estudos que avaliaram a suplementação durante o puerpério foram encontrados. Nenhum encontrou melhorias nas condições de saúde maternas e infantis. Todos apontaram elevação das concentrações de retinol, seja no colostro ou no leite maduro. A redução da CN na unidade estudada pode ter ocorrido devido à modificação das rotinas assistenciais do prénatal, no entanto mais estudos são necessários para confirmar tais achados. A suplementação com megadose de vitamina A no puerpério não é recomendada para redução da morbimortalidade materna e infantil. Deve-se considerar as atuais recomendações da Organização Mundial da Saúde, de suplementação de gestantes e não mais de puérperas.
Palavras-chave: Cegueira Noturna. Deficiência de Vitamina A. Cuidado Pré-natal. Gravidez. Período Pós-parto. Nutrição Pré-natal.
Título: DIVERSIDADE DE ALIMENTOS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Camila Pinheiro Coura
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/28/2013
Resumo: Esta tese apresenta os resultados do estudo “Expansão do universo alimentar de pré-escolares: um estudo de intervenção”, realizado de junho a dezembro de 2018, e que teve como objetivo avaliar o efeito de intervenção visando a promoção do consumo de frutas e hortaliças em préescolares. Trata-se de um ensaio comunitário não randomizado desenvolvido em duas unidades municipais de educação infantil do Rio de Janeiro, selecionadas por conveniência, com crianças de 4 a 6 anos de idade. As etapas foram estudo de base, com a aplicação do questionário e aferição de peso e estatura das crianças, intervenção constituída por cinco sessões de oficinas sensoriais baseadas no Método Sapere; e a coleta de dados pósintervenção. O questionário estruturado incluiu informações sobre características sociodemográficas, hábitos alimentares da criança e da família, estilo parental de alimentação e consumo alimentar da criança. O estilo parental de alimentação foi avaliado pelo Parental Feeding Style Questionnaire, traduzido e adaptado. O consumo alimentar foi avaliado utilizando Questionário de Frequência Alimentar Qualitativo específico. A condição de peso foi classificada segundo os critérios da Organização Mundial de Saúde. Foi calculado o tamanho do efeito da intervenção. Mudanças no consumo de grupos de alimentos entre o estudo de base e o de intervenção foram avaliadas pelo teste de McNemar e utilizando o Método de Momentos Generalizado (GMM), tendo como variável independente o termo de interação tempo X escola, permitindo estimar as mudanças nos desfechos no tempo e comparar as escolas controle e intervenção. O modelo foi selecionado com base no AIC. Considerou-se p-valor< 0,05 para significância estatística. O estudo incluiu 270 pré-escolares de 4 a 6 anos de idade, sendo 91 na escola controle e 179 na escola intervenção. Os estilos parentais de alimentação mais frequentes entre os pais das crianças estudadas foi o “encorajamento para comer” e o “controle sobre a alimentação”. Não foi observada associação entre estilo parental de alimentação e o consumo de alimentos dos pré-escolares, exceto para as bebidas com adição de açúcar, cujo consumo era menos frequente (2,3 vezes ao dia) entre as crianças cujos pais exerciam “controle sobre a alimentação” do que entre os que adotavam o estilo “encorajamento para comer” (2,9 vezes ao dia; p-valor<0,01). Houve redução na proporção de crianças que rejeitavam o feijão (12% vs. 5%; p=0,021 – teste de McNemar) na escola intervenção e essas diferenças foram distintas do observado na escola controle (p=0,06; GMM). Resultados não estatisticamente significativos, porém considerados relevantes dadas as condições de realização do estudo, incluem, no grupo intervenção, o aumento na proporção de pais que relataram que a criança, se encorajada, às vezes prova os novos alimentos, passando de 35% no estudo de base, para 47% no pós-intervenção. O estudo apresenta limitações, como a elevada proporção de perdas de seguimento. O reconhecimento do estilo parental de alimentação pode ser útil para o desenvolvimento de ações de promoção da alimentação saudável envolvendo pais de pré-escolares. O consumo de hortaliças e frutas entre as crianças estudadas já era elevado e o que resultou em pouca margem para o incremento do consumo desses alimentos. As experiências sensoriais foram bem recebidas pelas crianças como estratégia para educação alimentar e devem ser testadas em experimentos com duração mais longa e envolvendo amostra mais ampliada.
Palavras-chave: Educação Alimentar e Nutricional; Atividades educacionais; Alimentação infantil; Pré-escolares
Título: INFLUÊNCIA DO GRAU DE SATURAÇÃO DOS LIPÍDIOS NO METABOLISMO ENERGÉTICO EM INDIVÍDUOS COM EXCESSO DE PESO
Autor: Junia Elisa Carvalho De Meira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 5/27/2013
Resumo: OBJETIVO: Conduzir revisão sistemática com metanálise para avaliar a influência da composição dos lipídios da dieta no metabolismo energético de pacientes com excesso de peso corporal. MÉTODOS: Foi realizada uma revisão sistemática de literatura com metanálise na qual foram incluídos ensaios clínicos randomizados e controlados coletados nas bases de dados do PUBMED, LILACS e SCORPUS. RESULTADOS: Os ácidos graxos monoinsaturados (AGMI) e polinsaturados (AGPI) promovem maior oxidação lipídica, comparados com os saturados (AGS). Os AGMI, comparados com os AGS, promovem maior termogênese induzida pela dieta (TID). Os AGPI, comparados com os carboidratos (CHO), apresentaram maior oxidação lipídica, porém menor TID e quociente respiratório. O gasto energético (GE) não se alterou comparando-se AGMI com AGPI, AGMI com CHO e AGS, e AGMI com CHO. Baseado na metanálise é possível afirmar que ainda não há evidência científica demonstrando que os lipídios insaturados apresentam resposta metabólica favorável no sobrepeso. Confirma-se também que o lipídio, independente da presença de insaturações, é o macronutriente que proporciona menor GE, comparado com o CHO. CONCLUSÃO: Os lipídios insaturados são mais oxidados que os saturados, porém ainda não se tem evidências científicas confirmando que a modificação do grau de saturação dos lipídios possa favorecer o indivíduo com excesso de peso corporal.
Palavras-chave: excesso de massa corporal, lipídios da dieta, metabolismo energético.
Título: INTERVENÇÃO NUTRICIONAL E DESFECHOS DA GRAVIDEZ EM MULHERES COM DIABETES MELLITUS GESTACIONAL
Autor: Helaine Thomaz De Lima
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 4/10/2013
Resumo: Objetivou-se avaliar o impacto da intervenção nutricional em mulheres com DMG com base em dois métodos (método tradicional – MT; método da contagem de carboidrato – MCC) de orientação dietética nos desfechos: controle metabólico do DMG; adequação do ganho de peso gestacional total; associação com intercorrências gestacionais; tipo de parto, macrossomia fetal; condições ao nascer. Os resultados foram descritos em dois manuscritos. No manuscrito 1 trata-se de uma revisão sistemática da literatura a respeito do impacto da terapia nutricional no DMG. Realizou-se uma busca eletrônica por meio de bancos de dados PubMed, Scopus, Web of Science, Lilacs e Banco de Teses da CAPES pelos métodos de orientação dietética pelo MT e MCC. Foram seguidas todas as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analysis Statement e analisou-se a qualidade metodológica de todos os estudos incluídos por meio da escala de Jadad (1996). Obtendo-se um total de 55 estudos, destes somente cinco foram incluídos na avaliação de Jadad. Não foi encontrada nenhuma publicação a respeito de orientação nutricional com MCC em mulheres com DMG. Estudos que avaliem o MCC devem ser conduzidos para mostrar se este método também possui efeitos benéficos para a saúde materno-infantil. O manuscrito 2 trata-se de ensaio clínico randomizado e controlado, desenvolvido em uma maternidade pública situada no RJ. Objetivou-se avaliar o impacto da intervenção nutricional em mulheres com DMG com base em dois métodos de orientação nutricional (MT e MCC) nos desfechos perinatais. As integrantes foram selecionadas pelo número final do prontuário e divididas em grupos mulheres com DMG que receberam orientação nutricional MT (GI- final do prontuário ímpar), e (GII-final do prontuário par) com base no MCC. Neste estudo participaram 130 mulheres adultas com DMG. Foi realizada a análise da adesão ao plano alimentar sendo classificada como pobre (de zero a um critério observado), boa (dois ou três critérios observados) ou excelente (quatro critérios observados). Constatou-se que quando a adesão à intervenção foi boa ou ótima na quarta consulta com o nutricionista a glicemia pós-prandial no 3º trimestre foi menor em comparação com a das mulheres com baixa adesão (baixa adesão – 119,91 mg/dl; boa adesão – 112,73 mg/dl; ótima adesão – 101,87 mg/dl; p=0,046). A média de peso ao nascimento foi significativamente maior entre as mulheres com boa e ótima adesão na sexta consulta em comparação com as mulheres com baixa adesão às orientações nutricionais (boa/ótima adesão – 3491,22 g; baixa adesão – 3256,77g; p=0,04). Para os desfechos controle glicêmico no 1º (p=0,69), no 2º (p=0,41) e 3º (p=0,26) trimestres de gestação, necessidade de insulinoterapia (p=0,59), adequação do ganho de peso gestacional 11 total (p=0,25), adequação do peso ao nascer (p=0,08), intercorrências neonatais (p=0,93) e gestacionais (p=0,36) e tipo de parto (p=0,76) não foram encontradas diferenças entre as gestantes orientadas segundos os métodos empregados de orientação nutricional. Face ao exposto, espera-se que os resultados desta pesquisa possam contribuir melhora da assistência nutricional pré-natal de mulheres com DMG e a formação de vínculo entre o profissional e a gestante pode favorecer a adesão ás orientações alimentares independente do método a ser adotado.
Palavras-chave: Assistência Nutricional Pré-Natal; mulheres com DMG; terapia nutricional; adesão ao aconselhamento dietético.
Título: TEORES DE GRELINA, LEPTINA E ADIPONECTINA NO LEITE HUMANO E SUA RELAÇÃO COM PARÂMETROS ANTROPOMÉTRICOS MATERNOS E DE LACTENTES EM ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO
Autor: Livia Belcastro De Almeida
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/21/2013
Resumo: O leite materno é o alimento mais recomendado para crianças até seis meses de vida. Além de nutricionalmente completa, essa secreção fornece substâncias bioativas, cuja atuação é fundamental para o crescimento e desenvolvimento do lactente. Os hormônios grelina, leptina e adiponectina destacam-se entre esses compostos bioativos. Por atuarem na modulação do apetite e da utilização dos estoques energéticos corporais bem como de processos envolvidos com o crescimento corporal, esses hormônios podem constituir, nos primeiros meses de vida, fatores críticos e determinantes para o crescimento e estado nutricional do lactente. Neste estudo buscamos testar a hipótese de que os teores de grelina, leptina e adiponectina no leite podem estar associadosa parâmetros antropométricos maternos e do lactente alimentado exclusivamente ao seio. Informações dessa natureza são escassas e inconsistentes. A coleta de dados e amostras de leite ocorreu em um centro de saúde do Município do Rio de Janeiro. Foram obtidas, por expressão manual, 71 amostras de leite maduro, das quais 62 foram submetidas à dosagem de grelina total por radioimunoensaio (RIA) e, por ensaios de imunoabsorção (ELISA), a leptina foi quantificada em 38 amostras e a adiponectina em 37. Os teores médios de grelina total, leptina e adiponectina encontrados nas amostras analisadas foram 1521,65±609,85 pg/mL, 3,47±0,21 ng/mL e 0,55±0,09 ng/mL, respectivamente e variaram amplamente, conforme indicam os valores mínimo e máximo de grelina total (813,02 – 3511,04 pg/mL), leptina (3,24 – 4,60 ng/mL) e adiponectina (0,41-0,74 ng/mL). A análise dos teores desses hormônios, segundo a faixa etária do lactente, não revelou diferenças significativas. Entretanto, foram encontrados maiores concentrações de grelina no leite produzido por nutrizes que amamentavam lactentes do sexo feminino. Nenhuma correlação significativa foi identificada entre o conteúdo dos hormônios na secreção láctea e os parâmetros antropométricos dos lactentes. No entanto, foi encontrada correlação positiva entre o teor de leptina no leite materno maduro e a massa corporal da nutriz (r= 0,405 p=0,003) bem como com o seu IMC (r= 0,477 p=0,013). Adicionalmente, a análise de regressão linear mostrou que o IMC materno pôde ser considerado uma variável explicativa para a concentração de leptina no leite (p=0,044). Considerando a relativa escassez de dados acerca dessa temática, somada à grande variabilidade de resultados, por vezes não consensuais, dificultando e comprometendo comparações entre diferentes estudos, a atribuição de ações específicas, moduladoras do estado nutricional antropométrico dos lactentes, relacionadas a cada um desses hormônios, permanece exigindo intensa investigação.
Palavras-chave: leite humano, grelina total, leptina, adiponectina, lactente, parâmetros antropométricos.
Título: AVALIAÇÃO DE INFUSOS DE FOLHAS DE INSULINA VEGETAL (CISSUS SICYOOIDES L.) DESIDRATADA EM RATOS WISTAR COM DIABETES MELLITUS INDUZIDA.
Autor: Adriana Da Silveira Leal
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/19/2013
Resumo: O uso de plantas medicinais encontram-se em expansão em todo mundo em função do alto custo dos medicamentos industrializados, dos efeitos benéficos que lhes são creditados ou do próprio modismo. Estes efeitos atraem portadores de doenças degenerativas, como o diabetes Mellitus tipo II, sendo uma epidemia mundial. Inúmeras plantas são estudadas com o objetivo de auxiliar no tratamento do diabetes Mellitus, no Brasil podemos destacar a insulina vegetal (Cissus sicyoides L.). Esta dissertação tem por objetivo avaliar os infusos de folhas de insulina vegetal a 5% em ratos Wistar sadios e com Diabetes Mellitus induzida com streptozotocina. Foi coletada a planta no município do Rio de Janeiro, encaminhada ao INJC/UFRJ para ser higienizada, desidratada, moída e armazenada sob refrigeração. A parte experimental contou com 20 ratos, divididos em dois grupos (DM E NDM), onde foi induzida a diabetes por via intraperitoneal com o uso de Streptozotocina® e outro água destilada, antes da indução mensurou-se a glicemia dos animais e após três dias repetiu-se a mensuração para confirmar se os animais ficaram diabéticos, e foram formados quatro grupos (DM, DM5%, NDM, NDM5%). Após iniciou-se o tratamento com o infuso de folhas de insulina vegetal a 5% que foi administrada por 28 dias, neste período, foi verificado a massa corporal dos animais, a ingestão de ração e a glicemia em quatro pontos. O sacrifício foi realizado por super dosagem de Thiopental®, posteriormente foi coletado o sangue para processamento e análise da catalase. Os órgãos (coração, rim e fígado) foram retirados para análise histológica. Os resultados na glicemia dos animais ao final do experimento, demonstrou claramente o efeito hipoglicemiante significativo do chá de insulina vegetal a 5% em animais diabéticos (DM 5%) em comparação ao grupo controle (DM). O mesmo efeito hipoglicemiante ocorreu no grupo não diabético, porém tratado com o chá (NDM5%) em comparação ao diabético tratado com o chá (DM5%). Os grupos não diabéticos tratados (NDM5%) ou não (NDM) exibiram glicemia menor do que o grupo DM. Por outro lado, não significância entre os grupos não diabéticos. Para a avaliação do efeito antioxidante da insulina vegetal, a atividade da enzima catalase foi avaliada nos plasmas dos animais, utilizou-se kit comercial (Cayman’s Catalase Assay Kit), os valores médios da densidade óptica foram 2,59 ± 0,30; 2,84 ± 0,60; 1,82 ± 0,46; 3,20 ± 0,35; para os grupos NDM, DM, NDM5% e DM5%, respectivamente. Os animais diabéticos que receberam o chá apresentaram a atividade da catalase significativamente mais alta quando comparada aos grupos não diabéticos, tratados ou não. Este efeito da insulina vegetal na atividade sérica da catalase é inédito, pois até o presente momento, não foram encontrados artigos que referenciam estes resultados. A avaliação histológica, não houve influência da insulina vegetal nos padrões dos tecidos estudados (coração, rim e fígado). Este estudo avaliou a infusão de folhas de insulina vegetal e verificar seu efeito 5% de folhas de insulina vegetal e verificou seu efeito hipoglicêmico e antioxidante em animais diabéticos. No entanto, não causou lesões nos tecidos cardíacos, renais e hepáticos em animais diabéticos ou não. São também necessários estudos pré-clínicos e clínicos para o uso correto e seguro desta planta.
Palavras-chave: Cissus sicyoides L., insulina vegetal, diabetes e catalase.
Título: ESTADO NUTRICIONAL, COMPOSIÇÃO CORPORAL E SAÚDE ÓSSEA EM MULHERES DE UM HOSPITAL PÚBLICO DO RIO DE JANEIRO
Autor: Gigliane Cosendey Menegati Barros
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/6/2013
Resumo: Introdução: Deficiências nutricionais como de cálcio e vitamina D podem ocorrer após a cirurgia bariátrica por comprometimento dos principais sítios de absorção, resultando em hiperparatireoidismo secundário e aumento do risco de redução da densidade mineral óssea (DMO). A restrição alimentar, deficiências nutricionais prévias à cirurgia e a baixa adesão ao tratamento com uso inadequado de suplementos reforçam a importância de se avaliar a saúde óssea nestes indivíduos. O objetivo do presente estudo é avaliar o estado nutricional, a composição corporal e a saúde óssea de mulheres submetidas à cirurgia bariátrica em um hospital público do Rio de Janeiro. Métodos: Foram selecionadas 25 mulheres adultas pré-menopausadas, atendidas no Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), que se submeteram a gastroplastia em Y de Roux (RYGBP) (grupo teste) e 33 mulheres que não realizaram a cirurgia, pareadas quanto ao índice de massa corporal (IMC) e idade (grupo controle). Foram realizadas avaliações antropométrica, dietética, laboratorial, da composição corporal e DMO por absorciometria de raios X de dupla energia (DXA). Resultados: O tempo médio de pós-operatório foi 24,7 meses. Não foram encontradas diferenças entre os grupos para idade, peso corporal, IMC, perímetro da cintura, massa gorda e massa magra (%), DMO e ingestão dietética de cálcio, apesar desta ter sido baixa nos 2 grupos. O grupo teste apresentou melhores resultados para hemograma, colesterol total, LDLcolesterol e triglicerídeos, porém as concentrações de paratormônio (PTH) foram mais elevadas, comparadas ao grupo controle (p=0,005), apesar de encontrarem-se dentro do valor de normalidade. As concentrações plasmáticas de 25-hidroxivitamina D (25(OH)D) não diferiram entre grupos (p=0,075), mas apresentaram valores de insuficiência em ambos (Teste: 28,2 ng/mL vs Controle: 24,3 ng/mL). O grupo teste apresentou menor ingestão energética, proteica, lipídica, de ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), fibras, fósforo e ferro. O tempo de cirurgia apresentou correlação inversa com a vitamina D. Conclusões: Após a RYGBP observou-se maiores concentrações de PTH, baixa ingestão dietética de cálcio e insuficiência plasmática de vitamina D, porém sem comprometimento da DMO. O tempo de cirurgia apresentou correlação inversa com a vitamina D. O grupo teste apresentou adequação do estado nutricional de ferro e do perfil lipídico e ingestão inadequada de energia, proteína, AGPI, fibras e ferro.
Palavras-chave: cirurgia bariátrica, estado nutricional, composição corporal, saúde óssea
Título: AVALIAÇÃO DA ACEITAÇÃO DA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR EM UMA UNIDADE DE ENSINO FUNDAMENTAL EM MACAÉ/RJ
Autor: Mariana Fernandes Brito De Oliveira
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 3/4/2013
Resumo: Introdução: A escola se apresenta como um ambiente privilegiado em espaço e tempo para promoção da saúde, por ser o segundo local socializador da criança e onde ela consome boa parte da sua necessidade energética diária. A alimentação adequada na infância é essencial para a garantia do crescimento e desenvolvimento da criança, pois proporciona energia e nutrientes necessários para a manutenção da saúde. Objetivo: Avaliar a alimentação oferecida a escolares em uma unidade de ensino fundamental no município de Macaé/RJ. Métodos: Trata-se de um estudo tansversal descritivo com alunos de 7 a 10 anos de idade, que investigou a aceitação da alimentação escolar por meio da Escala Hedônica Facial (EHF); Índice de Restos (IR); Índice de Adesão à Alimentação Escolar (IAAE); técnica de preparo empregada, utilizando a Ficha e Etapas Mínimas de Preparo (FEMIP); número de repetições, além das preferências alimentares e da opinião dos escolares sobre o almoço oferecido. Resultados: Participaram do estudo 189 escolares de ambos os sexos e a alimentação escolar foi avaliada durante 22 dias letivos. Os resultados demonstraram que a média de aceitação da refeição pela EHF foi de 80,1%, indicando que os cardápios estudados não foram aceitos. Além disso, apresentaram um índice médio de rejeição elevado (24,3%). As médias de adesão à alimentação escolar e a adequação da técnica de preparo foi de 64,5% e 70,7%, respectivamente. O porcionamento oferecido foi 7 considerado adequado por 70,3% dos escolares. A maioria dos alunos relatou gostar da alimentação escolar (93,4%) e a prevalência de consumo foi diária (52,4%). Quanto às preferências alimentares, destaca-se o prato principal Carnes (72,5%) e acompanhamentos feijão e arroz, 48,4 e 45,1% respectivamente. Por fim, observou-se que quando o cardápio foi executado segundo as técnicas de preparo adequadas, este apresentou relação positiva e significativa com as variáveis IAAE, EHF e número de repetições. Conclusão: Embora a alimentação escolar tenha apresentado indices insatisfatórios segundo a EHF e o IR é mais ingerida, como foi observado pelo número de repetições, e tem maior adesão quando a técnica de preparo das refeições está adequada. Desta forma, se faz necessária a valorização do preparo das refeições e investimento na capacitação dos responsáveis pela alimentação escolar, sendo a técnica de preparo um método auxiliar na avaliação da alimentação escolar.
Palavras-chave: escolares, alimentação escolar, aceitação, análise sensorial, nutrição
Título: ASSOCIAÇÃO ENTRE GLICEMIA MATERNA NOS DIFERENTES PERÍODOS GESTACIONAIS E OCORRÊNCIA DE DIABETES MELLITUS GESTACIONAL, MACROSSOMIA FETAL E PARTO CIRÚRGICO
Autor: Gisele Seabra
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/27/2013
Resumo: O Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) está associado com desfechos obstétricos desfavoráveis dentre os quais os de maior ocorrência são macrossomia fetal e necessidade de parto cirúrgico. Recentemente também foram associadas concentrações de glicemia de jejum materna abaixo dos critérios para diagnóstico para o DMG com esses desfechos, contudo há escassez de estudos sobre o tema para sustentar esta hipótese. O objetivo do presente estudo foi avaliar a associação entre os níveis de glicemia materna ao longo da gestação e ocorrência de macrossomia, parto cesáreo e DMG. Das 846 mulheres que participaram do estudo base foram selecionadas 829 gestantes/puérperas não diabéticas, atendidas em uma maternidade pública no Rio de Janeiro, no período de 1999-2008 (constituindo 3 casuísticas), e que atendiam aos critérios de inclusão: ter realizado o pré-natal na maternidade estudada, idade ≥ 20 anos, gestação de feto único, registros de glicemia ao longo da gestação e sem doenças crônicas prévias. Avaliou-se a similaridade entre as características das mulheres que compuseram as três casuísticas do presente estudo e as diferenças foram consideradas na elaboração dos modelos de regressão logística. Considerou-se macrossomia quando o peso ao nascer foi >4.000g, cesárea segundo o registro médico no prontuário e, casos de DMG, quando a glicemia 1 hora após o teste oral de tolerância à glicose com 50g foi > 130mg/dL e confirmada pela alteração no teste da curva glicêmica. A glicemia de jejum segundo os trimestres de gestação foi estratificada em 90mg/dL. 46,6% das mulheres tiveram parto cesáreo, 3,3% desenvolveram DMG e a macrossomia ocorreu em 4,6% dos conceptos. Verificou-se maior média de glicemia de jejum no 2º trimestre (90,5 mg/dL; 78,5mg/dL, p=0,000) para as mulheres com DMG em comparação com as que não tiveram nenhuma intercorrência gestacional, respectivamente. Maior média de glicemia de jejum também foi observada no 3º trimestre (90mg/dL; 77,8mg/dL, p=0,016) para as mulheres com DMG em comparação com as sem intercorrência gestacional, respectivamente. Observou-se maiores médias de glicemia de jejum no 2º trimestre (80,4 mg/dL e 78mg/dL, post hoc = 0,034) e também no 3 º trimestre gestacional (80,4 mg/dL e 77,1 mg/dL; post hoc = 0,005) para as mulheres com parto cesáreo em comparação com às que tiveram parto normal, respectivamente. Também foi encontrada uma maior média de glicemia de jejum no 2º trimestre (86,2 mg/dL e 78,8 mg/dL; post hoc = 0,003) em mulheres com filhos macrossômicos em comparação com as de filhos com peso adequado. Houve maior chance de DMG dentre as mulheres com glicemia >90mg/dL no 2º. trimestre (OR= 7,2; IC95% = 2,33-22,24) em comparação com as mulheres com glicemia.
Palavras-chave: glicemia; diabetes mellitus gestacional; macrossomia fetal; parto cesáreo.
Título: CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS DO DESJEJUM DE ADOLESCENTES ESTUDANTES DE ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE NITERÓI-RJ
Autor: Alline Dos Santos Correa
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/26/2013
Resumo: O desjejum é frequentemente omitido por adolescentes, contudo, o consumo regular dessa refeição tem sido associado a escolhas alimentares saudáveis e consumo adequado de nutrientes. O objetivo deste estudo foi caracterizar o desjejum de adolescentes estudantes de escolas públicas de Niterói (RJ). Trata-se de estudo transversal, desenvolvido na linha de base de um estudo de intervenção visando a redução do consumo de refrigerantes, que analisou dados de consumo alimentar diário e do desjejum, obtidos por meio de um recordatório de 24- horas de 1133 adolescentes com idades entre 10 e 14 anos. Considerou-se omissão do desjejum quando o adolescente não relatava qualquer consumo alimentar em resposta à pergunta: “O que você comeu no café da manhã?”. A análise de cluster foi aplicada para caracterizar o padrão alimentar do desjejum. A situação de peso foi avaliada segundo os escores-z para idade e sexo do índice de massa corporal (IMC=peso/estatura2 ). Utilizou-se o teste Qui-quadrado para avaliar as diferenças nas variáveis categóricas e o teste MannWhitney para avaliar as diferenças estatísticas observadas para variáveis contínuas e com distribuição não paramétrica. O teste ANOVA foi utilizado para avaliar as diferenças no consumo médio de nutrientes entre os padrões de desjejum. Para diferença estatística considerou-se p-valor<0,05. Observou-se que 16% dos estudantes investigados não realizaram o desjejum no dia do inquérito alimentar. A omissão do desjejum foi mais frequente entre aqueles com excesso de peso comparados aos sem excesso de peso (20 vs 15%; p=0,04) e entre aqueles que estudavam no turno da manhã em relação aos que estudavam no turno da tarde (18 vs 10%; p<0,01). A ingestão de energia, macronutrientes e cálcio foi significativamente maior para os adolescentes que realizaram o desjejum. O desjejum contribuiu em média com 18% da energia consumida durante o dia. Observou-se elevada contribuição do desjejum para o consumo diário de cálcio e vitamina A: 39 e 34% respectivamente. Os alimentos mais consumidos pelos adolescentes no desjejum foram: pães, açúcares/doces, manteigas, leites, achocolatados e café ou chá. A análise de padrão alimentar do desjejum mostrou que o tipo de bebida era o alimento chave na caracterização do padrão alimentar do desjejum. Assim, posteriormente, os adolescentes foram categorizados em cinco padrões alimentares de desjejum, os quais foram identificados a partir do tipo de bebida relatada nessa refeição: “Café e chá”, ”Leite e bebidas à base de leite”, “Refrigerantes e outras bebidas com adição de açúcar”, “Sem consumo de bebidas” e “Consumo de mais de um tipo de bebida”. A contribuição do desjejum para o consumo diário de cálcio foi semelhante, independentemente do padrão de consumo de bebidas na refeição. Também não foram observadas diferenças na ingestão de nutrientes no desjejum entre os diferentes padrões de consumo de bebidas no desjejum. Porém, existiram diferenças na seleção dos alimentos que compunham a refeição, assim como diferenças no consumo diário de energia e nutrientes segundo o padrão de consumo de bebidas no desjejum. Este estudo mostrou a importância das bebidas para a caracterização do consumo alimentar do desjejum e revelou que as escolhas alimentares do desjejum estão relacionadas com o consumo diário de energia e nutrientes.
Palavras-chave: consumo de refeições, omissão do desjejum, consumo alimentar, padrões alimentares, bebidas com adição de açúcar, adolescentes
Título: CONSUMO DE REFEIÇÕES E INDICADORES ANTROPOMÉTRICOS EM ADOLESCENTES DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO: ESTUDO TRANSVERSAL EM ESCOLAS PÚBLICAS E PARTICULARES
Autor: Mara Lima De Cnop
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/25/2013
Resumo: O sobrepeso e a obesidade constituem os principais problemas nutricionais entre adolescentes brasileiros e a alimentação inadequada e a inatividade física são fatores diretamente relacionados ao seu desenvolvimento. Porém os efeitos dos hábitos de refeição sobre o ganho de peso ainda são pouco explorados. O presente estudo teve como objetivo analisar a associação entre os hábitos de realização de refeições e indicadores antropométricos de adiposidade em adolescentes. Trata-se de estudo transversal que utilizou os dados da linha de base do Estudo Longitudinal de Avaliação Nutricional de Adolescentes (ELANA) desenvolvido com 1743 adolescentes entre 10 e 19 anos de idade, sendo 970 do ensino médio e 773 do ensino fundamental de escolas públicas e particulares selecionadas da região metropolitana do Rio de Janeiro. Os hábitos de realização das refeições principais foram categorizados como regulares, quando a refeição era consumida pelo menos cinco vezes na semana; e irregulares, quando o adolescente relatava consumi-las menos de cinco vezes na semana. Para avaliar o padrão de realização de refeições dos adolescentes, estimou-se escore que pontuava as frequências de consumo de refeições, o qual variou entre 0 e 12 pontos; foi considerado padrão de refeições satisfatório para escores ≤1. Foram analisados o índice de massa corporal (IMC=peso/estatura2 ), classificado segundo critérios da Organização Mundial de Saúde e a Razão Cintura Estatura (RCE), considerada adequada para valores ≤0,50. O percentual de gordura corporal (PGC) foi estimado por meio de bioimpedância elétrica aplicando-se equações específicas para adolescentes (PGC elevado se >25% para meninos e > 30% para meninos). A associação entre o padrão de realização de refeições e os hábitos de refeições com o IMC, RCE e PGC foi avaliada em análises univariadas e em modelos multivariados de regressão de logística binária ajustados por idade, sexo, tipo escola e período escolar, estimandose as odds ratios (OR) e seus respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Foi observado que entre os alunos de escolas públicas, aqueles do ensino médio relataram o consumo irregular do desjejum (37 vs. 23%, p<0,01) e do jantar (30 vs. 19%, p<0,01) com frequência mais elevada do que os do ensino fundamental. Consequentemente, o padrão insatisfatório de refeições foi mais frequente entre os alunos do ensino do médio do que entre aqueles do ensino fundamental de escolas públicas (60 vs. 42%,p<0,01). Não encontramos diferenças entre o padrão de consumo de refeições segundo os tipos de escolas, tanto considerando o grau escolar quanto o sexo. O padrão insatisfatório de consumo de refeições associou-se ao incremento da probabilidade de excesso de peso (OR=1,5; IC95%=1,2–1,9), RCE elevada (OR=1,4; IC95%=1,0–1,8) e PGC elevada (OR=1,6; IC95%=1,3–2,0), independentemente das variáveis de ajuste. Os hábitos irregulares de realização das refeições principais se relacionaram com indicadores desfavoráveis de massa corporal, adiposidade e distribuição de gordura corporal, sugerindo a necessidade de incorporar de forma mais efetiva os hábitos de refeição nas propostas de intervenção visando o estímulo da alimentação saudável.
Palavras-chave: consumo de refeições, adolescentes, indicadores antropométricos, composição corporal.
Título: RELAÇÃO ENTRE APOIO SOCIAL E INSEGURANÇA ALIMENTAR FAMILIAR EM REGIÃO DA BAIXADA FLUMINENSE, RIO DE JANEIRO
Autor: Gabriela Dos Santos Interlenghi
Tipo de Trabalho de Conclusão: DISSERTAÇÃO
Data da Defesa: 2/18/2013
Resumo: Objetivo: Verificar a associação entre a disponibilidade de apoio social e a redução da insegurança alimentar familiar em área da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Métodos: Estudo transversal de base populacional com amostra representativa de domicílios do distrito de Campos Elíseos (Duque de Caxias/ RJ), realizado em 2010. A amostra foi composta por 1.022 indivíduos (27% homens, 73% mulheres) entre 19 e 60 anos. A frequência de insegurança alimentar familiar foi estimada por meio da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). O apoio social foi avaliado por meio da versão brasileira adaptada e validada do “Medical Outcomes Study Social Support Survey”. Renda familiar mensal per capita, número de moradores, abastecimento de água e presença de filtro de água no domicílio, escolaridade, situação conjugal e ocupação do adulto avaliado foram considerados como potenciais fatores de confusão. Foram analisadas como variáveis explicativas três dimensões de apoio social (emocional/ de informação, afetiva/ de interação social positiva, material) obtidas por análise fatorial. O somatório da pontuação obtida pela resposta às perguntas da EBIA foi avaliado como variável dependente, considerando transformações logarítmicas para normalizar sua distribuição. Utilizou-se a análise de regressão linear multivariada para testar a associação entre as dimensões de apoio social e a insegurança alimentar, controlada para potenciais fatores de confusão, adotando-se a significância de p<0,05. As análises foram estratificadas para domicílios com moradores maiores de 18 anos de idade e com crianças e/ou adolescentes. Resultados: A disponibilidade de apoio social afetivo/ de interação social positiva foi inversamente associada com a pontuação obtida pela EBIA tanto em domicílios compostos apenas por moradores maiores de 18 anos (β= -0,007; IC95%= -0,012; -0,001) como naqueles que incluíam crianças e/ou adolescentes (β= -0,017; IC95%= -0,028; -0,006), independente do ajuste pelas variáveis de confusão. O mesmo foi observado para o apoio material: β= -0,005 (IC95%= -0,001; -0,001) em domicílios só com adultos. Conclusão: O apoio social parece contribuir para minimizar a insegurança alimentar familiar, sugerindo que estratégias para o fortalecimento das relações sociais em populações como esta deveriam ser incentivadas de modo a possibilitar maior percepção e obtenção de apoio social.
Palavras-chave: : Insegurança alimentar; apoio social; estudos populacionais.